LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 1
ESTUDOS BÍBLICOS
AVANÇADOS
LEANDRO
BERTOLDO LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 2
Dedico este livro
À minha
querida esposa Daisy,
pelas orações
e constante incentivo.
Ao meu grande
amigo Paulo Mazanti
pelo apoio nos
momento em que mais necessitei.
Aos Pastores
João Batista
da Silva e
Adeilton
Carlos Silva
pela dedicação
e incansável trabalho entre o povo de Deus. LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 3
A obra evangelística, de abrir as Escrituras aos
outros,
advertindo
homens e mulheres daquilo que está para vir ao mundo,
deve
ocupar, mais e mais, o tempo dos servos de Deus.
Ellen
Gould White
Escritora,
conferencista, conselheira,
e educadora
norte-americana.
(1827-1915)
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 4
PREFÁCIO
Não
basta conhecer, é preciso acreditar.
Não
basta acreditar, é preciso aceitar.
Não
basta aceitar é preciso praticar.
Leandro
Bertoldo
Este livro
materializa mais um passo na consolidação do ardente desejo do autor em
oferecer aos instrutores bíblicos uma ferramenta de estudo que seja simples,
útil, e ao mesmo tempo séria para garantir uma preparação doutrinária essencial
e segura de todos aqueles que possuem algum interesse em conhecer os principais
ensinos das Sagradas Escrituras.
O desejo do
autor nasceu com a primeira edição de Encontro com a Bíblia, prontamente
acolhido pelo público em geral, e especialmente pelos membros da igreja. Trabalho
que vem se destacado como um guia de estudo sistemático das principais
doutrinas bíblicas. Largamente utilizado nos estudos bíblicos de pequenos
grupos e classes bíblicas.
A presente
obra é constituída por uma série de vinte e seis estudos bíblicos fundamentais
extraídos das Sagradas Escrituras. Cada estudo foi elaborado em forma temática,
e estruturado por doze versículos bíblicos. Tanto a seqüência da série de
estudos, como a seqüência dos versículos bíblicos, que constituem
individualmente cada tema de estudo, foram organizados numa ordem lógica e
progressiva, partindo dos conceitos mais simples e progredindo até aos mais
complexos. Portanto, os estudos bíblicos aqui apresentados não são
independentes dos anteriores, devendo cada estudo ser ministrado somente após o
estudo anterior ter sido completamente assimilado pelo interessado.
O conteúdo
deste livro foi cuidadosamente selecionado, tomando-se por base um número
mínimo de doutrinas bíblicas, mas que realmente são necessárias à imediata
compreensão do candidato ao batismo.
Os comentários
apresentados em cada um dos versículos que constituem esta obra foram
elaborados com base na larga experiência do autor como professor em curso
preparatório para candidatos ao batismo. Os temas aqui abordados vêm sendo
amplamente utilizados desde 1994 na forma de guia de estudo que, comentados,
deram origem ao presente livro. É claro que esta obra não pretende ser um texto
completo sobre todas doutrinas bíblicas, mas procura apresentar alguns temas
que são considerados importantes para a preparação de novos conversos ao reino
de Deus.
A partir dos
versículos bíblicos, organizados por temas objetivos em ordem lógica e
progressiva, o autor procurou explanar o conteúdo de cada passagem bíblica,
numa linguagem extremamente simples, clara e objetiva visando unicamente à
perfeita compreensão, por parte do leitor, do tema discutido em cada estudo
bíblico. Mesmo porque um estudo bíblico é simplesmente uma paráfrase do texto
bíblico limitado aos parâmetros do tema selecionado para estudo, tendo sempre
em vista todo o contexto da Bíblia Sagrada.
Além dos
comentários apresentados, cada versículo traz uma questão pertinente ao tema
exposto. Isso para que o leitor possa avaliar o seu grau de compreensão do
assunto e o estágio de sua preparação. É claro que a metodológica de perguntas
e respostas facilita bastante o aprendizado da doutrina pelo aluno. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 5
Quanto à interpretação do texto bíblico, esta obra adotou a
abordagem da chamada “Interpretação Autêntica Contextual”. Por essa forma de
interpretação cada texto sobre um mesmo tema irá esclarecer, explicar ou
ampliar os limites de compreensão do assunto em pauta, bem como irá esclarecer
versículos mais obscuros que trata do mesmo tema. “Vedes aqui, isto achei diz o
pregador, conferindo uma cousa com a outra para achar a causa”. (Eclesiastes
7:27). “Porque é mandamento, sobre mandamento, mandamento sobre mandamento,
regra sobre regra, regra sobre regra: um pouco aqui, um pouco ali”. (Isaías
28:10). Desse modo, a Bíblia explica-se a si mesma. E, tendo em vista que tal
esclarecimento é dado por força da própria Bíblia, torna-se obrigatória sua
observância doutrinária como regra de fé, doutrina e prática.
O livro foi
especialmente planejado com o propósito de ser apresentado num curso de um
semestre para interessados que nunca tiverem um contato mais íntimo com a
Bíblia. E para que haja um bom aproveitamento, é aconselhável que o instrutor
procure apresentar somente um estudo bíblico por semana. Esse período é
necessário para que o interessado tenha tempo para refletir e absorver o
conteúdo do estudo bíblico apresentado. O autor alerta ao instrutor que cada
estudo bíblico foi concebido para ser ministrado no máximo durante um período
de quarenta a cinqüenta minutos, e nada mais, pois a mente humana não consegue
reter muita informação descarregada de uma vez.
Desde o
princípio deste trabalho o autor contou com o apoio de diversas pessoas que,
por meio de suas críticas e sugestões, acabaram constrangendo-o a aprofundar e
a ampliar os comentários apresentados no presente livro. Entre essas pessoas
destaca-se sua amada esposa Daisy Menezes Bertoldo que teve a paciência de ler
e reler cuidadosamente as primeiras versões deste trabalho. A ela o agradecimento
do autor.
Esperamos que,
com a compreensão e a dedicação ao estudo dos comentários doutrinários aqui
expostos, os instrutores bíblicos possam contar com mais uma valiosa
ferramenta, não só em suas atividades missionárias, mas também em suas vidas
privadas. É o sincero desejo do autor.
Leandro
Bertoldo
leandrobertoldo@ig.com.br
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 6
SUMÁRIO
01.
Significado da Bíblia
02.
Profecia de Daniel dois
03.
Promessas da volta de Jesus
04. Sinais
da volta de Jesus
05. Um novo
mundo
06. Plano
da salvação
07. Passos
para a salvação
08. Oração
09.
Rebelião de Lúcifer
10. Estado
dos mortos
11.
Espiritismo
12. Inferno
13. Razão
do sofrimento
14. Lei de
Deus
15. Sábado
16. Domingo
17. Falsas
Igrejas
18.
Santuário terrestre
19. Juízo
Investigativo.
20. Dízimo
21.
Temperança
22. Dom de
profecia
23.
Espírito de profecia
24. Pecado
sem perdão
25. Batismo
26. Grande
Comissão LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 7
ESTUDO BÍBLICO 1
SIGNIFICADO
DA BÍBLIA
EXAMINAR
AS ESCRITURAS
1. Segundo
Jesus, o que devemos examinar?
R.: “Examinai
as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de
mim testificam”. João 5:39
A “Bíblia
Sagrada”, também conhecida por “Escrituras Sagradas”, é constituída por 66
livros distribuídos em dois Testamentos. Sendo que o Antigo Testamento é
constituído por 39 livros, e o Novo Testamento é constituído por 27 livros.
Segundo os
ensinos ministrados por Jesus, você deve examinar as Escrituras Sagradas. Sendo
que o ato de “examinar” a Bíblia implica em estudá-la todos os dias de forma
sistemática, detalhada, e sempre refletindo cuidadosamente em sua mensagem.
Também implica em analisar, aplicar e praticar integralmente a mensagem das
Escrituras Sagradas em sua própria vida. Você deve examiná-la porque nelas
encontra-se registrado o caminho que conduz para a vida eterna. E são elas que
profetizam e testemunham a respeito da pessoa de Jesus Cristo.
Quando Jesus
pronunciou estas célebres palavras, Ele estava se referindo ao Antigo
Testamento, uma vez que o Novo Testamento ainda não havia sido escrito.
Portanto, Jesus Cristo, longe de denegrir a imagem do Antigo Testamento, na
verdade o exalta, e também orienta todos aqueles que desejam ter a vida eterna
para que o examine, pois no Antigo Testamento além de encontrarmos o caminho
para a vida eterna, ainda encontramos o testemunho a respeito da pessoa de
Jesus Cristo.
2. Como se
Estuda a Palavra de Deus?
R.: “Porque
é mandamento, sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra,
regra sobre regra: um pouco aqui, um pouco ali”. Isaías 28:10
Aproximadamente
40 escritores participaram na produção da Bíblia Sagrada, durante um longo
período de 1600 anos. Entre eles se encontravam sábios, reis, pastores,
historiadores, agricultores, médico, legisladores, sacerdotes, juízes e
pescadores. O primeiro escritor bíblico foi Moisés, que viveu aproximadamente
1500 anos antes de Cristo, e escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia. O
último desses escritores foi o apóstolo João, que viveu até ao final do
primeiro século da era cristã.
Esses
escritores eram provenientes de diferentes classes sociais, e possuíam
diferentes níveis intelectuais. E devido a essa grande diversidade de
escritores não é possível examinar as Escrituras Sagradas como se examina um
livro qualquer. As instruções e orientações contidas na Bíblia foram dadas de
forma esporádica, mas progressivamente no decorrer dos séculos, razão pela qual
os seus ensinos encontram-se esparsos nos sessenta e seis livros que constituem
as Escrituras Sagradas. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 8
Diante desse fato fica claro que a Bíblia Sagrada foi
estruturada em mandamentos sobre mandamentos e de regras sobre regras,
localizadas um pouco num texto e outro pouco em outro texto, motivo pelo qual
em seu estudo devemos percorrer os vários livros da Bíblia “comparando as
coisas espirituais com as espirituais” (I Coríntios 2:13) para poder
compreender exatamente o que a Palavra de Deus tem dizer sobre determinado
tema. “Vedes aqui, isto achei diz o pregador, conferindo uma cousa com a outra
para achar a causa”. (Eclesiastes 7:27). E para facilitar a localização dos
preceitos bíblicos, os tradutores a dividiram em livros, capítulos e estes por
sua vez em versículos.
O estudo de um
determinado tema bíblico deve sempre ser conduzindo buscando-se a harmonia
completa que existe nas páginas das Sagradas Escrituras. Uma passagem, a
princípio de difícil compreensão, se torna mais clara à medida que buscamos na
Palavra de Deus alguns textos sobre o mesmo tema, e que podem estar localizados
um pouco aqui e outro pouco ali. Empregando esse método de pesquisa podemos
compreender o real significado das passagens bíblicas.
INSPIRAÇÃO
DIVINA
3. O que é
divinamente inspirado?
R.: “Toda
a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça”. II Timóteo 3:16
Nessa passagem
o apóstolo Paulo diz que toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa na
vida do cristão. E por “divinamente inspirada” ele quer dizer toda Escritura
inspirada por Deus. Tecnicamente, a palavra “toda a Escritura” inclui tanto o
Antigo Testamento como o Novo Testamento.
Que o Antigo
Testamento foi escrito sob a inspiração divina, fica claro com o emprego da
expressão: “Assim me disse o Senhor”, “Veio a mim a palavra do Senhor” ou outra
equivalente que são citadas mais de 1300 vezes no Antigo Testamento. Além
disso, Jesus Cristo e os apóstolos sancionaram e aprovaram a veracidade e
autoridade do Antigo Testamento. Eles citaram constantemente seus textos para
apoiarem seus ensinos, e viveram em conformidade com os seus sagrados
preceitos.
Portanto, toda
a Escritura inspirada por Deus - entende-se os sessenta e seis livros que
constituem toda a Bíblia Sagrada - é proveitosa para ensinar as verdades que
conduzem o cristão no caminho da vida eterna. Serve para redargüir (responder,
replicar) ao cristão sobre suas convicções ou atitudes. Ela serve para corrigir
aquele que anda por caminhos desviados e que deseja fazer a vontade de Deus.
Ela também é útil para instruir o crente em justiça tornando-o uma pessoa
melhor na sociedade, e mais justa diante dos homens e de Deus.
4. Os
homens santos de Deus foram inspirados por quem?
R.: “Sabendo
primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. II
Pedro 1:20-21
O apóstolo
Pedro ensina claramente que nenhuma profecia das Sagradas Escrituras é de
particular interpretação. Isto porque a mensagem da Bíblia não foi produzida
pela vontade de qualquer homem. Mas homens consagrados a Deus falaram movidos
ou inspirados pela terceira pessoa da santíssima trindade: O “Espírito Santo”.
Observe o que disse um dos escritores do Antigo Testamento: “O espírito do
Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca”. (II Samuel 23:2). LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 9
A própria Bíblia admite que ela foi escrita por homens.
Todavia não era qualquer tipo de homem. Eram homens santos que falaram
da parte de Deus inspirados pelo Espírito Santo. Logo, o Antigo e o Novo
Testamento não são produtos da mente humana, mas sim da mente de Deus. As
várias formas de estilos com que as Sagradas Escrituras foram escritas atestam
que, muito embora a mensagem inspirada seja de Deus, a forma de expressá-la é
dos homens santos de Deus.
Já foi dito
que a Bíblia Sagrada contém 66 livros distribuídos em dois Testamentos. Os
quais foram escritos durante um período de aproximadamente 1600 anos,
abrangendo uma enorme variedade de tópicos. Além disso, foi escrita por 40
diferentes autores provenientes das mais diferentes classes sociais, e que
viveram em diferentes períodos históricos. Apesar dessa enorme diversidade de
autores e assuntos, existe uma perfeita unidade de tema e propósito em toda a
Bíblia Sagrada. Um escritor não contradiz o que foi escrito por outro. A
unidade dos textos bíblicos fornece uma forte evidencia de que o verdadeiro
autor das Sagradas Escrituras é Deus, que inspirou os homens santos a
escreverem as mensagens que desejava comunicar à humanidade.
Além da
unidade apresentada pelos livros que compõem as Sagradas Escrituras, uma outra
evidência sobre a origem divina da Bíblia está relacionada com as profecias.
Com base nas profecias cumpridas temos suficientes evidências para confiarmos
em seus ensinos. Também temos evidências para crer que as profecias que ainda
não se cumpriram, certamente se cumprirão com precisão absoluta.
Quando você
toma um exemplar da Bíblia Sagrada em suas mãos, esteja absolutamente certo de
que ele contém a Palavra de Deus, e que conserva íntegro todo o seu conteúdo
original. A análise de milhares de pergaminhos e papiros, contendo
antiqüíssimos textos bíblicos, espalhados pelos principais museus do mundo,
atestam - sem deixar margem para dúvidas - que o conteúdo das Bíblias atuais
correspondem exatamente ao conteúdo dos primeiros escritos da Bíblia. Portanto,
pode-se concluir que o conteúdo bíblico não sofreu nenhum processo de alteração
no decorrer dos séculos. A Bíblia que temos em mãos corresponde exatamente aos
manuscritos bíblicos originais.
PARA QUE
SERVEM
5. As
Escrituras foram escritas para o ensino de quem?
R.: “Porque
tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que pela
paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”. Romanos 15:4
Nos primórdios
da Igreja Cristã o Novo Testamento ainda não tinha sido escrito. Portanto, os
cristãos liam e praticavam os ensinos das Escrituras contidos no Antigo
Testamento, acrescidos pelas orientações e ensinos que os apóstolos pregavam.
O apóstolo
Paulo, divinamente inspirado, diz que tudo o que antes foi escrito, -
evidentemente este “antes” refere-se ao Antigo Testamento – foi escrito para o
ensino e orientação daqueles que crêem que as Sagradas Escrituras é a mensagem
de Deus aos homens.
O estudo
diário da Palavra de Deus gera no coração do crente a convicção de sua verdade,
e a prática diária de suas mensagens gera no espírito do crente a paciência
diante das provações, gera o consolo ou conforto diante das perdas que todos
sofrem, a fim de que o cristão tenha sempre esperança no porvir.
6. O que é
a verdade?
R.: “Santifica-os
na verdade: a tua palavra é a verdade”. João 17:17 LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 10
Em sua oração intercessória a favor de todos aqueles que
iriam crer em Seu nome, Jesus solicitou ao Pai que todos Seus seguidores fossem
santificados na verdade. Talvez você esteja se perguntando: mas que verdade?
Jesus mesmo responde: “a tua palavra é a verdade”. Portanto o cristão deve ser
santificado na Palavra de Deus. Só a Bíblia é a Palavra de Deus, e nada mais!
Tradições, teologias, literaturas, catecismos, sermões, tudo o mais é produto
da mente humana, e não faz parte da Palavra de Deus, porque não são
inspirados por Deus.
Ser
santificado na Palavra de Deus significa que o crente deve estudá-la
diariamente para conhecê-la cada vez melhor, bem como se alimentar e absorver
seus sagrados ensinos de tal maneira que venham fazer parte do caráter do cristão,
pois era assim que os santos homens de Deus de alimentavam. “Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome me chamo, ó Senhor, Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15:16). Significa viver e morrer em função do que ensina a Palavra de
Deus, praticando diariamente seus santos preceitos. “Ele, porém, respondendo,
disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus”. (Mateus 4:4).
Portanto, os
ensinos bíblicos devem constituir-se na norma de conduta para todos cristãos,
em todos os momentos de sua vida, pois o cristão precisa ser puro e santo. E
para ser santo precisa praticar, e se conduzir unicamente pelas orientações,
princípios e regras bíblicas. Só as Sagradas Escrituras devem ser empregadas
como regra de fé, doutrina e conduta cristã, o que passar disso é de
procedência humana e deve ser desprezado. O conselho divino para o cristão é o
seguinte: “segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor”. (Hebreus 12:14).
7. O que o
conhecimento da verdade faz por você?
R.: “E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. João 8:32
Neste
versículo Jesus ensina que o “conhecimento da verdade” tem o poder para nos
libertar. Já sabemos que a “Verdade” é a “Palavra de Deus”. Logo o conhecimento
dos ensinos bíblicos possui o condão para nos libertar, posto que eles são
divinamente inspirados.
Então você
pode estar se perguntando? Mas de que coisas o conhecimento da Palavra de Deus
nos liberta? A resposta é muito simples: aquele que passa a conhecer os ensinos
bíblicos torna-se livre do poder do pecado, no qual se encontra escravizado.
(Romanos 6:18). Torna-se livre do poder das superstições que o prendem nas
correntes do medo e receios. O conhecimento da verdade tem o poder para
libertar o pecador da escravidão dos vícios e das paixões carnais. O
conhecimento da Palavra de Deus possui o poder para despertar e desprender os
homens dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos. (II Timóteo
2:26).
8. A fé é
pelo ouvir o quê?
R.: “De
sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Romanos 10:17
Esse versículo
bíblico informa que a fé somente poderá ser concebida e gerada em sua
inteligência espiritual (Colossenses 1:9) a partir do momento em você passar a
ouvir as mensagens da Palavra de Deus. E este ouvir implica em estudar,
conhecer, refletir, meditar, analisar, praticar e familiarizar-se com os
ensinos das Sagradas Escrituras.
O grande
evangelista D. L. Moody em certa ocasião disse que freqüentemente orava pedindo
a Deus que lhe concedesse fé, mas a fé não veio. Um belo dia ele leu “que a fé
é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Então resolveu abrir a sua
Bíblia e começou a estudá-la. Desde então sua fé passou a aumentar cada vez
mais. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 11
A Bíblia não opera transformações na vida do homem apenas com
base no conhecimento de seus ensinos, mas principalmente com base na crença
que você possa depositar nesses conhecimentos. O simples conhecimento
intelectual das Escrituras Sagradas não possui virtude alguma para conduzir
qualquer pessoa ao caminho da salvação, mas é necessário que o seu estudo
esteja acrescentado da fé em sua mensagem. (Hebreus 4:2).
A convicção de
que a mensagem bíblica é divinamente inspirada pode ser gerada no coração do
crente a partir de várias evidências. A principal delas é representada pelas
profecias que já se cumpriram. Pois as profecias já cumpridas geram no espírito
do homem a plena convicção de que as demais profecias ainda não cumpridas,
também se cumprirão com perfeição. Essa constatação também gera no espírito
humano a convicção de que as demais mensagens das Sagradas Escrituras são
realmente dignas de fé por parte do crente.
ETERNIDADE
DA PALAVRA
9. O que
passarão e o que não hão de passar?
R.: “O
céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. Mateus
24:35
Jesus Cristo
disse que o céu e a Terra passarão, isto é algum dia cessarão de existir. Em
contraste com a duração do céu e a Terra, Jesus disse que Suas Palavras jamais
iriam cessar de existir. Isto significa que a Palavra de Deus permanece para
sempre, enquanto que o céu e a Terra, por serem corruptíveis, são temporários.
Por
permanecerem para sempre, as Escrituras Sagradas não podem ser modificadas, não
podem ser alteradas ou mesmo ignoradas pelo homem, pois é a Santa Palavra de
Deus. Assim diz o Senhor: “tudo o que eu vos ordeno, observareis; nada lhe
acrescentarás nem diminuirás”. (Deuteronômio 12:32). A Palavra de Deus é santa
e verdadeira, e se cumpre com exatidão, pois foi inspirada por Deus.
10. Por
quanto tempo subsiste a Palavra de nosso Deus?
R.: “Seca-se
a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente”. Isaías
40:8
O profeta
Isaías, inspirado pelo Espírito Santo, afirmou que a vida é tão fugaz como a
erva do campo que se seca; ou que a beleza do homem é como as flores do campo
que um dia murcham e caem. Em contraste com a transitoriedade da vida humana o
profeta afirmou que a Palavra de Deus permanece para sempre. “Mas a palavra do
Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra que entre vós foi
evangelizada”. (I Pedro 1:25).
Mais uma vez o
Espírito Santo reforça a idéia de que a Bíblia - perfeita expressão da vontade
de Deus para com os homens - não pode ser mudada ou alterada, mas permanece
para sempre. Portanto, as Escrituras Sagradas são um instrumento útil a todos
os povos, línguas e nações de geração em geração.
CONCLUSÃO
11. Ao que
Jesus assemelha aquele que pratica a palavra?
R.: “Todo
aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao
homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 12
correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha”. Mateus 7: 24-25
Jesus Cristo
ensinou numa alegoria que o homem prudente é aquele que escuta as Suas
palavras e as coloca em prática. Fazendo isso, esse homem constrói sua
casa sobre um firme alicerce: “a rocha”. Com isso, Jesus está dizendo que o
homem prudente edifica sua vida sobre as estruturas sólidas de Sua Palavra. E
vindo provações, perdas, aborrecimentos e as desilusões que a vida traz a
todos, esse homem pode suportar firmemente esses dissabores, uma vez que estava
edificada sobre a rocha, pois pela paciência e consolação das Escrituras ele
tinha esperança (Romanos 15:4).
12. Ao que
Jesus compara aquele que não cumpre a palavra?
R.: “E
aquele que ouve estas minhas palavras, e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem
insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, e correram
rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua
queda”. Mateus 7:26-27
Jesus também
ensinou em Sua alegoria que o homem insensato é aquele que ouve as Suas
palavras, mas não as pratica. Cristo comparou esse homem àquele que
edifica sua casa sobre a areia. Com isso Jesus quis dizer que o homem insensato
é aquele que constrói a sua vida sobre fundamentos frágeis, e vindo perdas,
provações, aborrecimentos e as desilusões da vida, esse homem não pôde
suportar, e grande foi a sua queda. E isto porque ele ouviu a Sua Palavra, mas
não a colocou em prática em sua vida, portanto não foi santificado na verdade,
razão pela qual também não encontrou conforto ou a esperança oferecida somente
pelas Escrituras Sagradas.
Tanto o homem
prudente como o insensato, ouviram as Palavras de Jesus. Mas a diferença entre
ambos é que o homem prudente colocou-a em prática, enquanto que o homem
insensato não a praticou, com isso os dois tiveram destinos totalmente diversos.
Qual desses dois homens você gostaria de ser?
De tudo o que
foi dito no presente estudo você precisa crer que a Bíblia Sagrada é uma
coleção de livros inspirados por Deus. E que por essa razão você precisa
tê-la em alta conta, aceitando-a como regra de fé e conduta, devendo examiná-la
e praticar seus sagrados ensinos diariamente, para o seu próprio benefício e
crescimento espiritual. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 13
ESTUDO BÍBLICO 2
PROFECIA
DE DANIEL DOIS
INTRODUÇÃO
1. Qual era
o nome do Rei que teve uns sonhos?
R.: “E
no segundo ano do reinado de Nabucodonosor teve Nabucodonosor uns sonhos; e o
seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono”. Daniel 2:1
O profeta
Daniel diz em seu livro que Nabucodonosor estava no segundo ano do seu reinado,
quando em certa noite teve uns sonhos impressionantes. Os sonhos o incomodaram
de tal maneira, que o rei se sentiu extremamente perturbado a ponto de perder
totalmente o seu sono.
Na verdade o
sonho foi tão perturbador que Nabucodonosor ficou apavorado, a ponto de acordar
e esquecer totalmente do conteúdo do que havia sonhado. Cheio de aflição,
mandou chamar imediatamente à sua presença, os caldeus, magos, encantadores e
feiticeiros que viviam à suas custas em sua corte. Esses homens tinham grande
poder e influência sobre o povo, e eram tidos como sábios, e conhecedores dos
mistérios do Universo. Desesperado, o rei exigiu que algum dos seus sábios lhe
dissesse qual tinha sido o seu sonho, bem como sua interpretação.
Todavia, na
presença do rei nenhum dos sábios pôde informar a Nabucodonosor qual tinha sido
o seu sonho, e muito menos dar uma interpretação. O rei ficou indignado com a
resposta evasiva dos sábios. Então, desconfiado das supostas habilidades
mágicas dos sábios que viviam em sua corte e à suas custas, o rei ordenou por
decreto que todos eles fossem mortos.
2. A quem
foi revelado o segredo daquele sonho?
R.: “Então
foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite: então Daniel louvou o Deus
do Céu”. Daniel 2:19
Daniel era um
príncipe da Judéia que se encontrava cativo na corte de Babilônia. Na época do
sonho de Nabucodonosor, Daniel contava aproximadamente vinte anos de idade. Ele
havia estudado durante três anos na “Universidade de Babilônia”, e na época dos
exames finais foi examinado pelo próprio rei Nabucodonosor, que o aprovou com
louvor. Por essa razão Daniel era tido como um dos conselheiros e sábios da
corte.
Somente quando
Daniel foi preso, é que ele soube do decreto de morte do rei. Nesse momento,
mostrando uma tremenda presença de espírito e de fé, solicitou que o monarca
lhe concedesse um certo prazo de tempo para que pudesse apresentar a revelação
e a interpretação do sonho que o rei havia tido.
O tempo
solicitado lhe foi concedido pelo rei. Então Daniel convocou os seus três
companheiros de exílio para juntos rogarem a Deus para que lhes fossem
concedido a revelação e interpretação do sonho que Nabucodonosor havia tido e
esquecido. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 14
A Bíblia diz que à noite Daniel teve uma visão, na qual Deus
revelava o segredo do sonho (sonho e interpretação) que o rei Nabucodonosor
tivera. Após a visão, Daniel agradecido e cheio de alegria, porque tão grande
graça lhe foi concedida, louvou e atribuiu todo o crédito unicamente a Deus.
O SONHO
3. O que o
rei viu no sonho que esqueceu?
R.: “Tu,
ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua: esta estátua, que era
grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista
era terrível”. Daniel 2:31
Daniel se
apresenta diante do rei Nabucodonosor, e confiantemente revela o segredo do
sonho. Quando Daniel começou a relatar o sonho para Nabucodonosor, este
imediatamente – como num clarão fugaz – se recorda do sonho que havia tido e se
esquecido.
Segundo a
descrição de Daniel, o rei havia sonhado com uma grande estátua, cujo esplendor
era extraordinário e de beleza indescritível. No sonho, a estátua estava em pé
diante do rei, que a admirava com grande interesse, mas cuja simples visão era
assustadora.
4. De que
eram feitas as várias partes da estátua?
R.: “A
cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata;
o seu ventre e as suas coxas de cobre. As pernas de ferro; os seus pés em parte
de ferro e em parte de barro”. Daniel 2:32-33
A estátua
estava bem delimitada por cinco partes: “cabeça”, “peito e braços”, “ventre e
coxas”, “pernas” e “pés”. Cada uma das cinco partes da estátua estava
caracterizada por cinco elementos de valor progressivamente inferior ao
anterior: “ouro”, “prata”, “cobre”, “ferro” e “barro”.
A cabeça da
estátua era constituída pelo metal mais precioso: o ouro fino. O peito e os
braços eram constituídos por um metal inferior ao ouro: a prata. O ventre e as
coxas estavam caracterizados por um outro metal inferior à prata: o cobre. Já
as pernas daquela espantosa estátua estavam caracterizadas pela dureza do
ferro. E os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.
5. O que
foi que despedaçou a estátua?
R.: “Estavas
vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos
pés de ferro e de barro, e os esmiuçou”. Daniel 2:34
No sonho que
havia tido, Nabucodonosor estava admirando a estátua, quando de repente uma
pedra foi cortada por uma mão invisível. A seguir a pedra foi lançada com
ímpeto, e atingiu a estátua exatamente nos pés que eram em parte de ferro e em
parte de barro. E devido à fragilidade dos pés, a estátua se desmoronou, vindo
a se fragmentar diante dos olhos aterrorizados de Nabucodonosor.
INTERPRETAÇÃO
DO SONHO
6. Quem era
representado pela cabeça de ouro?
R.: “Tu,
ó rei, és rei de reis: pois o Deus do céu te tem dado o reino, o poder, e a
força, e a majestade. E onde quer que habitem filhos de homens, animais do
campo, LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 15
e aves do céu, ele tos entregou na tua mão, e fez que
dominasses sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro”. Daniel 2:37-38
Deus concedeu
a Daniel não apenas a revelação do sonho, mas também a interpretação do seu
significado. Segundo Daniel, o rei Nabucodonosor havia fundado o seu império, e
se tornando rei de reis porque Deus lhe havia dado o reino, o poder, a força e
a majestade para poder fundar o fabuloso Império Babilônico.
Segundo a
explicação fornecida por Daniel, Deus havia entregado nas mãos e sob o domínio
de Nabucodonosor todos os filhos dos homens, todos animais do campo e todas
aves do céu. Com isso Nabucodonosor fundou e consolidou o seu império,
tornando-se a cabeça desse império.
Segunda a
profecia de Daniel, a cabeça de ouro da estátua representa o Império Babilônico
na pessoa de Nabucodonosor. A História Universal mostra que o Império
Babilônico teve sua existência entre os anos de 605-539 a.C.
7. Como
seria o reino que seguiria a Babilônia?
R.: “E
depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de
metal, o qual terá domínio sobre toda a terra”. Daniel 2:39 - 1ª parte
Em sua
explanação ao rei, Daniel esclarece que o reino de Babilônia um dia iria cair.
E em seu lugar se levantaria um outro reino, porém inferior ao reino que
Nabucodonosor havia fundado, assim como a prata é inferior ao ouro.
A História
Universal mostra que sessenta anos após o sonho de Nabucodonosor, Babilônia
caiu em poder do reino da “Medo-Persa” (539-331 a.C.). Na estátua, o peito e os
braços de prata representa o segundo reino do sonho de Nabucodonosor: o reino
Medo-Persa. Em 539 a.C. Ciro, eminente general persa, subjugou o poderoso e
temível Império Babilônico. Com isso estabeleceu a segunda Potência Universal.
8. O que é
dito sobre o terceiro reino?
R.: “E
depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de
metal, o qual terá domínio sobre toda a terra”. Daniel 2:39 - 2ª parte
A seguir
Daniel informa a Nabucodonosor que o segundo reino também iria cair, e em seu
lugar surgiria um terceiro reino, cujo domínio alcançaria uma grande extensão
de terra.
A História
Universal revela que o reino que sucedeu ao Império Medo-Persa foi o reino da
Grécia (331-168 a.C.). Nas batalhas de Grânico em 334 a.C. Isso em 333 a.C. e
Arbela em 331 a.C., a Medo-Persa caiu diante das forças da Grécia comandadas
por Alexandre o Grande. Na estátua, o ventre e as coxas de bronze, representam
o terceiro reino: o reino da Grécia.
9. Qual é o
metal que caracteriza o quarto reino?
R.: “E o
quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiuça e quebra tudo,
como o ferro quebra todas as cousas, ele esmiuçará e quebrantará”. Daniel
2:40
Daniel
esclarece a Nabucodonosor que o terceiro reino também cairá, e em seu lugar
surgirá um quarto reino. Esse reino será mais forte e mais violento do que
todos os três reinos anteriores, sendo comparado à rigidez do ferro, que a tudo
destrói. De forma que esse quarto reino esmiuçará e quebrantará sem
misericórdia qualquer nação que se oponha aos seus desígnios. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 16
A História Universal mostra que o reino que sucedeu ao reino
da Grécia foi o reino de Roma (168 a.C. a 476 d.C.). Na estátua, as pernas de
ferro, simbolizam o quarto reino: o reino de Roma. Na batalha de Pidna, em 168
a.C., Roma dominou o reino da Grécia e se tornou a quarta Potência Mundial.
O REINO
DIVIDIDO
10. O que
aconteceria com o reino de Roma?
R.: “E,
quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em
parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma cousa
da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. E como
os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma
parte o reino será forte, e por outra será frágil”. Daniel 2: 41-42
Finalmente
chegamos aos pés e aos dedos da estátua. Segundo Daniel, por serem constituídos
em parte de ferro e em parte de barro, isto significa que seria um reino
dividido, posto que barro e ferro não dão liga. Mas, por um lado esses reinos
divididos seriam firmes como o ferro e por outro lado seriam frágeis como o
barro.
O poderoso
Império Romano tornou-se um reino dividido. Hoje é identificado como sendo a
Europa dividida em vários países. Na estátua, os pés e os dedos em parte de
ferro e de barro simbolizam os dez reinos em que Roma foi dividida. A História
Universal mostra que as invasões dos bárbaros do norte da Europa terminaram por
fragmentar o Império Romano em 476 d.C. E foi dividido exatamente em dez
partes, tantas quantos são os dedos dos pés, a saber: 1) Lombardos -
Itália; 2) Francos - França; 3) Saxônico - Inglaterra; 4) Alamanos
- Alemanha; 5) Suevos - Portugal; 6) Visigodos - Espanha; 7) Burgundos
- Suíça; 8) Vândalos; 9) Hérulos; 10) Ostrogodos. No
século seguinte esses três últimos reinos foram destruídos.
11. Apesar
de unido por laço de família, o que não aconteceria?
R.: “Quanto
ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente
humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o
barro”. Daniel 2:43
Daniel diz que
embora o ferro e o barro não dão liga, eles estavam misturados, indicando
claramente que os governantes desses reinos divididos iriam procurar se
misturar através do casamento dando origem a descendentes com o intuito de
ligaram um reino ao outro, mas, segundo a profecia, jamais se ligariam
novamente, assim como o ferro e o barro não se ligam. Jamais se tornará um
império.
Diz a História
Universal que Carlos Magno, Carlos V, Napoleão Bonaparte tentaram por todos os
meios reunir os países europeus com o objetivo de fundar um Império Universal,
mas fracassaram porque Deus disse que jamais se ligariam novamente, assim como
o ferro e o barro não se ligam. Também foi por meio de casamentos que os
governantes europeus procuraram formar laços de família com a intenção de
fortalecer e ligar os reinos da Europa. Todavia, quando a primeira Guerra
Mundial explodiu, era tio contra sobrinho, cunhado contra cunhado. Fracassaram
porque Deus disse que jamais “se ligarão um ao outro, assim como o ferro se
não mistura com o barro”.
A profecia se
mostrou mais forte que qualquer vontade humana, e assim permanecerá até os fins
dos tempos. Os reinos da Europa jamais se ligarão politicamente para formarem
um novo império com um único soberano. Sempre que isso foi tentado, também
sempre redundou em guerra. E podemos concluir que sempre LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 17
redundará em guerra. “Como pois se cumpririam as Escrituras,
que dizem que assim convém que aconteça?” (Mateus 26:54).
ESTABELECIMENTO
DO REINO DE DEUS
12. Nos
dias de quem será estabelecido o reino de Deus?
R.: “Mas,
nos dias destes reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais
destruído; e este reino não passará a outro povo: esmiuçará e consumirá todos
estes reinos, e será estabelecido para sempre”. Daniel 2:44
Quanto à pedra
que foi cortada sem mão, e que atinge os pés da estátua, Daniel interpretou
como sendo o estabelecimento do reino de Deus na Terra.
Segundo a
profecia, o reino de Deus jamais será destruído como os reinos anteriores o
foram. Nunca será dominado por qualquer outro povo. Mas pelo contrário, o reino
de Deus destruirá e consumirá até ao pó todos esses reinos, e será estabelecido
por toda a eternidade.
Nos dias de
hoje, estamos vivendo no período representado pelos dedos dos pés da estatua,
que é em parte de ferro e de barro. Disso se pode inferir que logo Deus intervirá
na história da humanidade com a volta de Jesus Cristo e estabelecerá o seu
reino de luz e paz de eternidade a eternidade.
Destarte, o
reino de Deus certamente será estabelecido para sempre na Terra. E como prova
da veracidade dessa afirmação, temos as profecias do sonho de Nabucodonosor
referente aos reinos de Babilônia, Medo-Persa, Grécia, Roma e os reinos
divididos, cuja exatidão do cumprimento pode-se facilmente comprovar pela
História Universal.
Você pode crer
com segurança nas mensagens das Sagradas Escrituras. Pois as profecias
cumpridas demonstram que a Bíblia realmente é divinamente inspirada. Sendo que
as profecias cumpridas servem para comprovar que a mensagem bíblica é
verdadeira. Além disso, fornecem a convicção de que as profecias que ainda
restam para se cumprir, certamente se cumprirão com absoluta precisão. “Buscai
no livro do Senhor, e lede; nenhuma destas cousas falhará, nem uma nem outra
faltará; porque a minha própria boca o ordenou, e o seu espírito mesmo as
ajuntará”. (Isaías 34:16). LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 18
ESTUDO BÍBLICO 3
PROMESSAS
DA VOLTA DE JESUS
JESUS
VOLTARÁ
1. Quando
Jesus nos preparar lugar o que ele fará?
R.: “Não
se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu
Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito: vou
preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos
levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. João
14:1-3
Jesus disse
que na casa do Pai existem muitas moradas. E que se porventura não existissem,
Ele mesmo nos teria dito. Mas como de fato elas existem, Jesus afirmou que iria
preparar lugar para todos os Seus seguidores. E após, voltaria outra vez para
levá-los para junto Dele.
O mais
importante na mensagem de Jesus, além do fato de que Ele iria para junto do Pai
para preparar-nos lugar, é a promessa de que Ele voltaria uma outra vez para
levar todos os salvos para junto de Si mesmo, para que onde Ele estivesse
também estivessem os Seus fieis seguidores.
Diante do
exposto, fica claro que foi o próprio Senhor Jesus Cristo quem declarou que Ele
viria uma outra vez. Como Suas promessas nunca falharam e jamais falham, isto
gera em nossa mente a convicção e a esperança de que Ele realmente voltará para
nos buscar.
Jesus foi
preparar lugar para aqueles que conhecendo a Palavra de Deus, buscam a cada dia
ter uma vida de santificação e obediência à sua Santa Vontade, e que estarão
preparados quando Ele voltar outra vez.
2. Conforme
os dois varões, como Jesus há de voltar?
R.: “E
quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu,
ocultando-o a seus olhos. E estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele
subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco. Os quais
lhe disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus,
que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o
vistes ir”. Atos 1:9-11
Quarenta dias
depois da ressurreição, Jesus estava no monte das Oliveiras proferindo Suas
últimas palavras com orientação e instrução para os Seus apóstolos. Quando de
repente Ele começou a levitar diante dos olhos atônitos dos apóstolos, e
gradativamente foi sendo elevado às alturas. Os apóstolos que a tudo
presenciaram estavam concentrados com os olhos fixos em Jesus, que cada vez
mais se distanciava nas alturas. Quando Jesus estava bastante distante, uma
nuvem O ocultou da visão dos apóstolos.
Foi então que
os apóstolos perceberam que junto deles apareceram dois homens vestidos de
branco. Sabemos que esse dois homens eram anjos na forma LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 19
humana. Esses anjos tinham uma mensagem de conforto e
esperança para os apóstolos. Eles disseram que Jesus foi recebido no céu, e que
Ele retornaria do mesmo modo como se encontrava quando foi arrebatado para o
céu. Pelo exposto fica evidente que os anjos garantiram que Jesus há de vir
novamente a este mundo.
Jesus foi arrebatado
ao céu pessoalmente – em carne e osso – e de forma visível, posto que havia
ressuscitado em carne e osso (Lucas 24:39). E, conforme disseram os anjos que
apareceram aos apóstolos, Jesus também voltará do mesmo modo como foi visto
pelos apóstolos indo para o céu. Portanto, Jesus voltará pessoalmente de
forma visível e em carne e osso.
3. Quem era
Enoque, e o que ele profetizou?
R.: “E
destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é
vindo o Senhor com milhares de seus santos”. Judas 1: 14
A promessa da
volta do Senhor Jesus tem trazido conforto e esperança ao coração do justo
desde os tempos mais remotos. Enoque foi um fiel servo de Deus que viveu antes
do dilúvio universal que aniquilou o mundo antigo. Ele representava a sétima
geração depois de Adão. E já naquela época longínqua esse santo homem de Deus
profetizava sobre a vinda gloriosa do Senhor Jesus acompanhado de milhares de
santos anjos.
Portanto, fica
evidente que a segunda vinda de Jesus é ensinada desde os tempos mais antigos,
logo no princípio do mundo. Só no Antigo Testamento existem mais de 2000
referências sobre a vinda do Senhor. Enquanto que o Novo Testamento relata mais
de 300 citações sobre esse esplendoroso evento.
COMO
SERÁ A VOLTA DE JESUS
4. O que
todas as tribos da Terra verão e farão?
R.: “Então
aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
grande glória”. Mateus 24:30
No dia em que
o Jesus voltar a este mundo, aparecerá no céu o Seu sinal, que é uma nuvem
brilhante e resplendorosa de anjos ao Seu redor. O retorno do Senhor Jesus a
este planeta marcará o fim de todas as nações do mundo. Sua volta será
testemunhada por todos os bilhões de pessoas que estiverem vivas naquele grande
dia do Senhor. “Porque eis que o Senhor sai do seu lugar, e descerá, e andará
sobre as alturas da terra. E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales
se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam num
abismo”. (Miquéias 1:3-4).
Naquele dia
todas as nações da Terra verão o sinal da vinda de Jesus, e se lamentarão
amargamente. Sabem que o fim do mundo chegou, e que estão definitivamente
perdidas e condenadas. Isto porque se recusaram viver em conformidade com os
santos preceitos do Evangelho de Cristo, que a esta altura da história da
humanidade já terá sido pregado em todo o mundo em testemunho a todas as
pessoas.
Todas as
nações do mundo verão Jesus Cristo se aproximando da Terra com as nuvens do céu
ao Seu redor. Jesus virá, não como um cordeiro para o matadouro, mas sim como
Rei dos reis e Senhor dos senhores. Virá com poder e grande glória para buscar
aqueles que Lhe foram fiéis. “Virá o nosso Deus, e não se calará; adiante dele
um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dele. Chamará os
céus, do alto, e a terra, para julgar o seu povo”. (Salmos 50:3-4). LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 20
5. Quantos olhos o verão o retorno de Jesus?
R.: “Eis
que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e
todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”. Apocalipse
1:7
No livro do
Apocalipse o apóstolo João, divinamente inspirado, esclarece aos seus leitores
que Jesus virá com as nuvens do céu. E que todo o olho verá Jesus retornando a
este mundo. Naquele grande dia do Senhor, todas as nações que existirem na
Terra irão se lamentar amargamente.
O importante a
destacar nesse versículo é o fato que João afirmou que todo o olho O verá. Isto
significa que Jesus não voltará a este mundo de maneira invisível,
oculta, secreta, escondida, ou somente para algumas poucas pessoas. Mas a
Bíblia ensina claramente que o retorno de Jesus a este mundo será visível e
clara para todos habitantes da Terra. O mundo inteiro presenciará a volta de
Jesus, porque todas pessoas O verão com os seus próprios olhos. Não será
necessário você dizer para o seu companheiro, vizinho, colega, amigo ou para
qualquer outra pessoa, que Jesus voltou, porque todos os seres vivos verão Sua
vinda nas nuvens do céu.
A volta de
Jesus será tão visível que todas as nações da Terra se lamentarão ao verem
Jesus vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória. “Adiante dele vai um
fogo que abrasa os seus inimigos em redor. Os seus relâmpagos alumiam o mundo;
a terra viu e tremeu. Os montes se derretem como cera na presença do Senhor, na
presença do Senhor de toda a terra. Os céus anunciam a sua justiça, e todos os
povos vêem a sua glória”. (Salmos 97:3-6).
6. No que
você não deve acreditar? Por que?
R.: “Portanto,
se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; eis que ele está no
interior da casa, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente
e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem”. Mateus
24:26-27
Se alguém
disser a você que Jesus voltou e está no deserto, você não deve ir atrás dessa
informação para confirmá-la. E se alguém disser a você que Jesus voltou e está
no interior de alguma casa, você não deve de forma alguma acreditar. Pois as
Sagradas Escrituras alertam que quando Jesus voltar segunda vez a este mundo,
todo olho O verá.
Mesmo porque o
próprio Senhor Jesus comparou a visibilidade do Seu retorno a este mundo, com a
visibilidade do que ocorre com um relâmpago, que se mostra do oriente ao
ocidente, sem que haja necessidade de alguém dizer que ocorreu um relâmpago.
Sabemos que quando um relâmpago está ocorrendo todos podem presenciar o evento
sem que haja necessidade de alguém alertar ao seu vizinho de que está ocorrendo
um relâmpago, pois não é possível esconder o clarão e o ribombo de um
relâmpago. Por isto ele é visto e ouvido a grande distância. Do mesmo modo será
a vinda de Jesus. “E dir-vos-ão: Ei-lo aqui, ou Ei-lo ali; não vades, nem os
sigais. Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu
até à outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia”. (Lucas
17:23-24).
Portanto,
Jesus voltará à Terra pessoalmente e de forma visível. Além disso, os olhos de
todos os homens que estiverem vivos, naquele grande Dia do Senhor, O Verão
vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória.
O
GALARDÃO
7. Quando
Jesus vier o que Ele dará a cada um? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 21
R.: “Porque o Filho do homem virá na glória de seu
Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras”. Mateus
16:27
Quando Jesus
voltar na glória de Seu Pai, ele não virá sozinho, mas retornará a este mundo
acompanhado de todos os Seus santos anjos, cujo número é milhares de milhares e
milhões de milhões (Apocalipse 5:11).
O retorno de
Jesus a este mundo será um espetáculo grandioso e triunfante. Muito além do que
podemos imaginar e descrever. Jesus estará no centro de uma gigantesca nuvem
constituídas por milhares de milhares e milhões de milhões de gloriosos anjos.
O brilho da glória que envolve e emana de Jesus inunda inteiramente o céu,
iluminando o mundo todo. Somente aquele que O aguarda para a salvação é que
poderá suportar os fulgurantes raios do esplendor de Sua glória. “E o seu
resplendor era como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o
esconderijo da sua força. Adiante dele ia a peste, e raios de fogo sob os seus
pés. Parou, e mediu a terra: olhou, e separou as nações: e os montes perpétuos
foram esmiuçados, os outeiros eternos se encurvaram: o andar eterno é seu”.
(Habacuque 3:4-5 e 6)
8. O que
está com Jesus e o que Ele fará?
R.: “E
eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a
sua obra”. Apocalipse 22:12
Jesus Cristo
afirma que o Seu galardão está com Ele. O galardão é a recompensa que Jesus tem
para dar cada ser humano que habitou ou habita o planeta. No esplendoroso dia
em que Jesus voltar a este mundo Ele dará a cada pessoa uma recompensa.
Essa
recompensa é avaliada segundo as obras que a pessoa praticou durante toda a sua
vida, quer sejam coisas boas ou más. Será um dia de acerto de contas para todos
os vivos: para os justos será um dia de alegria e felicidade, enquanto que para
os ímpios será um dia de pânico, angústia e aflição. Ninguém conseguirá escapar
de receber sua recompensa no dia do Senhor.
“Eis que o dia
do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em
assolação, e destruir os pecadores dela. Porque as estrelas dos céus e os
astros não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a luz
não fará resplandecer a sua luz. E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre
os ímpios a sua iniqüidade: e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e
abaterei a soberba dos tiranos”. (Isaías 13:9-11).
ANJOS
ACOMPANHAM A JESUS
9. Quantos
santos anjos acompanharão a Jesus?
R.: “E
quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele,
então se assentará no trono da sua glória”. Mateus 25:31
Jesus virá uma
segunda vez a este mundo em Sua própria glória. Todavia Jesus não virá sozinho.
No dia em que Ele retornar à Terra, todos os santos anjos de Deus deixarão
o céu no mais absoluto silêncio, posto que estarão acompanhando a Jesus em Seu
retorno a este mundo.
Naquele grande
Dia do Senhor, Jesus se assentará no Seu trono de glória para realizar a
colheita final. Então colherá o trigo do meio do joio, tirará as ovelhas do
meio dos bodes, separará os justos dos ímpios, pois é Rei dos reis e Senhor dos
Senhores. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 22
10. O que os anjos farão ao rijo clamor de trombeta?
R.: “E
ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os
seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”. Mateus
24:31
Ao toque de
trombeta, Jesus enviará os santos anjos que O acompanham para ajuntar todos os
justos, que se encontram espalhados em todas as quatro direções dos pontos
cardeais da Terra. A seguir os anjos poderosos e gloriosos que vieram com Jesus
arrebatarão os justos para que se encontrem com o Senhor nas alturas dos céus.
CONCLUSÃO
11. Quando
Jesus vier, o que farão e dirão os ímpios?
R.: “E
os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e
todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das
montanhas. E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do
rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro. Porque é
vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” Apocalipse 6:15-17
No dia em que
Jesus voltar, a consciência dos ímpios os acusarão de tal maneira que entrarão
em total desespero. E muitos ímpios, distribuídos em todas as classes sociais,
aterrorizados e aflitos vão procurar fugir para se esconderem da presença do
Senhor Jesus Cristo. “Então os homens se meterão nas concavidades das rochas, e
nas cavernas da terra, por causa da presença espantosa do Senhor, e por causa
da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra”.
(Isaías 2:19)
Não se dando
por satisfeitos em simplesmente se esconderem, os ímpios também desejarão a
morte. E suplicarão aos montes e aos rochedos para que caiam sobre eles para
que possam, desse modo, esconder-se na morte, evitando contemplar o rosto e a
presença gloriosa de Jesus Cristo, que vem nas nuvens do céu assentado em Seu
trono de glória, com milhões de anjos ao Seu redor. “Os montes tremem perante
ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta na sua presença; e o
mundo, e todos os que nele habitam. Quem parará diante do seu furor? E quem
subsistirá diante do ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e
as rochas foram por ele derribadas”. (Naum 1:5-6).
Todas as
nações da Terra se lamentam amargamente. Os ímpios sabem que chegou o dia final
de ajuste de contas. Sabem que chegou o grande dia da ira do cordeiro. O pânico
é generalizado, e toma conta de todos os perdidos. Pelas palavras proferidas
pelos ímpios podemos perceber que eles não conseguem imaginar quem poderá
subsistir naquele grande e terrível dia do Senhor. Não existem palavras que
possam descrever em todos as suas nuanças, o desespero, a aflição e a angústia
pelas quais os ímpios passarão.
12. Quando
Jesus vier, que dirão aqueles que o aguardam?
R.: “E
naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele
nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salvação gozaremos e
nos alegraremos”. Isaías 25:9
Naquele dia,
quando Jesus voltar haverá na Terra um grupo de pessoas fiéis ao Evangelho
Eterno, identificados como os santos que “que guardam os mandamentos de Deus e
a fé de Jesus”. (Apocalipse 14:12). Este grupo, atento às coisas divinas,
estará aguardando a volta de Jesus com perseverança, devoção, zelo, dedicação e
em LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 23
grande expectativa. O dia da volta de Jesus irá ao encontra
de suas mais profundas esperanças. E quando o sinal da glória do Filho do homem
aparecer nas alturas do céu, os “santos do Altíssimo” (Daniel 7:18)
imediatamente reconhecerão, que se trata da volta do Senhor, e jubilosos
exclamarão: “Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos
salvará”. Será o dia mais encantador e surpreendente na vida de todos os
salvos.
Os santos do
Altíssimo sabem que na salvação dada por Jesus Cristo, eles gozarão de
felicidade e se alegrarão por toda a eternidade. O Seu Senhor, tão esperado por
séculos, retornou para resgatá-los de um mundo de trevas e dor para as moradas
do Seu eterno reino de luz, pois “Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os
pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a
salvação”. (Hebreus 9:28).
No dia em que
Jesus retornar a este mundo, o Evangelho já terá sido pregado em todo o mundo
em testemunho a todos habitantes do planeta. (Mateus 24:14). Naquele tempo o
mundo estará dividido em duas classes de pessoas: A primeira classe é
constituída por uma minoria que aceitando integralmente a Palavra de Deus segue
a Jesus por um caminho estreito e apertado (Mateus 7:14). A segunda classe é
constituída por uma grande maioria de todas as tribos da Terra (Mateus 24:30)
que rejeitando parte da Palavra de Deus segue a Jesus por um caminho largo e
espaçoso (Mateus 7:13). Eles pouco se importam com preparo necessário para
estarem de pé no dia do retorno de Jesus. Quando aquele dia chegar, todos já
terão feito as suas respectivas escolhas, razão pela qual os ímpios sabem que para
eles não há mais nenhuma esperança de salvação. Só existe medo e desespero,
pois o fim de todas as coisas chegou. E você? De que lado estará quando Jesus
voltar? Qual será a sua escolha?
Talvez você
tenha ainda alguma dúvida sobre a volta de Jesus. Mas considere o seguinte: A
prova de que Jesus ressuscitou, subiu ao céu e prometeu retornar a este mundo é
a chamada por “prova jurídica”. Esse tipo de prova é admitido em todos os
tribunais. Ela consiste no testemunho dado por pessoas idôneas que presenciaram
algum evento sobre determinada questão. Quanto a Jesus, é fato comprovado que
Ele prometeu retornar a este mundo. Seus discípulos testemunharam, ensinaram e
pregaram a respeito desse assunto, e finalmente morreram crendo nessa grande
verdade. Portanto, com base nos testemunhos dos apóstolos de Jesus, você também
pode crer que a segunda vinda de Jesus a este mundo é tão certa como foi Sua
primeira vinda.
Além disso,
baseado no fato de que as profecias anteriormente anunciadas pelas Escrituras
Sagradas se cumpriram com perfeição, você pode crer que a profecia sobre a
volta de Jesus a este mundo também se cumprirá com perfeição. Não existe nenhum
motivo para que esta profecia – anunciada pelo próprio Salvador – não venha a
se cumprir com exatidão. E, uma vez que você esteja certo que Jesus voltará a
este mundo, você precisa se preparar, colocando sua vida em perfeita harmonia
com os ensinos bíblicos, “aguardando a bem-aventurada esperança e o
aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”. (Tito
2:13). Pois naquele maravilhoso dia, Jesus retornará a este mundo para buscar
todos aqueles que O aguardam para salvação. LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 24
ESTUDO BÍBLICO 4
SINAIS
DA VOLTA DE JESUS
INTRODUÇÃO
1. Que
pergunta fizeram os apóstolos a Jesus?
R.: “E,
estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos,
em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá
da tua vinda e do fim do mundo”. Mateus 24:3
Algumas horas
antes, Jesus havia acabado de proferir um discurso profético sobre a destruição
da cidade de Jerusalém dizendo: “Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra
sobre pedra que não seja derribada” (Mateus 24:2). Esse discurso havia
despertado o interesse de Seus discípulos, que se dirigiram ao monte das
Oliveiras, onde Jesus se encontrava assentado. E, reservadamente, solicitaram
ao Mestre que lhes informassem “quando” ocorreriam os eventos profetizados
sobre a destruição de Jerusalém, e que “sinal” indicativo anunciaria a Sua
vinda e o fim do mundo.
Basicamente os
discípulos desejavam saber três coisas: quando teria cumprimento a profecia de
Jesus sobre a destruição da cidade de Jerusalém; que sinal ocorreria indicando
a proximidade da segunda vinda de Jesus a este mundo, e finalmente que sinal
indicativo mostraria que o mundo estaria chegando ao fim.
2. Em que
data voltará Jesus?
R.: “Porém
daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas
unicamente meu Pai”. Mateus 24:36
Atendendo ao pedido
dos Seus discípulos, Jesus pregou um sermão profético bastante esclarecedor.
Jesus declarou que ninguém sabe do dia e da hora de Sua volta. Não há
“criatura” em todo o Universo que saiba quando será aquele grande dia. Nem
mesmo os santos anjos do céu sabem em que dia Jesus voltará novamente a este
mundo. Naquela época, nem mesmo Jesus sabia do dia e hora em Ele retornaria uma
segunda vez a este mundo. Mas Jesus foi firme e categórico ao declarar que
somente o Pai, em Sua onisciência, conhece aquele dia e hora, e ninguém mais.
Portanto, o
dia do retorno de Jesus a este mundo nunca foi revelado a ninguém, nem mesmo
aos santos profetas de Deus. Todos que tentaram determinar a data da segunda
vinda de Jesus fracassaram vergonhosamente. Pois o dia e hora da vinda de Jesus
estão ocultos nos eternos conselhos divinos. Portanto, em nenhum lugar das
Sagradas Escrituras está revelado o dia e a hora da volta de Jesus, caso
contrário Ele mesmo nos teria dito.
Mas por que
razão Deus não revelou o dia e a hora da volta de Jesus? A resposta é muito
simples. Deus deseja que Seus filhos estejam sempre preparados para o retorno
de Jesus Cristo a este mundo. Portanto, devemos estar preparados todos os LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 25
dias, como se Jesus fosse voltar daqui algumas poucas horas.
Portanto, “olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo”.
(Marcos 13:33).
3. O que
você deve fazer? Por que?
R.: “Vigiai,
pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”. Mateus 24:42
Já que não
sabemos do dia e da hora em que Jesus voltará a este mundo, somos exortados a
vigiar. “E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai”. (Marcos 13:37).
Desse modo, devemos nos preparar todos os dias para recebê-lo, quando Ele
retornar com poder e grande glória. Pelo termo “vigiar”, Jesus quer dizer que
devemos estar atentos, alertas e sempre sóbrios, aguardando com expectativa o
grande dia do Seu retorno a este mundo, para buscar todos aqueles que O
aguardam para a salvação. Mas, para isso devemos estudar diariamente as Santas
Escrituras para podermos escapar da grande obra de engano que envolverá o mundo
inteiro. Somente aqueles que estudarem profundamente as Escrituras estarão
aptos para discernir o erro da verdade, e preparados para encontrar-se com
Jesus naquele grande dia, “porque virá como um laço sobre todos os que habitam
na face de toda a terra”. (Lucas 21:35).
SINAIS
NO MUNDO RELIGIOSO
4. O que
surgirão nos últimos dias e o que farão?
R.: “Porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e
prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Mateus
24:24
Exceto o Pai,
ninguém mais sabe do dia e da hora em que Senhor Jesus voltará a este mundo.
Todavia, Cristo deixou aos cristãos uma série de sinais indicadores de Seu
iminente regresso a este mundo. E, quando esses sinais estivessem ocorrendo,
deveríamos ficar alerta, pois o seu retorno se daria brevemente.
Um desses
sinais se refere a acontecimentos no mundo religioso, posto que Jesus disse que
“surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos”. (Mateus 24:11). Como
disse o Senhor, esses falsos profetas iriam produzir grandes sinais e milagres,
e como resultado enganarão a muitas pessoas. E, se possível fosse, enganariam
até mesmos os fiéis filhos de Deus. Só não consegue enganá-los porque os fiéis
praticam e estudam com afinco a Palavra de Deus, e desse modo estão aptos a
discernir as artimanhas do inimigo. Foi para eles que Jesus fez a seguinte promessa:
“como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na
terra”. (Apocalipse 3:10).
Está claro que
os falsos profetas não se limitam apenas em apresentar ao público uma mensagem
ou uma doutrina, mas também procuram realizar uma série de milagres, visando
unicamente convencer as pessoas de que eles possuem a aprovação divina. Como
resultado “nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores, e a doutrina de demônios”. (I Timóteo 4:1). Com realização desses
milagres os falsos profetas acabam persuadindo os incautos de que as mensagens
por eles apresentadas são verdadeiras, e desse modo milhares de pessoas são
iludidas, e uma vez enganadas entram pelo caminho da perdição.
Diante do que
Jesus disse, fica evidente que milagre não é prova de que uma religião é
verdadeira, pois até mesmo os falsos profetas iriam realizar milagres, com o
único propósito de enganar. Somente escaparão da obra de engano aqueles que
tiveram a Palavra de Deus como a única plataforma de referência sobre a
verdade. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 26
Nos dias de hoje vivemos diante de uma verdadeira enxurrada
de falsos profetas, que se dizendo cristãos realizam os mais diversos tipos de
milagres, tais como: curas miraculosas, exorcismos, revelações, profecias,
manifestação de línguas esquisitas etc. Apesar disso, estão sendo enganados
pelo inimigo, e também são enganadores, mentirosos, inimigos da verdade e
praticantes de iniqüidades. (Mateus 7:22-23).
Como esses
fenômenos já estão ocorrendo nos dias de hoje pelo mundo todo, podemos inferir
que o retorno de Jesus está bem mais próximo do que podemos imaginar.
SINAIS
NA SOCIEDADE
5. O que fazia
os homens nos dias anteriores ao dilúvio?
R.: “E,
como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.
Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam
e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. E não o
perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos - assim será também a
vinda do Filho do homem”. Mateus 24:37-39
Jesus também
deixou claras indicações do que estaria acontecendo na sociedade, quando Ele
estivesse próximo para voltar a este mundo. Para isso, Jesus fez uma curiosa
comparação. Comparou o mundo antediluviano com o mundo dos últimos dias, e que
antecederia a Sua volta.
Ele disse que
nos dias antecedentes ao dilúvio universal – que destruiu o mundo antigo – as
pessoas não tinham nenhum interesse ou prazer nas coisas espirituais, mas
viviam e se preocupavam unicamente em satisfazer os desejos da carne:
construíam, vendiam, compravam, comiam, bebiam e casavam.
A Bíblia diz
que Noé foi o pregoeiro do mundo antigo (II Pedro 2:5). Durante cento e vinte
anos Noé pregou a Palavra de Deus sobre o fim iminente do mundo, todavia poucas
pessoas deram a devida atenção aos seus pregões. Terminado o tempo de graça
concedido ao mundo, Noé entrou na arca da salvação e os habitantes do mundo
antigo não o perceberam porque estavam distante das coisas espirituais e da
Palavra de Deus. Então veio o dilúvio universal e varreu todas as nações da
face da Terra, destruindo a todos.
Jesus disse
que assim também será na Sua vinda. Nos dias que antecederem o fim, o mundo
estará entretido nos prazeres da carne, e pouco se importando ou acreditando
nas coisas espirituais ou na Palavra de Deus. Então, quando Jesus aparecer com
as nuvens do céu será tarde demais para arrependimento. O tempo da graça concedido
ao mundo estará encerrado. E os homens estarão eternamente perdidos, pois não
creram no Evangelho. A incredulidade os impediu de entrarem na arca da salvação
que é Cristo Jesus, o Senhor. Mas a você Jesus adverte: “E olhai por vós, não
aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e
dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia”. (Lucas
21:34).
6. O que se
multiplicara sobre a Terra, e do que ela se encheu?
R.: “E
viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. A terra
porém estava corrompida diante da face de Deus: e encheu-se a terra de
violência”. Gênesis 6:5 e 11
Na sociedade
do mundo antediluviano a maldade do homem havia aumentado enormemente sobre
toda a Terra. Os homens daquela época dedicavam seu tempo só LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 27
para imaginarem e pensarem em coisas ruins e más
continuamente. Tudo isso fez com que todos os habitantes do mundo antigo se
corrompessem: crianças, jovens, adultos e velhos. Não havia limites para a
imoralidade e maldade. Todos viviam unicamente para satisfazer os anseios
carnais. E o mundo se tornou um lugar perigoso para se viver, uma vez que toda
a Terra se encheu das mais diversas espécies de violências como, por exemplo:
assassinatos, latrocínios, roubos, furtos, sensualismo, homossexualismo,
adultério, falsos testemunhos, corrupções, imoralidades de toda espécie etc.
Vivemos nos
dias de hoje num mundo semelhante ao mundo dos antediluvianos. O mundo de hoje
está mergulhado em lutas e misérias de todas as espécies. A corrupção do gênero
humano aumentou assustadoramente nestes últimos anos. E, como foi nos dias de
Noé, o mundo de hoje se tornou um lugar muito perigoso de se viver. Os homens
estão preocupados com dinheiro, vícios, diversões, perversões, prazeres e
coisas semelhantes. A humanidade está ficando cada vez mais corrupta, egoísta,
avarenta, presunçosa, irreverente e blasfemadora. Segundo Jesus: “por se
multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos”. (Mateus 24:12).
Como todos esses sinais estão ocorrendo nos dias de hoje na sociedade, eles
servem como parâmetro pra indicar que Jesus está às portas, e que em breve
retornará a este mundo.
SINAIS
NO MUNDO POLÍTICO E NATURAL
7. O que
levantar-se-á e o que haverá em vários lugares?
R.: “Então
lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino. E haverá em
vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas
espantosas, e grandes sinais do céu”. Lucas 21:10-11
Jesus disse
que antes dEle voltar uma segunda vez, o mundo entraria em conflitos mundiais
de tal forma que se levantaria nação contra nação e reino contra reino. As
ocorrências de guerras mundiais indicam que essa profecia de Jesus vem se
cumprindo com exatidão, o que demonstra claramente que Jesus em breve voltará a
este mundo.
Numa tentativa
de eliminar as guerras e trazer a paz universal, os homens procurarão
estabelecer um governo mundial, e “quando disserem: Há paz e segurança; então
lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está
grávida; e de modo nenhum escaparão”. (I Tessalonicenses 5:3).
Jesus também
disse que em vários lugares do mundo haveria grandes terremotos, fomes e
pestes. Mais uma vez as profecias de Jesus tem se cumprido com exatidão. Em
algumas partes do mundo têm ocorrido sucessivamente grandes terremotos com
perdas de milhares de vidas. Em outras partes do globo terrestre a fome tem
aniquilado milhares de crianças e adultos. E com relação às pestes podemos
observar uma verdadeira epidemia de doenças, que cada vez mais estão se
multiplicando em vários lugares, tanto entre os homens, como entre os animais.
Os hospitais não conseguem atender a grande demanda de pessoas portadoras de
alguma doença. Nestes últimos tempos têm surgido vários tipos de pestes, como
por exemplo, Aids, Ébola, doenças do carrapato, gripe aviária, doença da vaca
louca, entre tantas outras. Mais uma vez o cumprimento das profecias estão
indicando que em breve Jesus retornará a este mundo.
Jesus disse
que ocorreriam coisas espantosas. Em 26 de dezembro de 2004 um terremoto de
nove graus na escala Richter provocou as chamadas ondas tsunamis, que assolaram
o sudeste da Ásia matando mais de 280.000 pessoas em onze países. Foi o
terremoto mais longo da história. Quando ele terminou sua obra devastadora
havia LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 28
criando uma falha submarina de 1500 quilômetros e sacudindo o
planeta. Ainda, segundo Jesus, haverá grandes sinais no céu.
SINAIS
NA MORALIDADE DO HOMEM
8. Por que
nos últimos dias os tempos serão trabalhosos?
R.: “Sabe,
porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá
homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos. Sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons. Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos
de Deus”. II Timóteo 3:1-4
Outro dos
sinais indicadores da volta de Jesus e do fim do mundo foi anunciado pelo
apóstolo Paulo. Segundo esse santo homem de Deus e doutor dos gentios, os
últimos dias de história da humanidade seriam de tempos difíceis. Nesse tempo
se levantariam homens ingratos, amantes de si mesmos, desobedientes a pais e
mães, sem afeto natural, sem amor para com os bons, mais amigos dos deleites do
que amigos de Deus.
Na época em
que estamos vivendo podemos observar pelas notícias diárias o cumprimento dessa
profecia. A iniqüidade e crimes são anunciados aos quatro cantos da Terra. O
declínio moral é flagrante: filhos desobedientes, ingratos e delinqüentes que
espancam e assassinam os próprios pais. Mães sem afeto natural, que jogam os
seus bebês em latas de lixo. Mães que largam seus filhos na rua, onde eles
acabam passando por grandes privações e terminam se envolvendo na criminalidade
ou então assassinados por grupos de extermínios. Milhares de lares são
desfeitos por falta de amor. Atualmente os homens são mais amigos das baladas,
das diversões, das festas e de outros deleites que o mundo oferece, do que amigos
da Bíblia, da religião e de Deus. “Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras
que vos foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Os quais
vos diziam que no último tempo haveria escarnecedores que andariam segundo as
suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divisões, sensuais, que
não têm o Espírito”. (Judas 17-19).
A decadência
moral da humanidade está cada vez pior. “Os homens maus e enganadores irão de
mal para pior, enganando e sendo enganados”. (II Timóteo 3:13). A maldade e a
crueldade no mundo multiplicam-se assustadoramente. Isto representa mais uma
forte evidência bíblica de que estamos vivendo nos últimos instantes da
história deste mundo, e que Jesus está às portas.
SINAIS
NO CÉU
9. Por que
as nações estarão em perplexidade?
R.: “E
haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações,
em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror,
na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo. Porquanto as virtudes do céu
serão abaladas”. Lucas 21:25-26
Outro sinal
deixado por Jesus está relacionado com a ocorrência de fenômenos astronômicos.
Assim diz o Senhor: “Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do
seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exércitos, e por causa do dia da
sua ardente ira”. (Isaías 13:13). Portanto, as virtudes do céu serão abaladas,
posto que a Terra se deslocará de sua órbita causando o efeito aparente de que
as virtudes do céu LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 29
(sol, lua e estrelas) sofreram um deslocamento em relação à
sua localização natural. E ao imaginar que coisas piores poderão acontecer ao
mundo os homens desmaiarão de terror.
Na Terra as
nações estarão angustiadas perplexas pelo avanço do mar e das ondas, o que causará
grandes destruições de vidas e propriedades no planeta. O desgelo das calotas
polares aumentarão o nível do mar, que cobrirá parte da superfície terrestre.
Os terremotos submarinos causarão maremotos e tsunamis, afogando ilhas
inteiras. A ocorrência cada vez mais freqüente de terremotos, maremotos,
tufões, furacões e inundações provocando grandes perdas de propriedade e de
vidas fornecem mais uma forte evidência de que Jesus em breve retornará a este
mundo.
CONCLUSÃO
10. O que
será pregado em todo o mundo?
R.: “E
este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as
gentes, e então virá o fim”. Mateus 24:14
O último
grande sinal anunciado por Jesus Cristo se cumprirá quando o Evangelho tiver
sido pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as pessoas, então o fim
virá. Ninguém poderá alegar que não sabia que o fim de todas as coisas estava
próximo, ou que não tiveram tempo para se preparar, posto que naquele tempo o
Evangelho já terá sido pregado para todas as pessoas, e todos tiveram
oportunidade para escolher em que caminhos desejavam andar.
É interessante
notar que Jesus deu a certeza absoluta, a um pequeno grupo constituído por doze
homens semi-analfabetos, de que o Evangelho do Reino seria pregado em todo o
mundo. Jesus não disse que o Evangelho deveria ser pregado em todo o mundo, mas
deu a certeza disso, dizendo que o Evangelho será pregado em todo o mundo. Aos
olhos humanos isso poderia parecer palavras inconseqüentes de um visionário
ditas a um grupo de pessoas semi-analfabetas. Todavia, ela tem-se mostrado fiel
e verdadeira. Pois mesmo decorridos quase dois mil anos o Evangelho não morreu,
mas continua sendo pregado e avançando cada vez mais. E em breve alcançará o
mundo inteiro, conforme as palavras proféticas de Jesus. O cumprimento dessa
profecia como de muitas outras, nos oferecem evidências suficientes para
crermos que Jesus em breve voltará para buscar todos aqueles que O aguardam.
11. O que
você deve aprender da parábola da figueira?
R.: “Aprendei
pois a parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e brota
folhas, bem sabeis que já está próximo o verão. Assim também vós, quando virdes
sucederem estas coisas, sabei que já está perto, às portas”. Marcos
13:28-29
A parábola da
figueira ensina que nós podemos predizer que o verão se aproxima quando
percebemos que os ramos da figueira se tornaram tenros e que suas folhas estão
brotando. De forma análoga, quando notarmos que os sinais deixados por Jesus
estão se cumprindo, então podemos concluir que Ele está às portas, prestes a
retornar à Terra para buscar aqueles que Lhe foram fieis. “Assim também vós,
quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto”.
(Lucas 21:31).
12. O que
você deve fazer em todo o tempo?
R.: “Ora,
quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas
cabeças, porque a vossa redenção está próxima. Vigiai pois em todo o tempo,
orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão
de acontecer e de estar em pé diante do Filho do homem”. Lucas 21:28 e 36 LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 30
O retorno de Jesus à Terra será precedido por vários sinais
que indicam tempos agitados e angustiosos, no qual haverá guerras, terremotos,
fomes, tragédias geográficas, doenças incuráveis, crise geopolítica, declínio
moral, declínio da sociabilidade, apostasias, sensualismo, infidelidade
conjugal, perplexidade e pânico entre os homens.
Como cristão,
devemos sempre nos compadecer daqueles que sofrem, e devemos fazer de tudo para
ajudá-los a superar suas crises pessoais, pois de mal já basta aquele que
existe no mundo. A ocorrência dos sinais indicadores da volta de Jesus não deve
ser motivo para desânimo, revolta, tristeza, lamentação, pavor ou terror.
Como todo
cristão vive pela fé, esses sinais devem criar em seu espírito um sentimento de
alegria e de regozijo, pois indicam que o seu Senhor está retornando para
buscá-los para o Seu reino de luz e paz. Esses acontecimentos são a razão para
o cristão expressar um espírito de satisfação, ter pensamentos positivos e
expectativas boas. Tudo isto porque sua salvação pessoal está se aproximando a
passos largos. O cristão deve manter acesa a tocha da esperança da volta de
Jesus, e o seu coração deve estar sempre preparado para exclamar: “Eis que este
é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor, a quem
aguardávamos: na sua salvação gozaremos e nos alegraremos”. (Isaías 25:9).
Mas, para
podermos cultivar atitudes positivas, e não sermos pegos de surpresa naquele
grande dia do retorno de Jesus, é nosso dever estar a todo tempo preparados.
Isto significa que devemos estar alerta, vigiando, observando, notando o
cumprimento dos sinais deixados por Jesus, estudando a Sua Santa Palavra, bem como
orando constantemente para escaparmos de todas as tragédias e enganos que se
abaterão sobre o mundo inteiro. Para que finalmente possamos estar em pé diante
de Jesus, quando Ele aparecer nas nuvens do céu em glória indescritível, com
milhares de milhares e milhões de milhões de anjos ao seu redor.
Ao notarmos
que estes sinais estão ocorrendo no mundo, devemos olhar para cima e buscar a
Deus em fervorosa oração para perdão dos pecados, antes que a porta da graça
venha a se fechar para sempre e não haja mais oportunidade de salvação. Observe
o que diz o Senhor Jesus: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para
que ninguém tome a tua coroa”. (Apocalipse 3:11).
Reconhecendo
que os sinais proféticos anunciados nas Escrituras Sagradas sobre a volta de
Jesus estão se cumprindo numa sucessão espantosa, você precisa se preparar para
encontrar-se com Jesus. Mas para isso você precisa alimentar sua natureza
espiritual com o estudo diário da Palavra de Deus, com a prática diária da
oração e com o seu testemunho pessoal perante os homens. “E já está próximo o
fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração”. (I S. Pedro
4:7). LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 31
ESTUDO BÍBLICO 5
UM NOVO
MUNDO
NOVOS
CÉUS E NOVA TERRA
1. O que Deus
prometeu fazer nova?
R.: “E o
que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E
disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis”. Apocalipse
21:5
A Bíblia diz
que Deus promete “fazer novas” todas as coisas. As Escrituras não dizem que
Deus “fará de novo” (fazer outra vez) todas as coisas. Mas a idéia é que Deus
tornará novas todas as coisas já existentes. Tornar novo significa renovar,
reformar. Logo Deus promete renovar todas as coisas. Renovar o céu, renovar a
Terra, renovar o mar, renovar tudo o que existe sobre a Terra, posto que ela se
tornará o feliz lar de todos os salvos por toda a eternidade.
2. O que o
profeta viu?
R.: “E
vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe”. Apocalipse 21:1
Ao ser
arrebatado em visão, o apóstolo João diz ter visto um Novo Céu. Um céu que foi
tornado novo pelo poder de Deus. João também diz que viu uma Nova Terra. Uma
Terra que também foi renovada por ato divino. Ele afirma categoricamente que o
primeiro céu e a primeira Terra – nos quais hoje estamos vivendo – passaram.
Portanto, a forma como atualmente a Terra e o Céu se apresentam, não serão as
mesmas no Novo Mundo.
Finalmente,
João acrescenta a informação de que o mar também já não existe. Talvez você
esteja pensando: como assim o mar já não existe? A resposta é muito simples!
Não existe do modo como o conhecemos nos dias atuais. Sabemos que quando Deus
criou a Terra, as águas entrecortavam todo o planeta mantendo um clima uniforme
e temperado em qualquer região do globo terrestre, o que provocava o fenômeno
geográfico do vapor que “subia da terra, e regava toda a face da terra”.
(Gênesis 2:6). O mar que atualmente existe é o resultado das águas do dilúvio
universal que foram juntadas e contidas em grandes abismos que surgiram após o
dilúvio, dando origem aos grandes oceanos modernos.
Diante do
exposto, fica claro que Deus restaurará o planeta Terra, o céu e o mar na
situação existente no início da criação. O objetivo fundamental do plano de
Deus é restaurar o homem ao Jardim do Éden.
3. O que os
cristãos aguardam?
R.: “Mas
nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita
a justiça”. II Pedro 3:13 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 32
O apóstolo Pedro confirma à Igreja de Deus que os cristãos –
com base nas promessas de Deus reveladas nas Escrituras Sagradas – aguardam
Novos Céus e Nova Terra. Sendo que na Nova Terra, totalmente renovada pelo
poder de Deus, habitará a justiça. Ali não terão lugar injustiças, iniqüidades,
ódios, vinganças, roubos, adultérios, inimizades etc, como diariamente ocorre
nos dias de hoje. Por justiça, dentro desse contexto, podemos entender como
sendo algo que vai ao encontro de “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é
honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que
é de boa fama”. (Filipenses 4:8).
NOVA
JERUSALÉM
4. Onde
está a nossa cidade?
R.: “Mas
a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus
Cristo”. Filipenses 3:20
As Sagradas
Escrituras ensinam que os cristãos aguardam a renovação dos céus e da Terra
pelo poder divino. Quando isso ocorrer, então o mundo se tornará um lugar
agradável para se viver, um lugar seguro onde habitará a justiça. Além disso,
os filhos de Deus estão perfeitamente conscientes de que possuem uma cidade.
Eles sabem que
esta cidade atualmente se encontra nos céus. O mesmo lugar de onde os fiéis
cristãos aguardam ansiosamente o retorno do Seu querido e amado Salvador, o
Senhor Jesus Cristo.
5. Quem é o
arquiteto e construtor da Santa Cidade?
R.: “Porque
esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”.
Hebreus 11:10
Nesta passagem
bíblica o apóstolo Paulo informa aos seus leitores que os antigos crentes da
Palavra de Deus aguardavam uma cidade divina. Mas não eram somente os antigos
que aguardavam uma cidade celestial, os cristãos também aguardam a mesma
cidade: “porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura”.
(Hebreus 13:14). Uma cidade cujo artífice e construtor não é outro senão o
próprio Deus. Nunca houve cidade mais bem planejada, esplendorosa, e bela,
justamente porque o Seu artífice e construtor é o próprio Deus. Esta é a cidade
que um dia se tornará a capital do mundo vindouro, quando Deus restaurar o
planeta à sua perfeição edênica.
6. O que o
apóstolo João viu descendo do Céu?
R.: “E
eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu,
adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido”. Apocalipse 21:2
Estando
arrebatado numa visão dada por Deus, o apóstolo João fornece novos detalhes
sobre a cidade, que está no céu, e cujo artífice e construtor é Deus. Ele disse
que viu a santa cidade, a qual identificou como sendo a Nova Jerusalém. O
profeta ainda esclarece que a santa cidade descerá do Céu para a Terra.
O majestoso
evento da descida da santa cidade para a Terra, bem como a sua beleza e
esplendor eram tão deslumbrantes aos olhos do apóstolo João, que ele foi levado
a comparar a cidade como estando adornada como uma esposa enfeitada para o seu
marido. Um dia a Nova Jerusalém será a capital mundial do reino de Deus, o qual
será estabelecido para sempre na Nova Terra. Naquele tempo “os santos do
Altíssimo receberão o reino, e possuirão o reino para todo o sempre, e de
eternidade em eternidade”. (Daniel 7:18). LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 33
COMO É A NOVA JERUSALÉM
7. O que
Deus mostrou ao profeta? Como ela era?
R.: “E
levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a
santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua
luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o
cristal resplandecente”. Apocalipse 21:10-11
O apóstolo
João, arrebatado em visão, fornece alguns detalhes interessantes de como é a
santa cidade, a Nova Jerusalém. Em visão, o profeta foi levado a um alto monte
para poder ter uma “visão panorâmica” de toda a cidade.
Primeiramente,
ele confirma que a santa cidade realmente descerá do céu. A seguir,
contemplando a cidade, ele observa que a Nova Jerusalém tinha a glória de Deus,
a ponto de resplandecer com um brilho fulgurante, diante do qual a luz do sol
fica totalmente ofuscada. E, procurando descrever o fulgor que envolve a santa
cidade de Nova Jerusalém, ele a comparou com uma pedra preciosíssima de jaspe
que resplandecia como um cristal.
O jaspe é uma
pedra quartzo duro e opaco que apresenta diversas cores com veios ou manchas
coloridas. A glória de Deus ao atravessar a pedra de jaspe produz a quilômetros
de distância um brilho deslumbrante e resplandecente mesclado com as diversas
cores do jaspe.
8. Por que
a cidade não necessita de sol nem de lua?
R.: “E a
cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a
glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada”. Apocalipse
21:23
A cidade é
indescritível em sua extraordinária beleza. Ela bilha num fulgurante resplendor
proveniente da glória de Deus. “Cousas gloriosas se dizem de ti ó cidade de
Deus”. (Salmo 87:3). João diz que a glória de Deus ilumina toda a extensão da
cidade, de tal modo que não ela necessita da luz proveniente do sol ou da lua
para poder ser iluminada. “E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de
lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia”. (Apocalipse 22:5).
É de Jesus Cristo que emana a glória de Deus, de tal forma que Ele é comparado
como sendo a própria lâmpada da santa cidade.
9. O que não
entrará na cidade? Quem entrará na cidade?
R.: “E
não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas
só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro”. Apocalipse 21:27
No mundo
vindouro não haverá nada que possa contaminar a Nova Jerusalém. Naquela santa
cidade não entrará nada que cometa abominação ou mentira, porque na Nova Terra
somente habitará a justiça.
O apóstolo
João ainda diz que na cidade de Nova Jerusalém somente entrarão as pessoas que
tiverem os seus nomes registrados no livro da vida. “E aquele que não foi
achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”. (Apocalipse
20:15).
Para você ter
o seu nome registrado no livro da vida é necessário que aceite plenamente o
sacrifício de Jesus Cristo em seu favor, e que você seja “fiel até a morte”
(Apocalipse 2:10), obedecendo a Jesus, e praticando inteiramente os ensinos da
Palavra de Deus. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 34
10. O que não haverá na cidade?
R.: “E
ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e
do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas
testas estará o seu nome”. Apocalipse 22:3-4
Na Nova Terra
nunca mais haverá qualquer tipo de maldição contra qualquer pessoa, posto que o
mundo todo estará livre do pecado. Ali somente habitará a justiça.
A Terra
renovada será o Centro do Universo administrado por Deus. Isto porque na Nova
Jerusalém estará instalado o governo de Deus, conforme as palavras do profeta:
“e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro”.
Os servos de
Deus terão a grande honra, privilégio e o imenso prazer de servir a Deus. E o
mais importante: contemplarão o rosto de Deus. Sobre estes Jesus pronunciou uma
bem-aventurança: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”.
(Mateus 5:8).
Na Nova Terra,
todos os salvos adorarão a Deus: “Porque como os céus novos, e a terra nova,
que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim há de estar
a vossa posteridade o vosso nome. E será que desde uma lua nova até à outra, e
desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o
Senhor”. (Isaías 66:22-23).
E nas testas
de todos os salvos estará escrito o nome de Deus. Aqui se faz necessário
esclarecer que a testa é a sede da mente, e que o nome de Deus representa Seu
caráter. Logo, os salvos terão em sua mente o caráter santo, puro e imaculado
de Deus. Em outras palavras, o caráter dos salvos estará em perfeita harmonia
com o caráter de Deus.
CONCLUSÃO
11. Quem
herdará todas as coisas?
R.: “Quem
vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”. Apocalipse
21:7
Mas para poder
desfrutar de todas as benções e das coisas maravilhosas que Deus tem preparado
para os salvos é necessário que o cristão seja um vencedor. Mas vencedor do
que? Vencedor das tentações; vencedor em perseverar na vontade de Deus;
vencedor em praticar os ensinos da Palavra de Deus; vencedor em guardar todos
os Mandamentos de Deus; enfim, um vencedor da tentação e do pecado.
Os maiores
inimigos da vitória do cristão contra o pecado vivem em seu próprio coração.
São eles: o egoísmo, a apatia, a presunção, a falta de humildade, a arrogância
e as tendências carnais. Contra esses terríveis inimigos só existe uma solução
dada por Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: na verdade, o
espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Mateus 26:41).
Além disso,
nós também podemos ser vitoriosos contra o maligno, do mesmo modo como os
antigos cristãos “o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”. (Apocalipse 12:11). A
nossa vitória contra o pecado pelo sangue do Cordeiro, é a garantia de que
herdaremos todas as coisas, e que seremos filhos e filhas de Deus e Ele será o
nosso Deus. A promessa de Jesus para quem vencer é a seguinte: “A quem vencer,
eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre
ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que
desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome”. (Apocalipse 3:12). LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 35
12. O que não haverá mais?
R.: “E
Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto,
nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”. Apocalipse
21:4
Os justos
habitarão a Nova Terra. E todos eles serão consolados por Deus. Porque Deus
promete limpar de seus olhos toda a lágrima. Deus os compensará abundantemente
por todo sofrimento, aborrecimento, perseguição de que foram alvos por amor da
verdade do Evangelho Eterno. Debaixo do Novo Céu e da Nova Terra não haverá
mais lágrimas, tristezas ou luto. Não haverá poluição, maldição, pecado ou
qualquer conseqüência do pecado. A lembrança do mal será eliminada para sempre.
“Porque, eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das
cousas passadas, nem mais se recordarão”. (Isaías 65:17).
Todos salvos
viverão pela eternidade adentro num mundo onde habita a justiça. Será
maravilhoso viver num lugar onde não ocorre mais a morte de ninguém, nem mesmo
a morte de animais, ou de qualquer ser vivo. Ali não haverá mais choro ou
lamentação; não haverá mais clamor provocado por aflições, e nenhum tipo de
sofrimento físico ou moral. Porque as primeiras coisas – as quais representam a
situação atual de injustiça, violência, dor, angústia, sofrimento, lágrimas e
morte – no mundo em que vivemos hoje, já pertencem ao passado. Agora tudo se
fez novo. Reina a paz e a harmonia de eternidade em eternidade. O mundo
vindouro será muito mais maravilhoso do que podemos imaginar: “como está
escrito: As coisas que olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao
coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”. (I Coríntios
2:9). E tudo isso poderá ser seu, basta simplesmente que você creia em Jesus e
tome a decisão de seguir todas as verdades ensinadas na Bíblia Sagrada. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 36
ESTUDO BÍBLICO 6
PLANO DA
SALVAÇÃO
ESTADO
CAÍDO DO HOMEM
1. O que
entrou no mundo pelo pecado?
R.: “Pelo
que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim
também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. Romanos
5:12
A Bíblia
ensina que por um homem – Adão – o pecado entrou no mundo. E com a entrada do
pecado o homem se tornou uma criatura mortal. Isso ocorreu há muito tempo. Deus
havia autorizado ao homem a comer livremente de todas as árvores do Jardim do
Éden, exceto da árvore da ciência do bem e do mal, porque no dia em que comesse
do seu fruto certamente morreria (Gênesis 2:16-17). Todavia, o homem acabou
transgredindo o santo mandamento de Deus, e desse modo o pecado entrou no
mundo, trazendo a mais terrível das conseqüências da desobediência: a morte.
Segundo os
ensinos das Sagradas Escrituras, a morte passou a todos os homens. Isto porque
quando o homem pecou, ele também perdeu o dom da imortalidade que lhe havia
sido concedido por Deus ao comer do fruto da árvore da vida. Assim o primeiro
casal não poderia transmitir geneticamente aos seus descendentes aquilo que ele
já não mais possuía. Desse modo, por causa do pecado dos nossos primeiros pais
eles se tornaram mortais, e todos os seus descendentes também nasceram mortais.
“Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o
visites?” (Salmos 8:4).
Como a morte
domina todos os homens, isto é sinal indicador de que todos os homens trazem no
seu corpo e no seu caráter as “conseqüências” do pecado cometido pelos nossos
primeiros pais. De modo que o homem é gerado em iniqüidade e nasce ímpio. Desde
a mais tenra infância, todos apresentam uma propensão natural para a
desobediência e para o pecado. Quando o primeiro casal pecou, o seu caráter
elevado e santo deixaram de ressonar na mesma freqüência do caráter santo e
elevado de Deus. Com isso todos os homens se tornaram deficientes espirituais e
morais. “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem
faça o bem, não há nem um só”. (Romanos 3:12).
2. Qual é o
salário do pecado? Qual é o dom gratuito de Deus?
R.: “Porque
o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus nosso Senhor”. Romanos 6:23
Neste
versículo a Bíblia ensina claramente que a presença da morte no mundo deve-se
unicamente em conseqüência do pecado. A morte é a única recompensa que o
pecador recebe pela prática do pecado.
Aqui se faz
necessário salientar que o salário do pecado (morte) é devido a duas situações
distintas: Em primeiro lugar, todos nós nascemos mortais unicamente LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 37
por causa do salário do pecado de Adão e Eva. E, em segundo
lugar, todos nós recebemos o salário do pecado em razão dos nossos próprios
pecados.
Mas as
Sagradas Escrituras também trazem esperança e conforto para o pecador
arrependido, ao afirmar que a vida eterna é concedida unicamente por intermédio
de Jesus Cristo. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos
serão vivificados em Cristo”. (I Coríntios 15:22).
Jesus Cristo é
Aquele que tem o poder para desfazer as conseqüências que herdamos do pecado de
nossos primeiros pais, concedendo-nos a vida eterna. Ele também tem poder para
nos livrar do salário de nossos próprios pecados, concedendo-nos o perdão e a
vida eterna. “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna”. (I João
2:25).
JESUS: A
SOLUÇÃO DE DEUS
3. O que
Moisés levantou no deserto?
R.: “E,
como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem
seja levantado. Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna”. João 3:14-15
Jesus ilustrou
o plano da salvação com um evento ocorrido na época de Moisés. Conforme está
registrado no Antigo Testamento os israelitas vaguearam pelo deserto durante um
período de quarenta anos. E muitos deles estavam morrendo ao serem picados por
serpentes abrasadoras. Nessas circunstâncias Moisés intercede a Deus pelo povo.
E atendendo a intercessão de Moisés, Deus ordena que seja moldada uma serpente
de metal à imagem das serpentes abrasadoras, a qual deveria ser fixada num
poste e colocado no centro do acampamento do povo israelita.
Feito isso,
toda pessoa que fosse picada por uma serpente abrasadora deveria ser levada
diante daquele poste, onde estava fixada a serpente de metal. E então deveria
olhar para a serpente de metal, crendo de que não iria morrer pelo efeito do
veneno da serpente abrasadora que lhe havia picado. Aqueles que tinham fé não
morriam, mas aqueles que não exerciam a fé acabavam morrendo pelo efeito do
veneno da serpente.
Assim também,
todos nós fomos picados por aquela “antiga serpente” (Apocalipse 12:9), que
seduziu nossos primeiros pais no Jardim do Éden. Mas Jesus Cristo, à semelhança
da serpente de metal, foi levantado numa cruz de madeira, para que todos possam
olhar para Ele, e todo aquele que nEle crer não perecerá eternamente,
mas pelo contrário terá vida eterna.
4. O que
Deus deu ao mundo? O que recebe aquele que nEle crê?
R.: “Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16
O plano da
salvação gira em torno do fato de que o homem é mortal, e que de nenhuma forma
possui a vida eterna. Assim, as Sagradas Escrituras dizem que Deus amou o mundo
desde o princípio da criação. O Seu amor pela humanidade foi tão amplo, intenso
e irrestrito que Ele entregou à morte vicária (substituta) o Seu Filho
Unigênito – Jesus Cristo para salvar o mundo. “E vimos, e testificamos que o
Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo”. (I João 4:14). Deus fez isto para
que todo ser humano, ao crer em Jesus Cristo não mais venha a perecer
para sempre, mas que receba por meio de Jesus a vida eterna.
Com o plano da
salvação fica bem claro que a vida eterna é oferecida ao homem unicamente por
intermédio da morte expiatória de Jesus, justamente porque o LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 38
homem não possui nada de imortal em si mesmo. Nem no céu,
inferno, purgatório, limbo ou em qualquer outro lugar. O homem é simplesmente
mortal, e somente quem crer em Jesus Cristo é que será salvo da morte
eterna. Esse é o claro ensino das Sagradas Escrituras. “Esta é uma palavra
fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar
os pecadores; dos quais eu sou o principal”. (I Timóteo 1:15).
Jesus deixou o
Seu deslumbrante trono de glória, e tomando a natureza humana desceu neste
mundo de trevas profundas e dor para alcançar o mais perdido dos pecadores.
Jesus “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas
aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens. E, achando-se na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até à morte, e morte de cruz”. (Filipenses 2:6-8).
O sacrifício
expiatório realizado por Jesus Cristo na cruz foi a única maneira de resgatar a
humanidade da morte eterna, a qual ela já se encontra condenada pela sentença
proferida no Jardim do Éden: “certamente morrerás” (Gênesis 2:17). Na cruz do
calvário Jesus recebeu o salário pelos nossos pecados. Ele morreu em nosso
lugar, e com isso deu à humanidade a única oportunidade de salvação, para ter a
vida eterna. “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido”. (Lucas 19:10).
Jesus morreu
por toda a humanidade (II Coríntios 5:15), desde o primeiro ao último homem.
Todavia a salvação é individual, de livre e espontânea escolha do próprio
interessado. Assim ensinou o apóstolo Paulo: “Crê no senhor Jesus Cristo, e
serás salvo”. (Atos 16:31). Somente as pessoas que crerem em Jesus
Cristo como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29) é que
receberão a vida eterna. Aqueles que não crerem em Jesus Cristo jamais
terão o dom da vida eterna, mas perecerão eternamente, conforme a sentença
condenatória proferida no Jardim do Éden aos nossos primeiros pais.
POR QUE
ELE MORREU
5. O que
Jesus levou em Seu corpo sobre o madeiro?
R.: “Levando
ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para
os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes
sarados”. I Pedro 2:24
Neste
versículo o apóstolo Pedro – divinamente inspirado – diz que Jesus Cristo levou
os nossos pecados em Seu corpo sobre a cruz de madeira. Portanto, fica claro
que a morte de Jesus teve um significado muito mais profundo do que poderíamos
pensar ou imaginar: Jesus assumiu a culpa do homem, e por causa disso recebeu o
salário que o pecador merece: a morte. “E bem sabeis que ele se manifestou para
tirar nossos pecados; e nele não há pecado”. (I João 3:5). Ele morreu para
tirar o seu pecado, para que no dia em que você vier a nEle crer possa
então receber o perdão dos pecados e por fim a vida eterna. Jesus tinha plena
consciência de sua missão quando disse: “o Filho do homem não veio para ser
servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos”. (Mateus
20:28).
Não fosse o
amor incondicional de Deus pela humanidade, todos os seres humanos estariam
perdidos para sempre. Todos estariam condenados a morrerem, sem terem nenhuma
esperança ou oportunidade de salvação – a vida eterna. Mas em nossa grande
fraqueza e extrema necessidade desesperadora, Jesus Cristo Se ofereceu para nos
redimir da morte eterna, trazendo salvação a todo aquele que nEle crer.
Disse Jesus: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as
arrebatará da minha mão”. (João 10:28). LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 39
Assim, através da morte de Jesus, Deus está oferecendo a você
a oportunidade única de ter a vida eterna. Qual será a sua decisão?
6. Cristo
morreu pelos pecados de quem?
R.: “Porque
primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras”. I Coríntios 15:3
O apóstolo
Paulo diz que ele tem ensinado aquilo que ele também aprendeu pelas Escrituras
Sagradas. O seu ensino era que Cristo Jesus morreu pelos nossos pecados. Mais
uma vez fica claro que a razão da morte de Jesus Cristo era expiatória. Jesus
entregou Sua vida numa morte vicária (substituta). Ele morreu em nosso lugar.
Ele recebeu o salário dos nossos pecados. Ele sofreu a pena da condenação
proferida no Jardim do Éden aos nossos primeiros pais. Segundo o apóstolo Paulo
“Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós
ainda pecadores”. (Romanos 5:8).
O salário do
pecado é a morte. É o pecador quem deve morrer, todavia Jesus veio ao mundo e
morreu no lugar do pecador, para que este quando cresse em Jesus pudesse
alcançar o perdão dos pecados e a vida eterna. Jesus morreu como expiação pelos
pecados de toda a humanidade. Disse Jesus: “Eu sou o bom Pastor: o bom Pastor
dá a sua vida pelas ovelhas”. (João 10:11).
Ele realizou a
expiação do pecado por todos os homens. Mas a salvação é individual. Para ser
salvo é preciso que cada um, individualmente, faça a sua escolha aceitando a
Jesus Cristo como seu salvador. Quem não O aceitar não será salvo da morte
eterna. “Quem tem o Filho tem a vida: quem não tem o Filho de Deus não tem a
vida”. (I João 5:12).
Graças ao
sacrifício de Jesus, agora podemos ser libertos do poder do pecado, podemos ser
perdoados, podemos ser livres da morte. Agora podemos alcançar a salvação para
a vida eterna porque Cristo morreu exclusivamente por nossos pecados. Ele
morreu em nosso lugar, razão pela qual agora somos salvos por Sua graça,
mediante a nossa fé em Seu sangue remidor.
VOCÊ
DEVE ACEITAR A SOLUÇÃO DE DEUS
7. Quem não
é condenado? Quem já está condenado?
R.: “Quem
crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado; porquanto não crê
no nome do Unigênito Filho de Deus”. João 3:18
Você precisa
aceitar a solução proposta por Deus para o problema do pecado. Para isso você
precisa crer em Jesus Cristo, pois se você não crer em Jesus
Cristo você já está condenado. Mas condenado ao que? Condenado àquela sentença
proferida no Jardim do Éden, quando foi dito aos nossos primeiros pais de que
eles morreriam se comessem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Então
a condenação é a morte do pecador – o perecimento eterno – mesmo porque o
salário do pecado é a morte.
Todos os
descendentes de Adão já nascem condenados à morte eterna, razão pela qual aquele
que crer em Jesus Cristo não é condenado. E também razão pela
qual aquele que não crer em Jesus Cristo já está condenado.
Observe o que diz a Bíblia Sagrada: “Quem crê nele não é condenado; mas quem
não crê já está condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de
Deus”. (João 3:18).
Portanto,
somente aceitando pela fé o sacrifício que Jesus realizou na cruz do calvário,
é que estaremos livres da condenação da morte eterna; somente crendo no
sacrifício substituto de Jesus é que receberemos a vida eterna. Você poderá ser
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 40
perdoado e salvo somente quando vier a crer em Jesus
Cristo como o seu Salvador pessoal, caso você não creia estará perdido. É isso
que você quer? “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a
vida eterna”. (João 6:47).
8. Quando
os crentes em Jesus serão ressuscitados?
R.: “Porquanto
a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê
nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. João 6:40
A vontade de
Deus, que enviou o Seu Filho Unigênito ao mundo, é que todos aqueles que crêem
em Jesus recebam a vida eterna, posto que toda a humanidade está condenada
à morte eterna, sendo este o motivo pelo qual Jesus veio ao mundo e morreu por
todos. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê
naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas,
passou da morte para a vida”. (João 5:24).
O versículo
bíblico esclarece ainda que a vida eterna será concedida ao crente em Jesus
mediante um processo chamado, nas Escrituras Sagradas, por “ressurreição”. E
ainda mais, a ressurreição ocorrerá somente no último dia de história deste
mundo, quando Jesus voltar com milhares de milhares e milhões de milhões de
anjos ao Seu redor.
O Plano da
Salvação é uma prova eloqüente de que não existe imortalidade inerente da alma
humana. O Plano da Salvação nega que os justos ao morrerem vão imediatamente
para o céu, e os ímpios para o inferno. Mas, o evangelho de Cristo promete
imortalidade somente para quem crer em Jesus. E mesmo assim, o dom a
imortalidade só será concedida ao justo mediante a ressurreição dos mortos, que
ocorrerá quando Jesus retornar a este mundo. O evangelho não promete
imortalidade para os ímpios, mas apenas para aqueles que crerem em
Jesus. Logo, os ímpios não receberão a vida eterna, posto que não crêem em
Jesus. “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida
eterna”. (João 6:47).
Em síntese, o
pecador convertido a Cristo tem a vida eterna, a qual somente lhe será
concedida no dia em que Jesus retornar a este mundo com poder e grande glória.
Destarte, os justos mortos não estão vivos no céu, e nem os ímpios mortos estão
vivos no inferno, ou em qualquer outro lugar. Isso porque os justos receberão a
vida eterna através da ressurreição, mediante a fé em Cristo Jesus, a qual ocorrerá
somente no último dia de história deste mundo.
JESUS É
O ÚNICO SALVADOR E MEDIADOR
9. Além de
Jesus existe salvação em algum outro nome?
R.: “E
em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há,
dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos”. Atos 4:12
Muitas pessoas
supõem que os santos canonizados possuem algumas virtudes ou méritos para poder
salvar alguém. Mas isso, à luz das Sagradas Escrituras, é um grande equivoco,
um lamentável erro, uma vez que a própria Bíblia é clara em dizer que exceto o
nome de Jesus Cristo, em nenhum outro nome existe salvação.
Mas por que só
Jesus é quem salva e ninguém mais? A resposta é muito simples. Primeiro porque
Ele é o salvador do mundo (João 3:17; 4:42). Segundo porque somente Ele é o
Filho Unigênito de Deus (João 3:16). Terceiro porque Ele é membro da Santíssima
Trindade (Mateus 28:19). Quarto porque somente Ele morreu pelos nossos pecados
(I Coríntios 15:3). Quinto porque somente quem crer em Jesus é que
receberá a vida eterna. (João 3:36). Sexto porque Ele é o cordeiro de Deus que
tira LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 41
o pecado do mundo (João 1:29). E sétimo porque Ele
ressuscitou para nossa justificação (Romanos 4:25).
Desse modo,
Jesus Cristo é o único que realmente pode salvar os pecadores da morte eterna,
e ninguém mais. “Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados
os pecados”. (I João 2:12).
10. Quantos
mediadores há entre Deus e os homens?
R.: “Porque
há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”. I
Timóteo 2:5
Muitos
imaginam que a Virgem Maria é uma mediadora (medianeira) que trabalha em
benefício dos homens. Todavia, esta doutrina – à luz das Sagradas Escrituras –
demonstra constituir-se numa verdadeira falácia. Isso porque a Bíblia é clara e
explicita em afirmar categoricamente que somente há um mediador entre
Deus e os homens, e que esse mediador se chama Jesus Cristo.
Jesus se
tornou mediador dos homens porque Ele morreu por todos, ressuscitou e sentou-se
à destra da Majestade para interceder por todos aqueles que O buscam para a
salvação (Romanos 8:34). As Escrituras Sagradas ensinam que há só um mediador,
portanto, não pode haver dois, três, quatro ou mais. Caso contrário o Espírito
Santo, que inspirou a Palavra de Deus, nos teria ensinado essa doutrina, o que
não é o caso. Além disso, “ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já
está posto, o qual é Jesus Cristo”. (I Coríntios 3:11).
Foi Jesus
mesmo quem disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai,
senão por mim” (João 14:6). Diante dessa afirmativa do Senhor fica claro que
não existe outro caminho para o Céu a não ser através de Jesus. E ainda mais,
ninguém virá ao Pai a não ser por intermédio de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
11. Que
chamado Jesus nos faz?
R.: “Vinde
a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomais
sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e
encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu
fardo é leve”. Mateus 11:28-30
Jesus chama
todos aqueles que estão cansados e oprimidos pelo pecado, e pelas aflições e
desilusões da vida para que venham até Ele. Quando então Ele promete aliviar
essa pessoa do pesado fardo que carrega.
Jesus ainda
disse que quando você for até Ele, você deverá entregar fardo que carrega, e
tomar o Seu jugo. Mas qual é o significado da palavra “jugo” no contexto do
ensino de Jesus? Ele se refere ao jugo constituído por uma barra de madeira,
pela qual dois animais são unidos pelo pescoço para o trabalho. O jugo também é
usado para unir um boi inexperiente a um boi experiente. Isso para que o boi
inexperiente possa aprender a fazer o trabalho, seguindo indutivamente o ritmo
imposto pelo boi experiente.
Assim também,
devemos tomar o jugo de Jesus e nos atarmos a Ele para que possamos aprender
com Ele a mansidão e a humildade de coração, quando então encontraremos
descanso para nossas atribuladas vidas.
Finalmente
Jesus acrescenta o fato, de que o Seu jugo é suave e o Seu fardo é leve. De modo
que se você for a Jesus e tomar o Seu jugo você ficará com um fardo bem mais
leve do que o fardo que você vem carregando durante toda a sua vida. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 42
12. O que o Espírito e a esposa dizem?
R.: “E o
Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha;
e quem quiser, tome de graça da água da vida”. Apocalipse 22:17
Neste
versículo, a palavra “Espírito” indica que o profeta está se referindo à
terceira pessoa da santíssima trindade: o “Espírito Santo”, que convence o
homem do pecado, da justiça e do juízo vindouro. Já a palavra “esposa”
simboliza a “Igreja do Deus Vivo”.
Logo, o
Espírito Santo, juntamente com a Igreja de Deus, está neste momento te chamando
e convidando para que você venha. E se você ouvir a voz do Espírito Santo
tocando o seu coração você deve vir e se unir à Igreja do Deus. E se você tiver
sede pela verdade, você deve vir e tomar de graça a água da vida, aceitando a
Jesus Cristo, o qual lhe concederá a vida eterna gratuitamente. Jesus está te
chamando: “E não quereis vir a mim para terdes vida”. (João 5:40).
Mas observe
que Deus respeita o seu livre arbítrio. Você “vem” se quiser ter a vida eterna.
Ninguém será obrigado a seguir a Jesus, pois está escrito: “quem quiser, tome
de graça da água da vida”. Mas se você não aceitar o sacrifício expiatório de
Jesus em seu favor, como você poderá escapará da morte eterna negligenciando
tão grande salvação? (Hebreus 2:3). LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 43
ESTUDO BÍBLICO 7
PASSOS
PARA A SALVAÇÃO
CONDIÇÃO
DO HOMEM
1. Existe
algum homem justo na Terra que nunca peque?
R.: “Na
verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça bem, e nunca peque”. Eclesiastes
7:20
Depois que o
pecado entrou no mundo não há homem na face da Terra que seja justo diante de
Deus. Não há homem que faça o bem e que nunca venha a pecar. Na verdade o homem
peca porque já nasceu em iniqüidade, nasceu deficiente espiritualmente, é
incapaz de fazer o bem. Observe a afirmação do salmista: “Eis que em iniqüidade
fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. (Salmo 51:5).
Devido a sua
natureza carnal, o homem possui um pendor natural para praticar o mal. Todas as
intenções do seu coração são mesquinhas e egoístas. Tudo o que faz gira em
torno do seu próprio “ego”, a tal ponto que todos os seus atos são pecaminosos
diante de um Deus Santo e Justo. “Como pois seria justo o homem perante Deus, e
como seria puro aquele que nasce da mulher?” (Jó 25:4).
Ao comer do
fruto da árvore da ciência do bem e do mal, o homem rebelou-se conscientemente
contra Deus. O pecado de nossos primeiros pais acabou alterando a natureza
física, emocional, e espiritual do homem. O seu caráter deixou de estar em
harmonia com o caráter puro e santo de Deus. Com isso o homem perdeu todo
interesse de ter comunhão com o Seu Criador, e sua natureza se transformou de
justa para ímpia, e de santa para perversa. A Bíblia Sagrada diz que “O Senhor
olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse
entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram
imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um”. (Salmos 14:2-3).
2. Qual é o
salário do pecado?
R.: “Porque
o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus nosso Senhor”. Romanos 6:23
A remuneração
do pecado é a morte do pecador. Todos os seres humanos nascem designados a
receberem o salário do pecado, posto que todos possuem uma natureza pecaminosa.
Diz o salmista: “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que
nasceram, proferindo mentiras”. (Salmos 58:3).
Em razão do
pecado de Adão e Eva, todos os seres humanos já nascem condenados à morte
eterna. Mas Deus em Seu infinito amor e misericórdia pela raça caída, enviou o
Seu Filho Unigênito a este mundo de trevas e dor para morrer no lugar do
pecador. Com esse ato Deus concedeu aos homens o dom gratuito da vida eterna
por intermédio de Cristo Jesus nosso Senhor.
Mas, por causa
do livre arbítrio e da capacidade de compreensão que todos os seres humanos são
dotados, a salvação do homem foi condicionada somente ao ato de LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 44
crer em Jesus. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna;
mas aquele que não crê no Filho não verá a vida”. (João 3:36).
ARREPENDIMENTO
3. O que
fazer para que sejam apagados os nossos pecados?
R.: “Arrependei-vos,
pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham
assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor”. Atos 3:19
Após crer que
Jesus Cristo é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29), o
pecador precisa dar o primeiro passo para a sua salvação pessoal: Ele precisa
alcançar o arrependimento dos seus pecados.
Quando o
pecador se arrepende de seus pecados, ele reconhece voluntariamente as suas
próprias faltas. Não procura justificar os pecados que cometeu. Mas sente em
sua própria consciência uma profunda tristeza por ter agido contra os preceitos
divinos, os quais expressam a vontade de Deus para com ele. Quando um pecador
se arrepende há alegria no céu: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos
de Deus por um pecador que se arrepende”. (Lucas 15:10).
É
reconhecendo-se culpado pelos pecados dantes cometidos, que o pecador é levado
pelo Espírito Santo a cogitar em sua consciência o arrependimento e o perdão de
Deus. Mas o simples medo da conseqüência do ato pecaminoso não leva ao
arrependimento genuíno, mas a uma forma de arrependimento chamado “remorso”.
4. O que
opera a tristeza segundo Deus e segundo o mundo?
R.: “Agora
folgo, não porque fostes contristados, mas porque foste contristados para o
arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós
não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera
arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do
mundo opera a morte”. II Coríntios 7:9-10
Segundo estes
versículos no arrependimento existem duas formas de tristeza pelo pecado: (1) A
primeira forma é a tristeza segundo Deus, a qual opera o arrependimento para a
salvação. Nessa forma de arrependimento o pecador se reconhece culpado pelos
pecados que cometeu e fica contristado. (2) A segunda forma é a tristeza do
mundo que opera a morte. Esse tipo de arrependimento é chamado por “remorso”.
No remorso o pecador não se reconhece culpado pelos pecados que cometeu, mas
teme unicamente as conseqüências que seus atos pecaminosos estão
produzindo. Assim, aquele que mata teme a prisão, e não que tenha ofendido a
Deus.
Na Bíblia
encontramos dois eventos que servem para ilustrar a diferença entre
“arrependimento” e o “remorso”. O primeiro caso é representado pela história de
Pedro, que após ter negado a Jesus por três vezes antes do galo cantar, se
arrependeu e chorou amargamente e alcançou o perdão de Deus. Sua vida posterior
testemunha do perdão alcançado. O segundo caso é a história de Judas, que após
ter traído o Mestre, teve remorso, temeu as conseqüências de seu hediondo ato.
A seguir cometeu suicídio. Não teve o genuíno arrependimento que o levaria a
alcançar o perdão de Deus. Não sentiu tristeza pelo pecado, mas ficou apavorado
pelo rumo que estava tomando o seu pecado. Não confiou no amor e no perdão do
Salvador, e cometeu suicídio.
O
arrependimento genuíno manifesta-se numa tristeza e repulsa pelo pecado. O
verdadeiro arrependimento não é uma tristeza que resulta do temor do sofrimento
ou das conseqüências causadas pelo pecado. Esse tipo de tristeza não resulta no
abandono LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 45
do pecado. Somente um profundo sentimento de tristeza que
reconhece ter o pecador ofendido e desagradado a Deus é que resulta no genuíno
abandono e perdão do pecado.
Deus espera
que pelo conhecimento do Evangelho você venha a se arrepender de todos os seus
pecados: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a
todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”. (Atos 17:30).
CONFISSÃO
5. Quem
nunca prosperará? Quem alcançará misericórdia?
R.: “O
que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e
deixa, alcançará misericórdia”. Provérbios 28:13
Ao dar o
segundo passo para a salvação, o pecador espontaneamente deverá confessar os
seus próprios pecados. O pecador que não reconhece em seu coração as suas
transgressões nunca poderá prosperar em sua vida espiritual, nada alcançará de
Deus, pois o pecado é uma barreira entre Deus e o homem. Mas o pecador que
confessa as suas transgressões e as deixa, esse sim, alcançará a misericórdia e
o perdão de Deus. Esse prosperará em sua vida espiritual. O verdadeiro
arrependimento sempre se manifesta com a disposição do pecador em confessar de
coração o seu pecado.
A confissão do
pecado não pode ser feita em sentido geral, mas deve ser específica e
consciente. É necessário que o pecador mencione cada pecado que o Espírito
Santo venha a lhe trazer à consciência. Observe a aflição do salmista por causa
da consciência de seus pecados: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua
benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas
misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu
pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre
diante de mim”. (Salmos 51:1-3).
6. Qual é a
condição para alcançarmos o perdão?
R.: “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os
pecados, e nos purificar de toda a injustiça”. I João 1:9
O pecador que
confessar os seus pecados alcançará misericórdia do Senhor. Porque Deus é fiel e
justo para perdoar os pecados. Deus também é fiel e justo para limpar o coração
do pecador de toda impureza e malícia. Assim se expressou o salmista ao
confessar a Deus o seu pecado: “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade
não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu
perdoaste a maldade do meu pecado”. (Salmos 32:5). Portanto, existe uma
condição para o pecador alcançar o perdão dos seus pecados e a purificação de
sua consciência: ele deverá confessar o seu pecado e suas faltas a Deus.
A confissão do
pecado deve ser precedida de genuíno arrependimento, o qual se manifesta numa
profunda e sincera tristeza pelos pecados e ofensas feitas a Deus. Esse foi o
exemplo deixado pelo salmista: “Porque eu confessarei a minha iniqüidade;
afligir-me-ei por causa do meu pecado”. (Salmos 38:18).
7. Em que
seus pecados se tornarão?
R.: “Vinde
então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a
escarlata, eles se tornarão brancos como a neve: ainda que sejam vermelhos como
o carmesim, se tornarão como a branca lã”. Isaías 1:18 LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 46
A confissão de todo e qualquer tipo de pecado deverá ser
feita em oração a Deus. E por piores que tenham sido os pecados cometidos
apresentados diante de Deus, eles se tornarão brancos como a neve ou como a lã.
Se pecarmos
contra o nosso próximo, além de confessarmos a Deus, também devemos confessar
ao nosso próximo o nosso arrependimento, procurando reparar as conseqüências do
ato pecaminoso e a reconciliação com a parte ofendida ou prejudicada.
É claro que
todos os pecados deverão ser confessados a Deus. Mas na confissão do pecado ao
nosso próximo, o pecador deverá observar o seguinte princípio: “Se o pecado foi
público a confissão deverá ser pública; se o pecado foi privado a confissão
deverá ser privada; se o pecado foi oculto deverá ser confessado em oculto
unicamente a Deus”.
Não deve ser
motivo para aborrecimento, desanimo ou tristeza, se a parte ofendida não quiser
perdoar. Isso é problema unicamente dela com Deus. Quanto a você, pode ficar
sossegado com sua consciência, pois fez o que lhe cabia cumprir, confessando
seu pecado à parte ofendida e a Deus.
CONVERSÃO
8. Em que
nosso Deus é grandioso?
R.: “Buscai
ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio
o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor,
que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em
perdoar”. Isaías 55:6-7
Depois que o
pecador se arrependeu e confessou os seus pecados a Deus, é necessário que ele
dê o terceiro e último passo para o perdão e sua salvação. Esse passo consiste
na conversão. Converter significa mudar o rumo de sua vida em direção à vontade
de Deus. Não é suficiente o arrependimento e a confissão do pecado, se ainda o
pecador persistir em continuar na prática do pecado. É preciso que ele deixe
definitivamente de praticar o pecado. Somente assim terá ocorrido a sua
conversão.
Portanto,
segundo as instruções das Escrituras Sagradas, o ímpio deverá deixar o seu
caminho pecaminoso e o homem maligno deverá abandonar os seus pensamentos
malignos, e se converter a Deus, que terá compaixão do pecador arrependido e
perdoará todos seus pecados.
O pecador
deverá se converter unicamente a Deus, porque Ele é grandioso em perdoar os
pecados. Logo, além do arrependimento e da confissão, também é necessário que o
pecador se converta a Deus. Sem conversão não há perdão!
9. O que
você deve fazer para viver?
R.: “Porque
não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová: convertei-vos, pois,
e vivei”. Ezequiel 18:32
Sabemos que o
salário do pecado é a morte eterna do pecador. Mas as Sagradas Escrituras
ensinam que Deus não tem nenhum prazer na morte do pecador impenitente. Mas o
Senhor deseja que todos os pecadores se convertam dos seus maus caminhos e
conseqüentemente venham a alcançar o perdão dos pecados e a vida eterna
oferecida a todos aqueles que crêem no Evangelho. Somente pelo nome de Jesus
Cristo é que alcançamos o perdão dos pecados: “Filhinhos, escrevo-vos, porque
pelo seu nome vos são perdoados os pecados”. (I João 2:12).
Sem conversão
não há perdão de pecados. “Mas se o ímpio se converter de todos os seus pecados
que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 47
justiça, certamente viverá; não morrerá. De todas suas
transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele: pela sua justiça que
praticou viverá”. (Ezequiel 18:21-22).
Deus é
misericordioso e compassivo para com todo pecador arrependido. Não importa quão
grande seja o teu pecado. Ele está sempre pronto e disposto a perdoar. O perdão
de Deus somente se tornou possível porque Jesus veio ao mundo e morreu pelos
nossos pecados, caso contrário não haveria possibilidade de perdão e salvação.
“A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem
receberão o perdão dos pecados pelo seu nome”. (Atos 10:43).
10. A quem
você deve se converter?
“Tu,
pois, converte-te a teu Deus: guarda a beneficência e o juízo, e em teu Deus
espera sempre”. Oséias
12:6
Para que você
tenha direito ao perdão do pecado e à vida eterna, você precisa se converter a
Deus. O versículo bíblico é muito claro em dizer que devemos nos converter a
Deus. “Se te converteres ao Todo-poderoso, serás edificado; afasta a iniqüidade
da tua tenda”. (Jó 22:23).
Ao se
converter a Deus você deverá observar o seguinte: (1) guardar a beneficência –
prática de fazer o bem; (2) guardar o juízo – guardar a vontade de Deus,
conforme revelada nas Escrituras Sagradas; (3) e confiantemente esperar sempre
em Deus. E uma vez convertido você deverá permanecer “fiel até a morte”. (Apocalipse
2:10).
CONCLUSÃO
11. Com que
profundidade deve ser nossa conversão?
R.: “Ainda
assim, agora mesmo dia o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e
isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não os
vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é
misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência, e
se arrepende do mal”. Joel 2:12-13
A conversão do
pecador a Deus não deverá ser algo superficial, ou apenas uma manifestação
formal do exterior. Mas o interesse do pecador deverá partir com sinceridade do
interior do coração. E isso com jejuns, choro e pranto, em total contrição
pelos pecados dantes cometidos. O coração inteiro do pecador precisa se
submeter a Deus, caso contrário não ocorrerá a tão necessária modificação do
caráter carnal para espiritual. Todos desejos do coração devem ser colocados em
perfeita harmonia com a vontade de Deus. Então Ele transformará nosso coração
de pedra em um coração de carne. “E vos darei um coração novo, e porei dentro
de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e vos
darei um coração de carne”.
“E porei
dentro de vós o meu espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis
os meus juízos, e os observeis”. (Ezequiel 36:26-27).
O Espírito
Santo, através da Palavra de Deus, está chamando para que você se renda e
converta ao Senhor nosso Deus, porque Ele é misericordioso, compassivo e grande
em beneficência. Não procure dar justificativas para o seu pecado, mas aceite o
plano que Deus tem para a sua vida, “não sejas sábio a teus próprios olhos;
teme ao Senhor e aparta-te do mal”. (Provérbios 2:7).
12. O que é
necessário para entrar no reino dos céus? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 48
R.: “E disse: Em verdade vos digo que, se não vos
converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino
dos céus”. Mateus 18:3
Se você não se
converter, e não se fizer humilde, e ter a simplicidade das crianças, de modo
algum você poderá entrar no reino dos céus.
Fazer-se como
meninos significa lançar fora do coração “os maus pensamentos, mortes,
adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”. (Mateus
15:19). Significa desalojar do coração a impureza, a malícia, a arrogância, a
vaidade, o orgulho etc. Fazer-se como meninos é ter a humildade e simplicidade
das crianças. É perdoar para esquecer e reconciliar-se. É ter o “coração
purificado da má consciência”. (Hebreus 10:22). LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 49
ESTUDO BÍBLICO 8
ORAÇÃO
COMO
ORAR
1. Na
oração particular onde Jesus nos aconselhou a orar?
R.: “Mas
tu quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai
que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará”. Mateus
6:6
Jesus, por
preceito e exemplo, constantemente mostrava aos seus discípulos a necessidade
de orarem. Até que “aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar, quando
acabou lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como também
João ensinou aos seus discípulos”. (Lucas 11:1). Este é exatamente o tema que
se propõe o presente estudo: ensinar o cristão a orar conforme as orientações
das Sagradas Escrituras.
No sermão da
montanha, Jesus deixou bem claro que quando os crentes fossem orar em particular
deveriam entrar em seu aposento e fechar a porta. A seguir deveriam dirigir
suas orações ao Pai, o qual está oculto aos olhos dos homens, todavia,
secretamente Ele vê e dará a recompensa que o suplicante solicita.
Portanto, o
cristão deve entrar em seu aposento particular e trancar a porta para orar
reservadamente ao Pai celestial. Esse ato permite que o crente abra seu coração
a Deus como a um amigo muito chegado. Com o seu aposento trancado o suplicante
terá a certeza de que ninguém entrará no seu quarto para interromper sua
comunhão com Deus, de modo que poderá concentrar inteiramente sua mente e seu
coração na oração. Ao abrir o coração a Deus “não estejais inquietos por coisa
alguma: antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela
oração e súplicas, com ação de graças”. (Filipenses 4:6).
Jesus mesmo
tinha o hábito de orar em particular. Observe o testemunho deixado pelo
apóstolo Mateus: “E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E,
chegada já a tarde, estava ali só”. (Mateus 14:23). Agora note o que escreveu o
discípulo Marcos: “E, levantando-se de manhã muito cedo, fazendo ainda escuro,
saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava”. (Marcos 1:35). Veja o que o
Doutor Lucas registrou a respeito do assunto: “Porém ele retirava-se para os
desertos, e ali orava”. (Lucas 5:16). O testemunho eloqüente desses homens
santos de Deus mostram claramente que Jesus tinha em alta conta a oração em
particular.
Toda oração
deve ser lúcida e consciente. O suplicante deve expressar ao Pai suas reais
necessidades e agradecimentos pelas benções recebidas. Ela não deve ser uma
ladainha decorada, repetida mecanicamente, sem nenhuma concentração ou atenção.
MEDIAÇÃO
NA ORAÇÃO LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 50
2. A quem Jesus disse que devemos pedir, e em nome que
quem?
R.: “E
naquele dia nada me perguntareis. Na verdade na verdade vos digo que tudo
quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar”. João 16:23
Em oração, ao
pedirmos qualquer coisa ao Pai, devemos sempre fazê-lo em nome de Jesus.
Somente então o Pai atenderá as nossas orações. “Disse-lhe Jesus: Eu sou o
caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João 14:6).
Portanto, somente poderemos ir ao Pai em oração por intermédio de Jesus.
Orar em nome
de Jesus é muito mais do que simplesmente mencionar o Seu nome na oração como
se fosse uma palavra mágica, tipo “abracadabra”. Para orar em nome de Jesus é
necessário que o cristão creia em Jesus de todo o coração, aceitando-O
como Senhor e Salvador de sua vida. É preciso que creia em Suas promessas,
e que esteja sendo santificado na verdade (João 17:17) pela prática diária da
Palavra de Deus.
3. Conforme
Jesus, em nome de quem devemos pedir em oração?
R.: “E
tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no
filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. João 14:13-14
Novamente,
neste versículo Jesus ensinou que tudo o que pedirmos em Seu nome Ele promete
atender. E isto para que o Pai seja glorificado no Filho. A seguir Jesus
reforça a idéia de que devemos pedir ao Pai em Seu nome ao dizer, que se
pedirmos alguma coisa em Seu nome Ele o fará.
Quando oramos
ao Pai em nome de Jesus, na verdade estamos solicitando a mediação de Jesus em
nosso favor. Pois, segundo os ensinos das Escrituras Sagradas somente Jesus
Cristo é o mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5), pois ninguém vem ao
Pai, senão por intermédio de Jesus (João 14:6).
QUANTIDADE
DE ORAÇÃO
4. A
exemplo do salmista, quantas vezes devemos orar ao dia?
R.: “De
tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz”. Salmos
55:17
O salmista
tinha por costume orar de tarde, de manhã e ao meio-dia. E a exemplo do
salmista devemos no mínimo também orar três vezes ao dia: de manhã, ao meio-dia
e à noite. Alguns santos de Deus achavam conveniente que a oração da manhã
fosse feita de madrugada. Observe o testemunho deixado pelo salmista: “Eu,
porém, Senhor, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração”. (Salmos
88:13).
A duração da
oração não tem limite. Em épocas de crises ou de grandes decisões Jesus passava
a noite inteira em oração. “E aconteceu que naqueles dias, subiu ao monte a
orar, e passou a noite em oração a Deus”. (Lucas 6:12).
O exercício espiritual
de praticar três orações ao dia manterá nossa comunhão com Deus constantemente
renovada e nosso estado de espírito mais elevado.
5. Quantas
vezes o profeta Daniel costumava orar em seu quarto?
R.: “Daniel,
pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora
havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia
se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também
antes costumava fazer”. Daniel 6:10 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 51
O profeta Daniel foi um grande homem de Deus. A exemplo do
salmista, ele também tinha o costume de orar três vezes ao dia.
Segundo
esclarecimento das Escrituras Sagradas, Daniel costumava se dirigir ao seu
quarto para entreter comunhão com Deus. Naquele local, ele se punha de joelhos
e orava a Deus, dando graças pelas benções recebidas.
A oração
pública pode ser feita em pé em atitude de reverência com a fronte inclinada
para baixo, mas na oração particular é conveniente se ajoelhar. O ato de
ajoelhar é um ato de adoração que prestamos a Deus. Como vimos Daniel ao orar
“se punha de joelhos”. Observe como o salmista conclama os crentes a adorarem a
Deus: “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos
criou”. (Salmos 95:6). Muitas vezes Paulo orava de joelhos: “E, havendo dito
isto, pôs-se de joelhos, e orou com todos eles”. (Atos 20:36).
Se você também
quiser ser um homem de Deus, deverá seguir o exemplo dos homens santos de Deus,
orando no mínimo três vezes ao dia.
FÉ E
ORAÇÃO
6. Com o
que devemos pedir ao Senhor?
R.: “Peça-a,
porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar,
que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem
que receberá do Senhor alguma coisa”. Tiago 1:6-7
Além de pedir
a mediação do nome de Jesus Cristo na oração, também é necessário que o cristão
venha a orar exercendo a fé, sem ter no coração qualquer tipo de dúvida. Pois
aquele que faz uma oração cheia de dúvidas é comparado à onda do mar, a qual é
levada pelo vento para qualquer parte e não chega a lugar nenhum. Aquele que
ora sem exercer a fé não receberá de Deus coisa alguma.
Quando for
orar a Deus, o cristão deve acreditar que ele receberá a bênção, antes mesmo
vê-la concretizada. Foi isso que Jesus ensinou: “Por isso vos digo que tudo o
que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis”. (Marcos 11:24).
Portanto a fé
é o vetor que leva as nossas orações ao trono da graça. Sem a fé as nossas
orações são desorientadas e se dissipam entre as paredes do nosso quarto. É
somente pela fé que podemos agradecer e solicitar as benções de Deus. E isto é
feito por intermédio da oração da fé.
7. Que duas
coisas devemos crer ao aproximarmos de Deus?
R.: “Ora,
sem fé é impossível agradar-lhe: porque é necessário que aquele que se aproxima
de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”. Hebreus
11:6
A fé é tão
importante para a oração que sem ela é impossível agradar a Deus. Ao nos
aproximarmos de Deus é necessário crer em duas coisas: Primeiro devemos crer
que Deus existe. Segundo devemos crer que Deus é recompensador (galardoador)
daqueles que O buscam em oração.
A fé é o
resultado da “confiança” que você deposita sobre alguém. A confiança faz parte
da inteligência espiritual. Ela não é algo que você pode exercer na hora em que
bem entender, ou mesmo no momento em que alguém lhe solicitar para depositar
confiança nela. A confiança é uma conquista realizada pelos homens ao interagir
uns com os outros. Para que você possa confiar no seu próximo, é necessário que
você conheça o caráter dele. Mas para isso você precisa ter um relacionamento
pessoal com essa pessoa. Por exemplo, se você estiver em seu são juízo jamais
daria a chave do seu carro a um desconhecido que estivesse passando pela rua.
Mas você daria a chave do LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 52
seu carro a uma pessoa com quem você tem um relacionamento
íntimo e tem a certeza de que essa pessoa não lhe trairá a confiança. Assim
também, para podemos confiar em Deus precisamos ter um relacionamento pessoal e
íntimo com Ele, caso contrário nunca O conheceremos, e em conseqüência nunca
poderemos crer Nele.
Para você
poder conhecer a Deus é necessário que você venha a estudar com afinco a sua
Santa Palavra, prestando especial atenção nos detalhes de Seu caráter e de Sua
vontade para com os homens.
IMPEDIMENTOS
À ORAÇÃO
8. O que
causa divisão entre nós e Deus?
R.: “Eis
que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu
ouvido agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem divisão
entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para
que vos não ouça”. Isaías 59:1-2
Além falta de fé
e da falta da solicitação da mediação de Jesus, a oração ainda pode
ser impedida pelos nossos próprios pecados.
Muitas pessoas
oram fervorosamente, e muitas vezes não são atendidas. Razão pela qual são
levadas a pensar que a mão do Senhor está encolhida a ponto de não poder
salvá-las. Ou então que o Seu ouvido está surdo, a ponto de não poder mais
ouvir as orações.
Todavia, a
razão pelas quais muitas das nossas orações não são atendidas é porque os
nossos pecados causam uma divisão entre nós e o nosso Deus.
Os nossos
pecados criam uma barreira que encobre o rosto de Deus de nós, impedindo que
Deus ouça as nossas orações.
Portanto, para
que o canal de comunicação com Deus seja desimpedido precisamos com sinceridade
do coração nos arrepender, confessar e nos converter da estrada do pecado para
o caminho de Deus.
9. Quando o
Senhor não ouvirá nossa oração?
R.: “Se
eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”. Salmos
66:18
O salmista
declarou que se ele atendesse ao pecado no seu coração, o Senhor não o ouviria.
Ou seja, se permitimos a existência de pecados acariciados em nosso coração,
Deus não ouvirá as nossas orações. “Longe está o Senhor dos ímpios, mas
escutará a oração dos justos”. (Provérbios 15:29).
A única
solução, para que Deus possa continuar escutando as nossas orações, consiste em
livrar-nos definitivamente do poder que o pecado exerce em nossa vida. Para
isso é necessário que venhamos a examinar nossa consciência, reconhecendo o
pecado pelo seu exato nome. A seguir devemos nos arrepender, confessar e
abandonar definitivamente o pecado. Pois, caso contrário, Deus não ouvirá as
nossas orações. “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus
ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem
males”. (I Pedro 3:12).
Portanto, para
que as nossas orações sejam ouvidas por Deus é necessário que tenhamos nossa
consciência purificada dos pecados.
10. A
oração de quem é abominável ao Senhor?
R.: “O
que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável”. Provérbios
28:9 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 53
A pessoa que desvia seus ouvidos de ouvir a Lei de Deus, faz
uma oração considerada abominável ao Senhor nosso Deus. Aquela que rejeita a
luz das Escrituras Sagradas está deliberadamente escolhendo o caminho das
trevas. E quem recusa a obedecer e guardar os mandamentos que Deus revelou em
Sua Santa Lei dá mostra de que não é uma pessoa sincera e íntegra de coração
com as coisas sagradas de Deus. Por essa razão sua oração é abominável ao
Senhor. “Ora nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é
temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve”. (João 9:31). Portanto,
aquele que quer ter uma oração vitoriosa deverá evitar a todo custo o poder do
pecado, caminhando e praticando a luz que provem da Palavra de Deus. Desse
modo, “qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos; porque guardamos os
seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista”. (I João 3:22).
ORAÇÃO
VITORIOSA
11. Qual é
a confiança que temos no em Deus?
R.: “E
esta é a confiança que temos nele, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua
vontade, ele nos ouve”. I João 5:14
A confiança
que temos em Deus é que se pedirmos em oração alguma coisa que seja segundo a
Sua santa vontade, Ele nos atende.
A vontade de
Deus se encontra expressa em Sua Santa Palavra. É vontade de Deus conceder-nos
perdão, salvação, esperança, temperança, saúde, santidade, sabedoria, paz, enfim,
tudo o que for necessário para que sejamos felizes. Devemos sempre ter em mente
que Deus deseja nos conceder o melhor para nós. Foi isso que Jesus ensinou:
“Se, vós pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto
mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem”. (Mateus
7:11).
Ao orarmos
devemos pedir que seja feita conforme a vontade de Deus. Foi assim que Jesus em
Seu grande momento de aflição se colocou nas mãos de Deus orando: “Pai, se
queres, passa de mim este cálix, todavia não se faça a minha vontade, mas a
tua”. (Lucas 22:42).
Assim também
nós devemos orar a Deus colocando-nos em Suas bondosas mãos, confiando no Seu
imenso amor, na Sua misericórdia, em Sua piedade, enfim, confiando que Deus é
galardoador de todos aqueles que O buscam. Esta era a confiança que o salmista
tinha a respeito de Deus: “Ouve-me, Senhor, pois boa é a tua misericórdia; olha
para mim segundo a tua muitíssima piedade”. (Salmos 69:16).
12. Segundo
Jesus, em que condições as orações serão atendidas?
R.: “Se
vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o
que quiserdes, e vos será feito”. João 15:7
Se nós
estivermos em Jesus e as Suas palavras estiverem em nós, poderemos pedir tudo o
que desejarmos, e que nos será atendido. Portanto, duas são as condições para
nossas orações serem atendidas: (1) Estar em Jesus e (2) Suas palavras estarem
em nós.
Estar em
Jesus significa
permitir que ele habite nossos corações, vivendo não mais o “eu”, e sim Jesus.
Esse foi o testemunho deixado pelo apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na
carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo
por mim”. (Gálatas 2:20).
As palavras
de Jesus estarão em nós quando
estivermos vivendo a Palavra de Deus em nossas vidas. Foi Jesus mesmo que
disse: “Santifica-os na verdade: a tua LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 54
palavra é a verdade”. (João 17:17). Se você cumprir esses
dois requisitos “pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”.
Então o que
você fará com o que aprendeu sobre a oração? A sugestão é que você creia que a
oração é um exercício espiritual sagrado que deve ser realizado todos os dias,
e que Deus ouve as orações. Por essa razão você precisa se comprometer a orar
com fé, no mínimo três vezes ao dia, para que a janela do céu lhe seja aberta,
e que a sua confiança em Deus possa crescer cada vez mais. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 55
ESTUDO BÍBLICO 9
REBELIÃO
DE LÚCIFER
O PAI DA
MENTIRA
1. Desde
quando o Diabo peca?
R.: “Quem
comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o
Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo”. I João 3:8
Este versículo
diz que qualquer pessoa que comete pecado pertence ao diabo. Mas quem é o
diabo? Qual é a sua origem? De onde ele vem? Porque ele peca desde o princípio.
Esta são algumas perguntas que vamos procurar responder no decorrer do presente
estudo.
Conforme a
Bíblia Sagrada, o diabo peca desde o princípio da criação de todas as coisas. E
foi por esta razão que Jesus Cristo se manifestou neste mundo e viveu entre os
homens, unicamente com o propósito de desfazer todas obras do diabo, concedendo
a paz e o perdão ao pecador arrependido, e por fim a vida eterna.
As Escrituras
Sagradas ensinam que o diabo é um ser pessoal e real, extremamente perigoso,
adversário de Deus e dos homens. O nome diabo ou Satanás é mencionado setenta e
uma vezes no Novo Testamento.
2. Em que o
Diabo não se firmou, e do que ele é pai?
R.: “Vós
tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai: ele foi
homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade
nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é
mentiroso, e pai da mentira”. João 8:44
Em certa
ocasião Jesus disse aos judeus que queriam matá-lo, de que eles tinham por pai
ao diabo. Este versículo mostra claramente que Jesus Cristo estava convicto de
que existia um ser real e pessoal chamado diabo.
Segundo Jesus,
os judeus que queriam matá-lo estavam satisfazendo os desejos de seu pai – o
diabo – pois esta entidade foi homicida desde o princípio. Portanto, desde o
princípio o diabo é causador de mortes, porque o salário do pecado é a morte.
Jesus também
disse que o diabo não se firmou na verdade. O trecho “não se firmou na verdade”
significa que por algum tempo o diabo andou na verdade, mas que infelizmente
não conseguiu manter-se e criar raízes na verdade.
Mas como se
define a verdade? A verdade é a intenção do agente em descrever com perfeição
os fatos verificados. Por ser a descrição exata da realidade a verdade é única
no tempo e no espaço. Segundo Jesus, a Palavra de Deus é a verdade. Isto porque
ela foi inspirada por Deus, e descreve com perfeição a realidade dos fatos
divinos revelados aos homens.
Jesus ainda
disse que quando o diabo profere a mentira, fala do que lhe é peculiar e
intrínseco ao seu caráter porque é mentiroso e pai da mentira. Com isso fica LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 56
claro que o diabo é o inventor de uma poderosa arma chamada
mentira. E todos aqueles que praticam a mentira estão usando uma arma criada
pelo diabo.
Mas o que é a
mentira? A mentira é a intenção consciente e deliberada do agente em distorcer
a verdade. O mentiroso tem por objetivo iludir e enganar as mentes incautas e
despreparadas, visando auferir qualquer vantagem para si ou para outrem. E por
representar uma distorção consciente da verdade, a mentira – de acordo com os
interesses privados do mentiroso – pode assumir múltiplas formas, tanto no
tempo como no espaço.
O erro também
é uma forma de distorção da verdade. Todavia a diferença entre o erro e a
mentira é que o primeiro não está carregado da intenção dolosa,
característica própria da mentira. Mas, ocorre de forma inconsciente devido a
falhas da memória, do raciocínio ou ainda da falta de conhecimento. Já a
verdade é a perfeita e exata descrição da realidade dos fatos, e depende da
habilidade de quem a descreve. Só a verdade é digna de crédito.
NO
PRINCÍPIO
3. Lúcifer
era cheio do que, e perfeito em que?
R.: “Filho
do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o
senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em
formosura”. Ezequiel 28:12
Deus ordena ao
profeta Ezequiel que levante uma lamentação (canto fúnebre) sobre o rei de
Tiro. O rei de Tiro era um perverso tirano que estivera inteiramente sob o
controle do diabo, pois quem comete pecado é do diabo. De forma que o profeta
estava se referindo a um ser que estava além da pessoa física do rei. Na
realidade, o profeta viu, através de uma revelação divina que o diabo era o
verdadeiro responsável pelas atitudes malignas do rei de Tiro. Destarte sua
lamentação passa a ser dirigida ao próprio Lúcifer.
O profeta
começa sua lamentação descrevendo o caráter de Lúcifer, antes dele se tornar o
diabo: “Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em
formosura”. Este versículo revela três características de Lúcifer: (1) Lúcifer
era o aferidor da medida. Assim ele era encarregado de conferir, calibrar e
ajustar os demais seres do universo ao elevado padrão divino. Ele mesmo era o
padrão pelo qual todos os anjos deveriam ser aferidos. Hoje o padrão do cristão
é Cristo; (2) Lúcifer era cheio de sabedoria. Isto quer dizer que ele era
dotado de uma enorme faculdade de discernimento espiritual, capaz de enxergar
as coisas distintamente com grande circunspeção e prudência. Era capaz de bem
avaliar e apresentar os fatos com juízo sóbrio e bom senso; (3) Lúcifer era
perfeito em formosura. Portanto, ele era extraordinariamente bonito,
apresentando feições perfeitas, de aspecto proporcional e extremamente
agradável aos olhos.
Não devemos
nos esquecer que o nome Lúcifer significa “portador de luz”. Com isto fica
claro que para bem cumprir sua missão sagrada Lúcifer portava aos demais seres
do Universo mensagens, conhecimentos, orientações e as decisões proferidas pelo
Altíssimo. Portanto, ocupava uma elevada posição diante de Deus.
4. Onde
Lúcifer estava? O que foi preparado para ele?
R.: “Estavas
no Éden, jardim de Deus: toda a pedra preciosa era a tua cobertura, a sardônia,
o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a
esmeralda e o ouro: a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti;
no dia em que foste criado foram preparados”. Ezequiel 28:13 LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 57
Lúcifer estava no Éden, Jardim de Deus. E o fato de estar no
Éden demonstra que a lamentação proferida pelo profeta Ezequiel não estava
sendo destinada ao rei de Tiro, pois este nunca esteve no Éden, Jardim de Deus.
Mas, Lúcifer esteve.
A Bíblia se
refere à glória e honras conferidas a Lúcifer ao dizer que toda a pedra
preciosa era a sua cobertura, indicando que ele era muito precioso à vista de
todos os seres do Universo. Por isso ele era grandemente honrado com uma
cobertura de pedras preciosas.
Este versículo
diz claramente que Lúcifer foi criado. E que no dia em que ele foi criado Deus
também lhe concedeu a sensibilidade e gosto pela música. Nesse dia Deus
preparou para ele alguns instrumentos musicais, como tambores pífaros etc.
Portanto, Lúcifer era uma espécie de regente musical no coro celestial.
5. Quem era
Lúcifer, e onde ele estava?
R.: “Tu
eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci: no monte santo de Deus
estavas, no meio das pedras afogueadas andavas”. Ezequiel 28:14
Lúcifer era um
querubim. Um querubim é um anjo da primeira hierarquia. Esta passagem mais uma
vez prova que a lamentação do profeta Ezequiel não era dirigida ao rei de Tiro,
posto que este não era nenhum querubim, e nunca esteve no Éden, Jardim de Deus.
A concepção
popular de um diabo com chifres, pés de cabra, olho de serpente peçonhenta, e
de aparência horrorosa teve sua origem na mitologia pagã, e não na Bíblia.
De acordo com
as Sagradas Escrituras, Lúcifer era um anjo de primeira hierarquia, e foi
especialmente escolhido para resguardar a verdade e os anjos de Deus. E para
realizar suas atividades ele estava estabelecido no monte santo de Deus – lugar
onde se localiza o trono do Altíssimo.
O andar no
meio das pedras afogueadas é uma indicação clara de que Lúcifer era honrado
diante do trono de Deus. Pois no trono de Deus há chamas de fogo, e em torno
dele também há fogo ardente; e um rio de fogo verte eternamente de diante do
trono do Altíssimo (Daniel 7:9-10). O apóstolo João descreveu que esse rio era
algo parecido com um mar de vidro misturado com fogo (Apocalipse 15:2).
O
ORGULHO E A AMBIÇÃO DE LÚCIFER
6. Até
quando Lúcifer permaneceu perfeito?
R.: “Perfeito
eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou
iniqüidade em ti”. Ezequiel 28:15
Lúcifer era
perfeito em seus caminhos ao cumprir e ensinar a verdade (Palavra de Deus). Ele
se conduzia em perfeita conformidade com a vontade divina. E isto desde o dia
em que foi criado. Todavia, em determinado momento da vida desse exaltado
querubim, se achou a mancha da iniqüidade e do pecado em seu caráter, até então
imaculado. Sobre esse assunto, disse Jesus que ele “não se firmou na verdade”.
(João 8:44).
Por ser dotado
do livre arbítrio, Lúcifer tinha a plena liberdade de escolha. E, por possuir a
capacidade de raciocínio, ele era responsável pelos seus próprios atos.
Empregando mal a liberdade que possuía, Lúcifer conscientemente profanou com a
iniqüidade o seu caráter impoluto e santo. Com isso, deixou de ser o portador
de luz para se tornar o diabo – o acusador de Deus e dos homens.
7. O que
Lúcifer tinha no coração? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 58
R.: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu,
acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me
assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e
serei semelhante ao Altíssimo”. Isaías 14:13-14
O pecado de
Lúcifer se manifestou como uma rebelião contra o governo de Deus. Em
determinado momento de sua existência ele alimentou no fundo do seu coração o
orgulho, a vaidade, o egoísmo, e a ambição. Isso originou em seu coração o
ardente desejo de se elevar acima de todos os anjos de Deus (estrelas de Deus –
Apocalipse 1:20) e estabelecer um governo (trono) concorrente ao governo do
Criador do Universo.
E ainda mais.
Ele pretendia estabelecer o centro do seu governo ao norte do monte da
congregação, no mesmo local onde estava localizado o trono de Deus. Em seu
coração havia somente o desejo de exaltação própria. A pretensão dessa criatura
era tão desmedida que cobiçava a posição do próprio Deus. Veja só a ironia! A criatura
desejando tomar o lugar do Criador.
8. Por que
o coração de Lúcifer elevou-se?
R.: “Elevou-se
o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa
do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem
para ti”. Ezequiel 28:17
O coração de
Lúcifer se exaltou por causa de sua beleza esplendorosa. Ele começou a olhar
para si mesmo em vez de olhar para o Criador do Universo. E para alcançar o seu
propósito maligno de estabelecer um trono concorrente ao trono de Deus, veio a
corromper a sua extraordinária sabedoria. Nesse exato instante ele inventou a
distorção intencional da verdade, conhecida como mentira. Segundo Jesus:
“quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai
da mentira”. (João 8:44). Com sua espantosa inteligência, e com as armas da
mentira, Lúcifer passou a seduzir os santos anjos de Deus, criando discórdia e
o descontentamento no céu. Destarte, o sentimento de orgulho e exaltação
própria no coração de Lúcifer foi a principal motivação que levou Lúcifer a
desejar ser semelhante do Altíssimo, e esse mesmo sentimento também foi causa
de sua ruína nos céus.
A
BATALHA NO CÉU
9. O que
houve no céu? E para onde Satanás foi precipitado?
R.: “E
houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e
batalhava o dragão e os seus anjos. Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar
se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente,
chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na
terra, e os seus anjos foram lançados com ele”. Apocalipse 12:7-9
O mal cresceu
no céu até tomar forma de uma rebelião contra o Criador. Milhões de anjos de
Deus foram seduzidos pela astúcia e mentiras de Lúcifer. Foi então que entrou
em operação o plano da salvação. O Filho de Deus tomou a forma de arcanjo,
visando unicamente resgatar os anjos que estavam seguindo o equivocado caminho
de Lúcifer.
O Filho de
Deus assumiu o nome de Miguel, o qual significa “quem é semelhante a Deus”.
Nome muito apropriado, uma vez que Lúcifer era quem desejava LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 59
ser “semelhante ao Altíssimo”, sendo que somente o Filho de
Deus poderia ser semelhante ao Altíssimo, e nenhuma outra criatura.
Então teve
início uma disputa no Céu. De um lado estava Miguel e os Seus anjos e do outro
lado estava o diabo e os seus anjos. Miguel apresentou o amor e o perdão
oferecidos por Deus aos anjos que desejassem retornar para o lado do Criador. O
diabo com uma enorme má fé, astutamente acusou o Criador de intolerante.
Durante esse tempo de graça e misericórdia, muitos anjos se arrependeram, e se
colocaram ao lado de Miguel.
Mas Lúcifer e
um terço dos milhões de milhões de anjos (Apocalipse 12:3-4) rejeitaram
persistentemente o perdão oferecido por Deus, e se opuseram ferozmente ao
Criador. Aferrando-se ao plano de Lúcifer esses anjos foram além dos limites da
misericórdia e do perdão concedido por Deus. E, pela persistente resistência
aos apelos de Deus, cometeram o pecado imperdoável de blasfêmia contra o
Espírito Santo, resultando na cauterização de suas próprias consciências. O que
os tornaram adversários irreconciliáveis de Deus.
Após todos os
anjos terem feito suas respectivas escolhas, seja ficando ao lado de Miguel ou
ao lado do diabo, a porta da graça se fechou para sempre aos anjos que pecaram.
Nesta batalha ideológica contra o Filho de Deus, o diabo não pode prevalecer, e
foi lançado para fora dos céus e precipitados na Terra juntamente com os
milhões de anjos que ele havia seduzido e arrastado para sua causa.
Quando esteve
na Terra, Jesus relembrou-se daquele triste episódio, quando Ele ainda era
Miguel, dizendo: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu”. (Lucas 10:18). De
forma que neste mundo nós não estamos sozinhos. Há muitos séculos, milhares de
anjos malignos estão habitando este planeta juntamente com os seres humanos.
A
DESTRUIÇÃO DO ADVERSÁRIO
10. O que
consumirá Satanás e seus anjos?
R.: “Pela
multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os
teus santuários: eu pois fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti,
e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. Todos os
que te conhecem entre os povos estão espantados de ti: em grande espanto te
tornaste, e nunca mais serás para sempre”. Ezequiel 28:18-19
Por causa da
enorme barbaridade dos pecados cometidos pelo diabo no céu e pela injustiça de
suas atividades iníquas, ele profanou o caráter imaculado dos santos anjos de
Deus – santuários – os quais estavam sob seu cuidado no monte santo de Deus.
Aqui se faz
necessário um esclarecimento a palavra santuário tem o significado de templo. E
sabemos que o corpo é um templo de habitação do Espírito Santo (I Coríntios
3:16). Assim também de forma análoga os corpos celestiais dos anjos são
santuários. E Lúcifer profanou os santuários – santos anjos – quando os
contaminou com o pecado, levando-os a se rebelarem contra Deus.
Mas esse
poderoso adversário de Deus terá um triste fim. No dia do juízo executivo será
consumido no fogo, e se tornará em cinza sobre a face da Terra. Todos
habitantes do Universo presenciarão o fim do diabo. Naquele dia, todos estarão
espantados da tremenda atividade de rebelião desenvolvida pelo diabo e
conduzida até onde ele pode. Eis o triste fim de um poderoso querubim, criado
para viver para sempre, e que após se tornar em cinza pelo poder do fogo “nunca
mais serás para sempre”. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 60
CONCLUSÃO
11. Para
quem está preparado o fogo eterno?
R.: “Então
dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Mateus 25:41
Jesus mesmo
confirmou que o diabo é um ser pessoal e que possui anjos sob seu comando. Mas,
estas criaturas estão condenadas às conseqüências eternas do fogo, que segundo
Jesus está preparado para o diabo e seus anjos. Todavia esse fogo também irá
devorar todos os ímpios, os quais estarão no dia do juízo executivo colocado à
esquerda de Jesus.
Desde o
princípio Deus decretou o fim do sofrimento e do mal com a destruição de
Satanás. A princípio ele foi expulso do céu. Ao ocasionar a morte de Jesus
ficou restrito a este planeta. Durante o milênio ficará aprisionado no abismo,
isolado de tudo e de todos. E, finalmente, depois do milênio será lançado no
lago de fogo para ser consumido. E enquanto aquele dia não chega esses anjos
malignos estão separados da presença de Deus e presos na Terra, “e aos anjos
que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação,
reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”.
(Judas 6).
Jesus Cristo
ao morrer na cruz trouxe ao Universo a Justiça Eterna, e adquiriu o direito de
destruir a Satanás. “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue,
também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que
tinha o império da morte, isto é, o diabo”. (Hebreus 2:14).
Com certeza
você deve estar se perguntando: por que Deus não destruiu a Lúcifer logo no
início, evitando tantos males e aborrecimentos? A resposta é muito simples. Se
Deus houvesse destruído imediatamente a Lúcifer, logo no início da rebelião, a
dúvida de quem estava falando a verdade iria persistir nas mentes dos anjos. E
depois, com a imediata destruição de Satanás os anjos iriam servir a Deus pelo
medo, e não movidos pelo amor. Além disso, a semente do descontentamento
lançada por Lúcifer no céu poderia ser causa de inúmeras outras rebeliões. Por
isso Deus em sua infinita sabedoria permitiu que o mal continuasse e se
propagasse para que ficasse revelado a todos o verdadeiro caráter de Satanás, e
os terríveis resultados do pecado.
12. O que
não se levantará por duas vezes?
R.: “Que
pensais vós contra o Senhor? Ele mesmo vos consumirá de todo: não se levantará
por duas vezes a angústia”. Naum 1:9
A Bíblia
Sagrada nos assegura a derrota final de todo o mal. O fogo eterno consumirá o
diabo, seus anjos e todos os ímpios, causando a extinção definitiva e para
sempre do pecado no Universo. Deus promete que o sofrimento, a lágrima, a
morte, o pranto, o clamor, e as dores provocadas pela rebelião de Lúcifer nunca
mais se levantará: “não se levantará por duas vezes a angústia”.
No novo mundo,
o sofrimento, o pranto, a dor, a morte causada pela rebelião de Lúcifer terá
sido coisa do passado. Terá ocorrido apenas uma única vez. E por toda a
eternidade nunca mais haverá um outro ser que possa se levantar contra Deus para
trazer o mau ao Universo. Os salvos gozarão pela eternidade adentro as benções
do amor de Deus. Louvado e bendito seja o nome do Senhor para todo o sempre!
Amém! LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 61
ESTUDO BÍBLICO 10
ESTADO
DOS MORTOS
INTRODUÇÃO
1. Após
soprar o fôlego de vida, o que o homem foi feito?
R.: “E
formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego
da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Gênesis 2:7
Para saber o
que acontece com o homem quando ele está morto, devemos primeiramente conhecer
como o homem foi trazido à vida.
A Bíblia diz
que o homem foi formado por Deus a partir do pó da Terra. Em Sua atividade
criadora Deus reuniu vários elementos contidos na Terra, tais como oxigênio,
fósforo, cloro, flúor, ferro, cálcio, magnésio, potássio, manganês etc, e
modelou esses elementos na forma de Sua própria imagem, conforme a Sua própria
semelhança (Gênesis 1:26-17). Mas essa imagem era apenas uma figura inanimada.
Não andava, não pensava, não falava, não sentia, não tinha vontade, não tinha
consciência etc. Foi então que Deus soprou no nariz daquela figura o fôlego da
vida.
Somente quando
Deus reuniu o pó da Terra perfeitamente modelado com o fôlego da vida é que o
homem passou a ser uma “alma vivente”. Pelo termo “alma vivente” entende-se que
o homem adquiriu vida. A Bíblia não diz que Deus colocou no corpo do homem uma
alma, uma entidade etérea capaz de viver – por si só – separada do corpo.
Portanto, o homem não recebeu a partir do meio exterior uma alma, mas as
Sagradas Escrituras ensinam que o homem passou a ser uma alma vivente, fato que
ocorreu quando Deus soprou nas narinas do homem o fôlego da vida. Portanto, a
reunião do “corpo” com o “fôlego da vida” deram origem à alma vivente.
No original a
palavra “alma” significa “vida”. Muitas Bíblias modernas têm traduzido a
palavra alma por vida. Logo a palavra alma nas Sagradas Escrituras se refere à
pessoa viva. A pessoa está viva unicamente porque possui o fôlego da vida, que
mantém suas funções fisiológicas em plena atividade. O fôlego da vida é um
princípio vivificante que anima o corpo humano, tornando-o uma alma vivente.
Por isso o homem é capaz de usufruir seus sentidos físicos, bem como usar os
órgãos do corpo para poder se expressar com o universo ao seu redor. Quando o
homem recebeu o fôlego da vida, ele se tornou alma vivente, e passou a
raciocinar, pensar, ter consciência, sentimentos e vontades.
Nas Escrituras
Sagradas há centenas de exemplos que provam sem deixar margem para dúvidas que
a palavra “alma” significa “pessoa”, “ser vivo”. Observe as seguintes
passagens: “E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma
vivente”. (Gênesis 1:20). “E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme
a sua espécie”. (Gênesis 1:24). “Todas as almas que vieram com Jacó ao Egito”.
(Gênesis 46:26). “E éramos por todos no navio duzentas e setenta e seis almas”.
(Atos 27:37). Portanto, está claro que a palavra alma quer dizer vida. E
em toda a Bíblia Sagrada nunca é dito, ou sugerido que o homem possui uma alma
imortal. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 62
Antes de Adão tornar-se um ser vivo ele simplesmente não
existia. Ele não estava no céu, no inferno, nem no limbo, enfim ele não estava
em nenhum lugar do Universo. Mas, passou a existir somente a partir do instante
em que se tornou alma vivente, quando Deus soprou em suas narinas o fôlego da
vida. E ao deixar de ser alma vivente, também deixou de existir. Ou seja, com a
cessação da vida, a alma vivente simplesmente desaparece. Ela não vai para
lugar algum. Simplesmente deixa de existir. É como se nunca houvesse aparecido
no Universo.
Para efeito de
visualização considere a clássica ilustração da caixinha de madeira. Imagine
que você tem uma caixinha de madeira feita de tábuas e pregos. Ao desmontar a
caixinha sobrarão apenas pregos de um lado e tábuas de outro lado. Então se
pergunta: o que aconteceu com a caixinha? Para onde a caixinha foi? Ora! Ela
simplesmente deixou de existir. Ela não foi para nenhum lugar. Ela voltou à
situação anterior à sua criação, que era de inexistência. É como se nunca
houvesse existido.
POR QUE
A MORTE EXISTE
2. Qual era
conseqüência de comer da árvore proibida?
R.: “E
ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás
livremente. Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque
no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Gênesis 2: 16-17
Deus criou o
homem mortal. Mas, após colocar o homem para trabalhar no Jardim do Éden, Deus
lhe concedeu de comer do fruto da árvore da vida. Esse ato de Deus tornou o
homem um ser vivo imortal. Todavia havia no Jardim do Éden um “antídoto” para o
efeito vivificante produzido pelo fruto da árvore da vida. Esse antídoto era o
fruto da árvore da ciência do bem e do mal.
Como Deus
havia criado o homem em sua forma adulta. E como o homem foi criado com o livre
arbítrio e com a capacidade de raciocínio, ele pode ser responsabilizado
moralmente e espiritualmente por seus atos. Por essa razão era necessário
ajudá-lo a crescer nas áreas espiritual e moral. Portanto, o homem deveria ser
ensinado a conhecer diferença existente entre o bem e o mal para poder fazer
bom uso do seu livre arbítrio. Para isso Deus ordenou ao homem dizendo que de
qualquer árvore existente no Jardim do Éden ele teria plena liberdade para
comer de seu fruto, com exceção do fruto da árvore da ciência do bem e do mal.
O teste era bastante simples! O homem não passaria por nenhuma necessidade!
Deus advertiu
ao homem que se porventura transgredissem a proibição divina comendo da árvore
da ciência do bem e do mal, com certeza ele morreria. Portanto, a vida eterna
havia sido concedida ao homem mediante a condição de obediência moral. Ele
nunca deveria comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, sob pena de
cessar de existir. E se o homem nunca houvesse comido do fruto da árvore
da ciência do bem e do mal certamente viveria para sempre, sua vida nunca
cessaria de existir.
3.
Contradizendo a Deus o que a serpente disse à mulher?
R.: “Então
a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no
dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus,
sabendo o bem e o mal. E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se
comer, e agradável aos olhos, e árvores desejável para dar entendimento, tomou
do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”. Gênesis
3:4-6
Então a
serpente, manipulada por uma força diabólica e contradizendo a Palavra de Deus,
disse à mulher que certamente eles não morreriam. A serpente implicitamente
insinuou que Deus havia mentindo; conseqüentemente, o homem LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 63
poderia transgredir a ordem divina e comer livremente da
árvore da ciência do bem e do mal, e que de forma alguma morreria.
Com a sua
astúcia a serpente insinuou que Deus não apenas havia mentido, mas também
estava escondendo do homem um modo de vida mais elevado e sublime. Segundo a
serpente, no dia em que o homem comesse do fruto da árvore da ciência do bem e
do mal, milagrosamente seus olhos iriam se abrir, e em conseqüência ele seria
como Deus, conhecendo a diferença entre o bem e o mal. E tudo isto sem precisar
passar por nenhum teste moral de obediência, conforme aquele que foi proposto
por Deus.
Nesta frase a
serpente se entrega, pois quem desejava ser semelhante ao Altíssimo era o
próprio Lúcifer (Isaías 14:14). Mas agora o diabo estava transferindo o desejo
de seu caráter ao homem. Então a mulher, acreditado nas palavras da serpente e
cobiçando a suposta propriedade miraculosa do fruto da árvore da ciência do bem
e do mal, deixou de acreditar nas Palavras de Deus. E arrancando um fruto da
árvore da ciência do bem e do mal, comeu-o. Não contente em transgredir a ordem
divina levou do fruto ao seu marido, que também comeu juntamente com ela.
(Gênesis 3:6).
Em sua
desobediência o homem transgrediu o claro mandamento de Deus, e
conseqüentemente cometeu pecado. Ao comer do fruto da árvore da ciência do bem
e do mal o homem “anulou” em sua estrutura genética o efeito da vida eterna
produzida pelo fruto da árvore da vida. Destarte, o homem voltou ao seu estado
inicial de criatura mortal.
4. Para
onde o homem tornará?
R.: “No
suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela
foste tomado: porquanto és pó, e em pó te tornarás”. Gênesis 3:19
Em
conseqüência da desobediência do homem ao mandamento divino, ele foi expulso do
Jardim do Éden. Agora teria que trabalhar duro para poder ter o seu alimento
cotidiano, e isto até o dia em que viesse a morrer. Quando o fôlego de vida
cessa de atuar no corpo, a alma vivente deixa de existir e o corpo retorna ao
pó da Terra.
Esse versículo
esclarece que quando o homem morre, ele não vai para o céu ou para o inferno.
Mas, quando o homem morre, ele simplesmente deixa de existir, posto que retorna
ao pó Terra, de onde ele veio. A Bíblia ensina que o homem é formado do pó da
Terra, e por causa do pecado que trouxe a morte, retornará ao pó da Terra. Os
elementos químicos que constituem o corpo se desagregam e retornam à Terra.
“Peço-te que te lembres de que como barro me formaste, e de que ao pó me farás
tornar”. (Jó 10:9)
O QUE É
A MORTE
5. Segundo
Jesus, a morte é semelhante ao que?
R.: “Assim
falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo
do sono. Disseram pois os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Mas
Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do
sono. Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto”. João 11:11-14
Já sabemos
como o homem foi trazido à vida. Agora estamos em condições de conhecer um
pouco mais sobre o que acontece ao homem quando ele cessa de viver.
Lázaro era
amigo de Jesus. E ele estava morto havia três dias. No sepulcro, o cadáver de
Lázaro já estava frio, pálido, duro, inchado e cheirando mal. Jesus LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 64
aproveitou a morte de Lázaro para ensinar aos Seus discípulos
a doutrina do que acontece com as pessoas quando elas estão mortas. Jesus havia
dito aos Seus discípulos que Lázaro estava dormindo, mas que Ele iria
despertá-lo do seu sono.
Os discípulos
pensaram que Jesus estava se referindo do repouso natural do sono. Foi quando
então Jesus lhes ensinou claramente o que Ele entende por morte. Para Jesus a
morte é comparada a um sono, do qual somente Ele tem o poder para despertar,
através da ressurreição.
Quando alguém
está dormindo, no repouso do sono natural, ele perde totalmente a noção de
tempo, espaço e de eventos. Assim também ocorre com aquele que está morto.
Podem passar milhares de anos e o morto não terá nenhuma noção desse enorme
intervalo de tempo decorrido; podem ocorrer grandes mudanças nos eventos
históricos e o morto também não terá noção ou percepção alguma dessas mudanças;
podem as coisas mudar de um lugar para outro, que ainda assim o morto não terá
consciência de nada, a menos que seja ressuscitado.
Jesus ensinou
que a morte é comparada a um sono. Isto indica claramente que o morto não vai
imediatamente gozar as delícias do céu ou o sofrimento do inferno. Pois o
galardão não é dado na hora em que a pessoa morre, mas será dado somente
quando Jesus voltar a este mundo. Portanto, o morto não vai para o limbo, e nem
fica vagando no espaço. Ninguém vai reencarnar em outra pessoa ou em algum
animal. Mas o morto fica no pó da terra, aguardando a ressurreição e o galardão
que receberá no último dia de história desde mundo, quando Jesus retornar com
poder e grande glória. “Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que
todo aquele que vê o Filho, e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei
no último dia”. (João 6:40).
6. O que os
vivos e os mortos sabem?
R.: “Porque
os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem cousa nenhuma, nem
tão pouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao
esquecimento. Até o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não
têm parte alguma neste século, em cousa alguma do que se faz debaixo do sol”. Eclesiastes
9:5-6
Somente
pessoas vivas podem ter consciência do que ocorre no universo ao seu redor. De
forma que somente os vivos sabem que hão de morrer. Em contraste com os vivos,
os mortos – por estarem no sono da morte – não possuem consciência de coisa
alguma. De forma que não sabem de nada do que acontece no Universo.
Para o morto,
até mesmo os seus sentimentos mais profundos como amor, ódio ou inveja
pereceram no mesmo instante em que ele morreu. Finalmente, o versículo
acrescenta que os mortos não participam em coisa alguma do que se faz neste
mundo. Quando o homem morre, extingue-se a alma vivente (vida). Com isso, se
extingue sua consciência, inteligência, raciocínio e seus sentimentos mais
acariciados.
Os mortos
estão na mais completa inconsciência, em silêncio e descanso absolutos,
mergulhados no mais profundo sono da morte. Eles não possuem noção de coisa alguma.
Os mortos não percebem o passar do tempo, não têm noção do desenrolar dos
acontecimentos ou de mudanças no espaço.
Esses dois
versículos comprovam claramente o ensino de Jesus Cristo, de que a morte é
comparada a um sono profundo, do qual as pessoas perdem totalmente a
consciência do mundo ao seu redor.
A Bíblia
Sagrada é muito clara em comparar a morte a um sono. Observe as seguintes
expressões: “E dormiu Salomão com seus pais, e o sepultaram na cidade de Davi
seu pai”. (II Crônicas 9:31). “E Asa dormiu com seus pais; e morreu no ano
quarenta e um do seu reinado”. (II Crônicas 16:13). “E dormiu Manassés com seus
pais, e o sepultaram em sua casa”. (II Crônicas 33:20), ou outra equivalente
que são citadas 60 vezes, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Portanto, as
Sagradas LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 65
Escrituras comparam a morte a um sono. “Como as águas se
retiram do mar, e o rio se esgota, e fica seco. Assim o homem se deita, e não
se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem se erguerá do seu
sono”. (Jó 14:11-12).
7. Pode o
homem fazer alguma coisa enquanto morto?
R.: “Tudo
quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na
sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem
sabedoria alguma”. Eclesiastes 9:10
Na morte não
há consciência de nada. Na sepultura não há obra, indústria, ciência,
sabedoria, nem coisa alguma. Esta é a razão pela qual os vivos são aconselhados
a aproveitar as oportunidades apresentadas. Devem procurar fazer tudo com
lucidez e conscientemente; com dedicação e amor; conforme todas faculdades e
habilidades que possuem.
Com a morte
cessam todas as oportunidades e possibilidades de melhorar nossa situação
diante de Deus. A morte fecha a porta da graça e sela o destino do homem. Os
mortos dormem um sono inconsciente. Ali no pó da terra aguardam a vinda de
Jesus, a ressurreição e o galardão que Ele trará consigo, para dar a cada um
segundo as obras que praticaram quando vivos.
8. O que
não há na morte?
R.: “Porque
na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará?” Salmos 6:5
Como aquele
que dorme o sono da morte não possui consciência de coisa alguma, isto implica
que os mortos nem mesmo possuem lembranças de Deus. Sendo que esta é a situação
de todos aqueles que estão mortos. Por isso ninguém pode louvar a Deus estando
morto. “Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio”. (Salmo
115:17).
Se os mortos
já estivessem no céu, certamente teriam lembranças de Deus, e conseqüentemente
louvariam a Deus, como os anjos o fazem. Todavia, o texto bíblico declara
enfaticamente que os mortos estão no mais completo silêncio. Não ouvem, não
falam, não pensam, não sentem, não tem consciência, não raciocinam, enfim não
sabem de nada do que acontece no Universo.
Quando Jesus
voltar a este mundo, muitas pessoas que estão mortas há milhares de anos vão
ressuscitar do pó da Terra para a vida. E ao serem ressuscitadas, continuam com
o mesmo fio de pensamento que tinham antes do último instante em que perderam a
consciência ao caírem no sono da morte. Ao ressuscitarem elas não terão noção
do longo tempo decorrido desde que morreram. Para elas tudo parecerá ter
ocorrido como que se fosse num instante. Em suas mentes, elas sentem que
acabaram de morrer para imediatamente se verem ressuscitadas.
9. Qual é a
vantagem do homem sobre os animais?
R.: “Porque
o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; a
mesma cousa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo
fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos
são vaidades. Todos vão para um lugar: todos são pó, e todos ao pó tornarão”. Eclesiastes
3:19-20
Na morte, o
homem não leva nenhuma vantagem sobre qualquer animal que habita a face do
planeta. Tanto os homens como os animais possuem um mesmo fôlego de vida. E do
mesmo modo como morre o animal, assim também morre o homem. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 66
Na morte, tanto homens como animais vão para um mesmo lugar:
ao pó da Terra. Pois tanto os homens como os animais são pó, e todos ao pó
tornarão. Estes versículos fornecem uma evidência clara de que os homens não
levam nenhuma vantagem sobre os animais. Mas o Livro Sagrado diz que todos os
seres vivos sejam animais ou homens – bons ou maus – todos vão para o pó da
Terra, porque todos são constituídos por pó, e todos ao pó tornarão. “Todavia o
homem que está em honra não permanece; antes é como os animais que perecem”.
(Salmo 49:12).
JESUS
TEM PODER SOBRE A MORTE
10. O que
Deus fará com os que em Jesus dormem?
R.: “Não
quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que
não vos entristeçais, como os demais que não têm esperança. Porque, se cremos
que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os
tornará a trazer com ele”. I Tessalonicenses 4:13-14
Mas a Bíblia
traz a confortadora esperança para os vivos a respeito daqueles que já dormem,
isto é daqueles que estão mortos.
A esperança do
cristão é a seguinte: do mesmo modo como nós cremos que Jesus morreu e ressuscitou
dos mortos. Assim também nós cremos que todos aqueles que em Jesus dormem – que
morreram na fé em Cristo – Deus irá trazê-los de volta à vida. “Disse-lhes
Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá”. (João 11:25).
Os mortos
voltarão à vida por meio de um processo chamado “ressurreição”. A ressurreição
é a forma pela qual Jesus despertará os defuntos do sono da morte. Trata-se de
uma recriação, conforme as especificações que Deus tem registrado. (Salmos 139:16).
No glorioso
dia da volta de Jesus ocorrerá a ressurreição dos justos. Ao som de trombeta os
mortos despertarão do pó da terra e contemplarão a face do seu anjo da guarda e
verão o Rei da glória, o Senhor da vida.
11. O que
acontecerá aos mortos e aos justos vivos?
R.: “Eis
aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última
trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós
seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade”. I
Coríntios 15:51-53
Por ocasião da
segunda vinda de Jesus a este mundo haverá milhões de pessoas vivas no planeta.
E nem todos os justos estarão mortos. Naquele dia, ao toque da trombeta de
Deus, os justos vivos serão transformados num instante de seres corruptíveis em
incorruptíveis, e de seres mortais em imortais. A duração dessa transformação é
comparada pela Bíblia Sagrada a um piscar de olhos.
A Bíblia
também informa que todos aqueles que morreram em Cristo, ressuscitarão
incorruptíveis e imortais. Ao som da trombeta de Deus, eles despertam do pó da
Terra e se levantam em estado de perfeição, completamente glorificados.
Portanto, os
justos mortos sairão dos sepulcros glorificados e os justos vivos serão
glorificados num piscar de olhos, e serão arrebatados ao céu para se
encontrarem com Jesus nas alturas. Com isso fica claro que a Bíblia nega terminantemente
a imortalidade inerente, e natural da alma humana, também nega que os justos já
estão no céu desfrutando a felicidade eterna. Mas, as Sagradas Escrituras
prometem o dom LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 67
da imortalidade somente quando Jesus retornar a este mundo, e
mesmo assim, mediante o processo de ressurreição dos mortos. A Palavra de Deus
não promete imortalidade para os ímpios, mas apenas para os justos. Portanto,
os ímpios não receberão a vida eterna.
Hoje temos um
corpo corruptível, isto é um corpo que envelhece, morre e se desfaz no pó da
Terra. Mas um dia teremos um corpo incorruptível e imortal, totalmente livre de
doenças, deformidades e sofrimentos. Que gloriosa esperança para o cristão
fiel! Que maravilha! O cristão ressuscitará com um corpo perfeitamente
saudável, incorruptível e imortal. “Quanto a mim, contemplarei a tua face na
justiça; satisfar-me-ei da tua semelhança quando acordar”. (Salmos 17:15).
Que corpo você
quer ter quando Jesus voltar trazendo o galardão? Eu quero ter um corpo
incorruptível e imortal. E você? Se você também quiser ter um corpo
incorruptível e imortal, você já sabe o que deve fazer.
CONCLUSÃO
12. O que
não haverá na nova Terra?
R.: “E
Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto,
nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”. Apocalipse
21:4
Finalmente os
salvos de posse da vida eterna viverão numa Terra renovada por Deus, debaixo de
um novo céu. E de eternidade em eternidade nunca mais ocorrerá a morte de
qualquer criatura, nunca mais haverá pranto, clamor ou dor. A vida dos salvos
será plena e feliz para todo o sempre.
Você entendeu
que a Bíblia ensina claramente que o homem é mortal? E que os mortos
permanecerão inconscientes no pó da terra até o glorioso dia da volta de Jesus
a este mundo, quando então ocorrerá a ressurreição dos justos? Você também
compreende que as Sagradas Escrituras ensinam que a oportunidade para se ter a
vida eterna somente existe enquanto você estiver vivo? E que hoje é o dia em
que você deve aceitar a Jesus Cristo como o Seu Salvador pessoal para ter a
vida eterna? Amanhã poderá ser muito tarde! “Portanto, como diz o Espírito
Santo, se ouvirdes hoje a sua voz não endureçais os vossos corações”. (Hebreus
3:7-8). LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 68
ESTUDO BÍBLICO 11
ESPIRITISMO
INTRODUÇÃO
1. Que
norma deve ser usada para provar a verdade?
R.: “Quando
vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que
chilreiam e murmuram entre dentes; – não recorrerá um povo ao seu Deus? a favor
dos vivos interrogar-se-ão os mortos? À Lei e ao Testemunho! se eles não
falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”. Isaías 8:19-20
O espiritismo
é a doutrina cujos adeptos supostamente pretendem comunicar-se com os espíritos
dos mortos por meio de um intermediário, a quem dão o nome de médium.
A Bíblia
Sagrada diz que quando você for convidado a consultar os médiuns ou os
adivinhos com a intenção de interrogar os mortos a favor dos vivos, deve
terminantemente recusar tal convite. Pois o povo de Deus recorrerá unicamente
ao Seu Deus, e a ninguém mais. Recorre-se a Deus através da oração e das
orientações divinamente inspiradas em Sua Santa Palavra.
A Bíblia
ensina uma regra básica que permite o cristão identificar se determinada
religião é verdadeira ou falsa. Se essa religião não ensinar, pregar ou
falar segundo a Lei e ao Testemunho ela nunca verá a luz. Pela palavra “Lei”
deve-se compreender que se trata do antigo nome dado ao “Pentateuco”, ou seja,
aos primeiros cinco livros das Sagradas Escrituras. E pela palavra “Testemunho”
deve-se entender que se trata do “Testemunho de Jesus Cristo” (12:17), o
“Espírito de Profecia” (Apocalipse 19:10), concedida aos santos profetas.
Portanto, a verdadeira religião jamais negará ou entrará em contradição com
qualquer um dos ensinos das Sagradas Escrituras. Todos os ensinos da verdadeira
da religião sempre estarão em perfeita harmonia com os ensinos divinamente
inspirados, e que se encontram registrados nas páginas da Bíblia Sagrada.
Foi em
obediência a esse princípio que os bereanos foram mais nobres do que os
Tessalonicenses, “porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia
nas Escrituras se estas coisas eram assim”. (Atos 17:11).
DEUS
CONDENA A CONSULTA AOS MORTOS
2. Que
proibição Deus fez ao Seu povo?
R.: “Entre
ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem
adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro. Nem encantador
de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem
quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal cousa é abominação ao
Senhor: e por estas abominações o Senhor teu Deus as lança fora de diante
dele”. Deuteronômio 18:10-12 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados
69
As Escrituras Sagradas indicam que a qualquer crente do Seu
povo, Deus proibiu terminantemente a consulta e a prática de rituais espíritas.
Essas atividades espíritas eram realizadas no passado pelas nações pagãs e
idólatras que habitavam as terras em torno do povo de Deus. Eram nações que não
reconheciam o Deus da Bíblia. E como castigo divino, em breve iriam ser
desalojadas de suas terras pelas conquistas dos israelitas.
Na relação
apresentada no versículo bíblico dos rituais espíritas realizados pelos pagãos
foi proibida tanto a prática como a consulta a espírito
adivinhante, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, mago, e até mesmo a
consulta aos mortos.
Todo aquele que
consulta ou pratica qualquer uma das artes do espiritismo, se torna abominável
aos olhos de Deus. E por causa dessa abominação espírita, o Senhor Deus lança
tal pessoa para fora de Sua presença. Assim, o espírita fica totalmente
separado da presença de Deus. Fica totalmente desprotegido, a mercê das forças
diabólicas e sujeitos a grandes aflições. Fica sem a presença do seu anjo da
guarda, e desamparado do terno cuidado e proteção de Deus.
3. Qual
deve ser a atitude do cristão para com os médiuns?
R.: “Não
vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis,
contaminando-vos com eles: Eu sou o Senhor vosso Deus”. Levítico 19:31
Deus proibiu a
qualquer crente que fazia parte do Seu povo de procurar e buscar adivinhadores
ou encantadores. Qualquer tipo de relação com praticantes das artes espíritas
contamina a mente daquele que faz a consulta, especialmente suas faculdades
emocionais e espirituais, tornando-o uma pessoa apática ao Evangelho de Cristo.
E para mostrar
quem era a autoridade que estava proferindo esta ordem proibitiva, Deus
acrescenta ao final: “Eu sou o Senhor vosso Deus”. Logo, a proibição é divina,
e deve ser respeitada a todo o custo, sob pena de desobediência a Deus.
4. Na
Teocracia israelita qual era a pena aplicada ao médium?
R.: “Quando
pois algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho, ou for encantador,
certamente morrerão: com pedras se apedrejarão; o seu sangue é sobre eles”. Levítico
20:27
Nesta passagem
a Bíblia mostra que Deus condenou severamente a prática espírita ao estabelecer
no Estado Teocrático de Israel a pena de morte para qualquer homem ou mulher
que recebesse um espírito; seja espírito adivinho ou espírito encantador.
Portanto, no antigo regime Teocrático israelita a pena para aquele que fosse
médium era a morte por apedrejamento. A pena era aplicada somente àqueles que
faziam parte do povo de Deus, caso contrário seria necessário apedrejar todas
as nações pagãs que existiam no mundo.
Hoje em dia
não mais se apedrejam os médiuns. Isto porque o mundo ocidental não vive mais
uma Teocracia, onde as leis civis determinam penas concretas a serem aplicadas
àqueles que transgridem as leis divinas. Hoje em dia o poder religioso e o
poder civil estão separados em boa parte das nações do mundo. E graças a Deus
que assim seja!
OS
CRISTÃOS E O ESPIRITISMO
5. O que
faziam os cristãos com seus livros espiritualistas? LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 70
R.: “Também muitos dos que seguiam artes mágicas
trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos, feita a conta do
seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata”. Atos 19:19
O Novo
Testamento mostra a devida atitude que os cristãos deve ter para com o
espiritismo. No livro de Atos dos Apóstolos está registrado que muitos pagãos
que seguiam as artes espíritas ao se converterem ao cristianismo ficavam
convencidos de que a prática das artes espíritas era pecado e desagradava a
Deus. E que, portanto, era errado manter a propriedade de qualquer tipo de
literatura espírita consigo. Com essa convicção no coração, trouxeram os seus
livros espíritas e os queimaram na presença de todos os membros da igreja.
Naquela época
os livros eram produtos artesanais, cuidadosamente manuscritos em papiros ou
pergaminhos, e por isso eram muito caros. Todavia, os novos conversos ao
cristianismo reconheceram que o preço pago por esses livros espiritualistas era
insignificante quando comparado com o infinito preço com que foram resgatados.
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes
resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos
pais. Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e
incontaminado”. (I Pedro 1:18-19).
O livro de
Atos registra que o valor dos livros queimados pelos seus proprietários
correspondia a uma enorme soma: “cinqüenta mil peças de prata”. É interessante
observar que os novos conversos ao cristianismo poderiam ter pensado em vender
ou doar os seus livros, mas raciocinaram que o fazendo assim, estariam levando
outras pessoas para a perdição em vez de ajudá-las a compreender o caminho da
salvação pela fé em Cristo. Esse exemplo é digno de nota, e deve ser seguido
por todos aqueles que desejam serem fiéis a Deus.
6. O que
Paulo fez a uma jovem possuída?
R.: “E
aconteceu que, indo nós a oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha
espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus
senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que
nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez
ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se, e disse ao espírito: Em
nome de Jesus Cristo, te mando que saías dela. E na mesma hora saiu”. Atos
16:16-18
Uma outra
situação curiosa envolvendo um confronto entre os cristãos e o espiritismo
acorreu com o apóstolo Paulo e a sua comitiva missionária. Nessa ocasião o
doutor Lucas – autor do livro “Atos dos Apóstolos” – estava presente e foi
testemunha do evento. Lucas relata que Paulo estava decidido a pregar o
Evangelho em Filipos, cidade da Macedônia. E que em certa ocasião uma jovem
possuída por um espírito de adivinhação foi ao encontro de Paulo e de sua
comitiva. O relato esclarece que essa jovem auferia grandes lucros aos seus
senhores. Isto significa que ela era uma escrava que, com sua arte de
adivinhação, prestava relevantes serviços aos seus donos, enriquecendo-os.
Consta ainda
do relato que essa jovem escrava seguia a comitiva de Paulo dia após dias clamando:
“Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus
Altíssimo”. Até que certo dia Paulo se irritou e expulsou o espírito que
possuía a jovem, o qual imediatamente retirou-se e libertou a jovem de sua
possessão.
Mas por que razão
Paulo reprovou a atitude do espírito? Por acaso ele estava prejudicando a
mensagem de Paulo? Porventura ele não estava ajudando a divulgar o Evangelho e
atraindo interessados? A resposta para essas perguntas é bastante simples.
Primeiro, porque o espírito estava se insinuando entre a equipe missionária de
Paulo, quando na realidade não fazia parte da mesma. Segundo, porque o espírito
estava se LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 71
colocando numa posição superior à de Paulo, orientando o povo
a ouvir aqueles servos de Deus. Terceiro, porque se o povo agora dava ouvido a
esse espírito, também daria ouvidos a ele posteriormente. Quarto, porque quando
Paulo fosse embora para evangelizar outras regiões, então o espírito tomaria
conta da igreja organizada e desvirtuaria a mensagem cristã. E, quinto, porque
a pregação do Evangelho foi comissionada aos homens e não aos espíritos.
Então por que
Paulo não expulsou imediatamente o espírito que possuía a jovem escrava?
A resposta é muito simples. Se o espírito fosse imediatamente expulso, os
proprietários da escrava se veriam prejudicados em seus lucros, e tomariam
providências legais contra Paulo. Isto iria impedir e prejudicar a
evangelização da cidade de Filipos. Como de fato ocorreu. Após Paulo ter expulsado
o espírito que possuía a jovem escrava, os proprietários criaram um tumulto na
cidade, denunciaram a Paulo e sua equipe missionária. Eles capturados,
açoitados com varas e lançados na prisão.
POR QUE
DEUS PROIBIU TAIS CONSULTAS?
7. O que os
espíritos dos mortos não podem fazer?
R.: “Tal
como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura nunca tornará a
subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o conhecerá”. Jó
7:9-10
Deus proibiu a
consulta aos mortos porque aquele que morre é comparado a uma nuvem que se
desfaz e passa, para nunca mais tornar a ser vista. Uma nuvem que se dissipa e
desaparece para sempre. Deus proibiu a consulta aos mortos porque aquele que
desce à sepultura nunca mais tornará a subir dela, e nunca mais tornará à sua
casa.
Portanto, os
mortos não possuem qualquer poder para retornar do mundo do além para trazer
alguma mensagem ao mundo dos vivos. Desse modo, não podem retornar e
psicografar uma carta ou um livro e nem trazer qualquer tipo de mensagem de
consolo ou conforto para os seus entes queridos vivos, pois “nunca mais tornará
à sua casa”.
8. O que os
mortos não sabem e o que perece com os mortos?
R.: “Porque
os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem cousa nenhuma, nem
tão pouco eles têm jamais recompensa, a sua memória ficou entregue ao
esquecimento. Até o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não
têm parte alguma neste século, em cousa alguma do que se faz debaixo do sol”. Eclesiastes
9:5-6
Deus proibiu
as consultas aos mortos porque ao contrário dos vivos, os mortos não têm
consciência de coisa alguma. A Bíblia é muito enfática ao afirmar que até mesmo
o amor, o ódio e a inveja perecem quando a pessoa morre.
Com isso fica
bem claro que os mortos não podem retornar a este mundo. Está evidente
que os mortos não podem trazer para os vivos quaisquer mensagem de amor, ódio
ou simplesmente de inveja, uma vez que todos esses sentimentos perecem
instantaneamente com aquele que morre.
Os mortos não
podem retornar a este mundo porque eles não participam em nada do que se faz
debaixo do sol. Portanto, não podem retornar e participar com os vivos sobre
qualquer coisa seja mensagem de amor, conforto, orientação ou de esperança. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 72
QUEM SÃO OS SUPOSTOS ESPÍRITOS DOS MORTOS?
9. Quem na
verdade fazem esses prodígios?
R.: “Porque
são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos
reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do
Deus Todo-poderoso”. Apocalipse 16:14
Se os mortos
não podem retornar ao mundo dos vivos. Se os mortos estão em total estado de
inconsciência. Então se pergunta: quem são aqueles que aparecem nos centros
espíritas se passando por mortos?
A própria Bíblia
Sagrada responde a esta pergunta. Quem aparece nos centros espíritas simulando
pessoas mortas, não são os defuntos, mas sim os “espíritos de demônios”. São os
espíritos de demônios e não os mortos que fazem os prodígios e curas
miraculosas que ocorrem nesses lugares.
Quando Lúcifer
se rebelou contra Deus, ele e seus anjos foram expulsos do Céu vindo a
estabelecer-se na Terra, onde passou a ser conhecido como diabo ou Satanás
(Apocalipse 12:7-9). Aqui na Terra ele continuou com a sua rebelião contra Deus,
seduzindo nossos primeiros pais – Adão e Eva (Gênesis 3:4-6). E continua até
aos dias de hoje com sua obra de destruição e mentira, enganando todo o mundo.
Entre as suas várias mentiras, a principal consiste em enganar os vivos com a
idéia de que o homem não morre, quando de fato morre (Gênesis 3:4).
A doutrina de
que o homem é imortal encontra-se na Bíblia. Mas ela foi ensinada a Eva pelo
próprio Satanás, lá no Jardim do Éden. Satanás empregando uma serpente como
médium disse a Eva: “certamente não morrereis”. (Gênesis 3:4). Essa doutrina de
que o homem possui imortalidade inerente, independentemente de obedecer ou não
a Deus, é mantida por Satanás até aos dias de hoje. Empregando a sua grande
inteligência, sabedoria e poder, Satanás tem personificado pessoas mortas,
imitando-lhes sua aparência, pensamento, letra, voz etc. Por serem espíritos de
demônios que fazem os prodígios da mentira, especialmente o da personificação
dos mortos, é que Deus foi levado a condenar severamente a prática de consultar
os mortos.
10. O que
alguns farão, e a quem darão ouvidos?
R.: “Mas
o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. I
Timóteo 4:1
O Espírito
Santo afirma expressamente que nos últimos dias da história deste mundo alguns
se apostatarão das eternas verdades bíblicas para seguir a espíritos
enganadores e a doutrinas de demônios. Pode-se afirmar que as doutrinas
espíritas são doutrinas de demônios, cujo principal objetivo consiste em
enganar os incautos e seduzir os menos avisados com promessas ou sortilégios
mirabolantes.
Sob a ótica
das Sagradas Escrituras, as doutrinas espíritas são consideradas doutrinas de
demônios pelos seguintes motivos: (1) elas deliberadamente distorcem a Palavra
de Deus; (2) insinuam descrença na inspiração divina da Bíblia Sagrada; (3)
seus ensinos não estão em harmonia com os claros ensinos bíblicos; (4) a
consulta aos mortos é severamente condenada por Deus, (5) todas suas doutrinas
são contrárias ao “Evangelho de Cristo”, o Salvador do Mundo (João 3:17); (6),
além disso, as práticas de suas doutrina são terminantemente proibidas por
Deus.
Desde o mais
remoto passado o espiritismo em suas diversas formas nunca foi autorizado por
Deus a qualquer membro do Seu povo. Mas eram práticas comuns realizadas pelos
pagãos, os quais não faziam parte do povo de Deus e desconheciam totalmente os
oráculos do Deus Vivo, o criador do Universo. LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 73
Então alguém poderia perguntar: Se não são os mortos que se
manifestam nos centros espíritas, então como os demônios conseguem reproduzir
com fidelidade o pensamento, a letra ou voz dos mortos? A resposta a esta
pergunta é bastante simples. Entre os vários métodos empregados por Satanás
nessa grande obra de engano do mundo, dois se destacam: (1) Um deles consiste
no fato de que os demônios penetram na mente das pessoas que conheciam o
defunto. Quando as pessoas vão consultar os mortos elas se sujeitam às
influências dos demônios, que perscrutam totalmente a mente do consulente e
extraem dali todas as informações possíveis sobre o morto, tais como forma de
escrita, tonalidade e inflexão da voz, gostos e idéias que o falecido possuía.
A seguir os demônios reproduzem essas informações, simulando ser o defunto. (2)
Outro método consiste no fato de que um terço de milhões de milhões de anjos
maus – demônios – encontram-se habitando este planeta juntamente com os seres
humanos. De forma que para cada ser vivo que habita o planeta há um demônio
tentando induzir a pessoa ao pecado e ao erro, além de servirem de encostos
para milhões de pessoas. Dessa forma, esses anjos maus conhecem com grande
profundidade o temperamento da pessoa a quem tem acompanhado durante toda a
vida. Assim, os demônios são altamente capazes de reproduzirem com perfeição os
pensamentos, voz, letra ou trejeitos que o morto possuía quanto vivo.
ADVERTÊNCIAS
FINAIS
11. O que
deve ser anátema?
R.: “Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que
já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vo-lo dissemos, agora de
novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já
recebestes, seja anátema”. Gálatas 1:8-9
A palavra
“anátema” significa “maldição”. Neste versículo, o apostolo Paulo diz que se
porventura ele mesmo, ou um anjo descer do céu e anunciar outro evangelho
além daquele Evangelho que ele mesmo já tem anunciado às igrejas, então que tal
evangelho seja considerado uma maldição. E para reforçar as suas palavras, ele
novamente as repete: “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já
recebestes, seja anátema”.
O Evangelho
Segundo o Espiritismo não é o mesmo Evangelho de Jesus Cristo. No evangelho
espírita não há lugar para a expiação do pecado realizado na cruz por Cristo
Jesus. Não há espaço para um Salvador do Mundo. Não há lugar para o perdão dos
pecados por parte de Deus. Não há lugar para a salvação pela fé no sangue
remidor de Jesus Cristo. Não há lugar para a ressurreição da carne. Logo,
diante da assertiva de Paulo, fica claro que o evangelho espírita é um outro
evangelho, totalmente diferente do Evangelho de Cristo e, portanto tal
evangelho deve ser considerado uma maldição.
12. Do que
não podemos ser participantes?
R.: “Não
podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios: não podeis ser
participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”. I Coríntios 10:21
Finalmente, o
último versículo deste estudo bíblico afirma que você não pode ser espírita e
ao mesmo tempo cristão. Muito embora a religião espírita emprega a ética
cristã, ela não é propriamente dito uma religião cristã. Isto porque ela não
crê que Jesus Cristo é o Filho Unigênito de Deus que veio ao mundo e morreu
pelos nossos pecados, para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha
a vida eterna (João 3:16). Além disso, o espiritismo não é uma religião cristã
porque não gira em torno da LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados
74
plataforma da Bíblia, mas sim em torno da plataforma das
mensagens dos espíritos. Assim você precisa se decidir, pois não pode servir a
dois senhores. Você não pode beber do cálice do Senhor Jesus e ao mesmo tempo
beber do cálice dos demônios que povoam as tendas do espiritismo.
Lembre-se, a
vida eterna é oferecida unicamente mediante a condição de crer em Jesus
Cristo. Pois, “aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não
crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus sobre ele permanece”. (João
3:36).
Para o
espiritismo você não precisa crer em nada para ter vida eterna. Pois, conforme
essa religião, o homem possui um espírito imortal, e independentemente de como
tenha levado a sua vida, ele estará perfeitamente consciente após a morte, no
mundo do além.
Se você ainda
estiver em dúvida se deve seguir o cristianismo ou o espiritismo, sugiro que
considere o seguinte raciocínio lógico: (1) suponha que você resolva
seguir o espiritismo durante toda a sua vida. Se ao final de sua vida o espiritismo
se revelar uma religião falsa e o cristianismo a religião
verdadeira, infelizmente você não receberá a vida eterna, porque a vida
eterna é dada somente àquele que crê no Evangelho de Cristo, e o
espiritismo não crê no Evangelho de Cristo. (2) Agora suponha que você
resolva seguir o cristianismo durante toda a sua vida. Se ao final de sua vida
o cristianismo se revelar uma religião falsa e o espiritismo a
religião verdadeira, felizmente você ainda estará bem, posto que pela doutrina
espírita você possui um espírito imortal, independentemente do que acredita. E
se for por uma questão de caridade e de boas obras, saiba que o cristão também
pratica a caridade para com o próximo, não como método de salvação e sim como
expressão de amor ao próximo.
Portanto, esse
simples raciocínio lógico esclarece que aceitando exclusivamente o
cristianismo, pouco importa acreditar ou não no espiritismo, pois quando sua
vida terminar você estará de posse da vida eterna de um jeito ou de outro.
Pense nisso! E veja qual é a decisão mais vantajosa que você deve tomar. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 75
ESTUDO BÍBLICO 12
INFERNO
O LAGO
DE FOGO
1. Onde
estão os mortos, e que duas ressurreições haverá?
R.: “Não
vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos
sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição
da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação”. João 5:
28-29
Jesus ensinou
que chegará o dia em que todos os mortos ressuscitarão. Os mortos sairão dos
sepulcros. Logo, os mortos não estão no céu ou no inferno, uma vez que sairão
dos sepulcros.
Jesus também
disse que haverá duas espécies de ressurreições: a ressurreição da vida e
a ressurreição da condenação. Segundo Jesus, os que fizeram o bem,
sairão dos sepulcros para a ressurreição da vida, e os que fizeram o mal,
sairão dos sepulcros para a ressurreição da condenação.
Portanto,
conclui-se que os “justos” mortos não estão no céu vivendo uma
eternidade de bem-aventuranças, pois eles sairão dos sepulcros justamente para
receberem de Jesus a “ressurreição da vida”. De igual modo, os “ímpios” mortos
não estão no inferno vivendo uma eternidade de sofrimento com os todos os tipos
de tormentos, uma vez que eles sairão dos sepulcros justamente para receberem
de Jesus a “ressurreição da condenação”.
2. Sobre
quem a segunda morte não tem poder?
R.: “Bem-aventurado
e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes não tem
poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com
ele mil anos”. Apocalipse 20:6
Feliz “aquele
que tem parte na primeira ressurreição”, porque ele não passará pela segunda
morte.
A Bíblia diz
que os santos são aqueles que participarão da primeira ressurreição.
Ora! Se há uma primeira ressurreição é porque há uma segunda ressurreição, caso
contrário não haveria a necessidade da classificação numérica. E se somente os
santos participam da primeira ressurreição, é porque os ímpios participarão da
segunda ressurreição.
Os santos são
aqueles que fizeram o bem; portanto, sairão dos sepulcros para a ressurreição
da vida. E os ímpios são aqueles que fizeram o mal; portanto, sairão dos sepulcros
para a ressurreição da condenação. (João 5: 28-29 ).
O versículo
bíblico diz que a segunda morte não tem poder sobre aquele que participar da
primeira ressurreição. Ora! Se há uma segunda morte é porque há uma primeira
morte. Evidentemente, todos aqueles que serão ressuscitados terão passado pela
primeira morte. Todavia, somente os ímpios passarão pela segunda morte, posto LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 76
que ressuscitarão para a condenação. Além disso, a segunda
morte não tem poder sobre os santos, que são aqueles que tem parte na primeira
ressurreição.
Os que forem
havidos por dignos de ressuscitarem na primeira ressurreição reinarão no céu,
como sacerdotes de Deus e de Cristo, durante um período de mil anos.
3. Até
quando os outros mortos não reviverão?
R.: “Mas
os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram”. Apocalipse
20:5
Conforme as
Sagradas Escrituras, os santos participam da primeira ressurreição, que
ocorrerá por ocasião da segunda vinda de Jesus a este mundo. Sobre os justos, a
segunda morte não tem qualquer poder. Já aqueles que não participam da primeira
ressurreição são tidos em conta de ímpios. Pois, “os outros mortos” é uma clara
referência aos ímpios, os quais não tiveram parte na primeira ressurreição. E
eles não reviverão até que se passem mil anos. Isto indica claramente que entre
a primeira e a segunda ressurreição haverá um período de mil anos.
Portanto,
quando ocorrer a primeira ressurreição os ímpios não reviverão, todavia
voltarão à vida somente na segunda ressurreição, a qual se dará quando os mil
anos se acabarem. Milhares de milhares e milhões de milhões de ímpios de todas
as épocas ressuscitarão de todos os cantos da Terra. O seu número será como a
areia do mar, e cobrirão a superfície da Terra como um verdadeiro formigueiro
humano. Esta segunda ressurreição que se dará ao final do milênio é chamada por
Jesus de “ressurreição da condenação”.
Portanto, as
Escrituras Sagradas deixam claro, claríssimo que ocorrerão duas ressurreições:
a primeira que se dará no início do milênio, e a segunda que se dará ao fim do
milênio. A ressurreição do início do milênio é a ressurreição dos justos e a
ressurreição do final do milênio é a ressurreição dos ímpios. Nesse momento é
oportuno perguntar: em qual ressurreição você gostaria de participar?
4. Qual
será a parte dos ímpios?
R.: “Mas,
quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos
fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e as todos os mentirosos, a sua
parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”. Apocalipse
21:8
A parte que
cabe de todos os ímpios que ressuscitarão para a condenação no final do milênio
será o lago que arde com fogo e enxofre. Ali ocorrerá a segunda morte.
“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre
estes não tem poder a segunda morte”. (Apocalipse 20:6).
É claro que o
livro do Apocalipse apresenta uma lista exemplificativa indicando qual é o
caráter dos ímpios que passarão pela segunda morte: os tímidos, os incrédulos,
os abomináveis, os homicidas, os fornicários, os feiticeiros, os idólatras e
todos os mentirosos.
Os “tímidos”
são aqueles que se envergonham de Jesus e de Suas Palavras (Lucas 9:26). Os
“incrédulos” sãos os que não acreditam no Evangelho de Cristo (II
Tessalonicenses 1:7-9). Os “abomináveis” são os ímpios que provocam horror e
pavor na humanidade. Os “homicidas” são pessoas que matam o seu semelhante. Os
“fornicários” são as pessoas solteiras que praticam relação sexual fora do
casamento. Os “feiticeiros” são aqueles que praticam as artes do espiritismo,
tais como feitiçaria, sortilégios, encantamentos, macumbas, e coisas
semelhantes. Os “idólatras” são aqueles que veneram e prestam cultos a qualquer
tipo de imagem, ou aqueles que amam as coisas materiais de forma excessiva e
com grande paixão. Os “mentirosos”, LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 77
que são todos aqueles que de um modo ou de outro distorcem a
verdade em qualquer grau, com a intenção de praticar o engano. Todos esses
sofrerão a segunda morte.
5. O que
fará aos ímpios o fogo que desceu do céu?
R.: “E,
acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão. E sairá a enganar as
nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número
é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da
terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do
céu, e os devorou”. Apocalipse 20:7-9
O número de
ímpios que reviverem na segunda ressurreição, a qual ocorrerá ao final do
milênio é inumerável. Eles são comparados com a areia do mar porque são
incontáveis. Quando ressuscitarem, os ímpios estarão esparramados sobre os
quatro pontos cardeais da Terra. E formarão dois grandes Impérios – Gogue e
Magogue – cada qual agregando várias nações, com milhões de milhões e milhares
de milhares de pessoas ímpias.
O dicionário
mostra que o significado da palavra “ímpio” não serve apenas para designar
pessoas más, perversas ou malignas, mas também serve para designar pessoas que
são incrédulas, pessoas que não passaram pelo novo nascimento.
Bem! Voltemos
ao assunto principal. Satanás estava preso em conseqüência das cadeias de
circunstâncias que tornaram a Terra um planeta vazio e desolado. Mas ao final dos
mil anos, com a ressurreição dos ímpios, Satanás não está mais isolado das
pessoas. Agora ele se sente livre de sua prisão, pois existem milhões de
milhões de ímpios para ele enganar e manipular a seu querer. A Bíblia Sagrada
diz que ele sairá para enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da
Terra, para as arregimentar em batalha.
Os ímpios
ressuscitados, sob o comando de Satanás, marcham sobre a largura da face da
Terra para a sua última batalha do Grande Conflito contra Cristo. Será a última
vez que haverá ímpios sobre a face da Terra. Ao lado de Satanás estão os
grandes generais e guerreiros que um dia já viveram sobre a face da Terra.
Homens valorosos que nunca perderam uma batalha. Eles cercam o arraial dos
santos e a Nova Jerusalém, a fim de avançarem contra ela.
Mas naquele
momento supremo, quando eles se preparam para o ataque contra a cidade santa,
desce fogo do céu e devora a Satanás e a todos os ímpios. Este fogo transforma
o globo terrestre num verdadeiro lago de fogo. Esta é a segunda morte dos
ímpios. Tanto Satanás como todos pecadores são devorados e destruídos pelo fogo
para todo o sempre. O fogo do céu transformará todos eles em cinzas. “De sorte
que lhes não deixará nem raiz nem ramo” (Malaquias 4:1). Desse modo, o mal é
definitivamente exterminado do Universo.
O FIM
DOS ÍMPIOS
6. Como os
ímpios desaparecerão?
R.: “Mas
os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a gordura dos
cordeiros: desaparecerão e em fumo se desfarão”. Salmos 37:20
Em toda a sua
extensão, a Bíblia é muito clara ao ensinar que os ímpios não permanecerão
queimando eternamente num lago de fogo. Mas o ensino do Livro Sagrado é que os
ímpios perecerão. Perecer, segundos os melhores dicionários, significa: acabar,
findar, deixar de existir, e extinguir.
A Bíblia
ensina que assim como a gordura desaparece, e em fumaça se desfaz. Assim também
acontecerá com os ímpios: ao serem lançados no lago que arde com LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 78
fogo e enxofre, desaparecerão, e em fumaça se desfarão. Eles
serão totalmente consumidos até restarem somente cinzas. (Malaquias 4:1-3).
Portanto, os ímpios morrerão pela segunda e última vez.
7. Quantos
ímpios serão destruídos?
R.: “O
Senhor guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos”. Salmos
145:20
Novamente a
Bíblia mostra que os ímpios não permanecerão vivos e sofrendo tormentos num
lago de fogo e enxofre por toda a eternidade. Mas o claro ensino do Santo Livro
é que os ímpios serão destruídos para sempre. A palavra destruir significa:
demolir, arruinar, aniquilar, assolar, fazer desaparecer, exterminar,
desbaratar.
IDENTIFICAÇÃO
DO INFERNO
8. Onde
será lançado quem não tiver o nome no livro da vida?
R.: “E
aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de
fogo”. Apocalipse 20:15
Todos aqueles
que não tiverem o seu nome registrado no livro da vida serão lançado no lago
que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.
Para ter o
nome escrito e mantido no livro da vida é necessário nascer de novo, é preciso
que o pecador aceite a Jesus, como Salvador e Senhor de sua vida, é necessário
que o cristão seja fiel ao Evangelho até ao dia de sua morte.
No dia do
juízo final, haverá dois grupos de pessoas que não terão os seus nomes achados
escritos no livro da vida. (1) Muitos terão o nome riscado do livro da
vida por falta de fidelidade ao Evangelho de Cristo (Apocalipse 3:5; Salmos
69:28). (2) E milhões nunca terão o nome registrado no livro da vida por
falta de fé no Evangelho de Cristo. Esses dois grupos passarão pela segunda
ressurreição, que Jesus chamou de “ressurreição da condenação”. E também
passarão pela “segunda morte”, no lago que arde com fogo e enxofre.
9. Onde
serão lançados os ímpios?
R.: “Os
ímpios serão lançados no inferno e todas as gentes que se esquecem de Deus”. Salmos
9:17
Os ímpios são
todos aqueles cujo nome “não foi achado escrito no livro da vida”. Os ímpios
serão “lançados no lago de fogo” (Apocalipse 20:15); ou nas palavras do
salmista, os ímpios serão “lançados no inferno” (Salmos 9:17).
Traçando um
paralelo entre os dois últimos versículos, podemos deduzir pela semelhança de
idéias que na Bíblia a palavra “inferno” serve para designar o “lago que arde
com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”. (Apocalipse 21:8).
A palavra
“inferno” no hebraico é equivalente a “Sheol”, e em Grego a “Hades”. E todas
elas significam “sepultura”. Logo, o “lago que arde com fogo e enxofre; o que é
a segunda morte” constituir-se-á na sepultura eterna, onde serão lançados todos
os ímpios.
NOTA: Você mesmo chegará à conclusão de que
a palavra inferno significa sepultura, comparando na Bíblia
(Edição Almeida Revista e Corrigida) como o Doutor Lucas traduziu a palavra inferno
do Salmo 16:10 em seu livro intitulado Atos dos Apóstolos 2:27. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 79
SIGNIFICADO DA PALAVRA FOGO ETERNO
10. O que
está preparado para o diabo e seus anjos?
R.: “Então
dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Mateus 25:41
Jesus ensinou
que no dia do juízo executivo – que se dará ao final do milênio – estará
preparado um fogo eterno para o diabo e seus anjos. Fogo este no qual os
ímpios, que naquele dia estarão à esquerda de Jesus, também serão lançados.
Mas então se
pergunta: diante do fato de que os ímpios serão transformados em cinzas, como
compreender o sentido que a Bíblia emprega para a palavra “fogo eterno?” A
resposta é muito simples. A palavra fogo eterno serve para designar que as
conseqüências do fogo são eternas. Ou seja, o fogo será eterno, não em sua
duração, mas em seu efeito.
Considere a
seguinte ilustração: se você queimar um móvel de madeira até virar cinzas,
pode-se perguntar se o móvel foi queimado para sempre ou não? A resposta é um
retumbante sim; o móvel foi queimado para sempre, mas não que ficou sempre
queimando.
No dia do
juízo final, quando Jesus diz que o fogo eterno está preparado para o diabo e
seus anjos, Ele não está dizendo que o fogo terá duração eterna, mas sim que o
fogo terá um efeito eterno. A Bíblia Sagrada contém muitos exemplos empregando
a palavra fogo eterno para designar que as conseqüências são eternas.
11. Que
tipo de pena sofreu Sodoma e Gomorra?
R.: “Assim
como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido
como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena
do fogo eterno”. Judas 7
O livro de
Gênesis relata como as cidades de Sodoma e Gomorra, bem como as cidades
circunvizinhas, foram destruídas. Judas diz que elas sofreram “a pena do fogo
eterno”. Se hipoteticamente admitirmos que o “termo fogo eterno” é um fogo que
nunca se apaga, então é lícito admitir que as cidades de Sodoma e Gomorra estão
queimando até aos dias de hoje, e que se queimarão para sempre. Mas se você
viajar para a região do mar morto onde se localizavam essas cidades não
encontrará nenhum fogo eterno queimando tais cidades. Por que razão? Muito
simples, na Bíblia a palavra fogo eterno significa que as conseqüências
produzidas pelo fogo são eternas e não que o fogo em si mesmo é inextinguível.
O fogo que queimou aquelas cidades para sempre, não teve duração eterna. Mas a
boa hermenêutica mostra que os efeitos daquele fogo foram eternos. Aquelas
cidades foram reduzidas a cinzas (II Pedro 2:6).
Portanto, não
existe um inferno de fogo e enxofre a devorar os adversários de Deus durante
milênios adentro e sem fim. Do mesmo modo como sucedeu a Sodoma e Gomorra, os
ímpios serão queimados e aniquilados para sempre, mas não que ficarão
eternamente queimando.
CONCLUSÃO
12. Quem
somente tem a vida eterna?
R.: “Quem
tem o Filho tem a vida: quem não tem o Filho de Deus não tem a vida”. I
João 5:12 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 80
Deus, em Seu imensurável amor pela humanidade, providenciou
um meio de salvar o homem da morte eterna, entregando “Seu filho unigênito,
para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas que tenha a vida eterna”.
(João 3:16).
A Bíblia
ensina que aquele que tem o Filho de Deus tem a vida eterna. Mas aquele que não
tem o Filho de Deus, não tem a vida eterna. Isso significa que o homem não
possui de nenhuma forma a vida eterna, mas que para tê-la necessita crer em
Cristo. Ora! Se o ímpio não crê em Jesus pra ter a vida eterna, então como ele
pode viver eternamente num lago de fogo ardente eternamente, se não tem a vida
eterna?
A teologia
popular ensina a absurda doutrina de que o ímpio ao morrer vai penar pelos
séculos dos séculos num inferno de fogo ardente. Mas, como pode o ímpio penar
num inferno eterno, se justamente para ter a vida eterna ele precisa crer em
Jesus? Sendo que se ele que crer em Jesus não irá para o fogo do inferno, mas
será salvo através da ressurreição da vida?
Além disso, a
Bíblia diz claramente que Jesus veio ao mundo para dar a vida eterna àquele que
nEle crer, e não existe nenhum versículo em toda a Bíblia que diga ou traga a
idéia de que Jesus veio ao mundo para dar a vida eterna aos ímpios para penarem
num inferno interminável. Também não existe nenhum versículo nas Escrituras
Sagradas ensinando que Jesus veio ao mundo para livrar supostas almas imortais
e conscientes de irem para o tormento eterno do fogo do inferno.
Supondo que
uma pessoa ao morrer receba de imediato o galardão, indo para o céu ou para o
inferno, por que então Jesus prometeu voltar a este mundo e dar o galardão a
cada um, se as pessoas já estão lá desfrutando do galardão? Por que haver
ressurreição para a vida se as pessoas já estão com vida lá no céu? Por que
haver ressurreição para a condenação se as pessoas já estão condenadas no
inferno sofrendo sua pena. A verdade é que a Santa Bíblia é rica em ensinar que
ninguém ao morrer receberá imediatamente o galardão. Ninguém entra de posse da
recompensa ao morrer, mas somente quando Jesus voltar a este mundo é que cada
um receberá seu galardão.
E se você
quiser ter o seu nome registrado no livro da vida você precisa se converter a
Deus. Você precisa crer e aceitar o sacrifício expiatório que Jesus Cristo
realizou na cruz por você. Você precisa obedecer aos princípios e mandamentos
divinos, conforme revelados nas Sagradas Escrituras. Você precisa ser fiel até
ao dia em que morrer. Caso contrário, o seu nome não será encontrado escrito no
livro da vida. “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi
lançado no lago de fogo”. (Apocalipse 20:15). Hoje você tem a oportunidade para
escolher o seu destino. Qual será a sua escolha? LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 81
ESTUDO BÍBLICO 13
RAZÃO DO
SOFRIMENTO
INTRODUÇÃO
1. O que
pertencem a todos?
R.: “Voltei-me,
e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a
peleja, nem tão pouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem
dos entendidos o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos”. Eclesiastes
9:11
Salomão,
divinamente inspirado, afirmou que nem sempre o sucesso é alcançado por aqueles
que estão mais preparados. Mas no mundo em que vivemos a sorte, as
circunstâncias e as oportunidades pertencem igualmente a todos.
Muitas pessoas
altamente capazes não fazem sucesso em suas carreiras porque na maioria das
vezes não estão no lugar certo, no momento certo e com as influências certas.
Algumas outras pessoas, totalmente incompetentes, faz sucesso porque o tempo e
a sorte lhes foram propícios.
Muitas pessoas
ricas e poderosas que estão no auge do sucesso caem e empobrecem do dia para a
noite. E tantas outras, que são pobres e desprezadas, muitas vezes acabam se
tornando ricas e respeitadas, pois “o tempo e a sorte pertencem a todos”.
2. Qual é a
situação dos justos e dos ímpios?
R.: “Tudo
sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio: ao bom e ao
puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica: assim
ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento”. Eclesiastes
9:2
No mundo, o
desenrolar da vida sujeita todos os homens às mesmas circunstâncias.
Independentemente de serem pessoas religiosas ou irreligiosas, bondosas ou
pecadoras, justas ou ímpias, “tudo sucede igualmente a todos”. A natureza é
implacável para com todos e não perdoa. Ninguém está imune a acidentes, sejam
pessoas religiosas ou não. Todos estão sujeitos aos sofrimentos. Todos nascem,
todos crescem, todos sofrem, todos passam por aborrecimentos e provações, todos
envelhecem, todos adoecem e todos morrem.
Desde que o
pecado entrou no mundo, com a desobediência de Adão e Eva, todos os seres
humanos passam por sofrimentos. Pouco importa se são homens poderosos ou
escravos, ricos ou pobres, inteligentes ou ignorantes, religiosos ou
irreligiosos, todos igualmente passam por alguma forma de aflição. Ninguém se
furta ao sofrimento, pois se trata de uma conseqüência do pecado cometido pelos
nossos primeiros pais há milhares de anos, quando ainda habitavam no Jardim do
Éden.
Nem mesmo os
santos de Deus escaparam dos tormentos da vida. Quem duvidar basta olhar para a
vida de João Batista e ver seu sofrimento na prisão e a morte LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 82
atroz pela qual passou, estando ainda bem jovem. Olhe para os
apóstolos de Jesus, e veja as perseguições, privações, provações e morte infame
que sofreram. Nem mesmos esses santos homens de Deus escaparam do sofrimento.
Mas apesar da adversidade, eles se regozijavam “por terem sido julgados dignos
de padecer afronta pelo nome de Jesus”. (Atos 5:42).
3. O que às
vezes sucede aos justos e aos ímpios?
R.: “Ainda
há outra vaidade que se faz sobre a terra: há justos a quem sucede segundo as
obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo
que também isto é vaidade”. Eclesiastes 8:14
Existem muitas
pessoas boas, justas e tementes a Deus que em vez de serem abençoadas com o bem
e felicidade, na verdade acabam passando por grandes tribulações, provações,
perdas irreparáveis, pobreza, aborrecimentos e sofrimentos.
Por outro
lado, também existem pessoas ímpias que são grandes pecadoras, que em vez de
colherem os frutos que as suas más obras merecem, acabam colhendo coisas boas e
agradáveis, como por exemplo: paz, sucesso, prosperidade, riquezas, poder,
popularidade, e respeito dos seus semelhantes.
O profeta
Jeremias perguntou intrigado: “Por que prospera o caminho dos ímpios, e vivem
em paz todos os que cometem o mal aleivosamente?” (Jeremias 12:1). O patriarca
Jó argumentou que os ímpios muitas vezes gozam prosperidade nesta vida, muito
embora abominem a Deus: “Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se
esforçam em poder? A sua semente se estabelece com eles perante a sua face, e
os seus renovos perante os seus olhos. As suas casas têm paz, sem temor; e a
vara de Deus não está sobre eles. O seu touro gera, e não falha, pare a sua
vaca, e não aborta”. (Jó 21:7-10). Para o salmista Asafe a prosperidade dos
ímpios era um mistério até que ele entendeu o fim deles: “E dizem: Como o sabe
Deus? ou há conhecimento no Altíssimo? Eis que estes são ímpios; e, todavia,
estão sempre em segurança, e se lhes aumentam as riquezas”. (Salmos 73:11-12).
Verdade é que
a prosperidade dos ímpios tem sido motivo de grande perplexidade aos santos de
Deus. Mas a resposta é que “o tempo e a sorte pertencem a todos”. (Eclesiastes
9:11).
4. Os
cristãos são poupados das aflições do mundo?
R.: “Tenho-vos
dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo, eu venci o mundo”. João 16:33
Jesus advertiu
aos Seus seguidores que o mundo não lhes seria propício. Não era porque eles se
tornaram cristãos, que agora estariam imunes ao sofrimento. Mas vivendo no
mundo passariam por diversas aflições, como qualquer outra pessoa. Até mesmo
muito mais aflições por causa da fé que professam. “Meus irmãos, não vos
maravilheis, se o mundo vos aborrece”. (I João 3:13).
Todavia, o
conforto que Jesus oferece ao cristão consiste numa profunda paz interior, e
não exterior. Se verdadeiramente estivermos nEle teremos uma indescritível
descanso de espírito. E, apesar das adversidades, guerras, misérias,
perseguições ocorrendo ao nosso redor, essa paz interior nos manterá
sossegados, sóbrios, animados e esperançosos. Sobre essa paz interior disse
Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá.
Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. (João 14:27). Aos cristãos que
passam por aflições Jesus disse para terem bom ânimo, porque Ele venceu o
mundo.
O
ADVERSÁRIO LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 83
5. Por que devemos ser sóbrios e vigiar?
R.: “Se
sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar. Ao qual resisti firmes na fé: sabendo
que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo”. I Pedro
5:8-9
Os cristãos
devem ser pessoas sóbrias e estar sempre alerta para não caírem nas artimanhas,
tentações, enganos, e armadilhas do diabo. Também devem ser sóbrias para que
não venham a desanimar da fé, por causa do mal que pode lhe abater, como por
exemplo, perseguições, injustiças, calúnias, mortes, doenças. Pois, o diabo
anda em ao nosso redor rugindo como um leão, buscando a quem possa desanimar e
derrubar. A única solução consiste em humildemente resignarmos com o inevitável
e irremediável, resistindo firmemente na fé.
Muitas pessoas
culpam a Deus quando passam por aflições e provações, quando na realidade Deus
não é responsável pela aflição de ninguém. As aflições e os sofrimentos pelos
quais podemos passar podem ter origem em duas fontes: (1) Em primeiro lugar,
pode se originar como resultado de nossas próprias ações. Se vivermos em
desarmonia com as leis de saúde, sofreremos constantes doenças. Se alimentarmos
inveja, egoísmo, ódio e intrigas, nossa vida será de sofrimento, pois nunca
estaremos em paz. “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas
6:7). (2) E em segundo lugar nosso sofrimento pode ser provocado pelo próprio
diabo, que anda em nosso derredor rugindo como leão, buscando a quem possa
tragar. No decorrer da história, milhares de pessoas sofreram por causa de sua
fé no Evangelho. Pois o diabo tem ódio de todos os fiéis seguidores de Jesus
Cristo.
Diante da
adversidade devemos sujeitar-nos unicamente à vontade de Deus, persistindo
firmes na fé e contra todas tentações do diabo. Assim fazendo, o diabo fugirá
de nós. (Tiago 4:7). Pois nada ele terá em nós para poder tragar-nos.
EFEITOS
DO SOFRIMENTO
6. Por que
melhor é a tristeza do que o riso?
R.: “Melhor
é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o
coração”. Eclesiastes 7:3
Como a
tristeza é o resultado de aborrecimentos, aflições ou desilusões, ela torna o
coração do ser humano mais sensível e misericordioso às necessidades e
provações que outras pessoas possam estar passando. Por causa das provações
pessoais que passamos, podemos compreender melhor o sofrimento daqueles que
também estão passando por provações, e mostrar-lhe nossa compaixão. Foi por
essa razão que Salomão disse que “com a tristeza do rosto se faz melhor o
coração”. Para nosso crescimento emocional e espiritual, muitas vezes a
tristeza é melhor do que as farras, as baladas, as bebedices, as drogas, que nada
de significativo acrescentam ao caráter do cristão. (Eclesiastes 7:2).
A tristeza
produzida pelas tribulações cria em nosso coração o sentimento de solidariedade
e piedade para com o nosso próximo, tornando-nos pessoas sábias e ajudadoras
daqueles que também passam por sofrimentos. Muitos seres humanos que são
arrogantes, mesquinhas, egoístas, déspotas, convencidas e excessivamente
orgulhosas, após passarem por sérias provações acabam se tornando humildes,
amigas, amáveis, meigas e dóceis.
7. Como
andava o salmista antes e depois da aflição? LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 84
R.: “Antes de ser afligido andava errado; mas agora
guardo a tua palavra”. Salmos 119:67
O salmista diz
que antes de passar por aflições, ele andava desviado por caminhos errados. Mas
depois de ter passado por aflições, ele se converteu e agora guarda a Palavra
de Deus. Portanto, as aflições longe de ser um mal em longo prazo, muitas vezes
conduzem os corações sensíveis para mais perto de Deus, tornando essas pessoas
bem melhores do que antes da aflição. Na verdade, muitas pessoas tiveram um
encontro pessoal com Deus após terem passados por dores, perdas, sofrimento e
aflições.
Na maioria das
vezes é somente por meio das aflições é que nos conscientizamos da nossa
extrema necessidade de Deus, quando então procuramos o conforto de Sua Santa
Palavra. Na verdade as aflições pelas quais passamos tem-se revelado um
excelente instrumento que nos conduz para mais próximo de Deus. Observe o
testemunho deixado pelo salmista: “E foi-me bom ter sido afligido, para que
aprendesse os teus estatutos”. (Salmo 119:71).
Somente
pessoas com o coração extremamente endurecido pelo pecado e com a mente
cauterizada é que se distanciam de Deus quando passam por aflições. Muitas
dessas pessoas nunca se aproximaram de Deus, e quando acontece alguma tragédia
em suas vidas pessoais ainda tem a ousadia de acusar a Deus pelos males de
sofrem, quando elas mesmas sabem que nunca quiseram ter um relacionamento mais
íntimo com Deus. Entretanto, se elas refletirem e buscarem a Deus com todo o
seu coração, certamente O encontrará, e receberá a disposição de Sua infinita
misericórdia.
ATITUDE
NA TRIBULAÇÃO
8. O que
contribui para o bem dos que amam a Deus?
R.: “E
sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam
a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”. Romanos 8:28
Todas as
coisas que ocorrem na vida do cristão – sejam coisas boas ou más – de uma
maneira ou de outra, contribuem para o benefício do próprio cristão. Por
exemplo, as adversidades acabam fortalecendo as convicções do cristão em sua
fé, levando-o mais perto de Deus. Outras vezes acontece que o cristão possui,
oculto aos seus próprios olhos, alguns vícios e impurezas, e que somente o fogo
da aflição pode eliminar essas escórias do caráter do crente, para torná-lo uma
jóia preciosa diante dos olhos de Deus. “Eis que te purifiquei, mas não como a
prata: provei-te na fornalha da aflição”. (Isaías 48:10). Esta é uma das razões
pela qual muitas vezes Deus permite o sofrimento, pois “enganoso é o coração,
mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá”.
(Jeremias 17:9).
9. O que
produz para nós um peso eterno de glória?
R.: “Porque
a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente”. II Coríntios 4:17
Diante da
glória da eternidade a nossa tribulação é considerada leve e momentânea. Muitas
vezes a tribulação resulta num polimento do nosso caráter. Isso produz um peso
eterno de excelente glória. Somente no mundo vindouro poderemos realmente
compreender e apreciar os efeitos gloriosos que nossa leve e momentânea
tribulação neste mundo produziu para nós por toda a eternidade.
10. A quem
devemos tomar “por exemplo” de aflição? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 85
R.: “Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e
paciência os profetas que falaram em nome do Senhor. Eis que temos por
bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes
o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso”. Tiago
5:10-11
Jó era um
homem justo, bom, e temente a Deus. Mas, apesar disso, não foi poupado ou
protegido dos reveses, das provações e das aflições. Perdeu todos os seus
filhos, perdeu todas as suas riquezas, ficou gravemente enfermo e a sua esposa
o repudiou. Mas todas essas adversidades, que se abateram na vida de Jó eram
obras do diabo, não de Deus.
Apesar das calamidades
que sofreu, Jó nunca abandonou sua confiança em Deus. E como resultado de sua
fé, Deus o recompensou ricamente com benções materiais e espirituais. Era a
vitória de sua fé. Mas porque Deus permitiu que Jó passasse por tantas aflições
e angústia? A resposta é muito simples. Deus permitiu que Jó passasse por
sofrimentos para provar sua confiança e fidelidade, mesmo diante da
adversidade.
CONCLUSÃO
11. Por que
Deus habita com o contrito e abatido de espírito?
R.: “Porque
assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade e cujo nome é santo: Num
alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para
vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos”. Isaías
57:15
Deus é aquele
que habita na eternidade e num alto e santo lugar. Ele também é aquele que
habita com o contrito e abatido de espírito. O contrito é a pessoa que se
arrepende motivada unicamente pelo amor de Deus, e o abatido de espírito é a
pessoa desanimada diante do pecado e das adversidades da vida.
A grande
novidade é que Deus se compadece das pessoas que estão passando por aflições e
provações, a ponto de procurar vivificar o espírito daqueles que estão abatidos
pelo pecado, e vivificar o coração das pessoas que estão contritas.
Portanto, não
devemos permitir que a adversidade nos leve ao desanimo ou ao desespero. Não
devemos ficar revoltados com as rajadas da dor e do sofrimento que porventura
venham a se abater sobre nós. Pois nestas circunstâncias Deus habitará com o
contrito e abatido de espírito, para tirá-lo desse triste estado.
12. Quem
será um alto refúgio em tempos de angústia?
R.: “O
Senhor será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos
de angústia”. Salmos 9:9
Quando
estivermos oprimidos pelo peso pecado, pelo fogo das aflições, pelas dores e
sofrimentos, lembremo-nos de que Ele é um alto refúgio em tempos de angústias.
“Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como
águias: correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão”. (Isaías
40:31).
O cristão
quando passa por aflições, se volta esperançoso para Deus. E através de sua fé
e oração busca em Deus o conforto para as suas aflições e tristezas. Em Deus
podemos descansar enquanto a tempestade passa. LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 86
ESTUDO BÍBLICO 14
LEI DE
DEUS
DEFINIÇÃO
DE PECADO
1. Que
conhecimento você adquire pela Lei de Deus?
R.: “Por
isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela
lei vem o conhecimento do pecado”. Romanos 3:20
A palavra
“lei” pode ser definida como uma norma de conduta emanada por autoridade
competente. E, segundo os ensinos do apóstolo dos gentios, ninguém será justificado
– perdoado – diante de Deus por praticar a Lei. Portanto, nenhum ser humano
será salvo porque guarda a Lei de Deus. A função da Lei não é a de salvar as
pessoas.
Conforme o
apóstolo Paulo ensina, a função da Lei consiste em trazer ao homem o
conhecimento do pecado. A Lei de Deus revela o que é pecado, mas não possui
nenhuma virtude para expiar os pecados. Mas sem a Lei de Deus o cristão não
possui nenhuma condição para dizer biblicamente o que é pecado, pois só a Lei
de Deus pode revelar e definir o que é pecado.
Diante do
exposto, conclui-se que a Lei de Deus nunca foi dada como método de salvação
para ninguém. Somente Jesus Cristo é quem salva o pecador arrependido que nEle
crê. A Lei de Deus não possui a virtude para libertar o pecador do poder do
pecado. Somente Jesus tem o poder para nos libertar do domínio que o pecado
exerce sobre nossas vidas. (João 8:36). O objetivo da Lei é o de mostrar ao
homem o que é pecado, e condenar o transgressor à morte. Pois o salário do
pecado – da transgressão da lei de Deus – é a morte.
2. Como
você pode conhecer o pecado?
R.: “Que
diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum: mas eu não conheci o pecado senão
pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não
cobiçarás”. Romanos 7:7
Por acaso a
observância da Lei pelo cristão é pecado? A resposta do apóstolo Paulo é um
retumbante: “De modo nenhum”. Não é pecado guardar a Lei de Deus, mas muito
pelo contrário, Paulo acrescenta que jamais conheceria o que é pecado a não ser
por intermédio da Lei.
Para mostrar
que se referia ao decálogo ele ilustra a sua afirmativa usando como exemplo o
décimo mandamento da Lei de Deus (Êxodo 20:17), ao dizer que não conheceria a
concupiscência (cobiça), se a Lei não dissesse: “Não cobiçaras”. Logo, a função
especifica da Lei de Deus é a de mostrar ao homem o que é pecado.
Quando o homem
desobedece a Lei de Deus, ele comete pecado, porque pecado é transgressão da
Lei (I João 3:4-ARA). Desse modo pelo conhecimento da Lei LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 87
o cristão pode conhecer o que é pecado para poder evitá-lo,
pois o salário do pecado é a morte do pecador impenitente.
É por
intermédio da Lei de Deus que o Espírito Santo convence o homem do pecado,
levando-o a crer em Jesus Cristo, a fim de alcançar o perdão dos pecados
cometidos, conforme indicado pela Lei. (João 16:8-9).
3. Onde não
há lei, o que também não há?
R.: “Porque
a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão”. Romanos
4:15
“A Lei opera a
ira”. Isto quer dizer que a Lei condena todos aqueles que transgredirem seus
mandamentos. As Escrituras Sagradas ensinam limpidamente que aquele que
transgride a Lei de Deus comete pecado (I João 3:4-ARA), e que o salário do
pecado é a morte (Romanos 6:23). Logo, a pena pela transgressão da Lei de Deus
é a morte do pecador.
Lei sem sanção
é ineficaz. Por essa razão a pena que a Lei de Deus estabelece para o seu
transgressor é a morte. A Lei não salva ninguém, mas indica claramente o que é
pecado e condena o pecador à morte.
Onde não
existe lei para indicar às pessoas o que é certo ou errado, é evidente que
também não existe transgressão de nada. Como alguém poderia ser condenado por
transgredir uma lei que não existe? Portanto, não havendo uma norma de conduta,
a pessoa é plenamente livre para fazer o que bem entende, sem que ninguém possa
impedi-la ou condená-la de proceder do modo como quer, posto que não existe
nenhuma lei sendo transgredido.
Por exemplo,
se não existe lei estabelecendo que determinada rua é de mão única, então
qualquer motorista poderá fazer o uso das duas mãos, sem que qualquer policial
tenha autoridade para multá-lo por agir desse modo. “Porque onde não há lei
também não há transgressão”. Todavia, se houvesse lei estabelecendo que aquela
rua é de mão única, e o motorista fizesse uso das duas mãos, então o policial
teria autoridade e a obrigação de multar o infrator da lei. Porque onde há lei
também há transgressão.
Disso se pode
inferir que, se a Lei não estivesse vigorando nos dias de hoje, qualquer
cristão teria plena liberdade para transgredir todos os seus preceitos, tais
como: tendo outros deuses diante de si, idolatrando imagens, matando,
adulterando, dando falso testemunho, cobiçando, enfim, poderia quebrar
livremente qualquer um dos dez mandamentos. O que é um absurdo! Pois a Bíblia
Sagrada prega o arrependimento dos pecados, além de condenar severamente o
pecado. E sabemos que o pecado é a transgressão da Lei de Deus. E que o salário
do pecado é a morte.
4. Se não
houvesse lei, o que não poderia ser imputado?
R.: “Porque
até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo
lei”. Romanos 5:13
Esse versículo
é semelhante ao anterior. Ele esclarece que até o momento em que Moisés recebeu
no monte Sinai a Lei de Deus, o pecado já existia no mundo. Tanto é que
existia, que a Bíblia informa que Caim pecou ao matar o seu irmão Abel, por
isso foi separado de Deus e andou fugitivo e errante no mundo. Esclarece que os
antediluvianos eram grandes pecadores, por isso foram destruídos pelo dilúvio
universal que devastou o mundo antigo. Também afirma que Sodoma e Gomorra eram
cidades pecadoras, por isso foram destruídas pelo fogo. Isto prova que antes do
Sinai já existia pecado no mundo. E se havia pecado é porque havia a lei, a
qual foi transgredida.
Todavia, o
pecado não é imputado se não houver Lei. Mas, justamente por haver uma lei em
vigor antes do Sinai é que o pecado foi imputado a Caim. Justamente LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 88
porque a Lei estava em vigor antes do Sinai é que Deus pode
imputar os pecados aos antediluvianos e assim condenar o mundo antigo através
das águas do dilúvio. Justamente pelo fato da Lei estar em vigor antes do Sinai
é que os pecados de Sodoma e de Gomorra lhes foram imputados e as cidades
condenadas à destruição pelo fogo. Caso não houvesse Lei em vigor antes do
Sinai, Deus não teria imputado pecados a essas pessoas, nem mesmo
condenando-as, pois segundo o apóstolo Paulo “onde não há lei também não há
transgressão”; ou “o pecado não é imputado, não havendo lei”. Disso se conclui
que a Lei de Deus existe desde o princípio do mundo.
VIGOR DA
LEI DE DEUS
5. A fé
anula a lei de Deus?
R.: “Anulamos,
pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei”. Romanos
3:31
Paulo diz que
de nenhuma forma o cristão anula a Lei pela fé. Não é porque nos tornamos
cristãos é que a Lei de Deus se torna nula em nossa vida. Não! De maneira nenhuma!
Antes pelo contrário, agora como cristãos, mais do que nunca estabelecemos a
Lei de Deus em nossa vida.
A graça de
Deus é concedida pela fé, mas não para que o pecador continue em sua vida
errada de pecados. E sim para que o pecador se arrependa e obedeça aos
preceitos da Lei divina, caso contrário ele será condenado à morte, posto que
Paulo ensina que o salário do pecado é a morte.
A Lei não
salva ninguém. Mas com a conversão do homem ao Evangelho de Cristo, a Lei se
estabelece em sua vida. Se antes de se converter ele era um transgressor da Lei
– praticante da iniqüidade – agora como cristão ele não continuará mais sendo
um transgressor da Lei. Não continuará mais a sua vida de roubos, adultérios e
assassinatos. Pois é inconcebível que o homem se converta a Cristo e continue
com as mesmas práticas iníquas de sua vida anterior, como por exemplo: matando,
dando falsos testemunhos, adulterando, idolatrando imagens, tendo outros
deuses, usando o nome de Deus em vão etc. Pois tudo isso é transgressão da Lei
de Deus. E aquele que transgride a Lei de Deus comete pecado. E o salário do
pecado é a morte eterna do pecador.
O fato de o
cristão observar os dez mandamentos não implica que ele o faz para alcançar a
salvação, mas é uma expressão natural e espontânea dele haver sido salvo pela
fé no sangue remidor de Cristo Jesus, e estar sendo santificado na verdade: A
Palavra de Deus (João 17:17). Pois sem santificação ninguém verá o Senhor,
mesmo se dizendo cristão. A fé do cristão se manifesta em obediência a Deus,
caso contrário a sua fé não passaria de presunção. Observe o que diz a Bíblia:
“Mas dirá alguém: Tu tens a fé e eu tenho as obras: mostra-me a tua fé sem as
tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. (Tiago 2:18).
Quando o cristão guarda a lei de Deus ele está mostrando o resultado de sua fé.
6. Em que
se torna aquele que tropeçar num só ponto da Lei?
R.: “Porque
qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado
de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não
matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito
transgressor da lei”. Tiago 2:10-11
Tiago,
inspirado pelo Espírito Santo, diz que qualquer pessoa que guardar toda a Lei
de Deus, mas vier a transgredir um só mandamento do decálogo, ela se torna
culpada de transgredir a Lei. Portanto, o cristão precisa observar e praticar
todos os dez LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 89
mandamentos, exatamente como se encontra registrado no Santo
Livro de Deus em Êxodo 20:3-17.
Para mostrar
que estava se referindo ao decálogo, Tiago citou dois preceitos da Lei de Deus
ao dizer: “Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse:
Não matarás. Se tu, pois não cometeres adultério, mas matares estás feito
transgressor da lei”.
Portanto fica
claro, que não basta guardar apenas nove mandamentos do decálogo, mas é
necessário guardar todos os dez para não se tornar um transgressor da Lei. Pois
a transgressão da Lei é pecado e o salário do pecado é a morte.
A Bíblia ainda
diz que aqueles que vivem na carne não podem agradar a Deus, pois a carne não é
sujeita à Lei de Deus. (Romanos 8:7-8). Portanto, aqueles que ainda não
nasceram de novo não possuem poder para guardar a Lei de Deus, pois o pendor da
carne os leva diretamente à pratica do pecado. Foi por isso que Jesus disse:
“sem mim nada podeis fazer”. (João 15:5). Somente aqueles que nasceram de novo
pela fé em Cristo Jesus, é que realmente possuem o poder para guardar a Santa
Lei de Deus, pois como diz o apostolo Paulo: “Posso todas as cousas naquele que
me fortalece”. (Filipenses 4:13). Quem falar que a Lei de Deus não pode ser
guardada, é porque ainda está vivendo na carne e não no Espírito, razão pela
qual não conhece o poder santificador de Deus em sua própria vida. Essa pessoa
precisa nascer de novo para poder ser santificada na verdade (João 17:17).
ESPIRITUALIDADE
DA LEI DE DEUS
7. O que
sabemos sobre a natureza da lei de Deus?
R.: “Porque
bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado”. Romanos
7:14
Paulo diz que
a Lei é espiritual. Isto significa que a Lei de Deus é inscrita no coração
daquele que nasceu de novo (Hebreus 10:16). E isto para que do interior do
coração não “saiam os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os
homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a
inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura”. (Marcos 7:21-22). Pois somente os
limpos de coração verão a Deus. (Mateus 5:8). Jesus não quer sepulcros bonitos pelo
lado exterior, mas tendo todo o tipo de imundícia em seu interior (Mateus
23:27). Portanto, a prática da santa Lei de Deus começa com as intenções do
coração do cristão, razão pela qual é dito que a Lei é espiritual e inscrita no
coração do cristão. Pois Deus está interessado em santificar o caráter do
crente.
8. Como
Jesus considerou a transgressão da lei?
R.: “Ouvistes
que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo que
qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu
adultério com ela”. Mateus 5:27-28
Em seu sermão,
Jesus indicou claramente que a Lei de Deus – expressa no decálogo – é
espiritual. Para isso afirmou que comete pecado de adultério em seu coração aquele
que atentar numa mulher para a cobiçar.
Isso significa
que para cobiçar e adulterar não é necessário praticar exteriormente o ato
pecaminoso. Basta ter intenção ou desejo de praticá-lo. O simples desejo de
querer realizar o ato pecaminoso é mais do que suficiente para que o indivíduo
se torne transgressor da Lei de Deus. Sendo que o salário desse pecado
intencional é a morte. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 90
O pecado passa por diversas fases. A fase de tentação,
cogitação, preparação, execução e consumação. Sendo que a Lei de Deus condena o
pecado já na fase de cogitação, quando ele passou da fase de tentação e está
sendo acariciado no coração do ser humano.
A tentação é
uma sugestão que aparece no coração do ser humano. E constituindo-se apenas
numa sugestão, e pode ser ou não ser aceita pela pessoa que está sendo tentada.
Ser tentado
não é pecado, pois mesmo Jesus foi tentado em todas as coisas, mas permaneceu
sem pecado (Hebreus 4:15). O que é pecado é consentir com a tentação. É desejar
praticar o ato sugerido pela tentação. É tomar a decisão de praticar o ato
pecaminoso. O consentimento do indivíduo com a tentação têm como resultado a
concepção do pecado no coração dessa pessoa. Se por ventura a pessoa que
consente com a tentação não consegue executar o ato é porque não teve
oportunidade, posto circunstâncias alheias à sua vontade o impedem de consumar
o pecado concebido em seu coração.
OBEDIÊNCIA
9. Se amar
a Jesus o que você guardará?
R.: “Se
me amardes, guardareis os meus mandamentos”. João 14:15
Se você amar a
Jesus, você guardará os Seus mandamentos. O amor a Deus leva o cristão à
obediência. Se você não guarda os mandamentos de Jesus, isto prova que você
ainda não O ama de fato, mas o seu amor é apenas de boca para fora.
Não importa o
que você diga sobre o amor que sente por Jesus, tudo não passa de presunção e
pretensão de sua parte. Pois, se você realmente amar a Jesus você também estará
guardando os Seus mandamentos. O verdadeiro amor se manifesta em obras.
O amor a Jesus
somente pode ser traduzido em atos de obediência aos mandamentos de Deus.
Destarte, é impossível alguém querer demonstrar seu amor a Jesus, se não
estiver observando os Seus mandamentos.
10. Como
você pode passar por mentiroso?
R.: “Aquele
que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele
não está a verdade”. I João 2:4
Aquele que diz
que conhece a Deus, mas não guarda os Seus mandamentos é uma pessoa mentirosa,
e em suas palavras não está a verdade. Essa pessoa não é digna de nenhum
crédito. Ela pensa, supõe e imagina que conhece a Deus, mas engana-se a si
mesma. Esta pessoa vive uma ilusão. Pois, somente conhece a Deus aquele que
guarda os Seus mandamentos.
Portanto, não
adianta você me dizer que conhece a Deus, se não guarda os Seus mandamentos.
Você não passa de um mentiroso! Na verdade você não conhece a Deus, pois se O
conhecesse guardaria os Seus mandamentos.
ÚLTIMOS
DIAS
11. Que
duas características identificam a Igreja de Deus?
R.: “E o
dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os
que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”. Apocalipse
12:17 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 91
O “dragão” simboliza o “diabo” e a “mulher” simboliza a
“Igreja de Deus”. Portanto, este versículo afirma claramente que o diabo
irou-se contra a Igreja fundada por Jesus Cristo, e foi fazer guerra contra o
povo que restou da Igreja de Deus.
É contra o
remanescente da verdadeira Igreja que o diabo tem ódio mortal e está em guerra.
Todavia, apesar das adversidades os santos do Altíssimo são perseverantes em
guardar todos “Mandamentos de Deus”, conforme constam nas Escrituras Sagradas.
Para escaparem dos enganos dos últimos dias, eles são orientados pelo
“Testemunho de Jesus Cristo”. Sendo que por estas duas características, Deus
identifica um remanescente fiel que estará vivendo na face da Terra no final da
história deste mundo.
12. Que
duas características distinguem os santos?
R.: “Aqui
está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e
a fé de Jesus”. Apocalipse 14:12
Mais uma vez
as Escrituras Sagradas declaram que os santos do Altíssimo possuem duas
características distintivas em seu caráter. Primeiro: guardam todos os
mandamentos de Deus, conforme estão registrados na Bíblia Sagrada. Segundo:
possuem a fé de Jesus. Isto significa que se trata de um grupo religioso de
pessoas cristãs. E, como cristãos, crêem na Bíblia Sagrada como sendo a Palavra
de Deus revelada aos homens; na justificação unicamente pela fé no sangue
remidor de Jesus Cristo; no perdão dos pecados; na vida eterna oferecida
unicamente por crerem em Jesus Cristo, no poder da oração, no juízo final com a
vitória do bem sobre o mal. E, finalmente, pode-se acrescentar que eles são
declarados “santos” porque estão santificados na verdade, a Palavra de Deus é a
verdade (João 17:17).
E quanto a
você? O que pretende fazer com o conhecimento de que a Lei de Deus ainda está
vigorando? Venha para junto dos santos. Venha guardar os mandamentos de Deus e
a fé de Jesus, conforme estão declaradas nas Sagradas Escrituras. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 92
ESTUDO BÍBLICO 15
SÁBADO
O
CRIADOR DO SÁBADO
1. Quem era
o Verbo? Em que o Verbo se fez?
R.: “No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo
se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. João 1:1 e 14
Este versículo
nos fala que no princípio, antes mesmo de ser criada qualquer coisa no
Universo, o Verbo já existia. O qual, por ser membro da Santíssima Trindade,
estava com Deus, e Ele era Deus.
A Bíblia diz
que o Verbo tomou a natureza humana e se fez carne, vindo a habitar no meio dos
homens. O evangelista João testemunha que os homens viram a glória do Verbo,
como a glória do Filho único do Pai. Ainda diz que Ele era cheio de graça e de
verdade.
Nestes
versículos, João estava se referindo a Jesus Cristo. Era Jesus o Verbo que se
fez carne e habitou entre nós. Era Jesus quem estava com Deus e era Deus. Ele
era antes de todas as coisas. Observe Ele disse: “E agora glorifica-me tu, ó
Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo
existisse”. (João 17:5).
2. Que
coisas foram feitas por Ele (Jesus)?
R.: “Todas
as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. João
1:3
As Sagradas
Escrituras esclarecem que todas as coisas que existem no Universo foram feitas
por Jesus Cristo. E sem Jesus nada, além daquilo que Ele fez, veio a ter
existência. O que interessa ressaltar nessa passagem bíblica é que todas as
coisas foram feitas por Jesus Cristo, muitos séculos antes dEle assumir a
natureza humana. Cristo foi o verbo que “falou, e tudo se fez; mandou, e logo
tudo apareceu”. (Salmo 33:9).
3. O que
foram criadas nEle (em Jesus)?
R.: “Porque
nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades: tudo foi criado por ele e para ele”. Colossenses 1:16
Este versículo
bíblico é paralelo ao versículo anterior. E do mesmo modo como o anterior, ele
também esclarece que em Jesus Cristo foram criadas todas as coisas. Tantas as
coisas que existem nos céus como aquelas que existem na Terra. Tanto as coisas
visíveis como as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 93
sejam potestades. As Sagradas Escrituras acrescentam a
informação de que tudo foi criado por Jesus Cristo, e foi criado para Ele. “Ele
fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua
inteligência estendeu os céus”. (Jeremias 10:12).
4.
Portanto, quem é o Senhor do Sábado?
R.: “Assim
o Filho do homem até do sábado é Senhor”. Marcos 2:28
Cristo criou
todas as coisas numa sucessão de seis dias literais, e ao sétimo dia daquela
semana Ele estabeleceu como memorial da criação o dia do sábado, o qual é
identificado universalmente como o sétimo dia da semana. Por isso até do sábado
Jesus é o Senhor. “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e
tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia
do sábado, e o santificou”. (Êxodo 20:11).
Como criador
de todas as coisas que existe no Universo, Jesus Cristo, pôde com muita
propriedade afirmar a todos que até do sábado Ele é Senhor. Foi Ele quem o instituiu
no dia seguinte ao da criação do homem, visando unicamente o bem-estar, físico,
mental, emocional, espiritual e a santificação da humanidade. (Gênesis 2:1-3).
Entende-se
pelo termo “Senhor”, aquele que é o proprietário, aquele que é o dono absoluto.
Portanto, Jesus Cristo é Senhor do sábado porque ele é o dono absoluto desse
dia. O sábado foi criado por Jesus Cristo e para Ele no sétimo dia da semana da
criação.
O sábado foi
criado bem antes da entrada do pecado no mundo. Foi guardado pela humanidade,
representada naquela época por Adão e Eva. Isto ocorreu já no dia seguinte ao
de sua criação. Naquele primeiro dia sábado eles tiveram uma comunhão muito
íntima e pessoal com o Seu Criador. Eles aprenderam a apreciar as maravilhas da
criação ao seu redor. Observe que o sábado não foi criado para o judeu, pois
naquele tempo não havia nenhum judeu sobre a face da Terra, mas foi criado para
toda a humanidade. Naquele primeiro sábado Adão e Eva desfrutaram das horas
sagradas adorando o seu Criador.
O EXEMPLO
DE JESUS
5. Em que
dia Jesus ensinava na sinagoga?
R.: “E,
chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos ouvindo-o, se
admiravam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? é que sabedoria é esta que lhe
foi dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos”. Marcos 6:2
Para dar
exemplo aos Seus seguidores, Jesus Cristo santificava o dia do sábado
participando dos cultos religiosos realizados nos locais de adoração, que
naquele tempo era realizado na sinagoga. Jesus guardou o sábado que Ele mesmo
instituiu no sétimo dia da criação, posto que todas as coisas foram feias por
Ele. (João 1:3).
Jesus Cristo
guardava o dia do sábado em cumprimento ao mandamento de Deus que ordena a
santificação do dia do sábado (Êxodo 20:8). Com essa atitude, Jesus nos deixou
um grande exemplo de obediência para ser seguido na guarda dos mandamentos da
santa Lei de Deus.
6. Que dia
Jesus tinha por costume ir à sinagoga?
R.: “E,
chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu
costume, na sinagoga, e levantou-se para ler”. Lucas 4:16 LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 94
O evangelista Lucas esclarece que era “costume” de Jesus
Cristo ir aos sábados nos locais de adoração a Deus, para assistir aos cultos
religiosos que ali eram realizados. Esse era um costume arraigado no coração de
Jesus desde a Sua mais tenra infância, posto que Ele fora criado na cidade de
Nazaré. Além disso, sempre que tinha oportunidade Jesus participava das
atividades religiosas desenvolvidas nos cultos, seja ensinando, lendo, ou
comentando trechos das Escrituras Sagradas. Jesus guardava o sábado em
obediência ao mandamento da Lei de Deus.
Mas o que é
costume? Costume é a prática uniforme e reiterada de um ato pela convicção
íntima de sua obrigatoriedade. Você gostaria de ter o mesmo costume que Jesus
tinha? Você deseja seguir o exemplo de Jesus adorando a Deus todos os sábados?
Jesus guardou
o sábado não no espírito fanático da seita dos fariseus ou dos saduceus, que já
não representavam mais a religião original dos judeus. Mas guardou o sábado no
espírito dos dois grandes mandamentos da Lei: “Amor a Deus” e “amor ao
próximo”. Muitas vezes Jesus mostrou que o sábado é um dia para se praticar
atos de misericórdia para com os aflitos e necessitados. Ele fez muitas curas
nesse dia. Em certa ocasião Ele disse que é “lícito fazer bem nos sábados”.
(Mateus 12:12).
É muito
significativo observar que Jesus, muito embora tenha condenado a forma como a
seita dos fariseus guardava o dia do sábado, Ele nunca ensinou ou sugeriu que
não se deveria guardar esse santo dia. O que Jesus discordava dos fariseus, não
era sobre qual dia da semana o crente deveria guardar, mas sim a forma correta
de como o dia do sábado deveria ser guardado.
O
EXEMPLO DOS CRISTÃOS
7. Em que
dia repousaram as fiéis seguidoras de Jesus?
R.: “E
era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. E as mulheres, que tinham vindo
com ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu
corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos, e no sábado
repousaram, conforme o mandamento. E no primeiro dia da semana, muito de
madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham
preparado”. Lucas 23:54-56; 24:1
O sol estava
declinando no dia da preparação. O dia da preparação era o nome dado ao sexto
dia da semana – dia anterior ao sábado – que hoje é conhecido pelo nome de
sexta-feira. Era chamado de dia da preparação porque os crentes da época se
preparavam para receber o sábado. E esse preparo consistia em colocar a casa em
ordem para que no sábado não se fizesse nenhuma atividade quotidiana que viesse
a profanar a santidade desse dia.
Lucas relata
que na tarde daquela sexta-feira fatídica Jesus estava morto e acabara de ser
retirado da cruz. Aquelas santas mulheres que vinham acompanhando a Jesus desde
a Galiléia seguiram o féretro até à entrada do sepulcro, de onde viram como o
corpo de Jesus fora colocado em seu interior.
A seguir as
mulheres voltaram para o local onde estavam hospedadas. E, segundo o costume da
época, elas desejavam embalsamar o corpo de Jesus. Para isso “prepararam
especiarias e ungüentos”. Mas não puderam voltar ao sepulcro para ungir o corpo
de Jesus porque o sábado estava nascendo com o pôr-do-sol daquela sexta-feira,
quando então aquelas santas cristãs “repousaram, conforme o mandamento”.
Terminado o
repouso do dia do sábado, aquelas santas mulheres se levantaram na madrugada do
primeiro dia da semana e “foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que
tinham preparado”. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 95
Diante do exposto você mesmo pode verificar que aquelas fiéis
cristãs nunca foram ensinadas por Jesus Cristo de que o sábado foi abolido com
João Batista ou que seria abolido com a Sua própria morte na cruz. Pois elas
repousaram no sábado conforme determina o mandamento da santa Lei de Deus.
Logo, em sua mente havia a plena convicção de que a Lei de Deus ainda estava
vigorando.
Pela simples
leitura do texto bíblico você também pode constatar que essas fiéis seguidoras
de Jesus Cristo consideravam o primeiro dia da semana como um dia comum, sem
qualquer significado religioso ou santo, tanto é verdade que elas foram
realizar no primeiro dia da semana justamente aquela atividade que deixaram de
fazer no santo dia do sábado, ocasião em que repousaram conforme determina o
mandamento da Lei de Deus.
8. Em
Antioquia, em que dia Paulo ensinava a Palavra de Deus?
R.: “E,
saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte lhes
fossem ditas as mesmas coisas. E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a
cidade a ouvir a palavra de Deus”. Atos 13:42 e 44
O apóstolo
Paulo foi chamado para ser doutor dos gentios. E por preceito e exemplo ele
andava guardando e santificando o dia do sábado, conforme prescrição do
mandamento da santa Lei de Deus.
Em certa
ocasião, Paulo e a sua equipe missionária estava em Antioquia. E os gentios
daquela cidade rogaram para que no sábado seguinte Paulo lhes pregasse a mesma
mensagem que ele acabara de pregar naquele sábado. Passada a semana, a Bíblia
relata que no sábado seguinte quase toda a cidade se congregou para ouvir as
mensagens da Palavra de Deus.
Se naquele
tempo o domingo fosse considerado pela Igreja Cristã como dia santo, Paulo
perdeu uma ótima oportunidade para ensinar aos gentios a se congregarem no
domingo. A verdade é que o doutor dos gentios nunca ensinou tal doutrina. A
Bíblia Sagrada ignora totalmente o termo domingo, portanto, ignora que o
primeiro dia da semana seja o dia do Senhor.
9. Em
Filipos na Macedônia por não haver nenhuma igreja, o que Paulo fez no Sábado?
R.: “E
no dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos
ter lugar para oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se
ajuntaram”. Atos 16:13
Paulo e sua
comitiva evangelística chegaram numa cidade da Macedônia, chamada Filipos.
Nessa cidade não havia nenhuma igreja ou sinagoga. Mas, como fiéis cristãos,
eles guardavam o dia do sábado, conforme determina o mandamento da santa Lei de
Deus. Então Paulo e sua equipe missionária saíram fora das portas da cidade, e
procuraram um local sossegado para santificar o sábado com um singelo culto religioso
de oração, bem longe dos murmúrios e ruídos das atividades quotidianas
realizadas pelos gentios dentro da cidade de Filipos.
Este versículo
mostra claramente que mesmo em locais onde não havia sinagogas ou igrejas, o
doutor dos gentios se preocupava em observar o dia do sábado, procurando um
local afastado e sossegado para ali poder adorar a Deus e santificar o dia do
sábado. Ele fazia isso para observar o mandamento da Lei de Deus que diz:
“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”. (Êxodo 20:8).
10. Em
Tessalônica na Grécia, em que dia Paulo tinha por costume disputar sobre as
Escrituras? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 96
R.: “E, Paulo, como tinha por costume, foi ter com
eles; e por três sábados disputou com eles sobre as Escrituras”. Atos 17:2
Paulo tinha
por costume aos sábados pregar o Evangelho e disputar sobre as Escrituras
Sagradas com os judeus. Talvez alguém poderá dizer que Paulo ia à sinagoga aos
sábados porque os judeus se reuniam nesse dia. Mas essa afirmação não é totalmente
correta, uma vez que tanto os judeus como os cristãos adoravam a Deus nesse
dia, pois as Sagradas Escrituras eram a fonte comum de doutrina e fé
desses dois grupos religiosos. A diferença era que o grupo cristão acreditava
que Jesus era o Messias, enquanto que o outro grupo não acreditava em tal
ensino. Aos olhos dos gentios a diferença entre judeus e cristãos era tão
pequena que os governadores romanos constantemente confundiam os cristãos com
os judeus. E quando um grupo era perseguido o outro também sofria as
conseqüências.
Que os
cristãos guardavam o dia do sábado se infere pelo fato de que as mulheres que
seguiram Jesus desde Nazaré, na sexta-feira da paixão “prepararam especiarias e
ungüentos” para ungir o cadáver de Jesus. Todavia, elas não tiveram tempo
suficiente para realizar essa obra na sexta-feira, posto que o sábado estava
começando, então elas cessaram suas atividades e “repousaram, conforme o
mandamento”. Mas quando terminou o dia do sábado, aquelas santas mulheres se
levantaram na madrugada do primeiro dia da semana e “foram elas ao sepulcro,
levando as especiarias que tinham preparado”. Elas procederam assim porque o
primeiro dia da semana era considerado um dia comum como qualquer outro.
Também se
infere que os cristãos guardavam o sábado pelo fato de que em certa ocasião
Paulo ao chegar na cidade de Filipos não encontrou nenhuma sinagoga. Mas como
era o seu costume santificar o sábado, conforme o mandamento (Êxodo 20:8), ele
saiu fora das portas da cidade para buscar um lugar propício para adoração. É
interessante observar que, como doutor dos gentios, em nenhum momento Paulo
ensinou aos cristãos que o domingo deveria ser observado como dia sagrado, mas
ensinou os cristãos, por preceito e exemplo, a observarem os ensinos registrados
nas páginas das Sagradas Escrituras.
CONCLUSÃO
11. Que
tipo de sentimento deve haver em nós?
R.: “De
sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Filipenses
2:5
Paulo assevera
que deve haver em todos os cristãos o mesmo sentimento que também houve em
Cristo Jesus. Entre os vários sentimentos que houve em Cristo Jesus, Ele tinha
por princípio observar o sétimo dia da semana, conhecido como sábado, tudo
conforme prescrição do mandamento da Lei de Deus.
Portanto, como
fiéis cristãos, também devemos ter esse mesmo sentimento de obediência a Deus,
santificando o sétimo dia da semana, denominado de sábado, conforme orientação
das Sagradas Escrituras. Devemos santificar o sábado tendo no coração o amor a
Deus e o amor ao nosso próximo.
12. Como
deve andar aquele que diz que está em Jesus?
R.: “Aquele
que diz que está nele, também deve andar como ele andou”. I João 2:6
Qualquer
pessoa que diz estar em Cristo, também deve andar como Ele andou. Ora! Sabemos
que Jesus andou guardando o dia do sábado, com um espírito de obediência e
submissão à vontade de Deus, conforme revelado nas Santas Escrituras. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 97
Logo, também devemos andar guardando o dia do sábado, com o
mesmo espírito de Jesus.
Agora que você
sabe que Jesus guardou o sábado, que os apóstolos guardaram o sábado que a
Virgem Maria também guardou o sábado. Que todos os cristãos devem guardar o
sábado. Então te pergunto. O que você pretende fazer com esse conhecimento
sobre a guarda e santificação do dia do sábado? LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 98
ESTUDO BÍBLICO 16
DOMINGO
AS OITO
ÚNICAS REFERÊNCIAS
1. O que as
mulheres foram fazer no 1º dia da semana? Esta passagem manda alguém santificar
esse dia?
R.: “E,
no fim do sábado, quando já despontava o primeira dia da semana, Maria
Madalena, e a outra Maria foram ver o sepulcro”. Mateus 28:1
No Novo
Testamento existem somente oito passagens que se referem ao primeiro dia
da semana. Apenas oito e nada mais! O primeiro dia da semana atualmente é
conhecido pelo nome de “domingo”. Das oito passagens que falam sobre o primeiro
dia da semana, quatro delas se referem à mesma circunstância e evento, o qual
está relatado nos quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.
O versículo
supra mencionado diz que no primeiro dia da semana – entende-se domingo – duas
das santas mulheres que seguiram Jesus desde a Galiléia, foram ver o sepulcro
onde o corpo de Jesus havia sido colocado no dia anterior.
Nesta primeira
passagem, que fala sobre o primeiro dia da semana, pode-se observar que não
existe nenhum mandamento para qualquer pessoa guardar ou santificar o
primeiro dia da semana. Nem tão pouco a passagem bíblica ensina que o primeiro
dia da semana é o Dia do Senhor.
2. O que
fizeram as mulheres no 1º dia da semana? Esta passagem manda alguém guardar o
1º dia da semana?
R.: “E
no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro de manhã cedo, ao nascer do sol”. Marcos
16:2
O Evangelho de
Marcos relata o mesmo evento descrito no Evangelho de Mateus, ou seja, que no
primeiro da semana aquelas santas mulheres que seguiam Jesus desde a Galiléia
foram ao nascer do sol visitar o sepulcro, onde o corpo de Jesus fora colocado
na tarde da sexta-feira, após ter sido retirado da cruz.
Nesta segunda
passagem que fala sobre o primeiro dia da semana, registrada por Marcos,
podemos notar que ela não ordena a guarda, observância ou santificação do
primeiro dia da semana. O fato de não chamar o primeiro dia da semana pelo nome
de “domingo”, indica claramente que os santos apóstolos desconheciam tal nome.
Na verdade eles consideravam esse dia como um dia comum, sem maiores significados
religiosos.
3. O que
aconteceu com Jesus no 1º dia da semana? Esta passagem manda santificar o 1º
dia da semana?
R.: “E
Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu
primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios”. Marcos
16:9 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 99
Marcos ainda relata em seu Evangelho que na manhã daquele
primeiro dia da semana Jesus havia ressuscitado e aparecido para Maria
Madalena, de quem Ele anteriormente havia expulsado sete demônios. A passagem
em questão não vai além dessa singela informação.
O versículo
bíblico em discussão não informa que os cristãos devem guardar o
primeiro dia da semana em razão da ressurreição de Jesus, nem tampouco informa
que o primeiro dia da semana tornou-se santo ou sagrado devido e esse evento.
Ainda mais, nem mesmo identifica o primeiro dia da semana como o dia do Senhor.
Portanto, a Igreja Cristã Apostólica nunca ensinou que o primeiro dia da semana
era um dia especial que deveria ser observado.
Dizer que se
deve guardar o primeiro dia da semana porque Jesus ressuscitou nesse dia é o
mesmo que dizer que se deve guardar a sexta-feira porque nesse dia Jesus
entregou-se como o Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo. Guardar
qualquer dia da semana sem um claro Mandamento de Deus é guardar doutrinas de
homens, que segundo ensinos de Jesus Cristo consiste em adorar a Deus em vão.
Em síntese,
esta terceira passagem do Novo Testamento que fala sobre o primeiro dia da
semana não manda repousar ou santificar o primeiro dia da semana. Ela apenas
descreve os eventos que se deram naquele dia, e nada mais.
4. O que as
mulheres foram fazer no 1º dia da semana? Esta passagem manda santificar o 1º
dia da semana?
R.: “E
no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando
as especiarias que tinham preparado”. Lucas 24:1
Este versículo
registrado no Evangelho de Lucas descreve o mesmo evento mencionado por Mateus
e Marcos em seus Evangelhos. Ou seja, que no primeiro dia da semana aquelas
santas mulheres que seguiam a Jesus desde a Galiléia foram visitar o sepulcro
onde o corpo de Jesus havia sido colocado.
Nesta quarta
passagem que fala sobre o primeiro dia da semana podemos observar que não
existe nenhuma referência informando aos cristãos que o primeiro dia da semana
deveria doravante ser observado, guardado ou santificado, ou ainda mesmo que
deveria ser chamado pelo nome de domingo.
Aliás, a
palavra “domingo” não existe em nenhum lugar das Sagradas Escrituras. E nem
poderia mesmo existir. Porque a palavra “domingo” é de origem latina e a Bíblia
foi escrita em hebraico, aramaico e grego.
5. Onde
Maria Madalena foi no 1º dia da semana? Existe alguma indicação que o dia é
santo?
R.: “E
no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo
ainda escuro e viu a pedra tirada do sepulcro”. João 20:1
Esta passagem
relatada no Evangelho de João também descreve o mesmo evento mencionado por
Mateus, Marcos e Lucas. Que no primeiro dia da semana uma daquelas santas
mulheres – Maria Madalena – que seguia a Jesus desde a Galiléia foi visitar o
sepulcro onde o corpo do Mestre havia sido colocado ao pôr-do-sol do dia sexto,
conhecido com o nome de “dia da preparação”.
Nesta quinta
passagem que fala sobre o primeiro dia da semana podemos observar que não
existe nenhum mandamento ordenando aos cristãos ou a qualquer outra pessoa
observar, guardar e santificar o primeiro dia da semana. Isto representa mais
uma evidência bíblica de que Jesus não ordenou a guarda do primeiro dia da
semana. Se porventura alguém guarda o primeiro da semana não é por mandamento
divino, mas por tradição dos homens. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 100
6. Por que os discípulos estavam reunidos? Isto indica
que eles estavam santificando o 1º dia da semana?
R.: “Chegada
pois a tarde de aquele dia, o primeiro dia da semana, e cerradas as portas onde
os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se
no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco”. João 20:19
O Evangelho de
João ainda relata que na tarde daquele primeiro dia da semana, os discípulos de
Jesus estavam com medo dos judeus, por isto mantinham as portas trancadas. O
motivo do medo é que temiam ter o mesmo fim que Jesus havia tido.
Dizer que os
discípulos estavam reunidos para santificar o primeiro dia da semana em
homenagem e comemoração da ressurreição de Jesus é demonstrar total
desconhecimento das mais elementares regras de hermenêutica bíblica. Não se
pode interpretar versículo isolado sem levar em consideração o contexto e o
conjunto de versículos com o mesmo tema.
Em primeiro
lugar, os discípulos foram reprovados por Jesus porque nem mesmo acreditavam
que Ele havia ressuscitado naquele dia. (Marcos 16:14). Sendo esta a primeira
vez que Jesus apareceu a todos eles.
Em segundo
lugar Eles estavam reunidos sim, mas não para santificar o primeiro dia da
semana. O versículo esclarece que eles estavam juntos com as portas trancadas
porque estavam com medo dos judeus, e não realizado algum culto religioso.
Nesta sexta
passagem que fala sobre o primeiro dia da semana novamente podemos constatar
que não existe mandamento ordenando a qualquer pessoa observar, guardar ou
santificar o primeiro dia da semana.
7. Por que
os discípulos reuniram-se no 1º dia da semana? Existe alguma determinação para
santificar esse dia?
R.: “E
no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo,
que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à
meia noite”. Atos 20:7
Em Troas, os
discípulos se ajuntaram no primeiro dia da semana para partir o pão. Muitos
supõem que o “partir o pão” se refere à Santa Ceia. Mas não era assim que entendia
o Doutor Lucas, autor do livro de Atos. Pois ele mesmo esclarece em seu livro
que o partir o pão significa partilhar as refeições juntos (Atos 2:42-46).
E mesmo que
fosse realizada uma Santa Ceia nesse dia, isto não serve como parâmetro para
indicar ou provar que o dia é santo e que deve ser guardado todas as vezes,
posto que a Santa Ceia é uma cerimônia religiosa que pode ser realizada em
qualquer dia da semana. Jesus mesmo realizou a Santa Ceia numa quinta-feira, na
noite em que foi traído (I Coríntios 11:23-26). Se a Santa Ceia é parâmetro
para indicar que o dia é santo, então os cristãos deveriam estar guardando a
quinta-feira, dia em que Jesus praticou e instituiu a Santa Ceia.
Não é porque
um culto religioso foi realizado no primeiro dia da semana, que isto indica ou
prova que o dia é santo, ou que era guardado pelos cristãos, do mesmo modo que
realizar cultos nas quartas-feiras ou em qualquer outro dia da semana, não
torna, e nem indica que esse dia é santo com a obrigação de ser guardado todas
as vezes.
Para os pagãos
o primeiro dia da semana era o dia do sol. Um dia de repouso e de adoração aos
deuses e ao imperador. Era quando os discípulos cristãos de Troas aproveitavam
esse dia de descanso pagão para se confraternizarem. Por essa razão a Bíblia
Sagrada informa que eles se reuniram naquele dia em particular para juntos
partilharem uma refeição de despedida para Paulo, que “havia de partir no dia
seguinte”. E Paulo aproveitou a oportunidade para falar com eles, “e alargou a
prática até à meia noite”. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados
101
Mas, o que importa saber nesta sétima passagem, que fala
sobre o primeiro dia da semana, é que não existe nenhum mandamento ordenando
aos cristãos a observância, ou a santificação do primeiro dia da semana.
8. O que
Paulo ordenou que fosse feito no 1º dia da semana? Esta passagem manda
santificar tal dia?
R.: “No
primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar,
conforme a sua prosperidade, para que senão façam as coletas quando eu chegar”.
I Coríntios 16:2
Paulo havia
ordenado que a igreja de Coríntio fizesse uma coleta para os crentes
necessitados de Jerusalém. Segundo as orientações de Paulo, os cristãos que
congregavam na igreja de Coríntio deveriam, no primeiro dia da semana, colocar
à parte tudo o que pudesse ajuntar, conforme a riqueza de cada membro. Isso
porque Paulo não queria que se fizesse coletas para os santos em Jerusalém
quando ele chegasse para visitar a igreja de Coríntio.
Com base nesse
texto, alguns supõem que a igreja de Coríntio guardava o primeiro dia da
semana, simplesmente porque foi orientada a recolher as ofertas destinadas a
Jerusalém nesse dia. Mas será que é isso que o texto está dizendo? É claro que
não! Note bem! Os crentes de Coríntio foram orientados para no primeiro dia da
semana por de parte o que pudessem ajuntar. “Por de parte” não quer dizer levar
à igreja, mas sim separar à parte aquilo que os irmãos pretendiam doar aos
crentes necessitados de Jerusalém. Além disso, outras versões autorizadas das
Sagradas Escrituras dizem que as dádivas deveriam ser posta de parte em casa.
Logo, não seriam levadas à igreja. Portanto, não se tratava de nenhum culto
religioso realizado nesse dia, mesmo porque Paulo que pretendia visitar a
igreja de Coríntio ordenou que não se fizesse “coletas quando eu chegar”.
Mas por que
então Paulo ordenou que se fizesse a coleta no primeiro dia da semana, e não em
qualquer outro dia? A resposta para essa pergunta é muito simples: o primeiro
dia da semana era tido pelos pagãos como o dia do sol. Era um dia de repouso
para os pagãos e que não deveria ser profanado, pois ofenderia aos deuses.
Portanto, nesse dia os cristãos não poderiam exercer suas atividades
quotidianas sob pena de ofenderem aos pagãos e serem alvos de perseguições.
Desse modo, os crentes de Coríntio tinham o primeiro dia da semana totalmente
livre para colocarem de parte tudo o que pudessem ajuntar como dádiva para a
igreja de Jerusalém. Nos demais dias eles estariam trabalhando.
Nesta oitava e
última passagem do Novo Testamento que fala sobre o primeiro dia da semana não
existe mandamento divino ordenando a observância e santificação do primeiro dia
da semana. Portanto, após analisarmos todas as oito referências bíblicas
existentes, que falam sobre o primeiro dia da semana, concluímos que em nenhuma
delas existe mandamento divino ordenando aos cristãos a guarda do primeiro dia
da semana, o qual nem ao menos é reconhecida na Bíblia Sagrada pelo nome de
domingo.
Das oito passagens
bíblicas estudadas, podemos verificar que existem apenas três diferentes
“primeiro dia da semana” sendo mencionados em todo o Novo Testamento: (1) dia
da ressurreição de Jesus; (2) dia em que os discípulos partilharam uma refeição
com o apóstolo Paulo; (3) dia em que os crentes fizeram uma coleta para os
cristãos de Jerusalém.
JESUS E
A TRADIÇÃO DOS HOMENS
9. Como
Jesus considerou a adoração dos que ensinaram preceitos de homens? LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 102
R.: “Ele, porém respondendo, disse-lhes: Por que
transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição? Mas em vão me
adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens”. Mateus 15:3 e 9
Como nas
Sagradas Escrituras não existe mandamento ordenando a observância do primeiro
dia da semana, podemos concluir que a guarda do domingo é uma tradição imposta
pelas doutrinas e preceitos dos homens.
Boa parte da
cristandade, pela observância da tradição da guarda do domingo, vem
transgredido o mandamento de Deus que ordena a santificação do dia do sábado.
E, conforme
Jesus, em vão os homens adoram a Deus, quando colocam suas tradições –
quaisquer que sejam elas – acima dos mandamentos de Deus. Se você ler a Bíblia
desde o Gênesis ao Apocalipse vai constatar que não existe mandamento ordenando
a guarda e santificação do domingo, mas verificará que existe mandamento
ordenando a guarda e santificação do dia do sábado.
Se o domingo
fosse de alguma utilidade para os cristãos, Paulo a teria ensinado, pois ele
disse: “nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e
pelas casas” (Atos 20:20). Se o domingo fosse doutrina divinamente inspirada,
Paulo a teria anunciado aos cristãos “porque nunca deixei de vos anunciar todo
o conselho de Deus” (Atos 20:27). Como o domingo não consta em seus ensinos,
conclui-se que ele não é conselho de Deus.
Nem mesmo
existe na Bíblia Sagrada a palavra “domingo”. Ela não é doutrina bíblica, mas é
tradição dos homens. Destarte, a observância do domingo no lugar do sábado do
sétimo dia da semana tem levado muitas pessoas sinceras e fiéis a Deus, a
transgredirem a Santa Lei de Deus, “porque qualquer que guardar toda a lei, e
tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos”. (Tiago 2:10).
10. Que
cuidado você deve ter?
R.: “Tende
cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e
não segundo Cristo”. Colossenses 2:8
Alguns
expositores modernos justificam sua posição na guarda do domingo empregando
idéias filosóficas e argumentos sutis desprovido de qualquer valor bíblico. E
isto é realizado segundo a tradição dos homens, e segundo os princípios do
mundo. E não segundo Cristo, que sempre empregava as Escrituras Sagradas como
fonte e base para justificar sua posição em obedecer aos preceitos divinos.
Segundo Jesus, “a Escritura não pode ser anulada”. (João 10:35).
Portanto, em
vez de empregarem os claros ensinos das Sagradas Escrituras que ordenam a
santificação do dia do sábado, esses eruditos empregam os rudimentos do mundo
(filosofias, história, tradição, raciocínios cheios de subtilezas) para
justificarem seus sutis argumentos da guarda do domingo. Argumentos que somente
servem para enganar os incautos. Só a Bíblia é a verdade (João 17:17). Só a
Bíblia deve ser regra de fé, doutrina e conduta do cristão, e nada mais. Este é
o lema da reforma protestante. Todo e qualquer ensino deve ser examinado e
submetido “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais
verão a alva”. (Isaías 8:20).
Contra esse
tipo de teólogo, Paulo advertiu aos cristãos para tomarem cuidado em não cair
em suas artimanhas, vindo a se tornarem presa deles. Portanto, cuidado! A
Bíblia não autoriza a tradição, as teorias e as razões dos homens, como fonte
de fé, doutrina e prática dos cristãos. Nem mesmo as leis emanadas pelas
autoridades eclesiásticas têm autoridade para criar dogmas de fé. Sós a Bíblia
Sagrada pode fazer isso.
O verdadeiro
cristão não segue as filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos
homens, mas possuem o genuíno espírito dos bereanos que foram “mais nobres do LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 103
que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado
receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram
assim”. (Atos 17:11). Portanto, a questão da guarda do sábado ou do domingo
deve ser examinada à luz das Sagradas Escrituras, e não na filosofia, história
ou tradições dos homens.
Devemos
examinar as Sagradas Escrituras “para que não sejamos mais meninos
inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos
homens que com astúcia enganam fraudulosamente”. (Efésios 4:14).
CONCLUSÃO
11. A quem
importa o cristão obedecer?
R.: “Porém,
respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que
aos homens”. Atos 5:29
A palavra
“domingo”, que serve para identificar o primeiro dia da semana, vem do latim “dominicu”,
e significa etimologicamente “Dia do Senhor”. Ocorre que essa palavra não se
encontra em nenhum lugar das Escrituras Sagradas, simplesmente porque a Bíblia
foi escrita em hebraico, aramaico e grego e não em latim. Além disso, a Bíblia
deixa claro que o primeiro dia da semana era considerado pelos cristãos como um
dia comum, e que nunca recebeu qualquer nome honroso ou distinção especial.
Como se isso não fosse suficiente a Bíblia informa que o “Dia do Senhor” é o
dia do sábado (Isaías 58:13). Logo, é pela força da tradição dos homens que o
domingo é observado, em detrimento aos claros ensinos da Palavra de Deus.
Entre obedecer
aos homens e obedecer a Deus, o apóstolo Pedro e os demais apóstolos de Jesus
disseram que, ao cristão é mais importante obedecer a Deus do que obedecer aos
homens.
Portanto,
entre guardar o domingo que é claramente uma doutrina de homens e guardar o
sábado que é claramente mandamento de Deus, mais importa obedecer a Deus
guardando do sábado do que obedecer aos homens guardando o domingo. “Mas Deus,
não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e
em todo o lugar, que se arrependam”. (Atos 17:30).
12. Que
duas características identificam os santos?
R.: “Aqui
está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e
a fé de Jesus”. Apocalipse 14:12
Diante desse
versículo bíblico, fica claro que os santos do Altíssimo são aqueles que estão
santificados na verdade (João 17:17). Eles são identificados por duas
características fundamentais, a saber: Primeira característica: guardam
os mandamentos de Deus, conforme estão registrados nas Sagradas Escrituras,
inclusive o dia do sábado. Segunda característica: guardam a fé de
Jesus. Portanto os santos são cristãos fiéis a Deus e à Sua Palavra.
Pelas regras
da interpretação doutrinária existe uma diferença significativa entre ter “fé
em Jesus” e ter a “fé de Jesus”. Segundo essa forma de interpretação, Ter a “fé
em Jesus” é crer em Jesus, crer no que Ele falou e no que Ele realizou. Ter a
“fé de Jesus” é ter a mesma fé que Jesus tinha quando Ele esteve aqui na Terra.
É ter fé para caminhar sobre as águas, ter fé para curar os enfermos, ter fé
para ressuscitar os mortos, enfim ter fé para fazer as mesmas espécies de obras
que Jesus fazia. Já, pelas regras da interpretação autêntica contextual, no
qual o próprio texto bíblico interpreta-se a si mesmo, a “fé em Jesus” e a “fé
de Jesus” não apresenta nenhuma diferença significativa, e está relacionada com
a justificação pela fé em Cristo (Gálatas 2:16). LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 104
No estudo de hoje você aprendeu que não existe nas Sagradas
Escrituras nenhum mandamento ordenando a guarda e santificação do domingo, mas
sabe que existe mandamento ordenando a guarda e santificação do sábado. Você
aprendeu que nem mesmo existe a palavra domingo nas Escrituras Sagradas, mas
sabe que existe a palavra sábado designando o sétimo dia da semana como dia do
Senhor. Então pergunto. O que você pretende fazer com o que aprendeu no estudo
de hoje? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 105
ESTUDO BÍBLICO 17
FALSAS
IGREJAS
INTRODUÇÃO
1. Qual é o
fim dos caminhos que parecem direito ao homem?
R.: “Há
caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte”. Provérbios
16:25
A Bíblia
Sagrada nos adverte firmemente para tomarmos cuidado com determinados caminhos.
Isto porque existem muitos caminhos religiosos que aos olhos dos homens parecem
direito, razão pela qual supõem que conduz à vida eterna.
Todavia, tais
caminhos são enganosos, porque muitas vezes se apresentam revestidos de uma
aparência de caridade, piedade, fé, ética cristã, fervor religioso, mas os seus
ensinos doutrinários não estão de acordo com as claras revelações apresentadas
nas Escrituras Sagradas. Não estão em perfeita harmonia com o Evangelho de
Cristo e com a Lei de Deus. Portanto, não estão em harmonia com a expressa
vontade de Deus. Por essa razão, tais caminhos acabam conduzindo os seus
adeptos à morte eterna. Por isso, se tais caminhos não estiverem em perfeita
harmonia com a Palavra de Deus, deve ser imediatamente desprezado.
2. Para
poder ver a alva deve-se falar segundo o que?
R.: “À
Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a
alva”. Isaías 8:20
Se esses
caminhos, que supostamente dizem conduzir à vida eterna, não apresentarem suas
doutrinas, fé e prática em sã conformidade com a Lei e com o Testemunho das
Sagradas Escrituras, eles nunca verão a alva. Isto é, nunca terão a luz, mas
permanecerão nas trevas.
Deve-se
entender que a palavra “Lei” é uma referência aos primeiros cinco livros do
Antigo Testamento, todos eles divinamente inspirados e escritos por Moisés
(Lucas 24:44). E a palavra “Testemunho” é uma clara referência aos demais
escritos bíblicos produzidos pelos santos profetas de Deus, pois o “Testemunho de
Jesus Cristo” (Apocalipse 12:17) é o “Espírito de Profecia”. (Apocalipse
19:10).
Portanto, o
ensino de qualquer caminho religioso deve ser analisado unicamente em função do
que está registrado nas Sagradas Escrituras. Se as doutrinas ensinadas por tais
caminhos não estiverem em perfeita harmonia com o que diz a Bíblia Sagrada,
isto é uma clara indicação de que ao seu fim são caminhos de morte, e que nunca
terão a luz da verdade e da salvação. Portanto, cuidado!
Aplicando esse
princípio bíblico os bereanos foram “mais nobres do que os que estavam em
Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas
Escrituras se estas coisas eram assim”. (Atos 17:11). LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 106
ADVERTÊNCIA DE DEUS
3. O que
acontecerá nos últimos tempos?
R.: “Mas
o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé,
dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. I
Timóteo 4:1
A palavra
“apostatar” quer dizer mudar de crença. E o Espírito Santo afirma claramente
que nos últimos dias da história deste mundo, algumas pessoas iriam abandonar a
fé nos claros ensinos das Escrituras Sagradas para darem ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas criadas pelos demônios.
Isso significa
que nos últimos dias haveria homens pregando e conduzindo as pessoas por
caminhos equivocados. Esses homens estariam ensinando doutrinas inspiradas
pelos demônios. E como são inspiradas pelos demônios, tais doutrinas distorcem
os claros ensinos da Palavra de Deus, visando unicamente enganar aqueles que
nelas crerem.
4. O que
surgirão nos últimos tempos e o que farão?
R.: “Porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e
prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Mateus
24:24
Nos últimos
dias, não sendo suficiente ensinar apenas doutrinas criadas pelos demônios; os
falsos profetas – espíritos enganadores – visando seduzir as pessoas para os
seus caminhos, ainda complementarão os seus ensinos com a realização de grandes
sinais miraculosos e prodígios sobrenaturais.
Destarte, os
doentes serão curados de inúmeras enfermidades; nas sessões de exorcismos os
demônios simularão estarem sendo expulsos; e os falsos profetas manifestarão
uma multidão de revelações dadas por inspiração dos demônios. Mas tudo isso não
passa de manifestações que a Bíblia chama de “prodígios de mentira” (II
Tessalonicenses 2:9), porque com a realização dos mesmos, milhões de pessoas no
mundo inteiro serão enganadas, e levadas a acreditarem nas doutrinas de
demônios, simplesmente porque elas não se apegaram profundamente à Palavra de
Deus.
Esses sinais
são realizados com o poder dos demônios pelos falsos profetas, visando
unicamente enganar e seduzir os homens para os seus caminhos. E, se fosse
possível, esses milagreiros dos demônios enganariam até mesmo os santos do
Altíssimo. Mas como isso não é possível, porque os santos do Altíssimo estão
alicerçados sobre a rocha da Palavra de Deus (Mateus 7:24-25), os falsos
profetas conseguirão enganar somente os incautos. Aqueles que não receberam
amor da verdade (João 17:17) para se salvarem. Por isso Deus permitirá a
operação do erro, para que creiam na mentira. (II Tessalonicenses 2:10-11).
5. O que
muitos dirão ao Senhor no dia do Juízo?
R.: “Muitos
me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em
teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniqüidade”. Mateus 7:22-23
No dia do
juízo final, muitas pessoas terão a ousadia de chegar diante de Jesus Cristo
para reivindicar a sua salvação pessoal. Elas estão crentes de que viveram suas
vidas em perfeita comunhão com Jesus. Elas reivindicam sua salvação com base
nos grandes sinais e prodígios que realizaram; alegam que profetizaram, que
expulsaram demônios e que fizeram muitas outras maravilhas, tudo em nome do
Senhor Jesus Cristo. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 107
Mas a verdade nua e crua é que esses sinais e prodígios de
curas, exorcismos e revelações não vieram da parte de Jesus Cristo, posto que
Ele mesmo afirma categoricamente que nunca conheceu aquelas pessoas que diziam
ter operado maravilhas pelo Seu nome.
Ora! Se não foi
pelo poder do nome de Jesus Cristo que aquelas pessoas realizaram os grandes
sinais e prodígios, tais como profecias, exorcismo e muitas outras maravilhas,
então só pode ter sido pelo poder dos demônios que tais prodígios e maravilhas
foram realizados (Mateus 24:24).
A triste
realidade é que todas essas pessoas não herdarão a vida eterna, mas se
perderão. Pois Jesus mesmo ordena para que elas se apartem dEle, além de
considerá-las praticantes de “iniqüidade”. Pois, Segundo Jesus, “Nem todo o que
me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aqueles que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mateus 7:21). A Bíblia define
iniqüidade da seguinte maneira: “Toda a iniqüidade é pecado”. (I João 5:17). E
pecado é transgressão da Lei de Deus (I João 3:4-ARA). Portanto, essas pessoas
condenadas por Jesus cometem iniqüidade porque foram ensinadas a transgredirem
a Santa Lei de Deus. Logo, elas foram condenadas porque não fizeram a vontade
de Deus, conforme claramente reveladas nas Sagradas Escrituras, mas se deixaram
seduzir e enganar pelos grandes sinais e prodígios da mentira. Não confiaram
nos claros ensinas da Palavra de Deus, mas confiaram em manifestações
sobrenaturais. “À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta
palavra, nunca verão a alva”. (Isaías 8:20).
Foram levadas
a crerem que tinham a aprovação de Jesus ao realizarem os grandes sinais e
prodígios em Seu nome, quando na verdade estavam sendo enganadas por uma força
diabólica. Portanto, os milagres não servem como base de referência para
demonstrar a aprovação divina sobre determinado grupo religioso, posto
que os demônios possuem o poder para produzirem grandes sinais e prodígios,
como por exemplo: profecias, exorcismos, curas e muitas outras maravilhas.
Devemos tomar cuidado porque segundo as Escrituras Sagradas “há caminho que
parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte”. (Provérbios
16:25).
De uma maneira
muito clara e significativa Jesus Cristo identificou esse grupo religioso como
sendo constituído por cristãos, posto que têm Jesus Cristo como “Senhor”. Mas a
que movimento cristão pertence esse grupo condenado por Jesus? A resposta
encontra-se na própria Bíblia. Esses supostos “cristãos” são perfeitamente
identificados por Jesus Cristo como sendo aqueles que realizam grandes sinais e
prodígios em “nome” de Jesus Cristo, tais como profecias, exorcismos e muitas
outras maravilhas. Ora! Se eles empregam o nome de Jesus Cristo em suas
atividades religiosas, especialmente nas sessões de sinais e prodígios, é porque
se trata dos grupos evangélicos, os quais se vangloriam de realizar,
revelações, profecias, exorcismos, curas miraculosas em nome do Senhor Jesus,
todavia ao mesmo tempo não possuem nenhum compromisso com a Lei e o Testemunho
das Sagradas Escrituras.
Todos esses
grupos evangélicos são sinceros em sua fé, caso contrário não se atreveria a
chegar diante de Jesus para reivindicar a sua salvação. É claro que a
sinceridade é necessária na vida do cristão, todavia não é suficiente para a
salvação. Pois a pessoa pode ser sincera e estar redondamente enganada quanto
ao caminho que está seguindo. Além disso, a salvação não é dada somente pela
sinceridade da pessoa, mas pela sincera fé no sangue remidor de Jesus Cristo.
A pessoa
verdadeiramente sincera é fiel em seguir a Deus com toda luz que possui a
respeito da vontade do Senhor. Todavia, quando o seu erro lhes é mostrado pela
Palavra de Deus, ela abandona o caminho falso para seguir a luz que lhe é
apresentada. Isto porque o seu compromisso e sinceridade é exclusivamente para
com Deus, e não para com os homens, ou para com qualquer denominação religiosa.
6. A quem
devemos atribuir os milagres? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados
108
R.: “Porque são espíritos de demônios, que fazem
prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar
para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso”. Apocalipse 16:14
Segundo as
Escrituras Sagradas, na verdade quem realiza os grandes sinais e prodígios de
curas miraculosas, quem simula os exorcismo e quem oferece supostas revelações
são os demônios, sob o comando do diabo, que engana todo o mundo. E não poderia
ser de outro modo, pois o Espírito do Senhor é concedido somente àqueles que
obedecem a Deus. Eis o que diz as Sagradas Escrituras: “E nós somos testemunhas
acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que
lhe obedecem”. (Atos 5:32). E obedecer a Deus implica em guardar os Seus
mandamentos, caso contrário a pessoa é considerada mentirosa: “Aquele que diz:
Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a
verdade”. (I João 2:4).
A maioria das curas
realizadas pelos evangélicos são resultados de simples “efeito placebo” e
não de milagres, posto que 70% das doenças são de origem psicossomáticas. De
forma que pelo efeito placebo, até mesmo um copo de água é remédio. Muitas
outras supostas curas resultam da retirada, pelos próprios demônios, de
encantamentos que anteriormente eles mesmos haviam lançado sobre determinadas
pessoas. Você mesmo poderá constatar que muitas outras pessoas não são curadas
nessas igrejas, porque elas realmente estão doentes. A desculpa que dão para o
fracasso da cura é atribuída a um mistério de Deus.
Quanto ao exorcismo,
pode-se constatar que os demônios estão dentro das próprias igrejas evangélicas
que realizam tais práticas (Apocalipse 18:2). Em determinado momento do culto
religioso os demônios tomam posse do corpo e da mente de as suas vítimas, as
quais normalmente são pessoas com as mente mais frágil, devido a alguma doença.
A seguir o ministro, empregando o nome de Jesus Cristo, “pensa” estar
expulsando o demônio do corpo da vítima, quando na realidade o demônio “simula”
espontaneamente sua expulsão do corpo que acabara de possuir. E com essa atividade
milhares de incautos desconhecedores da Palavra de Deus são enganados.
No que se
refere às revelações, os demônios conhecem muitos detalhes da vida
íntima da pessoa a quem costuma acompanhar; bem como retiram informações do
subconsciente das pessoas e transmitem essas informações aos falsos profetas,
que as usa convenientemente. Assim, os falsos profetas supostamente revelam o
passado da pessoa, mencionam membros de sua família e até mesmo fazem algumas
previsões para as pessoas a quem eles estão revelando seu “dom”.
Com relação às
profecias, Satanás é capaz de fazer projeções no que se refere ao
futuro. Pois ele possui uma mente poderosa e brilhante, possui milhares de anos
de existência, conhece bem a natureza dos homens e o rumo que a história está
tomando, além de conhecer as Escrituras Sagradas (Mateus 4:6) e suas profecias.
Como se isso não bastasse Satanás ainda pode profetizar algum evento, e
posteriormente provocar ou produzir o resultado por ele anunciado através dos
falsos profetas. Portando, cuidado!
7. Quem se
transfigura em anjo de luz?
R.: “E
não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é
muito pois que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça: o fim
dos quais será conforme as suas obras”. II Coríntios 11:14-15
Satanás é um
anjo de trevas. Mas para enganar os homens ele até mesmo se transfigura em anjo
de luz. Uma vez transfigurado em anjo de luz ele se esconde atrás do nome de
Jesus Cristo, e realiza os chamados “prodígios da mentira”: curando, simulando
exorcismo e dando supostas revelações aos seus ministros. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 109
Transfigurado em anjo de luz, o caminho apresentado por
Satanás parece direito aos olhos dos homens, mas o seu fim são os caminhos da
morte.
Muitos
acreditam que somente Deus tem o poder para operar milagres. Mas essa crença é
um dos grandes enganos de Satanás. Pois as Escrituras Sagradas mostram
claramente que os demônios também podem produzir milagres (Apocalipse 16:14).
Logo, milagre não é critério de aprovação divina. Milagre não é regra que serve
para confirmar se uma determinada igreja é verdadeira ou não. O único critério
para identificar se uma igreja possui a verdade é o claro fundamento escrito da
Palavra de Deus. “À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta
palavra, nunca verão a alva”. (Isaías 8:20). Somente procedendo como os
bereanos (Atos 17:11) é que nós poderemos estar livres da obra de engano
religioso que campeia o mundo todo em nossos dias.
8. Com que
propósito os falsos ministros fazem os sinais?
R.: “E
faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista
dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido
que fizesse em presença da besta dizendo aos que habitam na terra que fizessem
uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia”. Apocalipse
13:13-14
Com único
propósito de enganar os habitantes da Terra, Satanás, através de seus
falsos profetas – pregadores e pastores – os quais estão transfigurados em
ministros da justiça, realiza grandes sinais. Esses sinais sãos fenômenos
sobrenaturais nunca antes imaginados ou considerados pelos homens. A Bíblia é
clara em dizer que é por intermédio desses sinais sobrenaturais que os homens
são enganados.
Os falsos
profetas, transfigurados em ministros da justiça, parecem estar realizando a
obra de Deus. Aos olhos dos homens aparentam estar conduzindo o rebanho pelo
caminho da vida, quando na realidade estão seguindo o caminho da morte, pois o
rebanho está sendo enganado e iludido pelos grandes sinais e prodígios
realizados por Satanás através dos falsos pastores, missionários e
evangelistas.
À medida que o
fim de todas as coisas se aproxima, Satanás – através de seus ministros – faz
até mesmo descer fogo do céu à Terra diante dos olhos estarrecidos dos homens.
E, uma vez enganados e seduzidos por esses grandes sinais e prodígios da
mentira, os homens passam a acreditar piamente que se trata de uma obra de
origem divina. E, seduzidos pelos milagres, os homens passam a acreditar e a
fazer o que esses falsos ministros dizem, pois acreditam que é da vontade de
Deus.
A nossa única
segurança para escaparmos do drama do engano que está sendo encenado na Terra,
se restringe em conhecermos profundamente os ensinos das Sagradas Escrituras.
Devemos estudá-la todos os dias de nossas vidas, com afinco, determinação e
perseverança. Precisamos cultivar em nosso coração o mesmo espírito dos
bereanos: “examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”.
(Atos 17:11). Devemos seguir as orientações de Jesus Cristo, que disse:
“Examinais as Escrituras” (João 5:39).
CARACTERÍSTICAS
DA IGREJA VERDADEIRA
9. Contra
quem o dragão foi fazer guerra?
R.: “E o
dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os
que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”. Apocalipse
12:17
Apesar da
grande obra de engano realizada nestes últimos dias da história deste velho
mundo, Deus possui na face da Terra um povo santo e fiel à Sua Palavra. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 110
A Bíblia diz claramente que Satanás irou-se contra a Igreja
de Deus, e agora nestes últimos dias foi fazer guerra ao que restou da
verdadeira Igreja de Deus. Esses remanescentes são identificados na Bíblia
Sagrada por duas características fundamentais: (1) A primeira delas é que os
remanescentes da verdadeira Igreja guardam os mandamentos de Deus, conforme
constam das Sagradas Escrituras. (2) E a segunda característica, é que eles
possuem o testemunho de Jesus Cristo.
Para fazer
guerra àqueles que guardam os mandamentos de Deus, os espíritos de demônios
realizam muitas maravilhas, grandes sinais e prodígios da mentira, visando
arregimentar o maior número possível de adeptos. Uma vez alcançado esse
propósito vão fazer pressão aos reis de todo o mundo, para os congregar para a
batalha contra o fiel povo de Deus, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso.
(Apocalipse 16:14).
10. Que
duas coisas os santos guardam?
R.: “Aqui
está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e
a fé de Jesus”. Apocalipse 14:12
Em contrastes
com aqueles que seguem milagres como evidência da aprovação divina, os santos
do Altíssimo são aqueles que observam a Palavra de Deus. Novamente, os santos
são identificados como aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé de
Jesus. Portanto, os santos (João 17:17), guardam a Lei de Deus (Êxodo 20:3-17)
e a justificação pela fé de Cristo (Gálatas 2:17).
Como os santos
guardam a “fé de Jesus”, isto indica claramente que eles são constituídos por
um grupo de pessoas cristãs, pois possuem a fé de Jesus. Mas as Escrituras
Sagradas dizem que não se trata de qualquer tipo de cristão, mas cristãos que
guardam os Mandamentos de Deus, conforme estão registrados nas páginas das
Sagradas Escrituras. Isto implica em guardar inclusive o dia do sábado, nos
exatos termos da prescrição divina. (Êxodo 20:8-11).
CONCLUSÃO
11.
Babilônia se tornou morada do que?
R.: “E
clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se
tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave
imunda e aborrecível”. Apocalipse 18:2
No Apocalipse
a palavra “Babilônia” tem o significado de confusão religiosa. E nos dias de
hoje vivemos numa verdadeira confusão de seitas evangélicas, cada uma
acreditando ou rejeitando algum ponto doutrinário bíblico. Os movimentos
pentecostais e carismáticos com centenas de ramificações se divergem
doutrinariamente. Todas dizem que possuem a verdade, mas cada qual defende a
sua posição doutrinária peculiar e distintiva. E, apesar de toda essa confusão,
ainda assim manifestam em comum os mesmos sinais e prodígios.
Teria Deus se
tornado um Deus de confusão? Estaria Deus concedendo os dons do Espírito Santo
a grupos tão divergentes e contraditórios? Estaria Deus concedendo os dons do
Espírito aos idólatras veneradores da Virgem Maria? Teria Deus abandonado as
doutrinas bíblicas para se concentrar apenas em dons de línguas, revelações,
exorcismos e curas? É claro que não! Este não é o espírito dos ensinos das
Sagradas Escrituras.
Verdade é que
as Escrituras Sagradas dizem que Babilônia se tornou morada de demônios. E
sabemos pelas próprias Escrituras que são os espíritos de demônios que realizam
os prodígios em Babilônia. Os demônios residem nessas igrejas. Muitas LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 111
pessoas em perfeito estado de saúde somente são possuídas
pelos demônios quando visitam tais igrejas. Raramente elas são possuídas pelos
demônios em suas casas, nas ruas, nas lojas, no trabalho; mas com freqüência
são possuídas nessas igrejas. Portanto, cuidado!
12. Que
chamado Deus faz ao Seu povo?
R.: “E
ouvi outra voz do céu que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas
participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”. Apocalipse
18:4
Deus tem um
povo constituído por pessoas sinceras nessas igrejas. Pessoas que nunca ouviram
falar das eternas verdades bíblicas. Pessoas que estão sendo enganadas pelos
ministros dessas igrejas. Pessoas que se deixaram iludir por sinais e
prodígios. Pessoas que nunca viram a Lei de Deus, sob sua verdadeira luz.
Pessoas que nunca tiveram a oportunidade de examinar as Escrituras Sagradas por
si mesmas e verificar o que é a verdade. A essas pessoas se dirige o chamado de
Deus: para que saiam dessas igrejas caídas – verdadeiras moradas de demônios. Saiam
para que não sejam participantes dos seus pecados. Saiam antes que caia as sete
últimas pragas que atingirão os membros dessas denominações religiosas. Saiam e
venham para junto dos santos, aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé
de Jesus. (Apocalipse 14:12). Você precisa se decidir! Se você é realmente uma
pessoa honesta e sincera a Deus, você precisa abandonar esse mundo de trevas e
de demônios em que se encontra, e tomar a decisão de seguir a luz que lhe é
apresentada. Venha e siga a verdade claramente indicada na Palavra de Deus. A
salvação é individual e a escolha é exclusivamente sua. LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 112
ESTUDO BÍBLICO 18
SANTUÁRIO
TERRESTRE
INTRODUÇÃO
1. O que
Deus ordenou que Moisés fizesse?
R.: “E
me farão um santuário, e habitarei no meio deles”. Êxodo 25:8
Deus ordenou
que Moisés construísse um santuário. E através desse santuário Deus prometeu
habitar no meio do Seu povo. O santuário é um templo consagrado às cerimônias
de uma religião. É um local onde os fiéis vão adorar a Deus.
O santuário
que Moisés construiu, seguindo as orientações apresentadas por Deus, era
constituído por um tabernáculo desmontável de 18 metros de comprimento por 6
metros de largura e 6 metros de altura.
2. O
santuário deveria ser feito conforme o que?
R.: “Atenta
pois que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte”. Êxodo
25:40
Para construir
esse santuário Moisés deveria atentar para que o fizesse exatamente conforme as
especificações de um modelo que lhe fora mostrado no monte Sinai.
Por ordem
divina, Moisés havia subido ao monte Sinai para receber das mãos de Deus as
duas tábuas de pedras contendo os Dez Mandamentos, também conhecido pelo nome
de Testemunho, Decálogo ou Lei de Deus. Moisés ficou no monte Sinai durante
quarenta dias e quarenta noites em jejum absoluto antes que Deus lhe
aparecesse. Naquele local Moisés esteve face a face com Deus. Ali ele viu a
glória do Senhor. Foi ali que ele teve visões do modelo do santuário que Deus
desejava que fosse levantado no meio do Seu povo.
O QUE
HAVIA NO SANTUÁRIO
3. O véu
faria separação entre o que?
R.: “Pendurarás
o véu debaixo dos colchetes, e meterás a arca do testemunho ali dentro do véu:
e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo”. Êxodo
26:33
O santuário
estava dividido em dois compartimentos, o primeiro era chamado de lugar santo
e o segundo, de lugar santíssimo. Esses dois compartimentos do
santuário eram separados unicamente por um belíssimo véu, o qual era preso por
colchetes.
A área do
primeiro compartimento do santuário era duas vezes maior que a do segundo.
Portanto, o lugar santo apresentava 6 metros de largura por 12 metros de
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 113
comprimento, o que corresponde a 72 metros quadrados;
enquanto que o segundo compartimento do santuário apresentava 6 metros de
largura por 6 metros de comprimento, o que corresponde a 36 metros quadrados.
Além do véu,
portanto no interior do segundo compartimento, somente o sumo sacerdote
adentrava uma vez ao ano (Hebreus 9:7). Nesse compartimento, Deus ordenou que
fosse colocada a arca do testemunho, que era uma caixa de madeira revestida de
ouro contendo um tampão de ouro maciço chamado propiciatório. Em cima do
propiciatório havia a figura de dois querubins esculpidos em ouro puro, com o
rosto voltado para a tampa (propiciatório) da arca. E dentro da arca foram
colocadas duas tábuas de pedra, também chamadas tábuas do testemunho, onde Deus
havia inscrito, com Seu próprio dedo, os Dez Mandamentos.
4. Que três
objetos foram colocados no lugar santo?
R.: “Pôs
também a mesa na tenda da congregação, ao lado do tabernáculo para o norte,
fora do véu. Pôs também na tenda da congregação o castiçal defronte da mesa, ao
lado do tabernáculo para o sul. E pôs o altar de ouro na tenda da congregação,
diante do véu”. Êxodo 40:22, 24 e 26
Deus ordenou
que no interior do primeiro compartimento, também chamada tenda da congregação,
o qual estava localizado do lado de “fora do véu”, fosse colocado três objetos
do mobiliário do santuário.
Ao lado do
tabernáculo para o norte, à direita de quem entra na tenda, deveria ser
colocada uma mesa. Nessa mesa deveriam ser colocados doze pães, chamados pães
da proposição. Esses pães representavam as doze tribos de Israel, e eram
renovados semanalmente. Ao lado do tabernáculo para o sul, à esquerda de quem
entra no tabernáculo, deveria ser colocado um castiçal de ouro, contendo sete
lâmpadas e que ficava em frente da mesa dos pães da proposição. As lâmpadas do
castiçal permaneciam acesas dia e noite. E, finalmente, diante do véu que fazia
separação entre os dois compartimentos, deveria ser colocado um altar de ouro,
também chamado de altar de incenso. Ali o sacerdote queimava incenso todas as
manhãs e todas as tardes. Esse altar possuía 1 metro de altura e quase meio
metro de largura. Era totalmente forrado de ouro puro e tinha ao seu redor uma
coroa de ouro. “Ora, estando estas coisas preparadas, a todo o tempo entravam
os sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços”. (Hebreus 9:6).
5. Que
mobiliário havia no pátio?
R.: “E
pôs o altar do holocausto à porta do tabernáculo da tenda da congregação, e
ofereceu sobre ele holocausto e oferta de manjares, como o Senhor ordenara a
Moisés. Pôs também a pia entre a tenda da congregação e o altar, e derramou
água nela, para lavar. Levantou também o pátio ao redor do tabernáculo e do
altar, e pendurou a coberta da porta do pátio. Assim Moisés acabou a obra”. Êxodo
40:29, 30 e 33
Fora do
tabernáculo, porém próximo à porta da tenda da congregação, deveria ser
colocado um altar para holocausto, onde seria oferecido holocausto de animais e
ofertas de manjares.
Ainda do lado
de fora do tabernáculo, mas entre a tenda da congregação e o altar do
holocausto, deveria ser colocada uma pia, onde os sacerdotes se lavariam para
estarem aptos a cumprirem os serviços realizados no tabernáculo.
Ao redor do
tabernáculo, do altar de holocausto e da pia, Moisés foi ordenado por Deus a
levantar um pátio, que foi totalmente cercado e possuía apenas uma porta de
cortina. Esse pátio, onde se reunia a congregação israelita, tinha 60 metros de
comprimento por 30 metros de largura, todo fechado por cortinas de linho fino. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 114
OBRA REALIZADA NO SANTUÁRIO
6. O que
deveria ser oferecido ao Senhor em contínuo holocausto?
R.: “E
dir-lhes-ás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao Senhor: dois cordeiros
dum ano, sem mancha, cada dia, em contínuo holocausto. Um cordeiro sacrificarás
pela manhã, e o outro cordeiro sacrificarás de tarde”. Números 28:3-4
Um dos
principais rituais realizados no santuário era chamado de “contínuo
holocausto”. Isto porque diariamente eram oferecidos a Deus dois cordeiros, em
oferta queimada. Esses cordeiros tinham que ter a idade de um ano, não podiam
ter nenhuma mancha, pois deveriam simbolizar a pureza.
O primeiro
cordeiro era sacrificado no período da manhã, exatamente às 9:00 horas. O
segundo cordeiro era sacrificado no período da tarde, exatamente às 15:00
horas. É interessando observar que, conforme o Novo Testamento, o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29) – Jesus Cristo – foi crucificado às
9:00 horas da manhã e às 15:00 horas morreu. (Marcos 15:25, 34-37).
O ritual do
contínuo holocausto simbolizada a provisão de Deus ao pecador: Jesus
Cristo.
7. O que o
transgressor da lei deveria fazer ao pecar?
R.: “E
se qualquer outra pessoa do povo da terra pecar por erro, fazendo contra algum
dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e assim for culpada.
Ou se o seu pecado, no qual pecou, lhe for notificado, então trará por sua
oferta uma cabra fêmea sem mancha, pelo seu pecado que pecou. E porá a sua mão
sobre a cabeça da expiação do pecado, e degolará a expiação do pecado no lugar
do holocausto”. Levítico 4:27-29
Sabemos que o
pecado é definido na Bíblia como sendo a transgressão da Lei. Assim, qualquer
pessoa do povo teria cometido pecado se transgredisse um ou alguns dos
mandamentos da Lei de Deus.
E para
alcançar o perdão pelos pecados cometidos, o pecador sinceramente arrependido,
deveria trazer até à porta do tabernáculo, como oferta pelos seus próprios
pecados, uma cabra fêmea sem mancha.
A seguir o
pecador deveria colocar a suas duas mãos sobre a cabeça da cabra. Com esse
ritual, figuradamente ele transferia o seu próprio pecado para a inocente
cabra. Destarte, a cabra iria servir de expiação pelos pecados que o pecador
havia cometido, e que tinha se arrependido. Uma vítima inocente iria morrer por
causa do pecado de outro!
As Escrituras
Sagradas ensinam que o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23). Portanto,
alguém precisa morrer. Mas como o pecador havia transferido o seu próprio
pecado para a vítima inocente, então é ela quem deve morrer. A seguir o próprio
pecador arrependido deveria degolar a cabra no “altar do holocausto”. Então o
sacerdote levava o sangue da vítima ao primeiro compartimento do santuário e o
aspergia diante do véu. Isso simbolizava que o pecado estava sendo levado para
dentro do santuário, o qual então ficava contaminado.
Esse ritual
que simbolizava a absolvição dos pecados representa Jesus Cristo que morreria
no lugar do pecador, numa morte expiatória.
8. O que
deveria ser realizado pelo sumo sacerdote uma vez ao ano?
R.: “E
da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para expiação do pecado e
um carneiro para holocausto. E Aarão lançará sortes sobre os dois bodes:
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 115
uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode
emissário. Depois degolará o bode da expiação, que será para o povo; e trará o
seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do
novilho, e o espargirá sobre o propiciatório, e perante a face do
propiciatório. Havendo pois acabado de expiar o santuário e a tenda da
congregação, e o altar, então fará chegar o bode vivo. E Aarão porá ambas as
suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as
iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos
os seus pecados: e os porá sobre a cabeça do bode, e envia-lo-á ao deserto,
pela mão dum homem designado para isso. Assim aquele bode levará sobre si todas
as iniqüidades deles à terra solitária; e enviará o bode ao deserto. E isto vos
será por estatuto perpétuo, para fazer expiação pelos filhos de Israel de todos
os seus pecados, uma vez no ano. E fez Aarão como o Senhor ordenara a Moisés”. Levítico 16:5, 8, 15, 20, 21, 22 e 34
Durante o ano
inteiro o santuário era “figuradamente” contaminado pelos pecados de todas as
pessoas que dia após dia degolavam a sua expiação pelo pecado diante da porta
do tabernáculo, pois o sangue da expiação era aspergido dentro do lugar santo.
Assim, uma vez ao ano era necessário realizar a “expiação do santuário, da
tenda da congregação e do altar”, ritual este que simbolizada a purificação do
santuário. O dia da expiação do santuário ocorria sempre no dia 10 do sétimo
mês de cada ano.
“Só o sumo
sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas
culpas do povo” (Hebreus 9:7) entrava no lugar santíssimo para realizar a
purificação do santuário. Nesse dia, o sumo sacerdote lançava a sorte sobre
dois bodes: uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode emissário. Como,
sem derramamento de sangue não há remissão de pecados (Hebreus 9:22), o sumo sacerdote
deveria degolar o bode, cuja sorte caiu pelo Senhor e levar o seu sangue para
dentro do segundo compartimento do santuário – o lugar santíssimo – espargindo
o sangue desse bode sobre o propiciatório, e perante a face do propiciatório.
Com esse ritual o sumo sacerdote realizava a expiação do santuário da tenda da
congregação e do altar. A Lei que estava depositada dentro da arca do concerto
exigia a condenação do transgressor, mas o sangue aspergido sobre o
propiciatório mostrava que a justiça da Lei fora cumprida com a morte de uma
vítima. Com esse ritual, o pecado acumulado durante o ano inteiro era
figuradamente removido do santuário.
Concluído esse
ritual, o sumo sacerdote saia do lugar santíssimo, e se dirigia ao bode vivo,
chamado bode emissário (Azazel), e colocando as suas duas mãos sobre a cabeça
desse bode, confessava todos os pecados, iniqüidades, transgressões dos filhos
de Israel. Com esse ritual o sumo sacerdote estava figuradamente transferindo
para a cabeça do bode vivo toda a culpa dos pecados que foram expiados pelos
pecadores arrependidos, e que haviam contaminado o santuário durante o ano todo
através do sangue de suas expiações pelo pecado.
Concluída essa
fase final do ritual do santuário, o bode vivo era entregue nas mãos de um homem
especialmente designado para conduzir e abandonar o animal no deserto, lugar em
que acabava encontrando sua própria sorte na morte. Com isso o bode levava
consigo toda a culpa dos pecados do povo israelita que haviam se arrependido, e
sacrificando na entrada da tenda da congregação a sua expiação pelo pecado.
O
SANTUÁRIO CELESTIAL
9. De que
coisas o santuário terrestre serve de exemplar e sombra? LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 116
R.: “Os quais servem de exemplar e sombra das
coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar
o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte
se te mostrou”. Hebreus 8:5
A Bíblia
ensina que o santuário terrestre, juntamente com todo o seu ritual, servia
apenas de “exemplar” e “sombra” de coisas celestiais. Portanto, o ritual do
santuário terrestre não passava de uma símile fiel de coisas celestiais.
O “exemplar” é
aquilo que serve de exemplo ou de modelo. A “sombra” é a projeção de uma
silhueta negra de algum objeto opaco. A sombra apresenta apenas um leve
vestígio ou aparência da coisa concreta em consideração. Logo o santuário
terrestre apresentava apenas uma apagada aparência de coisas que estão no céu.
O ritual do
santuário terrestre perdeu sua eficácia a partir do momento em que o Cordeiro
de Deus morreu para tirar os pecados do mundo. No exato instante em que Jesus
expirou na cruz do Calvário o véu que separava o lugar santo do santíssimo no
santuário terrestre se rasgou de alto a baixo. “E Jesus, dando um grande brado,
expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, d’alto a baixo”. (Marcos
15:37-38). Isto indicava o fim dos emblemas espirituais do santuário terrestre.
10. Jesus
Cristo é ministro do que? Quem fundou o verdadeiro tabernáculo?
R.: “Ora
a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado
nos céus à destra do trono da majestade. Ministro do santuário, e do verdadeiro
tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem”. Hebreus 8:1-2
Jesus Cristo
morreu como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ressuscitou para se
tornar o Sumo Sacerdote daqueles que O aceitam como Salvador e Senhor de suas
vidas. Assumiu o posto de Ministro do santuário. Mas de qual santuário Jesus
Cristo é ministro? A resposta para essa pergunta é muito simples: Ele é
ministro do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou e não o homem. Logo,
há no céu um santuário fundado por Deus. E nesse santuário celestial Jesus
Cristo é o Sumo Sacerdote, onde está assentado à direita do Trono da Majestade.
O livro do
Apocalipse também fala de um santuário no céu. “E abriu-se no céu o templo de
Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo: e houve relâmpagos, e
vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva”. (Apocalipse 11:19).
CONCLUSÃO
11. Cristo
não entrou no que? O Santuário feito por mãos era figura do que?
R.: “Porque
Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no
mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus”. Hebreus
9:24
Mais uma vez é
dito que Jesus Cristo não entrou num santuário, feito por mãos humanas. Ou
seja, Ele não entrou no santuário terrestre, o qual era uma figura, um exemplar
e uma sombra do verdadeiro santuário que está no céu. Ele entrou no santuário
que está no céu, e nesse santuário Ele comparece por nós perante a face de
Deus. “Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles”. (Hebreus 7:24-25).
12. Quem é
o Sumo Sacerdote do Santuário Celestial?
R.: “Visto
que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos
céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 117
sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
Cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia
e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”. Hebreus 4:14-16
Temos um
grande Sumo Sacerdote, identificado nas Sagradas Escrituras como sendo Jesus
Cristo, o Filho de Deus. Razão pela qual somos aconselhados a reter firmemente
as nossas crenças e convicções nos ensinos do Senhor. Nosso Sumo Sacerdote está
habilitado a se compadecer de nossas fraquezas porque assim como nós, Ele
também foi tentado em tudo, todavia permaneceu sem pecado, posto que não cedeu
a nenhuma tentação. Por essa razão nosso Salvador compreende a nossa luta
contra o pecado e se compadece de nossas fraquezas.
Por causa
desse compassivo Sumo Sacerdote podemos chegar com confiança ao trono da graça,
onde Ele está assentado à direita da Majestade, para que possamos alcançar
misericórdia e achar o favor de Deus para sermos ajudados no momento oportuno. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 118
ESTUDO BÍBLICO 19
JUÍZO
INVESTIGATIVO
A
PURIFICAÇÃO DO SANTUÁRIO CELESTIAL
1. O que se
assentou e o que se abriram?
R.: “Eu
continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se
assentou: o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a
limpa lã; o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio de
fogo manava e saía de diante dele: milhares de milhares o serviam, e milhões de
milhões estavam diante dele: assentou-se o juízo, e abriram-se os livros”. Daniel
7: 9-10
O profeta
observou que foram colocados uns tronos e um Ancião de dias se assentou. O Seu
vestido é descrito como sendo branco como a neve e o Seu cabelo branco como a
limpa lã. O Ancião de dias é uma símile do Pai em Sua pureza, santidade e
eternidade.
A Bíblia diz
que do Seu trono manava fogo, e ao redor do trono vertia fogo ardente. O
profeta Daniel observou que diante do trono do Pai vertia eternamente um rio de
fogo. João descreveu que esse rio era algo parecido com um mar de vidro
misturado com fogo (Apocalipse 15:2). O profeta também menciona que milhares de
milhares e milhões de milhões de anjos (Apocalipse 5:11) estavam diante do
trono do Ancião de dias e O serviam.
O motivo da
solenidade do Ancião de dias ao assentar-se em seu glorioso trono de fogo e se
reunir ao seu redor milhares de milhares e milhões de milhões de anjos para
Servi-lo, é uma indicação clara de que o juízo investigativo teve início.
“Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade vão adiante do
teu rosto”. (Salmo 89:14).O encerramento desse juízo resultará na purificação
do santuário celestial, bem como no fim do tempo da graça concedido a toda a
humanidade desde que Adão pecou.
E para que o
juízo seja conduzido com justiça, Daniel informa que livros foram abertos. Os
livros representam a fonte de registro de todas as obras dos seres humanos. Ali
estão registrados todos os nossos atos, quer sejam bons ou maus.
2. Quem foi
conduzido perante o Pai?
R.: “Eu
estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um
como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até
ele. E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos,
nações e línguas o servissem: o seu domínio é um domínio eterno, que não
passará, e o seu reino o único que não será destruído”. Daniel 7:13-14
O profeta
Daniel ainda observou que quando teve início o juízo investigativo, o Filho do
homem – Jesus Cristo – tomou a iniciativa e se dirigiu ao local onde se
encontrava o Ancião de dias. Os anjos O conduziram até a presença do Pai. Jesus
saiu do lugar santo e entrou na presença do Pai no lugar santíssimo do
Santuário Celestial. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 119
Durante o juízo investigativo, Jesus Cristo como nosso Sumo
Sacerdote, e como nosso Advogado têm uma obra final a realizar em defesa
daqueles que vão herdar a vida eterna. Ele vem para vindicar aqueles que forem
havidos por dignos de herdarem a vida eterna. “Digno és de tomar o livro, e de
abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus
homens de toda a tribo, e língua, e povo e nação. E para o nosso Deus os
fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”. (Apocalipse 5:9-10).
Quando a
purificação do Santuário Celestial estiver concluída será entregue a Jesus
Cristo o domínio, a honra e os reinos do mundo. “E tocou o sétimo anjo a sua
trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a
ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”.
(Apocalipse 11:15). Naquele dia Jesus será Rei dos reis e Senhor dos senhores.
O Seu domínio será eterno e o Seu reino nunca será destruído (Daniel 2:44). E
todas as nações dos justos resgatados de todas as épocas e nações habitarão a
Terra renovada, e servirão a Deus de eternidade a eternidade. “Então os justos
resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir,
ouça”. (Mateus 13:43).
3. A quem
foi dado o poder de exercer o juízo?
R.: “E
deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem”. João 5:27
Por ser o
Filho do homem, Jesus Cristo se compadece de nossas fraquezas, pois como nós em
tudo foi tentado, mas permaneceu sem pecado (Hebreus 4:16). Por esta razão foi
dado a Ele o poder de exercer o juízo investigativo que tem lugar no santuário
celestial. Tanto o Pai quanto o Filho se acham envolvidos na condução do juízo
investigativo. Segundo o que disse Jesus, “o Pai a ninguém julga, mas ao Filho
confiou todo julgamento” (João 5:22).
4. O que
Deus tem determinado?
R.: “Porquanto
tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do
varão que destinou: e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos”. Atos
17:31
Paulo
divinamente inspirado pelo Espírito Santo, revelou que Deus havia determinado
um dia, que com justiça haveria de julgar o mundo. E que o mundo seria julgado
por Jesus Cristo: o varão que foi ressuscitado dos mortos. “E nos mandou pregar
ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e
dos mortos”. (Atos 10:42).
O mundo todo
será julgado num juízo que será realizado em duas fases. A fase investigativa
envolvendo todos aqueles que foram tidos como justos, e a fase comprobatória
envolvendo todos os ímpios. Portanto, todos serão julgados. “Eu disse no meu
coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o intento
e para toda a obra”. (Eclesiastes 3:17).
No Juízo
Investigativo, todas as pessoas que em algum momento de suas vidas serviram a
Deus e que viveram sobre a face da Terra desde Adão até ao último homem, passarão
pelo Tribunal Investigativo de Deus. Nenhum nome será omitido ou esquecido.
“Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro
começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de
Deus?” (I Pedro 4:17).
5. Quem
comparecerá ante o Tribunal de Cristo?
R.: “Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”. II Coríntios
5:10 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 120
Todos os seres humanos hão de comparecer perante o tribunal
de Jesus Cristo. As vidas de todos seres humanos serão minuciosamente
examinadas, seja no Juízo Investigativo ou no Juízo Comprobatório. Cada um receberá
individualmente a sua sentença, conforme o bem ou mal que praticaram em sua
vida. “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”. (Romanos
14:12).
No decorrer do
juízo, muitos serão declarados dignos de receberem a vida eterna, mas outros
tantos serão condenados à morte eterna. Solene e terrível é a obra do juízo em
que se acha envolvido o nosso Mediador e Sumo Sacerdote.
O
JULGAMENTO
6. O que
Deus há de trazer a juízo?
R.: “Porque
Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer
seja bom quer seja mau”. Eclesiastes 12:14
Diante do
Ancião de dias toda obra será trazida à luz num rigoroso juízo. Tudo será
analisado e verificado, nada escapará do escrutínio do Ancião de dias. “Mas eu
vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta
no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras
será condenado”. (Mateus 12:36-37). Cada palavra pronunciada, cada negligência
ao dever, e tudo o que foi praticado de bom ou de mau estará patente diante dos
olhos de Deus, até mesmo as coisas que foram feitas às escondidas, quer sejam
boas ou más. “Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem
escondida que não haja de saber-se e vir à luz”. (Lucas 8:17).
Nosso Sumo
Sacerdote, diante do Ancião de dias, conduz o juízo apresentando caso após
caso, de geração em geração, encerrando com os vivos. Nomes são mencionados,
investigados e minuciosamente analisados. Nomes são aceitos como dignos de
receberem a vida eterna, e nomes são rejeitados e riscados do livro da vida.
7. Os
mortos foram julgados por que coisas?
R.: “E
vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os
livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida: e os mortos foram julgados
pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”. Apocalipse
20:12
Os mortos das
classes sociais mais elevadas às mais baixas foram trazidos diante do trono do
Ancião de dias para serem julgados por meio das coisas que estavam escritas nos
livros. São os chamados livros memoriais (Malaquias 3:16-17). Esses livros
contêm um registro perfeito e fiel de todos os atos de cada pessoa, incluindo
até mesmo aquilo que é feito às ocultas.
A Bíblia diz
que vários livros são abertos, em especial o livro da vida. Desse modo fica
claro que no juízo investigativo são analisadas somente as obras daqueles que
algum dia aceitaram o sacrifício de Jesus Cristo, e por essa razão tiveram o
seu nome registrado no livro da vida.
João em visão
observou que não eram pessoas vivas que estavam diante do trono, mas pessoas mortas.
Ainda não houve a ressurreição de ninguém. Isto significa que os mortos estão
simbolizados e representados em juízo através de seus nomes, conforme
registrado no livro da vida. E desse modo, os mortos são levados a juízo
e julgados segundo as suas obras, com base nas coisas que estavam relatadas nos
livros memoriais.
Através da
análise dos livros memoriais, aquele que não for achado fiel até à morte
(Apocalipse 2:10) terá o seu nome riscado do livro da vida (Apocalipse 3:5 e LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 121
Salmo 69:28). Desse modo o santuário celestial é purificado
de toda mancha do pecado.
8. Quem
Deus riscará do Seu livro?
R.: “Agora
pois perdoa o seu pecado, se não risca-me, peço-te do teu livro, que tens
escrito. Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este
riscarei eu do meu livro”. Êxodo 32:32-33
Numa oração
intercessória a favor dos israelitas, Moisés solicitou a Deus que perdoasse o
pecado de idolatria que o povo havia cometido, ao moldar e adorar a imagem de
um bezerro de ouro. Moisés suplicou que, se caso Deus achasse por bem não
perdoar o pecado do povo, então que ele mesmo fosse riscado do livro que Deus
tem escrito.
Em resposta a
Moisés, Deus diz que Ele riscará do Seu livro somente aqueles que cometerem
pecados contra Ele. Destarte, fica claro que quando alguém possui pecados não
confessados, para os quais não houve genuíno arrependimento nem perdão, o seu
nome será riscado do livro da vida no decorrer do juízo investigativo. Assim
expressou o salmista: “Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos
com os justos”. (Salmos 69:28).
9. Quem não
será riscado do livro?
R.: “O
que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu
nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos
seus anjos”. Apocalipse 3:5
O cristão que
vencer o poder do pecado será vestido de vestes brancas. Ser vestido de vestes
brancas simboliza que o pecador arrependido e santificado na Palavra de Deus
será justificado por Jesus Cristo diante do Pai. Ser justificado é ser perdoado
através do sacrifício expiatório que Jesus realizou na cruz. No Apocalipse,
Jesus Cristo diz que de modo algum riscará o nome do vencedor do livro da vida.
E “quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu
filho”. (Apocalipse 21:7).
No juízo
investigado que tem lugar no santuário celestial, Jesus Cristo, além de manter
o nome do vencedor o livro da vida, também promete confessar esse nome diante
do Pai – o Ancião de dias – bem como diante dos milhares de milhares e milhões
de milhões de anjos que acompanham o desenrolar do juízo como testemunhas. “E
digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do
homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas quem me negar diante dos
homens será negado diante dos anjos de Deus”. (Lucas 12:8-9).
Somente terá o
nome arrolado no livro da vida aqueles que aceitaram a Jesus Cristo como
Salvador e Senhor de suas vidas. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve
a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará
em condenação, mas, passou da morte para a vida”. (João 5:24). Mas também é
necessário que o cristão permaneça fiel à Palavra de Deus até ao dia de sua
morte, caso contrário não será um vencedor e terá o seu nome definitivamente
riscado do livro da vida.
Jesus toma o
livro da vida e ali encontra o seu nome. Sim o seu nome! A seguir Ele abre os
livros memoriais, onde estão registradas todas as suas obras, até mesmo aquelas
que você fez às ocultas. Então Jesus passa em revista perante Deus toda a sua
vida. Verifica que você foi um grande pecador, todavia, pela fé você veio a
crer no sacrifício expiatório que Cristo fez por você. Verifica que pela fé
você se arrependeu de todos os seus pecados, e que permaneceu fiel ao Evangelho
até ao dia de sua morte. Então, Jesus olhando ao redor confessa o seu nome
diante do Pai e diante dos santos anjos, e diz: “O Meu sangue Eu verti por este
pecador, confirma-o como Teu filho”. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 122
Diante desse Sumo Sacerdote, Juiz e Advogado, o Pai confirma
o seu nome perante todo o Universo. Assim o seu nome permanecerá conservado no
livro da vida.
10. Quem
será lançado no lago de fogo?
R.: “E
aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de
fogo”. Apocalipse 20:15
Nomes são
riscados e nomes são conservados no livro da vida. Todas as pessoas que não
tiverem o seu nome registrado no livro da vida serão lançadas no lago de fogo,
que é a segunda morte (Apocalipse 21:8). Os que tiverem o nome confirmado no
livro da vida são eleitos para participarem da primeira ressurreição, a chamada
ressurreição da vida.
Há duas
classes de pessoas que não terão o nome registrado no livro da vida. A primeira
classe refere-se àquelas que nunca fizeram profissão de fé em Cristo Jesus. A
segunda classe se refere àquelas que algum dia fizeram profissão de fé em
Cristo, mas que por algum motivo desviaram-se da fé, e por isso mesmo tiveram o
nome riscado do livro da vida no decorrer do juízo investigativo.
CONCLUSÃO
11. Ao
terminar a purificação do Santuário que sentença Jesus pronunciará?
R.: “Quem
é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é
justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E eis que
cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua
obra”. Apocalipse 22:11-12
Com o término
do juízo investigativo a porta da salvação será fechada. Estará terminado o
tempo da graça para toda a humanidade. O destino individual de todos os seres
humanos estará definitivamente selado. Não há mais oportunidade para
arrependimento e perdão dos pecados. Então Jesus pronunciará a solene sentença
que indicará que o destino de todas as pessoas está decidido. Que já não há
mais oportunidade de salvação para os pecadores. Por isso, quem é injusto
continuará na prática da injustiça e quem está sujo continuará na sujeira. Mas
quem é justo continuará justo e quem é santo continuará santo.
A partir desse
momento, Jesus diz que Ele logo virá. E que a recompensa que dará a cada um
está com Ele. Para ser dada a cada pessoa, conforme as obras que praticaram.
A partir do
fechamento da porta da graça, as sete últimas pragas caem em diferentes regiões
do globo terrestre. Enquanto as pragas caem, Jesus se prepara para retornar a
este mundo como Reis dos reis e Senhor dos senhores.
12. Ao
concluir Suas atividades no Santuário que dirá Jesus?
R.: “E o
sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do
trono, dizendo: Está feito”. Apocalipse 16:17
Ao concluir
todas as Suas atividades, ouviu-se uma potente voz proveniente do santuário
celestial, dizendo: “Está feito”. Com essas palavras Jesus encerra a segunda
fase do plano da salvação.
É interessante
observar que quando Jesus morreu como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo,
Ele havia clamado: “Está consumado”. (João 19:30). Com esse pronunciamento Ele
indicava aos habitantes do Universo que havia encerrado a primeira fase do
plano da salvação. A seguir ressuscitaria para dar início à segunda LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 123
fase do plano da salvação. Ele “por nossos pecados foi
entregue, e ressuscitou para nossa justificação”. (Romanos 4:25).
Sabendo que
“aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de
fogo”. (Apocalipse 20:15). E se você não quiser ser lançado no lago de fogo,
deverá ter o seu nome escrito no livro da vida. Para isso você precisa
crer em Jesus Cristo. “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está
condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus”. (João 3:18).
Em seguida para você manter o seu nome conservado no livro da vida,
Jesus lhe diz: “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse
2:10). LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 124
ESTUDO BÍBLICO 20
DÍZIMO
DEUS É
DONO DE TUDO
1. A quem
pertence o Universo?
R.: “Eis
que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que
nela há”. Deuteronômio 10:14
“Ó Senhor,
quão variadas são as tuas obras! todas as cousas fizeste com sabedoria; cheia
está a terra das tuas riquezas”. (Salmo 104:24). As Sagradas Escrituras
esclarecem que a Terra está cheia de riquezas, e tudo o que existe no Universo
pertence unicamente a Deus: os céus e os céus dos céus; a Terra e tudo o que
nela existe. Assim diz o Senhor: “Pois o que está debaixo de todos os céus é
meu”. (Jó 41:11). Portanto, planetas, estrelas, a imensidão do espaço, o
planeta Terra, seus tesouros, seus habitantes, seus recursos naturais tudo
pertence ao Senhor nosso Deus. “Tudo foi criado por ele e para ele”.
(Colossenses 1:16).
Deus não deu
ao homem o título de propriedade de coisa alguma. Mas apenas concedeu a
liberdade para o homem usar e dominar em seu próprio benefício e conforto as
coisas por Ele criadas. (Gênesis 1:28). Foi do seguinte modo que o salmista
expressou o domínio do homem: “Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras
das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés”. (Salmos 8:6).
2. De quem é
a prata e o ouro existente no Universo?
R.: “Minha
é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos”. Ageu 2:8
Complementando
a idéias apresentadas no versículo anterior, o Senhor dos Exércitos foi ainda
mais específico e enfático ao dizer que a prata e o ouro também Lhe pertencem.
Os homens são colocados apenas como mordomos, que administram os ilimitados
recursos que Deus colocou no Universo à disposição da humanidade.
3. Que
proporção Deus reclama como sendo Sua?
R.: “Também
todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do
senhor: santas são ao Senhor. Tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de
tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor”. Levítico
27:30 e 32
A palavra
“dízima” ou “dízimo” refere-se à décima parte de um rendimento. Tudo o que
existe no Universo pertence a Deus! Entretanto, a Bíblia Sagrada esclarece que
Deus permite que fiquemos para nosso uso com 90% (noventa por cento) de todas
as benções que Ele nos concede. Ele requer apenas a devolução do
equivalente à proporção 10% (dez por cento) de tudo o que auferimos. Isto como
prova de nossa fidelidade aos seus princípios, como reconhecimento de Sua
soberania, como expressão de gratidão pelas benções que Ele diariamente derrama
sobre cada um de LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 125
nós, e “além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se
ache fiel”. (I Coríntios 4:2).
A décima parte
de todas as benções materiais que Deus nos concede não nos pertence, mas pertence
unicamente a Deus, que nos dá noventa por cento para vivermos.
Deste modo,
Deus requer que “todas as dízimas do campo” Lhe sejam consagradas, pois “santas
são ao Senhor”. Deus também requer que “todas as dízimas de vacas e ovelhas”
Lhe sejam consagradas, pois “o dízimo será santo ao Senhor”.
Como os
dízimos pertencem ao Senhor, ninguém pode reter ou desviar o santo dízimo para
empregá-lo em outro desígnio, segundo seu próprio critério, conveniência ou
juízo. Deus mesmo indica o destino que os dízimos devem ter ao dizer que
“santos são ao Senhor”. Pois a palavra “santo” aplicada ao dízimo significa que
a décima parte dos nossos rendimentos devem ser separados para um propósito
“sagrado” para o Senhor nosso Deus.
EMPREGO
DO DÍZIMO NA OBRA DE DEUS
4. Por que
o dízimo foi dado aos Levitas?
R.: “E
eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança,
pelo seu ministério que exerce, o ministério da tenda da congregação”. Números
18:21
Deus destinou
todos os dízimos recolhidos entre o povo israelita à tribo de Levi. A razão
para Deus entregar os dízimos aos levitas deriva da atividade religiosa que
foram designadas a eles pelo Senhor: “o ministério da tenda da congregação”.
Na divisão das
terras conquistadas, a tribo de Levi não recebeu uma porção como as demais
tribos de Israel, porém receberam várias cidades que estavam espalhadas entre
as demais tribos israelitas. A razão disso é que Deus esperava que os levitas
estivessem continuamente consagrados ao serviço religioso e não ocupados
lutando pela sobrevivência com a prática de atividades agropecuárias,
comerciais ou qualquer outra.
Os levitas
deveriam sobreviver exclusivamente do dízimo. E, estando espalhados entre todas
as tribos de Israel, eles tinham a missão suprema e sagrada de manter a tocha
da verdade acesa, e com isso todas as tribos israelitas não se desviariam
facilmente da vontade divina.
5. Do que
deve viver aqueles que anunciam o Evangelho?
R.: “Assim
ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho”. I
Coríntios 9:14
O apóstolo
Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, diz que Deus ordenou que aqueles que
pregam, ensinam ou anunciam o Evangelho devem tirar seus proventos do próprio
Evangelho. Portanto, os que pregam o Evangelho realizam uma obra sagrada, e
devem viver em função do produto do dízimo que é “santo ao Senhor”.
Como os
antigos levitas, o ministro de Deus deve se dedicar exclusivamente à obra de
Deus. Mas para que isso ocorra, o ministro precisa viver do dízimo, uma vez
que, como qualquer ser humano, ele possui necessidades básicas, tais como:
pagar aluguel, impostos, escola, condução, alimentação, vestimentas, luz, água
etc. Portanto, o dízimo deve ser empregado com exclusividade na causa do Senhor
e manutenção daqueles que pregam o Evangelho.
6. Como
Jesus aprovou a prática do dízimo? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 126
R.: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais
importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas
coisas, e não omitir aquelas”. Mateus 23:23
Nesta passagem
bíblica Jesus Cristo reprovou severamente o comportamento dos escribas e
dos fariseus porque eles desprezavam o juízo, a misericórdia e a fé,
muito embora fossem rigorosos e fiéis dizimistas.
Jesus nunca
condenou o dízimo. Mas aprovou a devolução do dízimo, ao exortar os
escribas e fariseus a praticar o juízo, a misericórdia e a fé, sem omitir
aquela rigorosa prática do dízimo que eles tinham por costume realizar.
Portanto, todo
cristão sincero e fiel a Deus deve praticar a devolução do dízimo para sustento
dos ministros de Deus que trabalham na propagação do Evangelho. Pois esta é a
vontade de Jesus Cristo: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-as a guardar todas
as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias,
até a consumação dos séculos. Amém”. (Mateus 28:19-20). E o dízimo é
fundamental no cumprimento dessa grande comissão deixada pelo Senhor Jesus à
Sua Igreja.
BENÇÃOS
RECEBIDAS PELOS FIÉIS DIZIMISTAS
7. No que o
homem rouba a Deus? Qual a conseqüência?
R.: “Roubará
o homem a Deus? todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? nos
dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me
roubais a mim, vós, toda a nação”. Malaquias 3:8-9
A Bíblia diz
que é possível o ser humano roubar a Deus. Mas como o homem pode roubar a Deus?
O homem pode roubar a Deus em duas coisas: nos santos dízimos e nas ofertas.
O roubo
somente pode ser praticado quando alguém subtrai para si ou para outrem coisa
alheia. Com isso fica claro que o dízimo pertence a Deus, caso contrário não
teria sentido dizer que o homem pode roubar a Deus. Nós roubamos a Deus quando
subtraímos para nós ou para outrem os dízimos e as ofertas, os quais pertencem
exclusivamente a Deus. Note que as ofertas são tão importantes como o dízimo,
pois ambas são reivindicadas por Deus. Enquanto o dízimo corresponde a dez por
cento, as ofertas podem apresentar qualquer proporção fixada pelo ofertante em
conformidade com os seus rendimentos. Seria moralmente sábio evitar a entrega
de ofertas insignificantes, que não correspondem com as benções que o Senhor
tem concedido ao ofertante.
Do versículo
acima podemos inferir que não damos o dízimo a Deus; só daríamos o
dízimo se ele fosse nossa propriedade. Mas na verdade devolvemos o
dízimo a Deus; uma vez que o dízimo não nos pertence, mas é propriedade
exclusiva de Deus.
A conseqüência
de roubarmos a Deus é que seremos amaldiçoados com maldição. E essa maldição
vem sob a forma de vários prejuízos financeiros. Além disso, ao roubarmos a
Deus cometemos pecado, posto que estamos transgredindo o oitavo mandamento da
santa Lei de Deus que diz: “Não furtarás”. (Êxodo 20:15). E bem sabemos que o
salário do pecado é a morte (Romanos 6:23).
8. Onde
você deve trazer todos os dízimos?
R.: “Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e
depois fazei prova de mim, diz o senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as
janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 127
maior abastança. E por causa de vós repreenderei o
devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo vos não
será estéril, diz o Senhor dos Exércitos”. Malaquias 3:10-11
Deus diz que
devemos trazer todos os dízimos “à casa do tesouro”, ou seja, na “tesouraria da
igreja”, para que os seus ministros possam sobreviver e continuar na prática da
obra sagrada que lhes foi designada por Deus. Portanto, o dízimo não pode ser
empregado para doações, caridade, cestas básicas ou qualquer forma de auxilio
aos necessitados. Devemos sim auxiliar os menos favorecidos, mas não com o
dinheiro de Deus, e sim com a parte que nos pertence. Pois o dízimo é “santo ao
Senhor” e deve ser levado na tesouraria da igreja para sustento dos ministros
de Deus.
A seguir Deus
diz aos fiéis dizimistas para que façam prova dEle. Para que constatem como
virá uma maior abastança em bens materiais na vida do fiel dizimista. De tal
forma que os noventa por cento renderão bem mais do que os cem por cento que o
dizimista possuiria, caso não devolvesse os dez por cento que pertencem a Deus.
O princípio da bênção do dízimo é o seguinte: “noventa por cento rendem muito
mais do que cem por cento”.
Por causa da
fidelidade do dizimista, Deus promete repreender o devorador de nossos bens
materiais. Sendo que o devorador é uma maldição representada por tudo o que
possa consumir nossas economias, tais como: prejuízos financeiros, perdas,
doenças, acidente, gastos inúteis, ou quaisquer outras formas de reveses.
9. Quais
são os lados que você não deve declinar?
R.: “Olhai
pois que façais como vos mandou o Senhor vosso Deus: não declinareis, nem para
a direita nem para a esquerda”. Deuteronômio 5:32
Devemos estar
sempre atentos para fazer exatamente como Deus ordenou. E, como regra geral,
não devemos declinar nem para a direita e nem para a esquerda. Portanto, com
relação ao assunto do dízimo Deus espera que venhamos a devolver exatamente a
quantia de dez por cento, a qual Lhe pertence.
Deus não quer
que declinemos para a direita, para devolvemos onze, doze, treze ou mais por
cento, pois a Sua parte corresponde exatamente e apenas a dez por cento. Se
devolvermos mais do que os dez por cento, a parte excedente não faz
parte do dízimo, uma vez que se trata de uma mera liberalidade do ofertante.
Mas por que o
dízimo não pode ser mais do que dez por cento? A resposta é bem simples. (1) Em
primeiro lugar porque o significado da palavra “dízimo” designa
exatamente a proporção de dez por cento, e nada mais e nada menos. Ou
seja: dízimo não é onze, doze, treze ou mais por cento. (2) Em segundo lugar
porque a parte que Deus reivindica como sendo de sua propriedade corresponde
exatamente a dez por cento e nada mais e nada menos. Essa é a razão pela qual o
dízimo é devolvido a Deus e não dado para Deus como se fosse uma
mera liberalidade do doador. Como os dez por cento são devolvidos ao seu
verdadeiro dono, o que passar disso trata-se de livre doação por parte
do ofertante. (3) A devolução exata do dízimo é obrigatória a todo
cristão, enquanto que qualquer outro valor acima dos dez por cento não
é exigido por nenhum princípio bíblico. (4) Valores acima de dez por cento
não são dízimos, mas doações efetuadas por mera liberalidade do interessado, e
que podem ser abandonadas a qualquer momento por conveniência do doador.
Deus também
não quer que declinemos para a esquerda, para devolvemos nove, oito, sete ou
menos por cento. Pois a Sua parte corresponde exatamente a dez por cento. Se
devolvermos menos do que os dez por cento, estamos roubando a Deus, porque a
parte faltante está sendo objeto de subtração. Pois o “dízimo” - como
claramente o nome indica - corresponde exatamente a “dez por cento”.
Sendo que a parte que Deus reivindica como sendo Sua propriedade corresponde
exatamente ao LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 128
valor de dez por cento. Portanto, temos a obrigação de
devolver a Deus os dez por cento de nossos rendimentos, e nada menos e
nada mais.
Portanto, não
devemos declinar nem para a direita e nem para a esquerda, mas fazer exatamente
como nos mandou o Senhor nosso Deus.
10. Que
princípio deve nortear a devolução do dízimo e das ofertas?
R.: “E,
tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos
homens”. Colossenses 3:23
Quando
estivermos praticando o exercício espiritual da devolução do dízimo ou das
ofertas, devemos fazer de todo o nosso coração, como se estivéssemos fazendo e
entregando ao próprio Deus e não aos homens.
Devemos ter em
mente que o nosso relacionamento é unicamente com Deus. É com Ele que
prestaremos contas dos todos os nossos atos. Devolvemos os dízimos e as ofertas
não por mandamento dos homens, mas por mandamento de Deus e para Deus.
Portanto, como
dizimistas, não nos cabe criticar aqueles que administram o dinheiro de Deus.
Nunca devemos deixar de devolver o dízimo porque supomos que os administradores
não estão dando um bom destino ao dinheiro de Deus. Isso é um problema entre
eles e Deus. É um problema entre eles e a administração superior que os
contratou, e que pode dispensá-los. Nossa parte nesse ministério de fé e de
adoração termina quando entregamos o dízimo na tesouraria da igreja. Pois o que
interessa a Deus é a nossa sinceridade e fidelidade de coração em obedecer aos
Seus preceitos.
Isso nos
lembra a história contada por Jesus sobre a pobre viúva que deu na tesouraria
de sua igreja duas moedas, que representava todo o seu sustento. Sendo que os
lideres religiosos da época eram fanáticos e assassinos que estavam planejando
a morte de Jesus. Mesmo assim Jesus elogiou a atitude de fidelidade e amor a
Deus expressado por aquela pobre viúva. Naquele momento, para Jesus pouco
importava o uso que os lideres religiosos iriam fazer com aquelas moedas, mas
para Ele importava a fé, o amor e a sinceridade daquela pobre viúva para com as
coisas sagradas. (Lucas 21:1-4).
CONCLUSÃO
11. Aquele
que confia no senhor pode provar e ver o que?
R.: “Provai
e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia”. Salmos
34:8
Aquele que é
fiel e confia em Deus pode provar e verificar no decorrer de sua existência que
Deus é bom, e uma presença constante em todos os momentos de sua vida. Essa
pessoa sempre será feliz e abençoada em tudo o que fizer.
As promessas
de Deus jamais falham para aqueles que confiam no Senhor, e são fiéis em
atender a tudo o que Ele pede.
12. Qual é
a situação do justo?
R.: “Fui
moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua
descendência a mendigar o pão”. Salmos 37:25
O salmista diz
que ele já foi moço e que agora é velho, mas que durante toda a sua longa vida
ele jamais viu o justo desamparado, e também nunca viu a descendência do justo
mendigando por um pedaço de pão. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 129
Realmente, vale a pena ser fiel a Deus na devolução do
dízimo, pois Ele promete abrir as janelas dos céus e derramar sobre o fiel uma
bênção tal, que dela virá uma maior abastança. Não quer você provar essa
promessa maravilhosa de Deus em sua vida? LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 130
ESTUDO BÍBLICO 21
TEMPERANÇA
INTRODUÇÃO
1. O que
devemos apresentar em sacrifício vivo?
R.: “Rogo-vos,
pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”. Romanos
12:1
Paulo
divinamente inspirado solicita com santa veemência e humildade, para que todos
os cristãos apresentem os seus corpos físicos num sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus. E acrescenta que isto representa o culto racional que os
cristãos podem ofertar a Deus.
Por sacrifício
vivo Paulo quer dizer que devemos oferecer completamente o nosso corpo a
Deus, mas em perfeitas condições de saúde física, mental e espiritual.
Por sacrifício
santo Paulo quer dizer que devemos ofertar o nosso corpo a Deus totalmente
consagrado, dedicado às coisas religiosas, e cuja vida individual do crente venha
sempre se pautar unicamente pelos princípios bíblicos. “Santifica-os na
verdade: a tua Palavra é a verdade” (João 17:17).
Por sacrifício
agradável Paulo quer dizer que devemos oferecer o nosso corpo a Deus de
forma voluntária, e também que seja do agrado e prazer de Deus.
Procedendo
desta maneira, estamos agindo com a razão em perfeita conformidade com a
vontade de Deus, e isto caracteriza o nosso culto racional.
2. O que é
o vosso corpo? E a quem pertence?
R.: “Ou
não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por
bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo; e no vosso espírito, os quais
pertencem a Deus”. I Coríntios 6:19-20
A Bíblia
Sagrada ensina que o nosso corpo é um templo sagrado, onde o Espírito Santo
proveniente de Deus encontra Sua habitação. De forma que não pertencemos a nós
mesmos, mas exclusivamente a Deus, que nos criou e nos resgatou da morte
eterna.
Como cristãos
fomos todos comprados e resgatados por um preço altíssimo. Esse preço foi o
precioso sangue de Jesus Cristo (I Pedro 1:18-19). E agora que fomos comprados
por Deus pelo sangue de Jesus, devemos procurar com toda diligência, força,
inteligência e coração glorificar a Deus em nosso corpo e em nossa mente, os
quais pertencem unicamente a Deus.
Para mantermos
o nosso corpo como o templo de habitação do Espírito Santo, devemos a todo
custo procurar conservar a nossa saúde física, mental e espiritual. Deus sempre
esteve interessado no bem estar do homem. Note a expressão afetuosa do apóstolo
João para com os filhos de Deus: “Amado, desejo que te vá bem em todas as LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 131
coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai à tua alma”.
(III João 2). Jesus Cristo gastou grande parte do Seu ministério curando os
enfermos. Muitas doenças são resultados da intemperança no beber e no comer.
BEBIDAS
ALCOÓLICAS
3. O que
diz a Bíblia sobre o vinho?
R.: “O
vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles
errar nunca será sábio”. Provérbios 20:1
A Bíblia
Sagrada diz que devemos apresentar o nosso corpo em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus. E como devemos glorificar a Deus em nosso corpo e em nosso
espírito, então fica claro que devemos evitar com todas a nossas forças de
errar do bom caminho da sobriedade e da temperança, para entrar no caminho do
vício e da bebida alcoólica.
Sabidamente, o
vinho por ser uma bebida escarnecedora leva aquele que nele se envolver ao
ridículo, à zombaria e ao menosprezo de seus semelhantes. A bebida de alto teor
alcoólico por ser alvoroçadora, tem sido para aquele que nela se envolve causa
de agitação de espírito, confusão mental, tumulto, inquietação e gritaria.
Aquele que se envolver com o vinho ou bebidas fortes nunca será sábio, mas
verdadeiramente um tolo. A este bem cabe o provérbio que diz: “O açoite é para
o cavalo, o freio para o jumento, e a vara para as costas dos tolos”. (Provérbios
26:3).
As Sagradas
Escrituras dizem que “a incontinência, e o vinho, e o mosto tiram a
inteligência”. (Oséias 4:11). Mesmo em doses moderadas a ação do álcool sobre o
corpo humano é extremamente prejudicial. Em longo prazo causa a destruição da
memória, prejudica o bom funcionamento do sistema nervoso, descontrola a função
do coração, dificulta a circulação do sangue, destrói o fígado e causa graves
danos ao aparelho digestivo. “O homem benigno faz bem à sua própria alma, mas o
cruel perturba a sua própria carne”. (Provérbios 11:17).
Então se
pergunta: como o seu corpo poderá se tornar o templo do Espírito Santo, se você
o contamina pela ação das bebidas alcoólicas? Como você poderá apresentar o seu
corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, se você o intoxica e o
destrói com bebidas alcoólicas? Como você poderá prestará um culto racional a
Deus estando com a mente perturbada e obscurecida pela bebida alcoólica?
4. Para
quem são os sofrimentos?
R.: “Para
quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as
queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos? Para
os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando bebida misturada”.
Provérbios 23:29-30
Com o decorrer
do tempo o bêbado passa a ser um verdadeiro trapo nas mãos das bebidas
alcoólicas. Elas causam vários tipos de sofrimentos irreparáveis, tais como:
tristezas, desgostos, remorsos, brigas, discussões, descontentamento,
lamentação, reclamações, acidentes, assassinatos, feridas, cortes, pancadas,
doenças, miséria, lares desfeitos e olhos vermelhos. Eis a recompensa do
bêbado, que além de perder o respeito próprio e de seus semelhantes, também
acaba desonrando a Deus em seu corpo e espírito, cometendo vários tipos de
atrocidades.
Aquele que se
enreda pelos caminhos do álcool está destruindo o templo do Espírito Santo que
é o seu corpo. E isso desagrada profundamente a Deus. Pense nas seguintes
palavras de Paulo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 132
convêm: todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as
coisas edificam”. (I Coríntios 10:23).
5. O que os
bêbados não herdarão?
R.: “Não
erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados,
nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os
maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”. I Coríntios 6:10
O vício da
bebida alcoólica se tornou tão comum no mundo moderno que muitas pessoas
consideram a bebida em pouca conta. Mas o Espírito Santo relacionou os bêbados
entre os piores pecadores, ao classificá-los entre os devassos, idólatras,
adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, maldizentes e roubadores.
O Espírito
Santo ainda diz claramente que os bêbados de maneira alguma vão herdar o reino
de Deus. Em outras palavras, os bêbados não alcançarão a salvação provida por
Cristo na cruz do Calvário.
Aquele que
estão envolvidos com a bebida alcoólica ainda está vivendo na carne. “Porque as
obras da carne são manifestas, as quais são: Prostituição, impureza, lascívia,
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas
semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que
os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”. (Gálatas 5:19-21).
A pessoa que
bebe não possui nenhum controle sobre a sua própria mente. Muitos crimes
imorais como, por exemplo: adultérios, estupros, brigas, acidentes, suspeitas
ruins, assassinatos são cometidos por pessoas decentes que se embebedaram. E,
segundo as pesquisas indicam, essas pessoas jamais teriam cometido tais crimes
se estivessem sóbrias.
SOBRE OS
ALIMENTOS
6. Que duas
características identificam os animais que servem de alimento? Quais são os
exemplos de animais imundos?
R.: “Todo
o animal que tem unhas fendidas, que tem a unha dividida em duas, que remói,
entre os animais, isso comereis. Porém estes não comereis, do que somente
remoem, ou que têm a unha fendida: O camelo, e a lebre, e o coelho, porque
remoem mas não tem a unha fendida: imundos vos serão. Nem o porco, porque tem
unhas fendidas mas não remói; imundo vos será: não comereis da carne destes, e
não tocareis no seu cadáver”. Deuteronômio 14:6-8
Como o nosso
corpo é o templo do Espírito Santo, devemos evitar comer os alimentos cárneos
tidos por Deus como imundos.
A carne que
Deus autorizou o homem a comer deve provir do animal que preencha dois
requisitos básicos: deve apresentar casco fendido, e também remoer aquilo
que ingeriu. Preenchidos esses dois requisitos sua carne está liberada por Deus
para consumo humano. Se faltar um desses requisitos não serve como alimento.
Observe que as
edições da Bíblia Sagrada mais antigas falam em “remoer” e não em
“ruminar”. Nos dias de hoje essas duas palavras podem parecer sinônimos para
alguns, mas não o são. A palavra “remoer” significa “moer de novo”. Na Bíblia o
ato de remoer os alimentos é realizado por dois grupos distintos de animais, a
saber: “remoedores ruminantes” e “remoedores não ruminantes”.
O primeiro grupo
de remoedores é representado pelos animais “ruminantes”, que tornam a mastigar
os alimentos a partir do estômago (rúmen) para a boca, tais como boi, ovelhas,
cordeiros, carneiros, cabras etc. O segundo grupo de remoedores é LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 133
representado pelos animais não ruminantes, que tornam a
mastigar os alimentos a partir das próprias fezes. Os coelhos e as lebres são
remoedores não ruminantes, que para compensar a deficiência na absorção de
nutrientes digeridos pelos microorganismos de seus intestinos, passam a ingerir
suas próprias fezes (coprofagia). Com isso as fezes desses animais – composta
por detritos ou material cecal – ao ser ingerida passa pelo estômago e
intestino delgado, ocasião em que os nutrientes são mais eficazmente
absorvidos. Na época de Moisés a palavra “remoer” não correspondia ao
significado moderno que serve para classificar apenas os animais ruminantes. Na
verdade a palavra “remoer” vai além do significado estrito da palavra
“ruminar”, incluindo também a remastigação dos alimentos ingeridos, a partir
das próprias fezes.
Se o animal
não apresentar simultaneamente esses dois requisitos (remoer e casco
fendido) ele é considerado imundo. Destarte, se o animal apresentar apenas o
casco fendido e não remoer, ele deve ser tido como imundo e não serve
para a alimentação. E, se o animal apenas remoer e não apresentar
casco fendido, também não serve como alimento e deve ser considerado como
imundo ao homem.
Desse modo, o
camelo, o cavalo, a lebre e o coelho não servem como alimentos, pois muito
embora remoam os alimentos, não possuem o casco dividido.
A carne de
porco também é tida como imunda. Portanto, está proibida divinamente para
servir de alimento, pois o porco embora tenha o casco fendido, ele não remói os
alimentos que come.
A distinção
entre os animais limpos e imundos é tão antiga como o próprio mundo. Ela já
existia na época de Noé (Gênesis 7:2). Portanto, essa distinção foi
estabelecida muito antes da própria existência de qualquer judeu na face da
Terra. Trata-se de um princípio de saúde, não tendo nenhuma relação com a lei
cerimonial dos judeus. Isso fornece uma forte evidência que essa distinção
divina nunca foi abolida, e que continua vigorando até mesmo nos dias de hoje
em benefício da saúde dos filhos de Deus.
7. Que duas
características identificam os peixes que servem de alimentos?
R.: “Isto
comereis de tudo o que há nas águas: Tudo o que tem barbatanas e escamas
comereis. Mas tudo o que não tiver barbatanas nem escamas não o comereis:
imundo vos será”. Deuteronômio 14: 9-10
Quanto aos
frutos do mar, o homem foi autorizado por Deus a comer apenas aqueles que
apresentam duas características básicas: devem apresentar barbatanas e escamas.
Se preencher esses dois requisitos eles servem de alimentos para o ser humano.
As barbatanas
são os órgãos que permitem que os peixes se movam na água, são conhecidos como
nadadeiras. Escamas são lâminas que cobrem o corpo de peixes e répteis.
“Tudo o que
não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós abominação”. (Levítico
11:12). Se o fruto do mar não apresentar barbatanas e nem escamas é considerado
por Deus como imundo e não deve ser empregado na alimentação do homem. Entre
estes estão o camarão, as ostras, os caranguejos etc.
Se fruto do
mar apresentar apenas barbatana e não apresentar escamas deve ser considerado
como imundo, e por orientação divina não serve como alimento. Entre estes estão
todos peixes de couro, tais como o tubarão, atum, cação etc.
Se apresentar
apenas escamas e não possuir barbatana também deve ser considerado imundo e não
serve de alimento ao homem, tais como as cobras que apresentam escamas, mas não
possuem barbatanas.
8. Que tipo
de ave você pode comer, e qual você não pode comer? LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 134
R.: “Toda a ave limpa comereis. Porém estas são as
de que não comereis: A águia, e o quebrantosso, e o xofrango. E o abutre, e a
pega, e o milhano, segundo a sua espécie. E todo o corvo segundo a sua espécie.
E o avestruz, e o mocho, e o cuco, e o gavião, segundo a sua espécie. E o bufo,
e a coruja, e a gralha. E o cisne, e o pelicano, e o corvo-marinho. E a
cegonha, e a garça, segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego”. Deuteronômio
14: 11-18
Com relação às
aves, todas podem ser empregadas como alimento pelo ser humano, com exceção das
aves de rapina e aves marinhas com suas respectivas espécies. A título de
ilustração, a Bíblia Sagrada apresenta a seguinte lista exemplificativa: águia,
urubus, águias marinhas, açores, falcões, corvos, avestruzes, corujas,
gaivotas, gaviões, mochos, íbis, gralhas, pelicanos, abutres, corvos marinhos,
cegonhas, garças, poupas, morcegos.
9. O que
não serve como alimento?
R.: “Fala
aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de
cabra comereis. Porém pode usar-se da gordura do corpo morto, e da gordura do
dilacerado, para toda a obra, mas de nenhuma maneira a comereis”. Levítico
7: 23-24
Visando o bem
estar da saúde física, mental e espiritual daqueles que crêem em Sua Palavra,
Deus proibiu terminantemente que Seu povo comesse da gordura de qualquer tipo
de animal, seja ele limpo ou imundo. Todavia liberou a gordura de qualquer
animal para fabricação de graxa, vela, sabão, ou qualquer outra obra, onde a
gordura animal possa ser empregada. Mas de modo algum poderia servir de
alimento para qualquer ser vivo, pois resulta em colesterol, entupimento das
artérias, a conhecida arteriosclerose.
10. O que
foi proibido por Deus como alimento?
R.: “E
nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves quer de
gado”. Levítico 7:26
Também visando
o bem estar físico, mental e social do homem, Deus proibiu que o sangue do gado
ou das aves fossem empregado como alimento de qualquer natureza como, por
exemplo, o chouriço. Isto porque no sangue está a vida, ali também se encontra
todo tipo de doenças e infecções que porventura um animal poderia transmitir ao
homem. Uma das coisas que o médico solicita ao doente é um exame de sangue
porque no sangue está o vírus da doença. Comendo o sangue de algum animal a
pessoa estaria ingerindo o vírus da doença.
A proibição
divina de comer sangue remonta à época de Noé. Observa-se que essa proibição
foi dada por Deus a todos habitantes do mundo pós-dilúvio. (Gênesis 9:4). Mais
uma vez fica claro que a proibição de comer sangue foi estabelecida muito antes
da existência de qualquer judeu na face da Terra. Pois se trata de um princípio
de saúde que não tem nenhuma relação com a lei cerimonial dos judeus. Portanto,
fica claro que a proibição divina de comer sangue continua em pleno vigor. Pois
não se tratando de lei cerimonial, jamais foi abolida. A bem da verdade, foi
dada para a humanidade pós-dilúvio, de onde todos nós proviemos.
CONCLUSÃO
11. Que
fará Deus aos que destroem o corpo? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 135
R.: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e
que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus
o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo”. I Coríntios
3:16-17
Pelo exposto
fica claro que Deus vela pela nossa saúde e bem estar. Ele quer o melhor para
todos nós. De forma que o nosso corpo é sagrado e templo de Deus, onde o
Espírito Santo faz Sua habitação. Por essa razão nosso corpo não pode ser
contaminado com alimentos imundos, ou intoxicado com bebidas alcoólicas. Deus
deseja que o homem seja restaurado completamente nas áreas física, emocional e
espiritual. Se você servir ao Senhor obedecendo a Sua Palavra, “ele abençoará o
vosso pão e a vossa água: e eu tirarei do meio de ti as enfermidades”. (Êxodo
23:25).
E se alguém
destruir o seu corpo pelo emprego de bebidas alcoólicas, pelo comer carnes
imundas, ou mesmo fazendo uso de drogas, como nicotina, maconha, cocaína ou
qualquer outro veneno que venha a degradar o seu corpo, Deus também o destruirá
no lago de fogo (segunda morte) no dia do Juízo Final.
12. Que
princípio deve nortear o que comemos?
R.: “Portanto,
quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória
de Deus”. I Coríntios 10:31
Portanto
quando formos comer ou beber ou fazer qualquer outra coisa, devemos fazer tudo
para a glória de Deus.
Estaremos
bebendo para a glória de Deus evitando as bebidas alcoólicas; estaremos comendo
para a glória de Deus evitando as carnes imundas que foram explicitamente
proibidas por Deus.
Se
desobedecermos às claras orientações divinas expostas em Sua Santa Palavra, não
estaremos glorificando a Deus, mas sim desonrando-O, uma vez que não fazemos a
Sua vontade. Pois, “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos
céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”. (Mateus
7:21). Além disso, estaríamos expondo os nossos corpos aos perigos das
enfermidades em seus vários aspectos. E como você poderá glorificar a Deus com
o templo do Espírito Santo carregado de enfermidades e contaminado com alimentos
imundos e bebidas alcoólicas? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados
136
ESTUDO BÍBLICO 22
DOM DE
PROFECIA
DEUS SE
COMUNICA
1. Por
intermédio de quem Deus falava aos antigos?
R.: “Havendo
Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”. Hebreus 1:1
No decorrer da
história da humanidade Deus nunca deixou de se comunicar com os homens. As
Escrituras Sagradas dizem que antigamente Deus falou muitas vezes e de muitas
maneiras com o objetivo de edificar e aperfeiçoar a Sua Igreja.
Entre os
vários canais de comunicação com os homens, Deus empregou anjos, visões,
sonhos, profetas, Urim e Tunim. Sendo que nestes últimos dias Deus nos tem
falado através de Seu Filho Unigênito: Jesus Cristo. Todavia, a forma mais
comum que Deus empregou para se comunicar com a humanidade foi através de Seus
santos profetas.
O “profeta de
hoje antigamente se chamava vidente” (I Samuel 9:9). Eles são servos do Senhor
(Amós 3:7). São homens santos de Deus que falam inspirados pelo Espírito Santo
(II Pedro 1:21). Esses homens consagrados recebiam visões ou sonhos, e então
transmitiam a mensagem divina aos homens na forma verbal ou escrita. Destarte
os profetas são os porta voz de Deus, eles comunicam a vontade de Deus para com
a humanidade.
2. Quais
sãos os dois meios pelo qual Deus se revela aos profetas?
R.: “E
disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o
Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele”. Números
12:6
Em Seu
incomensurável amor, Deus nunca abandonou a humanidade perdida ao seu próprio
destino. Desde os tempos mais remotos, antes mesmo que a Bíblia fosse escrita,
Deus tem chamado homens santos para serem profetas. Por exemplo, o livro de
Judas nos relata que Enoque, o sétimo depois de Adão, e que viveu muito antes
do dilúvio universal, era um profeta de Deus.
Através dos
santos profetas Deus se fez conhecer à humanidade. Por intermédio de sonhos e
visões Deus tem falado aos Seus servos, os profetas.
Desse modo o
profeta é um homem santo de Deus que recebe as mensagens divinas através de
visões ou sonhos e as transmite fielmente ao povo de Deus.
A visão é um
dom espiritual de recepção de imagens e mensagens por meio de um arrebatamento
dos sentidos do profeta.
3. O que
Deus proporá pelo ministério dos profetas?
R.: “E
falarei aos profetas, e multiplicarei a visão; e pelo ministério dos profetas
proporei símiles”. Oséias 12:10 LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 137
Visando ao bem estar de Seu povo, Deus se compromete a falar
aos profetas, bem como a multiplicar a visão. Deus ainda diz que pelo
ministério dos profetas iria propor símile.
Símile é a
comparação de coisas semelhantes. Com isso Deus se compromete a falar e
multiplicar a visão dos profetas propondo símiles. Isto significa que quando o
profeta recebe uma visão ele não está vendo a realidade objetiva, mas sim uma
imagem semelhante aos fatos que simbolizam a realidade.
Foi desse modo
que Daniel em visão observou o Pai na símile de um Ancião de dias. Viu reinos
na símile de animais. Viu a sucessões dos reinos do mundo na símile de uma
estátua de aparência humana etc.
4. Como a
profecia nunca foi produzida?
R.: “Porque
a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos
de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. II Pedro 1:21
O apóstolo
Pedro afirma categoricamente que as profecias da Bíblia Sagrada não foram
produzidas pela vontade de qualquer homem. Mas o santo apóstolo esclarece que
homens comprometidos com Deus foram movidos inspirados pela terceira pessoa da
Santíssima Trindade: O Espírito Santo. “Ele revela o profundo e o escondido:
conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz”. (Daniel 2:22). Nas
Escrituras Sagradas a palavra profecia possui um significado muito amplo, e não
apenas o significado de vaticinação. Ela engloba “toda a palavra que sai da
boca de Deus” (Mateus 4:4).
Portanto, todas
as mensagens da Bíblia Sagrada não são criações da inteligência humana, mas são
produtos da inteligência divina. Também não é qualquer tipo de homem que recebe
visões e sonhos da parte de Deus, mas homens santos de Deus. E os homens santos
de Deus são aqueles que estão santificados na verdade; e a Palavra de Deus é a
verdade (João 17:17).
CONHECENDO
OS PROFETAS
5. Do que
devemos nos acautelar?
R.: “Acautelai-vos,
porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas
interiormente são lobos devoradores”. Mateus 7:15
Deus possui
Seus verdadeiros profetas. Todavia, as Sagradas Escrituras nos adverte para
tomarmos cuidado com os falsos profetas que viriam até nós transfigurados na
aparência de ovelhas, mas na verdade em seus corações são lobos devoradores.
Em nossa época
o mundo está enxameado de doutrinas ensinadas por falsos profetas. Homens e
mulheres alegam possuir poder de revelação e de profecia. Mas eles são a prova
viva do cumprimento da mensagem bíblica, que diz que nos últimos dias surgirão
falsos profetas.
Os falsos
profetas são homens e mulheres que no seu comportamento exterior aparentam
honestidade e sinceridade a Deus, mas na verdade suas reais intenções estão
carregadas de interesses particulares e egoístas. Esses interesses são vários.
Podem ser o desejo pelas riquezas, status, poder, popularidade,
influência, e coisas semelhantes a estas, as quais costumam satisfazer os
desejos carnais. Muitos desses falsos profetas estão equivocados com o seu dom,
posto que suas vidas não estão em perfeita conformidade com os claros ensinos
da Palavra de Deus. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 138
6. O que surgirão nos últimos dias? O que farão?
R.: “Porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e
prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Mateus
24:24
Jesus Cristo
disse nos últimos tempos iriam surgir falsos cristos e falsos profetas. E que
esses falsos profetas não se limitariam em apenas trazer uma doutrina ou
mensagem sobre determinado assunto, mas que para darem veracidade às suas
próprias palavras e ao seu próprio ministério iriam produzir diversos fenômenos
sobrenaturais, que são chamados por Jesus de “grandes sinais e prodígios”, tais
como revelações, curas, exorcismos e muitas outras maravilhas (Mateus 7:22-23).
A obra de engano que abrangerá o mundo inteiro será tão intensa e tão parecida
com os ensinos apresentados na Bíblia Sagrada que será muito difícil de
distinguir o falso do verdadeiro. E, segundo Jesus, se fosse possível,
enganaria até mesmos os fieis filhos de Deus. Portanto, para não sermos
enganados devemos orar e vigiar, firmes no conhecimento da Palavra de Deus.
O resultado
imediato da obra dos falsos profetas é o engano. E para persuadir os homens a aderirem
às suas idéias e doutrinas esses “obreiros fraudulentos” realizam grandes
sinais e prodígios. Mas pergunta-se: De onde vem o dom milagreiro desses falsos
profetas? A resposta é uma só: de Satanás, o pai da mentira, que engana todo o
mundo (Apocalipse 12:9).
Portanto, as
Escrituras Sagradas esclarecem que “milagres” não são provas de que alguém é um
profeta de Deus. Isto porque os falsos profetas também podem - pelo poder de
Satanás - realizar milagres, que aos olhos humanos passam por fenômenos sobrenaturais
de origem divina.
7. Os
profetas devem falar em harmonia com o que?
R.: “À
Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a
alva”. Isaías 8:20
Mas a Bíblia
estabelece um princípio geral que permite identificar o verdadeiro profeta do
falso. O verdadeiro profeta fala em conformidade com a Lei e com o Testemunho
das Sagradas Escrituras. E se porventura os profetas não falarem em harmonia
com a Lei e com o testemunho eles nunca verão a luz, pois estão em densas trevas.
A “Lei” é o
nome pelo qual era conhecida a porção das Escrituras Sagradas denominada
“Pentateuco”, ou seja, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento. O
“Testemunho” corresponde à porção restante das Escrituras Sagradas do Antigo
Testamento, ou seja, são os escritos dos profetas, que dão testemunho daquilo
que ouviram e viram em visão ou em sonhos da parte de Deus. A Bíblia Sagrada é
tão importante para livrar do erro que “não havendo profecia, o povo se
corrompe; mas o que guarda a lei esse é bem-aventurado”. (Provérbios 29:18).
Logo o
verdadeiro profeta defende, ensina e fala em perfeita harmonia com os ensinos
das Sagradas Escrituras, enquanto que o falso profeta fala em desarmonia com os
ensinos sagrados. Portanto, devemos examinar os profetas sob a visão da Bíblia
Sagrada. Se os ensinos e atitudes dos profetas não corresponderem com aqueles
que estão revelados na Palavra de Deus, eles com certeza podem ser taxados como
falsos profetas e devem ser evitados a todo custo, sob pena de sermos enganados
e amarrados nos laços do diabo.
8. Como
podemos distinguir o verdadeiro e o falso profeta?
R.: “Por
seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou figos
dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má
produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar
LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 139
frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto
corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. Mateus 7:16-20
Podemos ainda
identificar os profetas pelos frutos que produzem, pois foi Jesus quem disse
que pelos seus frutos nós os identificaríamos.
O verdadeiro
profeta produz bons frutos e os profetas maus produzem frutos maus, porque não
pode o profeta verdadeiro dar maus frutos e nem o falso profeta dar bons
frutos.
Podemos
conhecer os profetas pelos frutos que produzem em seu comportamento. Se
um profeta for caloteiro, orgulhoso, arrogante, briguento, instigador de
discórdia, hipócrita, mentiroso, mundano, sensual ou adúltero, esse é um falso
profeta: “pelos seus frutos os conhecereis”.
Se um profeta não
for piedoso, misericordioso, caridoso, humilde, paciente, obediente aos
mandamentos divinos, santificado na Palavra de Deus, esse é um falso profeta,
pois: “pelos seus frutos os conhecereis”. O verdadeiro profeta produz em sua
vida frutos de verdadeiro e fiel cristão.
Um dos frutos
produzidos pelos profetas é avaliado por aquilo que ele ensina. Nesta
conformidade, os escritos, as mensagens e os ensinos do verdadeiro profeta
estão sempre em perfeita harmonia com os ensinos bíblicos. Isto porque o
verdadeiro profeta é um homem santo de Deus (II Pedro 1:21) porque ele está
santificado na verdade, sendo que a Palavra de Deus é a verdade (João 17:17).
Logo, a vida e o ensino ministrado pelo verdadeiro profeta estão em perfeita
harmonia com os ensinos das Sagradas Escrituras.
9. Como
podemos conhecer o falso profeta?
R.: “Quando
profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou
prodígio. E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo:
Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los. Não ouvirás as
palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos: porquanto o Senhor vosso Deus
vos prova, para saber se amais ao Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e
com toda a vossa alma”. Deuteronômio 13:1-3
Se um profeta
que diz ter sonhos ou visões, apresentar um sinal ou prodígio, e vier a ocorrer
tal sinal ou prodígio que foi antecipadamente anunciado, devemos ficar atentos
ao que ele vai falar. Se com suas palavras ele procura desviar o crente dos
ensinos da Bíblia Sagrada, esse tal profeta é falso. Portanto, não devemos dar
ouvidos às suas palavras. Deus é contra os falsos profetas. “Eis que eu sou contra
os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o
meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades: pois eu não os enviei,
nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito nenhum a este povo, diz o Senhor”.
(Jeremias 23:32).
Mais uma vez a
Bíblia Sagrada mostra que milagres não são sinais de aprovação divina, pois o
inimigo pode muito bem realizar ou simular milagres, com único propósito de
enganar os homens, desviando-os da verdade divina. Por isso devemos ser sóbrios
como os bereanos (Atos 17:11). A exemplo deles, devemos examinar nas Escrituras
Sagradas para ver se a mensagem apresentada pelo profeta está em harmonia com a
Lei e com o Testemunho. A regra é muito simples. Se o ensino de um profeta
estiver em perfeita harmonia com a Bíblia, em princípio ele pode ser
considerado como verdadeiro, todavia se o seu ensino não estiver em harmonia
com o que diz a Palavra de Deus, ele pode ser imediatamente tachado como um
falso profeta, e não devemos dar ouvidos a ele. “Assim diz o Senhor dos
Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam;
ensinam-vos vaidades: falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor”.
(Jeremias 23:16). LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 140
ÚLTIMOS DIAS
10. A quem
o Senhor Jeová revela Seus segredos?
R.: “Certamente
o Senhor Jeová não fará cousa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus
servos, os profetas”. Amós 3:7
A Bíblia
Sagrada ensina que Deus revela os Seus segredos aos seus servos. “As cousas
encobertas são para o Senhor nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para
nossos filhos para sempre”. (Deuteronômio 29:29). Uma vez revelado, o segredo
de Deus passa a pertencer a toda a humanidade para sempre.
Deus nada fará
sem antes ter revelado o Seu propósito aos santos profetas. Portanto, toda vez
que Deus tiver a intenção de fazer alguma coisa, Ele promete manifestar-se aos
Seus servos, que sãos os profetas. Portanto, devemos estar atentos ao que os
santos profetas têm a nos dizer sobre a vontade de Deus para conosco.
CONCLUSÃO
11. Em quem
você deve crer para prosperar?
R.: “Crede
no Senhor vosso Deus e estareis seguros; crede nos seus profetas, e sereis
prosperados”. II Crônicas 20:20 - 2ª parte
Para estarmos
seguros da nossa salvação devemos crer no Senhor nosso Deus, “porque é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é
galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6). Portanto, além de crermos que
Deus existe, também devemos crer que Ele recompensa aqueles que O buscam. E se
desejamos crescer, e prosperar em nossa vida espiritual devemos crer nos
profetas de Deus, aceitando inteiramente suas mensagens.
Quando cremos
nos profetas de Deus somos conduzidos ao caminho que conduz à vida. Quando
aceitamos as mensagens dos profetas de Deus iremos ter uma maior convicção e
intimidade com as verdades divinas, e nossa própria existência será mais
consagrada a Deus. Quando cremos nos profetas de Deus haverá mais
espiritualidade e menos heresias e apostasias. Pois, “temos, mui firme, a
palavra dos profetas, à qual bem fazeis, em estar atentos, como a uma luz que
alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em
vossos corações”. (II Pedro 1:19).
12. O que
você deve desprezar?
R.: “Não
desprezeis as profecias”. I Tessalonicenses 5:20
Encerramos
esta mensagem com a admoestação do apóstolo Paulo, que diz que os cristãos não
devem desprezar as profecias. Mas então pode surgir a pergunta: que tipo de
profecias? As profanas ou as divinas? É evidente que se trata das profecias
divinas, uma vez que é produzida por vontade de Deus através de homens santos
em benefício de todos os crentes.
Como vimos as
profecias profanas são diabolicamente inspiradas e não tem luz. São
provenientes do príncipe das trevas deste mundo: o pai da mentira. Visam
unicamente enganar aos homens, desviando-os das verdades bíblicas, e se fosse
possível enganariam até mesmos aqueles que herdarão a vida eterna. Apesar de
existir falsos profetas, você não deve desprezar as profecias divinas. “E não
sejais como vossos pais, aos quais clamavam os primeiros profetas, dizendo:
Assim diz o Senhor LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 141
dos Exércitos: Converti-vos agora dos vossos maus caminhos e
das vossas más obras; mas não ouviram, nem me escutaram, diz o Senhor”.
(Zacarias 1:4) LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 142
ESTUDO BÍBLICO 23
ESPÍRITO
DE PROFECIA
INTRODUÇÃO
1. Que
promessa Deus fez para os últimos dias?
R.: “E
nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre
toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos
mancebos terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos. E também do meu
Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas naqueles dias, e
profetizarão”. Atos 2:17-18
O apóstolo
Pedro citando o Antigo Testamento (Joel 2:28-29), diz que Deus promete nos
últimos dias derramar abundantemente o Espírito Santo, concedendo aos homens o
“dom da profecia”. Desse modo os nossos filhos e filhas profetizarão, os nossos
jovens terão visões e os nossos velhos terão sonhos proféticos. Deus ainda
promete que sobre os Seus servos e servas derramará o Seu Espírito, e naqueles
dias eles profetizarão as Palavras de Deus para o seu povo.
Com o objetivo
de animar e fortalecer a Igreja nos últimos dias, Deus promete derramar sobre o
Seu povo o Espírito Santo, quando então ocorrerá um grande reavivamento, que
preparará a Igreja de Deus para encerrar a obra de pregação do Evangelho no
mundo.
PROVAS
DO VERDADEIRO PROFETA
2. Quando
em visão o que o profeta não reteve?
R.: “Fiquei
pois eu só, e vi esta grande visão, e não ficou força em mim: e transmudou-se
em mim a minha formosura em desmaio, e não retive força alguma”. Daniel
10:8
Uma das
características que permite identificar o verdadeiro profeta de Deus consiste
no fato de que ao receber uma visão da parte de Deus, os profetas perdem todas
as suas forças físicas. Do mesmo modo como ocorreu com o profeta Daniel: “não
ficou força em mim... e não retive força alguma”. Em visão o profeta parece
estar desmaiado. Portanto, a primeira característica do profeta verdadeiro é
que ele perde suas forças.
3. Quando
em visão como ficou profundamente o profeta?
R.: “Contudo,
ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo a voz das suas palavras, eu caí com o
meu rosto em terra, profundamente adormecido”. Daniel 10:9
Quando o
profeta de Deus está em visão ele fica “profundamente adormecido” ou seja, ele
perde totalmente sua consciência. Como está escrito no versículo anterior, LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 143
o profeta Daniel ao receber uma visão disse que:
“transmudou-se em mim a minha formosura em desmaio”. Ou seja, o profeta ficou
inconsciente porque desmaiou. Portanto, a segunda característica do profeta de
Deus quando em visão é que ele fica inconsciente.
4. Quando
em visão o que não ficou no profeta?
R.: “Como
pois pode o servo deste meu Senhor falar com aquele meu Senhor? Porque, quanto
a mim, desde agora não resta força em mim, e não ficou em mim fôlego”. Daniel
10:17
O profeta
verdadeiro, quando em visão, além de ficar sem a sua força física e perder sua
consciência, ele ainda fica sem fôlego, ou seja, fica sem a respiração.
Portanto, o terceiro critério para se identificar o verdadeiro profeta é que
ele fica sem respirar. Diferentemente do verdadeiro profeta, o falso
profeta continua respirando. Esta é uma das maiores provas de genuinidade do
verdadeiro profeta.
5. Quando
em visão como ficam os olhos do profeta?
R.: “Fala
aquele que ouviu os ditos de Deus, o que vê a visão do Todo-poderoso, caindo em
êxtase e de olhos abertos”. Números 24:4
Quando em
visão, o profeta de Deus, além de ficar sem forças físicas, inconsciente e sem
respiração, ele entra num estado de êxtase e fica de olhos abertos olhando ao
infinito, como se estivesse enxergando além da visão natural. Portanto, o
quarto critério de permite identificar o verdadeiro profeta de Deus é que ele
entra num estado de êxtase e fica de olhos abertos.
É bom ficar
bem claro que quando o profeta recebe uma visão da parte de Deus,
obrigatoriamente ele passa por todos os fenômenos acima descritos, posto que é
arrebatado em seus sentidos. E todas às vezes que tais fenômenos ocorrem é um
sinal claro de que a visão é autêntica, o profeta é verdadeiro e digno de
confiança. Isto porque o falso profeta é incapaz de simular todos esses
fenômenos.
DOM DE
PROFECIA CONCEDIDO A MULHERES
6. Na época
de Moisés quem era profetisa?
R.: “Então
Miriã, a profetisa, a irmã de Aarão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as
mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças”. Êxodo 15:20
A Bíblia
Sagrada mostra que o dom de profecia não é prerrogativa dos homens, mas que
também as mulheres santas de Deus receberam o dom de profecia. Desse modo
Miriã, irmã de Aarão e, portanto irmã de Moisés era reconhecidamente uma
profetisa. Portanto, a Bíblica Sagrada mostra que na época do êxodo, quando o
povo havia saída da escravidão egípcia, Deus havia levantado uma mulher para
ser profetisa entre o Seu povo.
7. Na época
dos Juízes quem era profetisa? Débora era mulher de quem?
R.: “E
Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo”. Juízes
4:4
As Sagradas
Escrituras mostram que na época posterior à de Moisés – época dos Juízes – Deus
também chamou uma mulher para ser profetisa entre o Seu povo. Essa mulher se
chamava Débora e era casada com um homem chamado Lapidote. Débora ocupava uma
posição elevada naquela época, pois era juíza, uma vez que LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 144
julgava o povo de Israel. Naquela época Israel não tinha rei
e o juiz era a autoridade máxima.
8. Na época
dos Reis quem era profetisa? Hulda era mulher de quem?
R.: “Então
foi o sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías à profetisa Hulda,
mulher de Salum, filho de Ticva, o filho de Harás, o guarda das vestiduras (e
ela habitava em Jerusalém, na segunda parte), e lhe falaram”. II Reis 22:14
Na época dos
reis, Deus novamente levantou uma mulher para ser profetisa no meio do Seu
povo. Essa mulher se chamava Hulda e era casada com Salum, que tinha por
profissão a guarda das vestiduras. A Bíblia informa que a profetisa Hulda
morava na segunda parte da cidade de Jerusalém, e que as altas autoridades de
Judá iam consultar a serva de Deus para pedir orientações espirituais.
9. Na época
do nascimento de Jesus quem era profetisa?
R.: “E
estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já
avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua
virgindade. E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do
templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia”. Lucas
2:36-37
Na época em
que Jesus nasceu, Deus havia levantado uma mulher como profetisa, cujo nome era
Ana. A Bíblia conta que quando Jesus nasceu essa profetisa já era avançada em
idade, com mais de noventa e um anos, uma vez que viveu com o marido por
sete anos e já estava viúva há quase oitenta e quatro anos.
Essa santa
mulher de Deus não se afastava do templo sagrado e servia a Deus continuamente
(de noite e de dia) através de jejuns e de orações.
10. Na
época da igreja apostólica quem eram profetisas?
R.: “E
no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a
Cesaréia: e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete,
ficamos com ele. E tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam”. Atos
21:8-9
Na época da
formação da Igreja Cristã, Deus havia chamado quatro mulheres para serem
profetisas. Todas essas quatro mulheres eram donzelas e filhas de Filipe, um
dos sete diáconos eleitos para servir a Igreja que estava nascendo.
Portanto,
podemos verificar que no decorrer da história do Seu povo, Deus rompeu as
barreiras dos preconceitos machistas e chamou mulheres para exercerem o dom
profético.
DOM DE
PROFECIA MODERNO
11. Quais
são as duas características da Igreja?
R.: “E o
dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os
que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo”. Apocalipse
12:17
Nas profecias
do Apocalipse a palavra “dragão” simboliza “Satanás” (Apocalipse 12:9), e a
palavra “mulher” simboliza “Igreja” (II Coríntios 11:2). Desse modo fica claro
que satanás irou-se contra a Igreja de Deus e foi fazer guerra contra o
remanescente fiel dessa Igreja.
As Escrituras
Sagradas apresentam duas características básicas que possibilitam identificar
quem são aqueles que fazem parte da verdadeira Igreja de LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 145
Deus, e a quem Satanás foi fazer guerra. Essas duas
características são as seguintes: (1) A guarda dos mandamentos de Deus. (2) O
testemunho de Jesus Cristo.
“Os
mandamentos de Deus” representam o decálogo, conforme estão expressos na Santa
Palavra de Deus em duas tábuas de pedra. Mas, e “o Testemunho de Jesus Cristo”,
o que representa? Vamos deixar que a própria Bíblia dê a resposta a essa
pergunta.
12. O que é
o testemunho de Jesus?
R.: “E
eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal;
sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus: adora a
Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia”. Apocalipse
19:10
O Apóstolo
João era um fiel servo de Deus que recebeu o dom de profecia e escreveu o livro
do Apocalipse. Ele tinha o que é chamado de “Testemunho de Jesus”, e apresentou
uma interpretação autêntica contextual desse termo dizendo que o “Testemunho de
Jesus é o Espírito de profecia”.
Portanto, fica
claro que a verdadeira Igreja de Deus possui duas características fundamentais
que a distingue de qualquer outra denominação religiosa. A verdadeira Igreja de
Deus guarda integralmente os “Mandamentos de Deus” e possui o dom do “Espírito
de Profecia”. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 146
ELLEN GOULD WHITE
A
MENSAGEIRA DO SENHOR
(1827 –
1915)
Por ter
preenchido todos requisitos bíblicos que caracterizam um verdadeiro profeta, a
Igreja Adventista do Sétimo Dia crê que Ellen Gould White recebeu de Deus, a
partir de dezembro de 1844, o “dom do espírito de profecia”. Essa mulher, muito
embora frágil, doentia e tivesse um mínimo de educação, foi na maior parte de
sua vida uma prolifera escritora, ativa conferencista, dedicada conselheira e
uma das principais colunas da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Atualmente, dos
escritores norte-americanos, é mais traduzida, e a terceira da história da
literatura mundial. Seu livrinho “Caminho a Cristo”, best-seller mundial,
está disponível em mais de 135 línguas. É o livro mais traduzido depois da
Bíblia.
Ellen Gould
White situa-se na fronteira da grande transformação dos movimentos religiosos
que ocorreram no século XIX, que acabou por culminar no surgimento da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
Religiosa
consumada, com um elevado grau de discernimento espiritual sobre a vida cristã,
Ellen foi a primeira a conceituar precisamente e em pormenores o caráter do
grande conflito entre o bem e o mal, que mais tarde desenvolveu na série
Conflito dos Séculos; o grande número de suas realizações lhe garante um lugar
proeminente na história da religião, da educação e da temperança.
Nascida em
Gorham, Maine, Estados Unidos, em 26 de novembro de 1827, Ellen Gould Harmon
cresceu numa família bem situada financeiramente, num ambiente socialmente
rico. Seu pai Robert F. Harmon (1786-1866) era fazendeiro. Sua mãe Eunice Gould
Harmon (1787-1863) foi professora primária antes de se casar, e teve oito
filhos, dos quais os últimos foram Ellen e sua irmã gêmea Elizabeth.
Quando Ellen
contava nove anos de idade foi gravemente ferida no nariz por uma pedrada,
atirada por uma colega de escola. Devido a esse acidente, que quase lhe custou
a vida, permaneceu inconsciente durante três semanas. E, pelo resto da vida,
sua saúde ficou irremediavelmente debilitada, e nunca mais esteve em condições
de retornar às aulas, posto que as letras dos livros se confundiam e seus olhos
ficavam turvos.
Com a idade de
doze anos se converteu ao cristianismo e foi batizada por um pastor da Igreja
Episcopal Metodista. Dois anos depois, Ellen e vários membros de sua família
assistiram a algumas reuniões mileritas em Portland e aceitaram plenamente a
mensagem do breve advento de Jesus; por este motivo foram excluídos da comunhão
da Igreja Metodista.
Aos dezessete
anos de idade, numa manhã de dezembro de 1844, quando participava de um culto
de oração teve sua primeira visão, na qual presenciou a viagem dos justos à
cidade de Deus. Relatou sua visão aos crentes de Portland que a reconheceram
como revelação divina.
Durante o ano
de 1845, Ellen fez uma série de viagens para o Maine, New Hampshire e
Massachusetts para testemunhar às igrejas acerca das visões que vinha
recebendo. Quando esteve em Orrington, Maine, travou conhecimento com o
pregador Tiago White com quem contraiu núpcias em 30 de agosto de 1846, advindo
desse relacionamento o nascimento de quatro filhos do sexo masculino, dois dos
quais morreram antes de chegarem à idade adulta. Com o casamento, que durou
trinta e cinco anos, Ellen Gould Harmon passou a usar o nome Ellen G. White.
Seu esposo, Tiago White consagrou toda sua vida à causa de Deus. Foi reconhecidamente
pioneiro e líder da Igreja Adventista por vinte anos, fundou e fortaleceu
igrejas, organizou a obra de publicação, trouxe à luz a tipografia, o colégio e
o sanatório de Battle Creek. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados
147
Durante anos chegou a trabalhar de quinze a dezoito horas por
dia. Em agosto de 1881 o pastor Tiago White veio a falecer.
Em 1846 Tiago
e Ellen estudaram minuciosamente um panfleto de quarenta e oito páginas
produzido e divulgado pelo pastor José Bates, intitulado: “O Descanso do Sétimo
Dia”, em conseqüência passaram a observar e ensinar que o sábado é o dia do
Senhor. Em 07 de abril de 1847, Ellen teve uma visão na qual lhe foi mostrado a
Lei de Deus com uma auréola de luz resplandecendo sobre o quarto mandamento.
Milhares de
pessoas tiveram a oportunidade de observar Ellen White em visão, e muitas
puderam comprovar a veracidade das visões. Quando em visão, Ellen White
apresentava os mesmos fenômenos físicos que ocorriam com muito dos profetas
descritos na Bíblia.
Em março de
1858 teve uma de suas visões mais importante. Era referente ao tema do “grande
conflito entre Cristo e Satanás”. Outra visão igualmente importante foi
recebida em junho de 1863, e tratava-se da reforma de saúde. Devido a tal visão
a Igreja Adventista do Sétimo Dia passou a dar especial atenção e defender a
reforma de saúde. Durante toda sua vida, recebeu no total cerca de 2000 sonhos
e visões, abrangendo revelações sobre todos os aspectos dos ensinos bíblicos,
testemunhos pessoais e direcionamentos sobre a obra.
Juntamente com
seu esposo, Ellen White fez extensas viagens pelos Estados Unidos, visitando,
pregando e organizando igrejas. Com freqüência teve que lutar contra vários
movimentos fanáticos que se insinuavam por penetrar no grupo dos adeptos do
advento. No outono de 1885 até o verão de 1887 viajou para a Europa, a serviço
da Igreja. Visitou a Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Dinamarca, Noruega e
Suécia. Em 1891 foi solicitada a viajar para a Austrália, onde ajudou a
fortalecer e estabelecer a obra missionária naquele país.
Em várias
ocasiões teve oportunidade de pregar para enormes multidões por ocasião das
Assembléias Gerais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e de reuniões devocionais
anuais. Conta-se que a sua voz podia ser ouvida claramente a centenas de metros
de distância. Suas mensagens sempre foram apreciadas e muitas vezes chegaram a
tempo de salvar a Igreja de tomar decisões equivocadas ou cometer graves erros.
Desde que
recebeu sua primeira visão em 1844, esteve sempre ativa e fiel no serviço da
causa de Deus. E, apesar das várias atividades que realizava, encontrou tempo
para escrever copiosamente. Calcula-se que escreveu cerca de 100.000 páginas
manuscritas. E que até o presente momento, delas foram extraídos e publicados 128
livros. Entre os mais populares estão: Caminho a Cristo; Patriarcas e
Profetas; Profetas e Reis; O Desejado de Todas as Nações; Atos dos Apóstolos; O
Grande Conflito; Educação Cristã; Ciência do Bom Viver; Testemunhos
para a Igreja.
Nos seus
últimos anos de vida residiu em sua casa de Elmshaven, onde se dedicou a
preparar manuscritos para o prelo. Em 13 de fevereiro de 1915 sofreu uma queda
e quebrou o fêmur esquerdo. Esse grave acidente prostrou-a na cama por cinco
meses até o dia de sua morte. Teve sua última visão em 03 de março de 1915.
Faleceu calma e pacificamente em 16 de julho de 1915, quando contava a avançada
idade de 87 anos. Foi sepultada ao lado do seu querido esposo no cemitério de
Oak Hill em Battle Creek, Michigan. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 148
ESTUDO BÍBLICO 24
PECADO
SEM PERDÃO
BLASFÊMIA
CONTRA O ESPÍRITO SANTO
1. O que
acontecerá com quem blasfemar contra o Espírito Santo?
R.: “Na
verdade vos digo que todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e
toda a sorte de blasfêmias, com que blasfemarem. Qualquer, porém, que blasfemar
contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo”. Marcos
3:28-29
Jesus disse
que todos os tipos de pecados e blasfêmias cometidas pelos homens lhes serão
perdoados, com exceção da blasfêmia contra o Espírito Santo.
A blasfêmia
consiste num agravo, ofensa, insulto ou desprezo dirigido contra a pessoa do
Espírito Santo, a quem os homens devem possuir temor e respeito.
Segundo Jesus
Cristo, qualquer pessoa que blasfemar contra o Espírito Santo nunca alcançará
perdão por esse pecado, mas será réu do eterno juízo. Com relação a esse pecado
imperdoável, o apóstolo João também disse que: “Se alguém vir pecar seu irmão
pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem
para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”. (I João 5:16).
Portanto, por ter cometido o pecado para morte, essa pessoa será réu do eterno
juízo; jamais alcançará o perdão pelos seus pecados, conseqüentemente terá o
seu nome riscado do livro da vida (Apocalipse 3:5), e depois do final do
milênio será lançada no lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte
(Apocalipse 20:14-15). Esse é o “fogo eterno” que está preparado para o diabo e
seus anjos (Mateus 25:41).
2. De que
três coisas o Espírito Santo convence o mundo?
R.: “E,
quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do
pecado, porque não crêem em mim. Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me
vereis mais. E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado”. João
16:8-11
A blasfêmia
contra o Espírito Santo é tão grave porque é Ele quem nos convence do pecado,
da justiça e do juízo. O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima
Trindade (Mateus 28:19), portanto, membro da divindade. No Plano da Salvação é
obra exclusiva do Espírito Santo levar o pecador a reconhecer a sua situação de
condenado e réu do eterno juízo.
Do pecado. O Espírito Santo nos convence de que
somos pecadores e que por isso necessitamos de um Salvador. Desse modo somos
levados a crer em Cristo como nosso Salvador e Senhor de nossas vidas.
Da justiça.
O Espírito Santo nos
convence de que a justiça divina caiu sobre Jesus Cristo na cruz do Calvário, e
que somente por Ele podemos passar da condição de ímpios para justos, posto que
somos justificados pela fé em Cristo Jesus. Somente LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 149
por Jesus podemos passar da condição de pessoas condenadas
para pessoas salvas pela graça de Deus.
Do juízo. O Espírito Santo nos convence do
juízo final sobre todas as coisas, uma vez que satanás foi julgado na cruz do
Calvário, e em breve os reinos deste mundo passarão para as mãos de Jesus.
O Espírito
Santo realiza um trabalho indispensável, pessoal, e íntimo na consciência do
ser humano. Entre muitas outras atividades é o Espírito Santo quem nos guia em
toda a verdade (João 16:13) implantando em nosso coração o impulso que nos leva
à convicção, conversão, arrependimento e santificação na Palavra de Deus. Nossa
constante oração a Deus deve ser: “Não me lances fora da tua presença, e não
retires de mim o teu Espírito Santo”. (Salmo 51:11).
PASSOS
PARA A BLASFÊMIA
3. A quem
você não deve entristecer?
R.: “E
não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da
redenção”. Efésios 4:30
A blasfêmia
contra o Espírito Santo não é um pecado que possa se consumar num único ato ou
momento. Para se chegar a cometer o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo
é necessário que o crente deliberadamente venha escalar quatro degraus
progressivos e fundamentais nessa direção.
O primeiro
degrau que podemos escalar para dar início ao pecado de blasfêmia contra o
Espírito Santo consiste em entristecê-lo.
Para
entristecer a Deus na pessoa do Espírito Santo, basta começarmos a negligenciar
o Seu apelo em nossos corações. Basta começarmos a não dar ouvidos ou a devida
atenção à voz da consciência que diz que tal ato é pecaminoso ou que devemos
seguir por tal caminho. A nossa indiferença e apatia à voz da consciência
desagradam e entristecem o Espírito Santo de Deus.
“E os teus
ouvidos ouvirão a palavra do que está por trás de ti dizendo: este é o caminho,
andai nele, quando vos desviardes para a direita ou para a esquerda”. (Isaías
3:21). Portanto, devemos seguir a voz do Espírito Santo tocando a nossa
consciência, a qual é orientada pela Palavra de Deus.
4. O que os
homens de dura cerviz podem fazer ao Espírito Santo?
R.: “Homens
de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido: vós sempre resistis ao
Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais”. Atos 7:51
O segundo
degrau que podemos escalar em direção ao abismo do pecado imperdoável consiste
em resistir aos apelos do Espírito Santo. Isto quer dizer que, embora estejamos
convictos de que pecamos, resistimos à convicção de que devemos nos arrepender
e pedir perdão a Deus. Resistir ao Espírito Santo significa que, embora
estejamos convictos de que a Bíblia é a Palavra de Deus, resistimos à convicção
do Espírito Santo de que devemos praticar seus sagrados preceitos. Resistir ao
Espírito Santo significa que, embora estejamos convictos de que a Lei de Deus
continua em pleno vigor para todos os cristãos em todas as épocas, resistimos à
convicção do Espírito Santo de que devemos observar os seus sagrados preceitos.
Assim procedendo, estamos dando o segundo passo para cometer o pecado
imperdoável.
5. A quem
você não deve endurecer o coração? LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 150
R.: “Portanto, como diz o Espírito Santo, se
ouvirdes hoje a sua voz. Não endureçais os vossos corações, como na provocação,
no dia da tentação no deserto”. Hebreus 3:7-8
O terceiro
degrau que podemos escalar para alcançar o pecado imperdoável, também chamado
de blasfêmia contra o Espírito Santo, consiste em endurecer o nosso coração.
Apesar de ouvirmos em nossa consciência a voz de Deus dizendo para tomarmos
determinada atitude, e seguir o caminho correto da verdade, deliberadamente
rejeitamos para seguir por outro caminho.
O coração
atinge o grau de endurecimento após já termos entristecido e resistido às
convicções geradas pelo Espírito Santo. Gradativamente o pecador vai perdendo a
influência do Espírito Santo em sua vida. Cada vez se torna mais difícil de
ouvir o próximo apelo do Espírito Santo.
Endurecer o
coração é ter um coração de pedra. É ser duro de cerviz. É ter um coração
impermeável aos apelos do Espírito Santo. O homem que possui o coração
endurecido já não consegue mais sentir firmemente a impressão causada pela
presença do Espírito Santo em sua vida.
6. Quem
você não deve extinguir?
R.: “Não
extingais o Espírito”. I Tessalonicenses 5:19
Finalmente,
depois de entristecermos, resistirmos e endurecermos os
nossos corações ao Espírito Santo, podemos passar para o quarto e último degrau
do pecado imperdoável. Quando escalamos esse último degrau extinguimos
definitivamente o Espírito Santo de nossa vida.
A partir desse
momento em diante nossa consciência perde a comunicação com Deus. A porta da
graça se fecha definitivamente para o pecador. Quando atingimos esse degrau, o
Espírito Santo já não consegue mais nos alcançar e convencer-nos do pecado, da
justiça e do juízo. Isto é assim porque Deus respeita o livre arbítrio que cada
ser humano possui.
Todos os seres
humanos são dotados com o livre arbítrio e com a capacidade de raciocinar,
sentir e crer. Essas três inteligências em conjunto levam ao pensamento,
reflexão e à decisão. Por isso todos os homens são criaturas racionais e livres
para escolherem o caminho que desejam seguir, todavia são moralmente
responsáveis pelas conseqüências de suas próprias escolhas.
Quando o Espírito
Santo de Deus é extinto da vida da pessoa, Sua voz já não surte mais efeito. O
Espírito de Deus já não consegue mais alcançar e impressionar a mente do homem.
O pecador chega a ponto de não conseguir mais sentir qualquer arrependimento
pelos pecados que comete. Ele se torna frio e insensível para com as coisas
sagradas. Não sente mais o prazer e a alegria do Espírito Santo em sua via.
Ao extinguir o
Espírito Santo de sua vida, o pecador por si mesmo se exclui da salvação, pois
optou em não querer a vida eterna oferecida por Jesus Cristo. Com essa atitude
a pessoa rejeita definitivamente a influência benéfica do Espírito Santo em sua
vida. Quando atinge este estágio, ela perde toda atração e interesse nas coisas
de Deus e fica totalmente indiferente aos apelos divinos.
Diante dos
quatro degraus expostos pela Palavra de Deus vimos que o pecado imperdoável não
ocorre instantaneamente, não é cometido num único ato praticado pelo pecador,
mas são escaladas progressivas: entristecer, resistir, endurecer
e extinguir. Paulatinamente o pecador vai se opondo à benéfica
influência do Espírito Santo em sua vida, ignorando e rejeitando o Seu chamado
até o momento em que ocorre a cauterização de sua consciência, quando então não
tem mais a percepção do chamado de Deus. Portanto, a blasfêmia contra o
Espírito Santo é a deliberada e LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos
Avançados 151
persistência rejeição aos apelos do Espírito Santo à
santificação na verdade (João 17:17).
BLASFÊMIA
E CONSEQÜÊNCIAS
7. O que
será perdoado e o que não será perdoado aos homens?
R.: “Porquanto
eu vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia
contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma
palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar
contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no
futuro”. Mateus 12:31-32
Conforme os
ensinos ministrados por Jesus, todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos
homens com exceção da blasfêmia contra o Espírito Santo. Portanto,
qualquer pessoa que fizer agravo contra o Espírito Santo nunca receberá perdão
por esse pecado. Isto porque é o Espírito Santo quem nos convence do
pecado, da justiça e do juízo, e uma vez que Ele é extinto de nossas vidas já
não pode mais nos convencer de nada. “E aconteceu que, como Ele clamou, e eles
não ouviram, assim também eles clamarão, mas eu não ouvirei, diz o Senhor dos
Exércitos”. (Zacarias 7:13).
Se você
extinguir o Espírito Santo de sua vida, você nunca mais reconhecerá que é uma
pessoa pecadora e perdida, e que necessita da graça de Deus para ser salva. Na
verdade você jamais sentirá convicção, arrependimento ou necessidade de crer
num Salvador. Tampouco se importará com a sua própria salvação. Quem chegar a
cometer o pecado imperdoável será abandonado pelo Senhor à sua própria sorte, e
os demônios se aproveitam dessa situação. Foi exatamente isso que ocorreu com o
rei Saul: “E o espírito do Senhor se retirou de Saul, e o assombrava um
espírito mau da parte do Senhor”. (I Samuel 16:14).
Todavia, se
você deseja a salvação oferecida por Cristo Jesus é um sinal claro de que o
Espírito Santo ainda não foi extinto em sua vida, e está atuando em sua
consciência para lhe trazer o arrependimento.
8. Qual é o
último estado daquele que comete o pecado imperdoável?
R.: “Porquanto
se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do
Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos,
tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro”. II Pedro 2:20
Segundo o
apóstolo Pedro aqueles que escaparam das corrupções pecaminosas do mundo
através do “conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo”, ao tornarem a se
envolverem novamente nas corrupções do mundo, este segundo estado decaído é
pior do que o seu primeiro estado. Isto porque no primeiro estado essas
pessoas viviam nas trevas do pecado, todavia sem o conhecimento do Salvador;
mas agora no segundo estado essas pessoas possuem a luz do conhecimento
do Salvador, todavia preferem viver nas trevas do pecado, razão pela qual este
segundo estado é pior do que o primeiro. No primeiro estado viviam em pecado,
todavia desconhecendo a luz; no segundo estado vivem em pecado, todavia com o
conhecimento da luz.
Desse texto
pode-se claramente inferir que somente cometem o pecado de blasfêmia contra o
Espírito Santo aqueles que chegaram algum dia ao conhecimento de que Jesus
Cristo é Senhor e Salvador.
9. O que
seria melhor para aquele que se desvia do caminho de justiça?
R.: “Porque
melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o,
desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 152
sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se
dia: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de
lama”. II
Pedro 2:21-22
Seria melhor
que as pessoas que cometem o pecado de blasfêmia contra o Espírito Santo nunca
houvessem tido o conhecimento do caminho da justiça em Cristo Jesus, do que
conhecendo tal caminho, resolverem retornar para o caminho do pecado.
Mais uma vez
fica claro que somente aqueles que conhecem o caminho da justiça é que podem
cometer o pecado imperdoável, ao recusarem deliberadamente a seguir esse
caminho.
10. O que é
impossível àqueles que provaram da verdade e recaíram?
R.: “Porque
é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo. E provaram a boa
palavra de Deus, e as virtudes do século futuro. E recaíram, sejam outra vez
renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o
Filho de Deus, e o expõem ao vitupério”. Hebreus 6:4-6
A Bíblia diz
que é impossível para aqueles que conheceram e provaram da verdade e tornaram a
cair, sejam outra vez renovados para o arrependimento.
Esta
impossibilidade ocorre porque o Espírito Santo, ao ser extinto da vida do
crente, já não o convence do pecado, da justiça e do juízo, e desse modo o
pecador caído da graça não consegue alcançar o arrependimento para ter o perdão
divino.
A palavra
impossível é muito significativa, uma vez que ela estabelece que no Universo
não existe nenhum meio possível para perdoar os pecados daqueles que
blasfemarem contra o Espírito Santo.
Mais uma vez
este texto bíblico deixa claro que, somente aquele que conhece a verdade é que
pode cometer o pecado imperdoável, também chamado por blasfêmia contra o
Espírito Santo. Aquele que cometer o pecado de blasfêmia contra o Espírito
Santo terá o seu nome riscado do livro da vida.
11. O que
não resta ao que peca voluntariamente?
R.: “Porque,
se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da
verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados. Mas uma certa expectação
horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários”. Hebreus
10:26-27
Duas são as
condições necessárias para cometermos o pecado de blasfêmia contra o Espírito
Santo: (1) A primeira condição consiste em pecarmos de forma voluntária.
(2) A segunda condição é que tenhamos recebido o pleno conhecimento da
verdade.
Cumprindo
esses dois requisitos o Espírito Santo já não consegue nos convencer do pecado
da justiça e do juízo. Com isso não podemos ser renovados
para o arrependimento e não resta mais eficácia no Sacrifício de Cristo pelos
nossos pecados. O que restará no fundo de nossa consciência é a convicção de
que perdemos a única oportunidade de salvação: “passou a sega, findou o verão,
e nós não estamos salvos”. (Jeremias 8:20). Nessas condições somos criaturas
perdidas e condenadas ao juízo eterno. O juízo é o fogo eterno preparado para o
diabo e seus anjos. E no dia do juízo executivo todos pecadores impenitentes
serão lançados no lago de fogo, que é a segunda morte.
Este versículo
mostra claramente que não é Deus quem determina a perdição eterna das pessoas,
mas é o próprio indivíduo empregando o seu livre arbítrio, quem faz a sua
própria escolha, e isto de livre e espontânea vontade. O sacrifício de Cristo LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 153
não é mais eficaz para aquele que deliberadamente rejeita a
benéfica influência do Espírito Santo em sua vida.
Entretanto, se
você ainda sente a convicção por seus pecados; se você ainda sente o desejo do
perdão de Deus; se você ainda deseja ser salvo; se você ainda está disposto em
fazer a vontade de Deus, conforme reveladas nas Santas Escrituras, então ainda
existe esperança para você. Pois este desejo seu é a evidência indicadora de
que o Espírito Santo ainda está trabalhando em seu coração.
CONCLUSÃO
12. O que
nunca deve haver em vós?
R.: “Vede,
irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se
apartar do Deus vivo”. Hebreus 3:12
Você comete o
pecado imperdoável quando se recusa terminantemente a caminhar na luz da
Palavra de Deus. Você perderá gradativamente a influência benéfica do Espírito
Santo em sua vida se continuar a persistir na prática do pecado, transgredindo
a Santa Lei de Deus. Você será abandonado pelo Espírito Santo se continuar a
resistir abertamente aos Seus apelos para entregar sua vida a Jesus Cristo. Se você
assim agir, “de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele
que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que
foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” (Hebreus 10:29).
Mas se você
ainda crê na Palavra de Deus, se você ainda deseja a salvação oferecida por
Jesus Cristo, se você ainda deseja guardar a Santa Lei de Deus é sinal
indicador que você ainda não cometeu o pecado imperdoável.
Diante do
grande perigo de cometer o pecado imperdoável que extingue definitivamente o
Espírito Santo da vida do crente, você precisa ser uma pessoa espiritualmente
sóbria. Precisa estar sempre alerta, vigiando contra o pecado para que nunca
venha a ter um coração que seja mau e infiel a ponto de se apartar do Deus vivo
e de Sua benéfica influência. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados
154
ESTUDO BÍBLICO 25
BATISMO
A
NATUREZA HOSTIL A DEUS
1. Quantos
justos há?
R.: “Como
está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não
há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram
inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só”. Romanos 3:10-12
Segundo os
ensinos das Escrituras Sagradas não existe sobre a face da Terra nenhum ser
humano que seja justo, “nem um sequer”. “Quem poderá dizer: Purifiquei o meu
coração, limpo estou de meu pecado?” (Provérbios 20:9). Deixados por si mesmos,
ninguém tem qualquer interesse em buscar a comunhão de Deus. Pois o homem se
encontra numa rebelião deliberada e consciente contra o seu Criador. Sua
natureza carnal é totalmente contrária aos princípios da natureza espiritual
revelada por Deus em Sua Santa Palavra. “Portanto, os que estão na carne não
podem agradar a Deus”. (Romanos 8:8).
Com o pecado
de nossos primeiros pais – Adão e Eva – todos se extraviaram e se tornaram
inúteis para os propósitos elevados e santos que Deus tinha planejado para o
homem. De forma que em seu estado decaído da graça não há uma única pessoa
justa que pratique o bem, ou que de livre e espontânea vontade busque a
presença Deus de todo coração. Todas as suas obras estão poluídas e corrompidas
pelo egoísmo e pecado. “O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são
vaidade”. (Salmos 94:11).
2. O que é
impossível ao pecador?
R.: “Pode
o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também vós
podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal”. Jeremias 13:23
Assim como o
etíope não possui o poder para mudar a cor de sua pele parda, assim também o
pecador não possui o poder para fazer o bem, pois nasceu propenso para praticar
o mal. “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”.
(Salmos 51:5).
Assim como o
leopardo não possui a virtude para modificar as manchas de sua pele, assim
também o pecador não possui a virtude necessária para ser justo, pois nasceu
com uma natureza ímpia. “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados
desde que nasceram, proferindo mentiras”. (Salmos 58:3).
Segundo a
mensagem divina, se fosse possível o etíope pelo seu próprio poder mudar a cor
de sua pele, ou se fosse possível o leopardo pelo seu próprio querer mudar as
suas manchas, então também seria possível o injusto se tornar justo pelo seu
próprio querer e poder. Mas isso é um absurdo, posto que é impossível ocorrer
essas mudanças simplesmente pelo querer dos respectivos interessados. Portanto,
ninguém pode ser LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 155
justo por si mesmo. “Como pois seria justo o homem perante
Deus, e como seria puro aquele que nasce da mulher?” (Jó 25:4).
3. Diante
de Deus como são nossas justiças?
R.: “Mas
todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da
imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas como um vento
nos arrebatam”. Isaías 64:6
O profeta
Isaías vai ainda mais longe quando diz que diante dos olhos de Deus todas as
nossas justiças são como trapo da imundícia. E o que é um trapo imundo? É um
pedaço de pano encardido, esfarrapado, sujo e mal cheiroso que serve para
limpar coisas repugnantes e imundas, tais como escarros, vômitos, fezes e
coisas semelhantes. Assim são comparadas as justiças dos homens diante de Deus.
O homem pode
no exterior aparentar um comportamento justo e correto, todavia sua natureza
carnal hostil a Deus, e sua inclinação para o mal demonstram claramente que seu
coração não é justo, mas encontra-se corrompido pelo pecado. Todas as suas
supostas boas obras são produtos da imundícia. Todas estão poluídas pelo
pecado, pelo egoísmo, pelo interesse privado do indivíduo e cheia de segundas
intenções. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é
sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser”. (Romanos 8:7). Devido a
natureza decaída do homem o salmista clamou a Deus: “E não entres em juízo com
o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente”. (Salmo
143:2).
NOVO
NASCIMENTO
4. Quem não
pode ver o reino de Deus?
R.: “Jesus
respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. João 3:3
Para que o
homem possa se tornar justo diante de Deus é necessário que ele venha a nascer
de novo, caso contrário não poderá enxergar o reino de Deus. Conseqüentemente,
não poderá enxergar o caminho que conduz à vida eterna. O “reino de Deus” que
Jesus mencionou se trata do “reino de graça”, o qual foi instituído desde a
fundação do mundo pela fé no Messias (II Timóteo 1:9).
Mas o que é
nascer de novo? Com certeza “nascer de novo” não se refere ao nascimento
natural, pois se o homem pudesse nascer novamente de pais humanos, ele
continuaria com a mesma natureza carnal dotada da inclinação para o mal.
Observe o que a Bíblia fala sobre essa questão: “Ora o homem natural não
compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (I Coríntios
2:14).
Verdade é que
Jesus estava se referindo a um nascimento espiritual do coração, que resulta
numa nova vida. Veja o que Ele disse: “O que é nascido da carne é carne, e o
que é nascido do Espírito é espírito”. (João 3:6). Somente aqueles que possuem
uma nova vida é que podem ver e apreciar os dons espirituais do reino de Deus.
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os
que são segundo o espírito para as coisas do espírito”. (Romanos 8:5). O novo nascimento
não é uma emoção, mas uma transformação que ocorre no interior do coração e da
mente daquele que crê em Jesus Cristo.
5. Quem não
pode entrar no reino de Deus?
R.: “Jesus
respondeu: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e
do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. João 3:5 LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 156
Continuando a desenvolver o tema sobre o novo nascimento,
Jesus diz que para poder entrar no reino de Deus é preciso que o homem venha a
nascer da água e do Espírito. O nascer da água simboliza o batismo nas águas, e
o nascer o Espírito significa aceitar a influência benéfica do Espírito Santo
conduzindo o homem pelos caminhos da fé na Palavra de Deus e na obediência das
leis divinas.
Esse nascimento
espiritual está além das possibilidades do homem em realizá-lo. O nascer do
Espírito é uma operação invisível aos olhos humanos, mas que Deus concretiza
plenamente na vida do pecador arrependido. Portanto, o novo nascimento não é
obra do esforço humano, mas é uma transformação espiritual realizada
exclusivamente pelo Espírito Santo no coração daquele que crê, qualificando-o
para entrar no reino da graça. Essa é a promessa de Deus para aquele que nascer
de novo: “E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo;
e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne. E
porei dentro de vós o meu espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e
guardeis os meus juízos, e os observeis”. (Ezequiel 36:26-27).
6. Com o
que Jesus comparou aquele que é nascido do Espírito?
R.: “O
vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para
onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. João 3:8
O homem pode
até mesmo ter um procedimento exterior correto, todavia é totalmente incapaz de
modificar a natureza e as intenções de seu próprio coração. O novo nascimento
está completamente além da capacidade de qualquer ser humano em realizá-lo.
Para que o homem possa nascer de novo é necessário que um poder sobrenatural do
alto venha a atuar em sua consciência ativando sua mente espiritual.
Jesus ilustrou
a influência do Espírito Santo na vida do homem como a rajada de vento que
assopra. Podemos ouvir e ver os efeitos que o vento produz, tais como: ruído do
seu assobio, o balançar dos galhos das árvores, o levantar da poeira, e outros
efeitos semelhantes. Todavia, com os nossos órgãos sensoriais não podemos
enxergar o vento, bem como não sabemos precisar com segurança de onde ele vem e
nem para onde ele vai. Assim também é a obra do Espírito Santo na vida do
homem. Quando o Espírito Santo passa por sua vida, nós não O enxergamos, mas
podemos ver a mudança que ele provoca na vida daquela pessoa, que passa a ter
um outro estilo de vida, de maligna para bondosa, de ímpia para justa. Mas isso
somente ocorre por influência do Espírito Santo. O homem por si mesmo é incapaz
de realizar tal mudança de coração. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o
querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”. (Filipenses 2:13).
NASCIMENTO
DA ÁGUA (Batismo)
7. O que
lava aquele que nasce da água?
R.: “E,
agora por que te deténs? Levanta-te e batiza-te e lava os teus pecados,
invocando o nome do Senhor”. Atos 22:16
Sabemos que
para o homem nascer de novo ele precisa nascer da água. E, nas Sagradas
Escrituras, o nascimento da água representa o santo batismo. Portanto, para
nascer de novo e entrar no reino de Deus é preciso que o pecador arrependido se
batize. E aquele que se batiza lava no sangue do Cordeiro todos os seus
pecados.
O batismo é o
primeiro ato de obediência, justiça e fé praticada pelo pecador arrependido, e
aceitável a Deus. No momento em que o homem toma a sua decisão e LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 157
se batiza, tem início o novo nascimento. Seu nome é
imediatamente escrito no livro da vida. E nesse momento há alegria no céu por
um pecador que se arrepende.
O nascimento
do Espírito e do batismo são condições indispensáveis para uma pessoa poder
entrar no reino de Deus. “Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode
entrar no reino de Deus”. (João 3:5). Separado do nascimento do Espírito, o
batismo não passa de um ritual exterior sem nenhum valor; apenas um banho numa
piscina, e nada mais.
8. O que o
batismo simboliza?
R.: “Ou
não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na
sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para
que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós
também em novidade de vida”. Romanos 6:3-4
O batismo
simboliza a morte e o sepultamento do velho homem com os seus vícios e pecados,
também simboliza a ressurreição de um novo homem perdoado e justificado pelo
sangue de Jesus Cristo. “Sepultados com ele no batismo, nele também
ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos”.
(Colossenses 2:12). Aquele que nascer de novo passa a andar em novidade de
vida. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo”. (II Coríntios 5:17).
Assim, quando
o ministro do Evangelho mergulha o homem nas águas isso simboliza que o velho
homem morreu e foi sepultado. E quando o homem é levantado das águas isto
simboliza que ele ressuscitou dos mortos, mas agora como um novo homem que anda
em novidade de vida e que se compraz com as coisas divinas. “Portanto, se já
ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus”. (Colossenses 2:4).
FORMA DO
BATISMO
9. Onde
Jesus foi batizado?
R.: “E
aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi
batizado por João, no Jordão. E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e
o Espírito, que como pomba descia sobre ele. E ouviu-se uma voz dos céus, que
dizia: Tu és meu Filho amado em quem me comprazo”. Marcos 1:9-11
A Bíblia
Sagrada diz que Jesus foi batizado por João Batista no rio Jordão. Ela também
informa que Jesus saiu da água do rio Jordão. Ora, se saiu é porque entrou na
água. Isto é muito significativo, uma vez que prova que João não aspergiu
algumas gotas de água sobre a cabeça de Jesus, posto que para isso não haveria
necessidade de Jesus entrar no rio Jordão e molhar toda a sua vestimenta.
Além dessa
evidência, a palavra grega “baptizo” usada para designar o batismo, significa
etimologicamente imergir, mergulhar. Jamais quer dizer aspergir
ou derramar água sobre alguém (afusão). A Bíblia Sagrada ensina
somente uma forma de batismo: “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo”.
(Efésios 4:5).
Se o batismo
não fosse por imersão, não haveria necessidade de Jesus ser batizado num local
onde houvesse muitas águas, bastaria simplesmente uma caneca com água. Ainda
mais! Paulo afirma que os que são “batizados” são “sepultados” com Cristo na
morte (Romanos 6:4). Pois a morte requer o sepultamento. Como o batismo
simboliza o “sepultamento” do velho homem, torna-se claro que a aspersão ou
afusão jamais caracterizam perfeitamente o sepultamento de alguém, pois ninguém
é LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 158
sepultado com um punhado de terra jogado sobre o seu corpo.
Somente a imersão do corpo inteiro do batizando é que de fato simboliza o
sepultamento do velho homem.
10. No
batismo do eunuco, quantas pessoas desceram à água?
R.: “E,
indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui
água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de
todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo e o Filho de
Deus. E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o
eunuco, e o batizou. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a
Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho”. Atos
8:36-39
Esta outra passagem
bíblica novamente apresenta evidências de que o batismo bíblico é por imersão e
não por aspersão ou afusão.
Observe que o
eunuco tomou a decisão para ser batizado. Mas a condição para que o ministro
conscienciosamente possa batizar alguém é verificar que o interessado tenha
nascido do Espírito Santo crendo de todo o seu coração. “Todo aquele que crê
que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou
também ama ao que dele é nascido”. (I João 5:1).
Note que após
os votos batismais ambos desceram à água, quando então Filipe batizou o eunuco.
Atente para o fato de que ambos saíram da água, porque entraram na água. Mais
uma vez a evidência bíblica mostra que o batismo correto é por imersão, pois é
o único que preenche os requisitos bíblicos.
As Sagradas
Escrituras dizem que após o batismo o eunuco saiu jubiloso pelo seu caminho.
Assim ocorre com todos aquele que nasce da água, pois se torna um novo homem
que agora anda em novidade de vida. “Sendo de novo gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível, palavra de Deus, viva, e que permanece para
sempre”. (I Pedro 1:23).
CONCLUSÃO
11. Quem
mandou batizar? Em nome de quem os crentes deveriam ser batizados?
R.: “E,
chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É me dado todo o poder no céu e na
terra. Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo”. Mateus 28:18-19
A Bíblia
ensina que quem mandou as pessoas serem batizadas foi o próprio Senhor Jesus
Cristo. E que as pessoas deveriam ser “ensinadas” e “batizadas” em nome da
trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
É interessante
observar que quando Jesus Cristo foi batizado a trindade também estava
presente: O Pai se manifestando dos altos céus com o brado: “Este é meu filho
amado em quem me comprazo”. O Espírito Santo descendo na forma corpórea de uma
pomba. E o Filho sendo batizado nas águas do rio Jordão por João Batista
(Mateus 4:16-17).
12. Além de
crer, qual é a outra condição para ser salvo?
R.: “Quem
crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Marcos
16:16
Neste
versículo Jesus Cristo afirma que a salvação da pessoa para a vida eterna está
condicionada a dois atos distintos: “crer” e ser “batizada”. O ato de crer
resulta em nascer do Espírito Santo e o ato de ser batizado resulta em nascer
da água. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 159
Segundo Jesus, todo aquele que não crer será condenado. Todos
que nasceram do Espírito precisam decidir-se pelo batismo, caso contrário não
entrarão no reino de Deus. “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já
vos revestistes de Cristo”. (Gálatas 3:27).
Refletindo um
pouco mais profundamente sobre esse versículo podemos concluir que não é
correto batizar criancinhas, uma vez que elas não possuem faculdades
intelectuais suficientemente desenvolvidas para poder “crer”. Pois para crer é
preciso compreender e para compreender e preciso conhecer e para conhecer é
preciso ser ensinada. Portanto, uma criancinha não nasceu de novo, pois não
nasceu do Espírito. Logo o batismo com que muitos foram batizados, sendo ainda
crianças, não possui nenhum valor bíblico, por três motivos: (1) Primeiro
porque não preenche o requisito fundamental da Bíblia Sagrada: crer.
Pois aquele que se batiza deve ter plena consciência de suas responsabilidades
e deveres para com o seu Deus. (2) Segundo porque o batismo bíblico por imersão
difere radicalmente do batismo por aspersão com que todos os bebês costumam
serem batizados. (3) Terceiro porque a Bíblia Sagrada nunca ensinou nada a
respeito de batismo de criancinhas, mas sempre ensinou o batismo de homens e
mulheres formados. Observe: “como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do
reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como
mulheres”. (Atos 8:12).
O apelo de
Jesus para você é o seguinte: “Necessário vos é nascer de novo”. (João 3:7). Se
você quiser entrar no reino de Deus deverá seguir o exemplo de Jesus no
batismo. Se você estiver sentindo convicção pelo seu pecado e deseja o perdão
oferecido por Deus em Cristo Jesus, então você deverá ser batizado, conforme
prescrição das Santas Escrituras. Se você ainda não foi batizado por imersão,
mas crê em todas as verdades ensinadas por Jesus, então “por que te deténs?
Levanta-te e batiza-te e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor”.
(Atos 22:16). LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 160
ESTUDO BÍBLICO 26
GRANDE
COMISSÃO
NECESSIDADE
DE OBREIROS
1. O que
disse Jesus sobre a seara e sobre os ceifeiros?
R.: “E,
vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e
errantes, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos seus discípulos: a
seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai pois ao Senhor da
seara que mande ceifeiros para a sua seara”. Mateus 9:36-38
Numa ocasião
Jesus demonstrou um sentimento de grande compaixão por certa multidão. A
compaixão que Ele sentiu nasceu do fato de que as pessoas que constituíam
aquela multidão andavam desgarradas e errantes. Jesus comparou aquelas pessoas
como ovelhas que não têm um pastor para conduzi-las pelo caminho correto.
Ao observar a
multidão desorientada Jesus reconheceu que a seara realmente é muito grande, e
que poucos são os ceifeiros dispostos a trabalhar na seara do Senhor. E assim
tem sido de geração em geração, em todas as épocas. Grandes multidões estão se
perdendo por falta de obreiros fiéis que estejam dispostos a trabalhar na seara
do Senhor. As multidões estão seguindo obreiros fraudulentos, falsas
filosofias, falsos sistemas religiosos, doutrinas de demônios; tudo porque não
há ceifeiros suficientes trabalhando na seara do Senhor.
Diante da
gravidade da situação Jesus aconselha aos poucos ceifeiros para que roguem ao
Senhor da seara para que mande mais ceifeiros para trabalharem em Sua seara. E
você pode ser um desses ceifeiros que Jesus deseja ver trabalhando na seara do
Senhor. Não quer você participar dessa grande obra trabalhando para Jesus em
Sua seara?
TESTEMUNHO
PESSOAL
2. O que
você deve resplandecer diante dos homens?
R.: “Vós
sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem a vosso Pai; que está nos céus”. Mateus 5:14 e 16
Jesus disse
que você é a luz do mundo. Sem você o mundo está em trevas absoluta. Sem você o
mundo desconhece a inspiração divina da Bíblia Sagrada, a salvação unicamente
pela graça, a obediência à Lei de Deus.
Da mesma forma
como não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte assim também não
se pode esconder a luz que emana do cristão verdadeiro e autêntico. LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 161
A ordem de Jesus é para que você faça resplandecer a sua luz
diante dos homens. A luz que você possui é o conhecimento, a fé, a convicção e
a prática das verdades emanadas da Palavra de Deus. Em harmonia com essa ordem
de Jesus, disse São Francisco de Assis: “Pregue o evangelho sempre; se
necessário use palavras”.
Jesus deseja
que os homens que estão vivendo nas trevas do mundo enxerguem a luz que o
cristão possui. Luz que brilha através das obras que os crentes realizam diante
dos homens, para que estes ao verem essas obras possam glorificar ao Pai que
está nos céus. Ao verem as obras dos crentes em Jesus, os homens glorificarão
ao Pai tornando-se também discípulos de Jesus. Mas para que isso ocorra é
necessário que você faça resplandecer a sua luz diante de todas as pessoas,
porque Deus “quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da
verdade”. (I Timóteo 2:4).
3. Como
cristão o que você deve anunciar?
R.: “Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz”. I Pedro 2:9
Divinamente
inspirado, o Apóstolo Pedro afirmou que os seguidores de Jesus constituem “a
geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa o povo adquirido”. Mas tudo
isso com um propósito bem definido: para anunciar as virtudes daquele que os
chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. E foi Jesus quem nos chamou das
trevas em que encontrávamos para o conhecimento de Sua maravilhosa luz.
Desse modo o
cristão possui o sagrado encargo de anunciar as virtudes de Jesus para aqueles
que ainda estão vivendo nas trevas deste mundo. “Cada um administre aos outros
o dom como o recebeu como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”. (I
Pedro 4:10). Vários são os dons que o cristão pode empregar para anunciar as
virtudes de Jesus, a saber: distribuindo literatura, folhetos, ensinando,
pregando, cantando, contribuindo financeiramente, escrevendo e ajudando com
qualquer outro dom natural ou espiritual que possua. Tenha sempre no coração o
louvor: “Cantai ao Senhor em toda a terra; anunciai de dia em dia a sua
salvação. Contai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas”.
(I Crônicas 16:23-24).
4. Como
você deve responder aos que pedirem a razão da tua esperança?
R.: “Antes
santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações; e estai sempre preparados
para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da
esperança que há em vós”. I Pedro 3:15
Antes de fazer
qualquer coisa em favor da causa de Deus, o crente deve santificar a Cristo em
seu coração, não apenas como Salvador, mas também como Senhor de sua vida.
Observe o testemunho deixado pelo salmista: “Mas para mim, bom é aproximar-me
de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar toda as tuas
obras”. (Salmo 73:28). Portanto, para poder anunciar as obras de Deus àqueles
que estão em trevas é preciso que o cristão se aproxime e confie inteiramente
em Deus para realizar essa tarefa.
Santificar a
Cristo como Senhor, implica em ter comunhão todos os dias com Jesus, significa
reconhecer que Jesus é quem ordena e quem comanda a sua vida. Mas para que isso
ocorra é necessário que o cristão venha a refletir, absorver e praticar os
ensinos ministrados por Jesus Cristo. Somente desse modo o cristão será
santificado na verdade e crescerá “na graça e conhecimento de nosso Senhor e
Salvador, Jesus Cristo”. (II Pedro 3:18).
Feito isso o
cristão deve estar sempre preparado para responder com mansidão e temor a
qualquer pessoa interessada em saber a razão da esperança que habita em seu LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 162
coração “porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos
que se salvam e nos que se perdem”. (II Coríntios 2:15).
É importante
ressaltar que o cristão deve dar a razão de sua fé ao mundo com um espírito de
mansidão e de temor, nunca em disputas, debates ou discussões, pois esse tipo
de atitude cria aborrecimentos, inimizades, perseguições e não refletem o
caráter que o cristão deve possuir. Portanto, o cristão não deve agir por força
nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor dos Exércitos. (Zacarias 4:6).
5. O que
Jesus disse a alguém que desejava acompanhá-lo?
R.: “Jesus,
porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e
anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de
ti”. Marcos 5:19
Em certa
ocasião Jesus libertou um homem do poder dos demônios. Cheio de gratidão esse
homem desejava ardentemente seguir a Jesus. Mas Jesus não o permitiu. Mas deu a
esse homem uma missão muito importante. Ele deveria voltar para sua casa, para
os seus parentes, para os seus vizinhos, para os seus amigos e anunciar as
coisas maravilhosas que o Senhor fez com ele, e como o Senhor teve misericórdia
dele libertando-o do poder das forças das trevas.
Na verdade,
Jesus mandou o homem dar um testemunho pessoal para os seus conhecidos. O
testemunho pessoal consiste em contar aos nossos parentes e amigos as grandes
coisas que Deus tem feito por nós, pois contra fatos não há argumento.
Basicamente o
testemunho pessoal pode ser dividido em três passos: (1) primeiramente devo
contar aos meus conhecidos como era a minha vida antes de conhecer a Jesus. (2)
O segundo passo consiste em dizer aos meus conhecidos em que circunstância eu
conheci a Jesus. (3) O terceiro passo consiste em contar a todos meus
conhecidos o que Jesus fez e faz por mim.
Todos cristãos
podem dar esses três passos, pois todos que são verdadeiramente convertidos a
Cristo possuem esse testemunho.
ESTUDO
BÍBLICO
6. Ao
ensinar, o que deve ser feito para que lendo, se entenda?
R.: “E
leram no livro, na lei de Deus: declarando, e explicando o sentido, faziam que,
lendo, se entendesse”. Neemias 8:8
Além de dar um
testemunho pessoal, o cristão também pode dar estudos bíblicos, onde as
doutrinas são apresentadas de forma lógica, progressiva e sistemática.
O estudo
bíblico tem-se mostrado um excelente método para ensino e compreensão da Bíblia
Sagrada. Como disse o salmista: “A exposição das tuas palavras dá luz, dá
entendimento aos símplices”. (Salmo 119:130).
Dar um estudo
bíblico é bem simples, basta seguir os passos apresentados por Neemias. (1) O
primeiro passo consiste em abrir o Santo Livro de Deus. (2) O segundo passo
consiste em ler o texto bíblico juntamente com o interessado. (3) O terceiro
passo consiste em interpretar o texto, explicando o seu sentido, para que o
interessado lendo possa compreender o seu conteúdo e alcance. A interpretação
deve constituir-se numa paráfrase do texto bíblico, analisado em função do tema
estudado.
7. O que
você precisa manejar bem?
R.: “Procura
apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar,
que maneja bem a palavra da verdade”. II Timóteo 2:15 LEANDRO BERTOLDO
Estudos Bíblicos Avançados 163
A vontade de Deus é que todo obreiro que trabalha em Sua
seara se apresente aprovado, não tendo nada do que se envergonhar e que também
saiba manejar bem a Palavra de Deus com o objetivo de ganhar almas para o reino
de Deus, pois “o fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas sábio é”.
(Provérbios 11:30).
Portanto, para
estar perfeitamente apto para trabalhar na seara do Senhor o obreiro deverá
viver uma vida santa e irrepreensível para que não tenha nada do que se
envergonhar diante dos homens, e que também conheça bem as Escrituras Sagradas
para poder bem manejá-las diante dos interessados. Finalmente, “em tudo te dá
por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade,
sinceridade. Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe,
não tendo nenhum mal que dizer de nós”. (Tito 2:7-8). Assim procedendo, o servo
do Senhor poderá dizer como o salmista: “Então ensinarei aos transgressores os
teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão”. (Salmo 51:13).
8. O que
não convém ao servo do Senhor?
R.: “E
ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto
para ensinar, sofredor”. II Timóteo 2:24
É bom que
fique bem claro, que ao servo do Senhor não convém entrar em contendas,
disputas, discussões ou coisas semelhantes com ninguém, mas deve ser sempre
prudente para não prejudicar de nenhuma forma a obra de Deus. Pois, conforme
disse o Senhor da seara: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos;
portanto se de prudentes como as serpentes e símplices como as pombas”. (Mateus
10:16).
O obreiro que
trabalha na seara do Senhor deve ser manso, gentil, respeitoso e humilde para
com todos indistintamente. Também deve estar apto para ensinar as grandes
verdades bíblicas. E finalmente saber ser um sofredor, pois o adversário “anda
em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. (I Pedro 5:8).
O servo do
Senhor deve sempre ter em mente as confortadoras palavras de Jesus:
“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo,
disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é
grande o vosso galardão nos céus: porque assim perseguiram os profetas que
foram antes de vós”. (Mateus 5:11-12).
9. Como o
obreiro deve instruir os que resistem?
R.: “Instruindo
com mansidão, os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará
arrependimento para conhecerem a verdade. E tornarem a despertar,
desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos”. II
Timóteo 2:25-26
O servo do
Senhor deve procurar instruir aqueles que resistem à Palavra de Deus,
manifestando sempre um espírito de mansidão. Isso porque Deus poderá dar a essa
pessoa o arrependimento necessário para que ela possa enxergar o caminho da
verdade.
Ao conhecerem
a verdade elas se despertarão e de desprenderão dos laços do diabo, em que à
vontade dele estão presas. Com isso fica claro, que as pessoas despertam das
trevas unicamente devido à luz advinda da Palavra de Deus.
Por esse
versículo fica evidente que as pessoas que resistem à verdade, o fazem porque
estão presas nos laços do diabo e sujeitas à vontade do diabo. Todos que estão
vivendo nas trevas necessitam de um obreiro que lhe transmita a luz do
Evangelho “para lhe abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do
poder de Satanás a Deus: a fim de que recebam a remissão dos pecados, e sorte
entre os santificados pela fé em mim”. (Atos 26:18). É somente através do
arrependimento concedido por Deus é que as pessoas podem alcançar o
entendimento da verdade. LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 164
CONCLUSÃO
10. Que
Deus perguntou? Qual deve ser a sua resposta a Deus?
R.: “Depois
disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim”. Isaías 6:8
A Santíssima
Trindade nos chama para trabalhar na seara do Senhor. A sua pergunta ecoa no
decorrer dos séculos pelo mundo clamando: “a quem enviarei, e quem há de ir por
nós?” E a exemplo do profeta Isaías, que atendeu ao chamado de Deus, também devemos
dizer: “eis-me aqui, envia-me a mim”.
Não quer você
também responder ao chamado de Deus dizendo: “eis-me aqui, envia-me a mim”. Que
o Senhor te abençoe abundantemente por sua decisão! “Mas esforçai-vos, e não
desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma recompensa”. (II
Crônicas 15:7).
11. Onde o
Evangelho será pregado?
R.: “E
este evangelho do reino será pregado em todo o mundo em testemunho a todas as
gentes, e então virá o fim”. Mateus 24:14
Jesus disse
que o fim de todas as coisas virá quando o Evangelho tiver sido pregado em todo
o mundo em testemunho a todas as gentes. E disso Jesus deu certeza a todos,
dizendo que o Evangelho será pregado em todo o mundo. Isto implica dizer que
será pregado em todas nações, tribos, línguas e povos. Com isso o Evangelho
alcançará todas as classes sociais: ricos, poderosos, pobres, elevados e
humildes.
Não existe
poder sobre a face da Terra que possa impedir que o Evangelho seja pregado em
todo o mundo “porque o homem não prevalecerá pela força”.(I Samuel 2:10).
Há vinte
séculos Jesus deu a um grupo de pessoas a certeza absoluta de que o Evangelho
será pregado em todo o mundo. Essas palavras de Jesus nunca morreram, pois o
Evangelho continua avançando e cada vez mais envolvendo o mundo inteiro. E você
poderá participar dessa grande obra envolvendo-se na pregação do Evangelho para
as pessoas que vivem ao seu redor. E quando o fim de todas as coisas chegar
você sentirá satisfeito e recompensado por ter participado dessa grande missão
de pregar o Evangelho no mundo. “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei
exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra”. (Salmo 46:10).
A pregação do
Evangelho alcançará a todo o mundo. “Porque a terra se encherá do conhecimento
da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar”. (Habacuque 2:14). Jesus
Cristo não disse que o mundo inteiro se converterá, mas disse que o Evangelho
será pregado em todo o mundo em testemunho a todas as gentes e então virá o
fim. Portanto, a obra do cristão se resume simplesmente em pregar o Evangelho,
já a conversão dos pecadores ao Evangelho é obra exclusiva do Espírito Santo.
12. A quem
os cristãos devem ensinar?
R.: “Portanto
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo. Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos. Amém”. Mateus 28:19-20
Antes de ser
arrebatado aos céus, Jesus deixou para Sua Igreja uma grande comissão. A
comissão de ir e ensinar todas as nações, bem como batizar todos aqueles que
crerem no Evangelho. Conforme a comissão deixada por Jesus, todas as nações LEANDRO
BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 165
deverão ser ensinadas e instruídas a guardarem todas as
coisas que Ele tem mandado em Sua Santa Palavra.
A grande
comissão ainda ecoa através dos séculos aos ouvidos dos membros da Igreja de
Deus. Todos nós somos exortados a sair para trabalhar na seara do Senhor, para
persuadir e apelar aos corações dos homens para que observem a Palavra de Deus.
Você precisa anunciar o Evangelho em todas as circunstâncias, pois “quem
observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará”.
(Eclesiastes 11:4).
Nessa grande
obra de evangelização do mundo, o cristão não está sozinho. Mas recebeu a plena
certeza de que Jesus estará sempre presente, pois o próprio Senhor declarou
antes de ascender aos céus: “eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém”. (Mateus 28:20). LEANDRO BERTOLDO Estudos
Bíblicos Avançados 166
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