quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
O Ministério de Davi e o Ministério de Saul Davi e Saul foram os dois primeiros reis de Israel e, entre eles, havia muitas diferenças, a partir da escolha para governarem. Seus nomes tinham grande significado. Davi significa “amado e respeitado por Deus”, enquanto Saul significa “pedido a Deus”. Ambos eram de boa aparência e foram ungidos pelo profeta Samuel. Suas semelhanças, porém, terminam aí. No entanto, as diferenças entre eles determinaram o sucesso de um e o fracasso do outro. Davi foi um rei escolhido por Deus e não pelos homens, enquanto Saul foi pedido pelos homens, fora da prioridade de Deus. Davi era pastor de ovelhas e, mesmo para defender seu rebanho, colocava sua dependência no Senhor. Se ele podia enfrentar leões e ursos selvagens para defender seu rebanho, poderia também, como homem de Deus, derrotar os inimigos de Israel. Dependência de Deus e obediência foram fatores determinantes para sua escolha para reinar sobre Israel. Se, por um lado, Davi era obediente ao Senhor, Saul era persistente na desobediência. Israel estava em guerra e a ordem era esperar o profeta Samuel para oferecer um sacrifício. No entanto, Saul tomou a direção e ele mesmo apresentou o sacrifício, usurpando a autoridade do profeta e desobedecendo as ordens de Deus. Desobedeceu também quando o Senhor mandou destruir tudo durante um ataque aos amalequitas, inimigos dos israelitas, e ele não o fez. Por isso, perdeu a unção e o poder conforme 1 Samuel 15.23. Ao desobedecer, Saul teve seu reinado cancelado. Outra diferença entre Saul e Davi era a atitude deles com relação ao povo. A Bíblia ilustra como cada um agia em relação àqueles que estavam sob a sua proteção e comando. Saul tinha um coração sem amor, era um homem egoísta e insensível. Nem mesmo seu filho Jônatas escapou da sua falta de amor. Já o rei Davi amava o povo sobre o qual reinava. Ele tinha um coração terno, de pastor. Foi um soldado valente e um estadista que sabia lidar com o sistema. Davi amou o povo de Israel, mesmo quando os súditos se mostraram ímpios, rebeldes e ingratos. Muitos daqueles pelos quais ele arriscou a vida na guerra não o queriam como rei. As diferenças entre Davi e Saul servem para meditarmos sobre como agimos, como vemos nossos líderes. A quem nos assemelhamos mais? E a nossa atitude como cristãos, é com aqueles que estão perdidos, sem conhecer o amor de Deus ou vivemos ignorando aqueles pelos quais Jesus morreu? Essa é uma meditação que deve ser feita, principalmente por pastores e líderes. Ser pastor não significa apenas ter uma credencial ou ter estudado teologia, mas, sobretudo, amar suas ovelhas, o povo que Deus colocou ao seu cuidado. Portanto, devemos ter um ministério semelhante ao de Davi, ou seja, segundo o coração de Deus. Deus colocou diante de nós a possibilidade de termos uma vida abundante e está em nossas mãos a opção de sermos conforme o coração de Deus, em obediência e amor. Que o Senhor abençoe a todos.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
MUDE DE VIDA, CONHEÇA JESUS .
Interpretação de Mateus 25
Mateus 25👈
25:1-13. As Dez Virgens. Uma linda
história extraída dos costumes relacionados ao casamento daquele tempo, mas
interpretados pelos evangélicos de maneiras muito variadas. Alguns explicam as
virgens como sendo os membros professos da Igreja à espera da volta de Cristo.
Outros aplicam a parábola aos judeus remanescentes na Tribulação. Embora o tema
central, que é a necessidade de se vigiar, aplica-se a qualquer dos grupos, o
escritor sente que a última interpretação vai de encontro às exigências do
conteúdo e do contexto mais exatamente.
1.
Então coloca a
parábola dentro do quadro mencionado em 24:29 e 24:40. O reino dos
céus. Conf. com Mt. 3:2; 13:11.
Dez
virgens... saíram a encontrar-se com o noivo. O casamento judeu tinha duas
fases. Primeiro, o noivo ia à casa da noiva para buscar sua prometida e cumprir
com as cerimônias religiosas. Depois levava a noiva para a sua própria casa
onde recomeçavam as festividades. A parábola não dá a entender que as virgens
(no plural) esperassem casar-se com o noivo. Este não é um casamento polígamo.
Antes, no fim da Tribulação, Cristo retornará à terra (seu domínio) depois de
tomar a Igreja por esposa no céu (seu lar durante a Tribulação). Esta
explicação se reflete no texto oriental desta passagem, que diz, "para se
encontrarem com o noivo e a noiva". Conf. também com Lc. 12:35,36,
"que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas".
Portanto a Igreja não está aqui como tal. O interesse centraliza-se sobre as
virgens que querem participar da festa do casamento, representantes do
remanescente judeu professo (Ap. 14:1-4).
3. As
néscias. Estúpidas. Lâmpadas.
Tochas, cada uma contendo um pavio e espaço para azeite. Não levaram
azeite consigo. Azeite, geralmente símbolo do Espírito Santo nas Escrituras
(Zc. 4; Is. 61:1). Aqui uma referência à posse do Espírito Santo na regeneração
(Rm. 8:9). Todas as dez tinham exteriormente a mesma aparência (virgens,
lâmpadas, mesma atividade), mas cinco não participavam do
Espírito Santo, que nessa ocasião foi concedido a Israel para que os judeus
estivessem prontos para a vinda do Messias (Zc. 12:10).
5. Foram
tomadas de sono e adormeceram. A parábola não alia culpa a este detalhe. Por isso
talvez descreva a certeza do remanescente em esperar o noivo, e não o seu
descuido; mas no caso das virgens loucas, era uma certeza falsa.
6, 7.
Prepararam as suas lâmpadas. Limparam os pavios, acenderam-nas e ajustaram as
chamas. Uma pessoa caminhando pelas ruas do Oriente à noite precisa carregar
uma tocha acesa. Por isso as virgens se prepararam para se juntarem à procissão
quando o noivo vinha se aproximando.
8. As
nossas lâmpadas estão se apagando. As virgens tolas, que não se forneceram de azeite,
viram seus pavios secos bruxulearem por alguns momentos e depois se apagarem.
Insistir que tivessem um pouco de azeite mas não o suficiente contradiz 25:3.
Sua estupidez ficou demonstrada porque não providenciaram nenhum azeite.
9.
Comprai-o. Linguagem
da parábola. O Espírito Santo é um dom gratuito, mas pode ser descrito por essa
metáfora (conf. Is. 55:1). Cada pessoa deve obter seu próprio fornecimento.
10-12. Enquanto as loucas se foram, o
noivo chegou e a festa começou. Mais tarde as loucas retomaram, dando-se a
entender que não puderam obter nenhum azeite àquela hora... vos não
conheço. Uma declaração semelhante a 7:23 na importância. Cristo
rejeitará todo o relacionamento com pessoas que são apenas professas.
14-30. Os talentos. Uma parábola
semelhante a das Minas, que foi apresentada alguns dias antes em Jericó (Lc.
19:11-27). As Minas ilustravam a verdade que dons iguais, quando usados com
diligência desigual, podem receber recompensa desigual. Os Talentos mostram que
dons diferentes, quando usados com a mesma finalidade, serão igualmente
recompensados. A parábola anterior das Virgens destacou a necessidade de se
estar alerta e preparado para a vinda de Cristo. Os Talentos enfatizam a
necessidade do serviço fiel durante a sua ausência.
14. A natureza elíptica da sentença,
que leva os tradutores ingleses a colocar diversas palavras no começo, mostra a
sua íntima ligação com o assunto anterior. Como um homem que,
ausentando-se do país. O homem é sem dúvida o Filho
do homem (v. 13).
15. O talento era uma moeda de valor
comparativamente alto. Aqui os talentos eram de prata (v. 18, argurion,
"dinheiro de prata"). Dependendo de quem os cunhava, os talentos
valiam de 1.180 dólares (Aegina) a 960 dólares (Attic). Um talento valia mais
do que uma mina.
A cada um
segundo a sua própria capacidade. Os talentos representam diferentes responsabilidades
a serem executadas de acordo com a capacidade de cada homem.
16,
17. Os dois
primeiros servos, embora possuíssem diferentes quantias de dinheiro, foram
diligentes da mesma maneira e dobraram o seu capital.
18. O
servo que
possuía apenas um talento não demonstrou diligência e não
sentiu o desafio de sua oportunidade. Abriu uma cova. Um
esconderijo comum (Mt. 13:44).
19.
Depois de muito tempo. Uma indicação de que a volta de Cristo não seria
imediata, embora a expressão seja indefinida. Na parábola a volta foi ainda
dentro do período de vida dos servos.
20-23. Na volta do seu senhor os dois
primeiros servos tinham quantias diferentes a apresentar, mas ambos ofereceram
lucro de cem por cento e receberam o mesmo elogio e recompensa.
Muito
bem, servo bom e fiel. A fidelidade é a virtude que está sendo
examinada. Sobre muito te colocarei. Parte da recompensa
consistia em obter responsabilidade mais alta e privilégios diante do
senhor. Entra no gozo do teu senhor. Provavelmente uma referência
da participação que o crente tem do gozo de Cristo, o qual é dEle por direito
por causa de Sua perfeita execução da vontade do Pai (Jo. 15:10, 11).
24,
25. O servo
inútil, entretanto, revela pela explicação que dá, uma opinião completamente
falsa que tem do seu senhor. Homem severo. Severo, cruel, sem
misericórdia. Ceifas onde não semeaste, isto é, tiras proveito
do trabalho dos outros. Ajuntas onde não espalhaste. Não está
muito claro se esta cláusula é paralela ao pensamento da precedente, ou se descreve
o próximo estágio da colheita, isto é, o joeiramento. Se este é o caso, então o
servo acusa o seu senhor de ajuntar em seu celeiro aquilo que o trabalho de
outro espalhou com a pá de joeirar que separa o grão da palha.
Receoso. Ele se justifica falando do seu
medo de arriscar e da necessidade de contabilizar possíveis perdas. Este servo
estava cego ao fato de que o seu senhor era um homem generoso e dedicado, que
desejava fazê-lO participar de alegrias maravilhosas.
26.
Sabias. Talvez
esta parte pudesse ser considerada uma pergunta, "Tu não sabes. . .?"
Sem tomar conhecimento da veracidade dessa opinião, o senhor julga o escravo
com base na sua justificativa para lhe mostrar a baixeza de tal atitude.
27. Se o servo realmente temia o
risco de se aventurar nos negócios, então ele devia ter depositado o talento
com os banqueiros para que rendesse juros. Embora
os israelitas estivessem proibidos de cobrar juros uns dos outros, podiam
fazê-lo dos gentios (Dt. 23:20).
28,
29. Portanto
o talento foi tirado desse servo preguiçoso e rebelde e foi dado àquele que era
mais capaz de usá-lo com proveito.
30. O
servo inútil. Lançai-o para fora, nas trevas. O choro e tanger de
dentes mostra claramente que isto simboliza o castigo eterno (8:12;
13:42, 50; 22:13; 24:51). Aí está o ponto alto da interpretação. Se esse
ajustar de contas é o julgamento das obras do crente, então temos ao que parece
um verdadeiro crente sofrendo a perda de sua alma por causa da esterilidade de
suas obras. Mas essa interpretação viria contradizer a Jo. 5:24. Ou, se o servo
inútil representa um simples cristão professo, cuja verdadeira natureza foi
assim desmascarada, então parece que o julgamento das obras dos crentes e a
maldição dos pecadores ocorrerá junto, ainda que Ap. 20 separe estes julgamentos
com um intervalo de 1.000 anos. A melhor solução é aquela que aplica a parábola
aos santos da Tribulação (quer judeus quer gentios) por causa da clara
associação com os versículos precedentes. Esta explicação concorda com outras
passagens que por ocasião da volta de Cristo, os crentes remanescentes serão
ajuntados para desfrutarem das bênçãos do Milênio, mas aqueles que estando
vivos não crerem verdadeiramente no seu Messias serão removidos (Ez. 20:37-42).
É claro que, para os homens de todas as dispensações, vale o princípio de que
Deus os tem por responsáveis pelo uso que fizerem dos seus dons.
e)
Julgamento de Todas as Nações. 25:31 – 46.
31. Então
se assentará no trono da sua glória. A mesma cena de 24:30, 31, marcando a vinda
do Filho do homem para dar fim à Grande Tribulação
introduzindo o Milênio.
32, 33. E
todas as nações serão reunidas na sua presença. Esta cena de julgamento deve ser
distinguida daquela de Apocalipse 20 (Grande Trono Branco), pois aquela
segue-se à ressurreição dos maus no fim do Milênio. Aqui as
nações devem ser as pessoas vivas sobre a terra quando Cristo voltar.
Serão julgadas como indivíduos, não como grupos (uns dos outros, v.
32, está no gênero masculino, quando nações é neutro). Tal
julgamento dos homens vivos por ocasião da gloriosa vinda de Cristo foi
profetizado em Joel 3:1, 2. Resultará em uma separação de dois grupos, com o
grupo comparado às ovelhas colocado à direita de
Cristo, posição de honra e bênçãos.
34. Àqueles que ouvirem o “benditos
de meu Pai”, Cristo na qualidade de Rei (único lugar onde
Jesus se intitula assim) convida Vinde . . . entrai na posse do
reino (Milenar). 35-40. Como evidência do caráter
regenerado dessas pessoas que foram comparadas a ovelhas, Jesus
menciona os atos de bondade praticados para com os “meus pequeninos
irmãos”, os quais ele considera como feitos a ele mesmo. Parece claro que
as ovelhas e os bodes são distintos dos “meus
irmãos”. Por isso a interpretação de nações como sendo os
gentios e os meus irmãos como sendo o fiel remanescente judeu
que proclamará o evangelho do Reino em todo o mundo (24:14; Ap. 7:1-8) concorda
com as exigências da passagem. (O fato de Jesus ter anteriormente chamado todos
os crentes de seus "irmãos" não muda as exigências do contexto;
12:47-50). Os crentes judeus ocasionarão a conversão de uma multidão inumerável
de gentios (Ap. 7:9-14), que evidenciarão sua fé por meio de seus atos. A
visitação deles na prisão sugere que o perigo estará envolvido quando um homem
aceitar Cristo e Seus emissários publicamente durante aquele período.
41.
Apartai-vos de mim, malditos. Muitos têm notado a ausência do artigo grego com a
palavra malditos (diferindo de "benditos", v. 34).
Assim o particípio sendo mais circunstancial que substantivo, pode indicar que
a frase significa "Apartai-vos de mim sob uma maldição". Embora os
justos tenham sido declarados benditos pelo Pai e entrem em um reino que lhes
foi preparado antes da criação, o destino dos maus não foi declarado com termos
tão específicos de eleição.
O fogo
eterno não foi preparado para eles mas para o diabo e seus
anjos (Ap. 20:10). Os homens não herdam o fogo eterno (contraste com
os justos, v. 34), mas vão para lá recusando a graça de Deus.
42-45. Jesus aponta para a falta de boas
características demonstrada pelos bodes em oposição às ovelhas. Pecados de
omissão, não abomináveis atos de violência, são escolhidos para indicar o
estado espiritual.
46.
Castigo eterno e fogo
eterno, ambos empregam o mesmo adjetivo (aionios). Qualquer
tentativa de diminuir o castigo restringindo o eterno diminui
a bem-aventurança dos justos na mesma proporção. Enquanto eterno pode
implicar em um conceito tanto qualificativo como quantitativo, o aspecto da
duração sem fim não pode ser desassociada da palavra. É a palavra certa para o
conceito de "eterno", conforme os léxicos atestam. O castigo eterno
foi mencionado nestas passagens, Mt. 18:8; II Ts. 1:9; Judas 13; e outras.
Portanto, no começo do Milênio, um julgamento será realizado, e os maus serão
removidos, para que apenas pessoas regeneradas entrem no reino milenar (conf.
Jo. 3:3).
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Mude sua vida através desse ESTUDO!
O QUE É O TRIBUNAL DE CRISTO?
Em Mateus 16.27 está escrito: “o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras”. E, em Apocalipse 22.12, também lemos: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”. Logo após o momento mais esperado pela Igreja de Cristo, o seu Arrebatamento, os salvos em Cristo serão julgados, ainda nos ares. A despeito de a Bíblia asseverar que nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus (Rm 8.1), os salvos serão julgados, não para efeito de salvação ou condenação, mas para receber ou não a premiação pelo trabalho desempenhado para o Senhor. Neste artigo apresento sete pormenores desse importante evento escatológico.
1. O Tribunal de Cristo não é o Juízo Final. Como já vimos, neste blog, no artigo escatológico anterior a este, o Tribunal de Cristo não deve ser confundido com o julgamento dos ímpios, que também serão julgados segundo as suas obras, no Juízo Final — o do Trono Branco —, mas para efeito de condenação eterna (Ap 20.11-15). Todos os salvos arrebatados serão julgados pelas suas obras apenas para receber ou não galardão (2 Co 5.9,10; Rm 14:10-12). Embora tenhamos sido salvos exclusivamente pela graça de Deus, por meio da fé (Ef 2.8,9), também somos “feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (v. 10). Esse julgamento não se refere à posição que temos em Cristo, e sim à nossa condição como servos do Senhor.
2. O Tribunal de Cristo ocorrerá entre o Arrebatamento da Igreja e as Bodas do Cordeiro. Se o Senhor Jesus trará consigo o nosso galardão, em sua volta, podemos afirmar que o Tribunal de Cristo se dará logo após o Arrebatamento da Igreja, ainda nos ares, por ocasião da nossa reunião com Ele (1 Ts 4.16,17; 2 Ts 2.1). Cada salvo, de todas as épocas, participará dessa gloriosa reunião, pois Jesus afirmou que haverá recompensa na ressurreição dos justos (Lc 14.14). Os heróis do Antigo Testamento, que, tendo o testemunho pela fé, morreram sem alcançar a promessa (Hb 11.39), ressuscitarão incorruptíveis (1 Co 15.51,52) para receber do Sumo Pastor a coroa da justiça, “a incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5.4). Assim como Paulo, eles combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2 Tm 4.7,8).
No Tribunal de Cristo já estaremos glorificados. No momento em que cremos em Jesus Cristo e o confessamos como Senhor, obtivemos a certeza da vida eterna (Jo 5.24; Rm 10.9,10). No entanto, a salvação — no sentido de glorificação — só ocorrerá no momento do Arrebatamento da Igreja. À luz da Bíblia, a nossa preciosa salvação possui três tempos e um tríplice aspecto. No passado, ela é posicional. Passamos a estar em Cristo! No presente, é progressiva. Estamos nos aperfeiçoando, a cada dia (Hb 6.9; Ef 4.11-15). No futuro, ela será perfectiva. É a nossa glorificação (Rm 13:11; Hb 9.28), que ocorrerá por ocasião do Rapto da Igreja (1 Co 15.50,51; Fp 3.20,21).
3. No Tribunal de Cristo receberemos a sentença em relação a tudo o que tivermos feito a partir da nossa conversão. A parábola das minas ou moedas de ouro revela que cada crente redimido tem a responsabilidade de empregar fielmente aquilo que de Deus recebeu: “Negociai até que eu venha” (Lc 19.13). Naquele grande Dia, o Justo Juiz pedirá o nosso “relatório” (Lc 16.2). Mas Ele não pedirá conta apenas da administração do nosso trabalho. Tudo o que nos foi outorgado será levado em consideração: a vida — espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23) —, que é um dom de Deus (Ec 9.9); a maneira como nos conduzimos em relação à nossa gloriosa salvação (Fp 2.12); os talentos (1 Per 4.10); o livre-arbítrio (1 Co 6.12); o uso do tempo (Ef 5.16); os bens (Lc 12.16-20) etc.
4. Haverá surpresas no Tribunal de Cristo. Quando partirmos deste mundo, as nossas obras nos seguirão (Ap 14.13). Tudo o que temos feito está registrado. E, no Arrebatamento, Jesus — que conhece todas as nossas obras (Ap 2.2,9,13,19; 3.8,15) — trará consigo o resultado, a avaliação de nosso trabalho, a fim de nos galardoar. Coisas encobertas, positivas ou negativas, virão à tona. Em 1 Coríntios 4.5 está escrito: “nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor”. Daí ser prioritária a aprovação do Senhor (2 Co 10.17,18), e não a dos homens (Pv 25.27; 27.2).
5. Não há muitos detalhes na Bíblia sobre a natureza do galardão. As obras que ninguém vê na terra serão expostas pelo Senhor, naquele Dia, para que todos tomem conhecimento (Hb 4.13). Muitos pensam que os galardões serão, literalmente, coroas de ouro, com pedras preciosas. “Quanto maior a fidelidade, maior a coroa”, dizem. Alguns gostam até de mencionar os tipos de coroa que serão entregues aos servos do Senhor. Na verdade, há muitas coisas relacionadas com o futuro glorioso da Igreja que só serão revelados na glória (Rm 8.18; 1 Pe 5.1). Se os galardões são, literalmente, vários tipos de coroa, então elas serão postas uma sobre a outra? Qual seria posta primeiro, a da vida, a da justiça ou a de glória? E, no caso das coroas grandes ou pequenas, de acordo com o tamanho da fidelidade, não teria o galardoado de possuir uma cabeça no tamanho compatível com as coroas recebidas?
A coroa dada no Tribunal de Cristo simboliza a nossa posição no Reino de Deus. O termo “coroa” alude, figuradamente, a posição, domínio, poder. Na parábola das minas, um senhor — que representa o nosso Senhor Jesus — disse aos seus servos fiéis: “Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade” (Lc 19.17). O Senhor também prometeu: “Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro” (Ap 2.26,27, ARA).
6. A base para o julgamento, no Tribunal de Cristo, serão as obras, e não os títulos. A passagem de 1 Coríntios 3.10-15 mostra que as obras aprovadas por Deus são as realizadas em Cristo, o fundamento da Igreja. Os elementos ouro, prata e pedras preciosas representam, figuradamente, o trabalho feito com humildade e temor, para a glória do Senhor (1 Co 10.31). Já os materiais madeira, feno e palha — facilmente consumíveis pelo fogo — aludem às obras feitas por vaidade e orgulho, para receber glória dos homens (Mt 6.2,5). Somente serão galardoados os servos cujas obras resistirem ao fogo da presença do Senhor (Hb 12.29). Sofrer detrimento pelo fogo (1 Co 3.15) denota perda de galardão, em contraste com o que está escrito no versículo 14: “receberá galardão”. São os materiais que se queimam, isto é, as obras. Não há nessa passagem qualquer margem para o falso ensinamento do purgatório, visto que, após a morte, segue-se o juízo (Hb 9.27).
7. No Tribunal de Cristo seremos julgados como servos, e não como filhos. Para o filho de Deus não há adjetivos negativos no Novo Testamento. Quanto ao servo do Senhor, vemos na parábola dos talentos — narrada por Jesus em Mateus 25.14-30 — que ele pode ser útil ou inútil, previdente ou negligente, bom ou mau e fiel ou infiel. Mencionam-se nas páginas neotestamentárias dons, ministérios e operações que o Senhor concede à sua Igreja (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-6; Ef 4.11). Cada salvo, além de chamado para proclamar as virtudes do Senhor (1 Pe 2.9; Mc 16.15), recebeu pelo menos uma incumbência específica no Corpo de Cristo (1 Co 3.6-9). Todos os servos do Senhor, de todas as épocas, hão de prestar contas de sua administração.
Ao sermos salvos, recebemos Jesus como Senhor e Salvador (Fp 3.20; 2 Pe 3.18). Relacionamo-nos com o Salvador como filhos (Jo 1.11,12). Mas, como Ele é Senhor, nosso comportamento perante Ele deve ser, também, de servos fiéis até o fim (Ap 2.10; 3.11), para que tenhamos confiança no Dia do Juízo (1 Jo 4.17) e recebamos a coroa incorruptível (1 Co 9.25). Jesus não galardoará apóstolos, bispos, missionários, reverendos, escritores, teólogos, conferencistas internacionais, cantores... O prêmio da soberana vocação (Fp 3.14) será dado aos “servos bons e fiéis” (Mt 25.21,23)!